Algumas horas perto da hora da festa na casa da Karina eu fui me arrumar. Gabriel e Gi vão passar aqui daqui a pouco pra me levar.

Quando eles chegaram nós começamos a subir a rua em direção à casa da Karina, que fica a umas duas quadras depois da escola na direção contrária a minha casa.

Quando chegamos lá Gabriel foi cuidar das músicas para a festa. Eu e Gi nos sentamos num sofá. As pessoas começaram a chegar e a festa começou a ficar agitada.

— Vamos dançar, Leo? — convidou Gi.

— Aham.

Daí a gente se levantou e eu tentei dançar do jeito que o Gabriel me ensinou.

O Gabriel deve ter visto eu e a Gi dançando por que a música que tava tocando mudou para a música There’s too much love e se juntou a nós.

— Ei gente, vamos fazer alguma coisa louca hoje? — perguntou ele.

— Não sei — responde Gi. — O Guilherme veio hoje?

— Aham, ele tá lá nos fundos, como sempre — disse Biel rindo.

— Vamos lá com ele? — perguntei.

E nós fomos. O Guilherme sempre leva algumas garrafas de vodca pras festas. E eu comecei a gostar de vodca desde que eu bebi no acampamento da escola.

— Oi Gi, Gabs, Leo — cumprimentou Guilherme. — Tudo bem?

— De boa — respondeu Biel.

— Tudo sim — disse Giovana.

— Tudo — falei eu.

— Cês tão a fim de beber hoje? — perguntou ele rindo.

— Sim — respondi.

Ouvi o som de líquidos sendo derramados em copos e aí alguém me cutucou e eu estendi a mão e peguei o copo. E bebi.

Depois nós três voltamos para a sala da casa onde já tinha muita gente

— Quem já chegou? — eu perguntei.

— A Larissa, o Fábio, a Paula, uns carinhas que eu não conheço e umas meninas da outra turma — relatou Gabriel.

— Que meninas? Aquelas do grupo da Esther? — perguntei.

— Sim.

Passamos mais alguns minutos dançando e então Gabriel voltou ao controle da mesa do DJ. Então eu e Gi voltamos a nos sentar em um sofá.

— Oi gente — era a voz da Karina —, tudo bem?

— Sim — eu e Gi respondemos juntos.

— Ah, que bom. Estão gostando da festa?

— Sim — respondemos juntos de novo.

— Ei, o William não vem, Gi? — perguntou Karina de súbito.

— Não sei.

— Hum...

Depois a Karina foi embora e eu e Gi ficamos em silêncio – na verdade, ficamos sem falar nada, mas a sala estava bastante barulhenta.

— Gi, você e o William ainda não se resolveram? — não me contive.

— Não, Leo. Ainda não conversamos — ela suspirou. — Mas estou feliz pelo fato dele ter me defendido do Fábio.

— Sim. Ele foi pra diretoria para defender sua honra, donzela.

Giovana riu. E depois me abraçou bem forte.

— E como vão você e o Biel? — perguntou ela.

— Bem. Não brigamos nem nada. Estou muito feliz ao lado dele — respondi com um sorriso.

— Leo, vocês formam um casal tão fofo!

— Mesmo?

— Sim. Vocês dois são lindos. E se completam.

Eu sorri. Me senti muito feliz em saber que somos um casal fofo e tal.

— Ai, ele chegou! — exclamou Gi do nada, me assustando.

— Quem? — indaguei.

— O William.

— Hum.

— Ele tá vindo pra cá.

— Vai falar com ele.

— O quê?

— Vocês precisam se entender. Não que vocês voltem a namorar, o que seria ótimo, mas vocês devem se entender como amigos.

— Oi Leo, oi Gi — era a voz de William.

— Oi, William — respondi.

— O... oi... — titubeou Gi.

— Ah, pois é, onde está o Gabriel? Vou lá com ele — disse eu me levantando. — Até mais, Gi e William.

Sorri ao me afastar, tateando com minha bengala sensorial, indo em direção às caixas de som.

Giovana

Leo se levantou e me deixou sozinha e desesperada.

William se sentou no lugar dele, bem ao meu lado, e eu senti as bochechas ficando quentes.

William me olhou e viu que eu também o olhava, por isso baixou a cabeça.

— Gi... eu sei que... que o que eu fiz foi horrível e... — começou ele.

— Ah, principalmente pra mim, né? — eu o interrompi, irritada.

— Gi, você não tem que perdoar, mas pelo menos me ouve.

Me calei.

— Eu sei que o que fiz foi errado, e nunca mais vou fazer. Se você não está pronta, eu não devo te apressar. Sou um idiota. E te desrespeitei. Nos conhecemos há um mês e já quero ter esse tipo de vínculo com você? Isso não é legal. Olha, sei que sou um merda, mas, se você me der mais uma chance, a última, vou fazer de você a garota mais feliz desse mundo.

Eu sorri. Não queria ter sorrido, mas sorri. E ele sorriu.

— William, sei que você errou, sei que não merece perdão e sei que te amo, rapaz. Eu te dou mais uma chance, mas é a última!

— Ei, eu te amo mais, meu bebê! — ele chegou perto, me abraçou bem forte, eu retribuí, o beijei...

Ainda estávamos abraçados quando eu disse no ouvido dele.

— Ei, sabe... sobre você não querer mais me apressar... eu acho que já estou pronta...

Leo

Depois de esbarrar em três pessoas e no Pudim, o cachorro da Karina, finalmente eu encontrei o Gabriel na mesa do DJ.

— Oi Leo, me encontrou sozinho?

— Sim, o William chegou e eu fiz a Gi conversar com ele pra ver se eles se entendem.

— Hum...

Me encostei em uma parede que encontrei atrás de mim.

— Você tá vendo eles dois? — perguntei ao Biel.

— Sim, eles estão sentados em um sofá... estão conversando. Agora eles estão se abraçando.

— Ah, então eles se resolveram, né?

— Sim, acho que sim.

Então eu peguei meu celular e apertei a tecla que faz com que uma voz eletrônica diga que horas são. 21:34.

Senti que alguém encostou comigo ombro a ombro.

— Gabriel? — perguntei.

— Sim, Leo, sou eu — respondeu ele.

— Deixou as músicas para tocar automaticamente?

— Sim — depois houve silêncio. — A Gi e o William estão se levantando de mãos dadas e vindo pra cá.

— Leo, eu já vou — anunciou Gi.

— Mas já? — perguntei. — Tá cedo ainda.

— É que eu vou pra casa do William.

— O quê? — perguntou Gabriel. — Uma hora dessas?

— Sim. Tchau! — disse ela.

— Tchau — era a voz do William.

— Espera, Gi! — gritei.

— Não adianta, Leo. Ela já foi — esclareceu Gabriel.

Giovana

Eu e William saímos pela porta da frente da casa da Karina e chegamos à rua. A casa dele fica aqui perto.

Quando chegamos lá, me dei conta de que o William tem família.

— Amor, seus pais não estão em casa?

— Não, eles viajaram e só vão voltar segunda-feira.

Daí nós entramos na casa dele, cruzamos a sala e entramos no quarto dele.

Então começamos a nos beijar intensamente. Deitamos na cama.

Ele começou a abrir o zíper do meu vestido e eu comecei a desabotoar a camisa dele. Depois, ele apalpou meus seios... me beijou no pescoço... e eu beijei o peitoral dele. Então ele tentou tirar meu sutiã, mas não conseguiu.

— Maldito sutiã — disse, e eu mesma tirei.

Ele pôs seus lábios no meu ouvido e disse “eu te amo, minha princesa” e um calafrio me desceu a espinha. Sussurrei no ouvido dele “eu te amo mais”.

Desafivelei o cinto dele e abri o zíper da sua calça...

E finalmente ele me despiu por completo...

Leo

Fiquei muito preocupado com a Gi. O que será que eles vão fazer na casa do William? Temo já saber a resposta.

— Leo, vou ao banheiro. Fica aqui, tá?

— Tá.

Depois fiquei só ouvindo a música rolar.

— E aí, Leozinho? — era a voz do Fábio, arrastada, carregada de bebida.

— Fábio, não tô com paciência para as suas piadas agora — disse, meio irritado.

— Ah, que isso, Leo, não vim fazer nenhuma piadinha não — disse ele. Estava tão próximo que eu podia sentir o cheiro de vodca que emanava da boca dele. — Que bom que o Gabriel não tá perto, né? Na verdade, não tem ninguém olhando a gente agora.

Tentei fugir, mas ele me segurou.

— Peraí, vai embora ainda não, tenho uma coisa pra te dizer.

— Fala logo então! — explodi, irritado e com medo.

E então eu senti lábios pressionando os meus de forma feroz...