Nunca é tarde para Amar
Pedidos de desculpas
- Ei- escutei alguém me chamar.
Me virei para ver quem era e vi que era o garoto misterioso, ainda estava com a mascara. Senti algo pinicar meus pés, olhei pra baixo e estava descalça pisando na grama verdinha. O garoto misterioso também estava descalço.
Olhei ao redor e vi que estava em uma campina com várias arvores em volta, era de tarde e o céu estava azul com manchas rosas e laranjas, o que denunciava um fim de tarde.
- Você nunca vai me dizer quem é ?- perguntei tentando reconhecer alguém naqueles olhos verdes.
- Vem comigo- ele disse puxando pelo braço.
Entramos na floresta e seguimos pela única trilha que existia ali, caminhamos por sobre as folhas secas que caiam das arvores. Depois de um tempo paramos em frente a um banco de madeira e ali sentamos.
- Por que quer tanto saber?- é mesmo, por que eu queria tanto saber? Como eu não respondi ele continuou- Já não basta eu gostar de você? Já não basta eu te beijar? Já não basta eu te proteger e dizer que nunca vou abandoná-la? Já não basta eu dizer que nunca vou te esquecer? Já não basta eu te...amar?- ele disse e me abraçou, retribui seu abraço, encostei minha cabeça no seu peito e fechei meus olhos
- Basta.
. . .
Plaft. Acordei com alguém derrubando algo no meu quarto. Me levantei movida pelo medo, e claro, pela curiosidade. Me sentei na cama e vi que era Dakota.
- Sofi, me desculpa- ela disse quando me viu acorda- É que eu preciso de sua ajuda
- Vem aqui- eu disse apontando o lugar ao meu lado para ela sentar- O que foi?
- É que hoje é aniversário de uma amiga minha e eu preciso de você pra ficar bonita por causa do....Elliot
- Nossa, você está apaixonada?- eu disse sorrindo pra ela
- É tão bobo né?
- E tão lindo ao mesmo tempo.
- Sofi, qual foi o seu primeiro amor?
- Bom, o nome dele era Caio, ele era brasileiro...
Flashback
Eu e minha família estávamos de férias no Caribe. Em um dia qualquer estávamos no restaurante a beira mar almoçando. Eu fui a primeira a terminar, e pedi permissão para poder andar um pouco na praia. Mamãe deixou e disse para eu não ir muito longe e manter distancia do mar. Assegurei a ela que logo estaria de volta.
Sai correndo dali, sentindo a areia fofa nos meus pés e a água do mar batendo no meu calcanhar. Sentindo o vento livre rosando sobre minha nuca, era assim que eu sentia, livre como o vento.
Logo avistei em um canto das rochas um bando de conchas lindas, de cores e formatos variados, encantada e muito curiosa que eu era caminhei com passos firmes até elas e me agachei para pega-las.
- Ei, não toque ai- ouvi a voz de um menino nas minhas costas
Me levantei temerosa e vi um menino bonito de pele um pouquinho mais escura que a minha, os cabelos pretos e lisos bagunçados pelo vento deixava-o mais bonito ainda, seus olhos eram verdes e boca rosada.
- Desculpa, não sabia que eram suas- eu disse me levantando
- Ta tudo bem
- Sophia Hanzel- eu disse levantando a mão para ele
- Caio Salvatori
- Quantos anos você tem?
- Nossa, você é muito curiosa sabia? Mais respondendo sua pergunta tenho treze, e você?
- 12.
Aquele verão todo eu passei com Caio, ele foi o primeiro menino em que eu beijei...
Flashback off
-...depois disso nunca mais nos vimos- terminei meu relato em um suspiro.
- Nossa- Dakota disse realmente impressionada.
- É tão bobo...
- E Tão lindo
- Bom vamos te arrumar- eu disse e a puxei pro seu quarto
Depois que ela tomou banho ela vestiu uma roupa que eu escolhi. Um vestidinho que vai até o joelho, tomara que caia rosa bebe, de babados com renda. Sapatilha florida com um laço rosa, e bolsa de lado laranja clarinha. No seu cabelo fiz um rabo de cavalo lateral e coloquei algumas precilhinhas com strass.
- Ta linda- eu disse atrás dela enquanto olhava no espelho
- Obrigada Sofi- ela disse me abraçando
- A que isso, sou sua irmã mais velha, você sempre pode contar comigo.
- Bom, deixa eu ir por que senão vou chegar atrasada- ela disse descendo as escadas.
Suspirei alto sabendo que teria um longo dia hoje. Caminhei com passos lerdos até meu quarto e tomei um banho demorado. Me arrumei como sempre e fui até meu carro.
Dirigi pelas ruas com a cabeça lá longe, pensando no que iria falar pra Party e pro Fred. Formulei varias vezes o que iria falar e decidi que na hora falaria o que viesse na minha cabeça, seria mais fácil e sairia naturalmente.
Quando percebi já havia chegado na casa de Party, seu porteiro me reconheceu e deixou que eu passasse pelo enorme portão que dava para a mansão. Dirigi até a entrada. Desci do carro e toquei a campanhia. Alguns minutos depois a mãe de Party apareceu.
- Oi Sofi, como vai?
- Vou bem, obrigada
- Party está dormindo ainda, aproveite e já acorde essa dorminhoca- com esse comentário nós duas rimos.
Ela me deu passagem e eu entrei. Subi as escadas e meu coração começou a pular de nervosismos, eu nunca havia feito uma coisa dessas na minha vida. Quando cheguei na porta do seu quarto eu a fiquei encarando, suspirei alto e disse a mim mesma que tinha que fazer aquilo.
Entrei e vi Party dormindo profundamente. Me sentei do seu lado e comecei a sacudi-la
- Party
- Hum- ela murmurou
- Party
Ela demorou um tempo, mais logo abriu os olhos e me fitou surpresa, se sentou na cama.
- Party, eu quero te pedir desculpas por ontem. Eu nunca devia ter te batido, quando cheguei em casa minha mãe me fez entender tudo, nós nunca tivemos uma briga tão feia antes, e não quero que por causa disso a gente fique sem falar, Party você é minha melhor amiga...
- ...e sempre serei- ela me interrompeu com um sorriso no rosto.
Nós nos abraçamos
- Viu? Quando meu pai morreu pra mim era como se fosse o fim de tudo, eu nunca me imaginaria superando tudo. Mais um dia eu acordei e falei, Putz, cara já imaginou se todo mundo que perdesse alguém se fechasse num mundo só dela? Daí eu pude perceber que eu tinha que superar isso, e foi o que eu fiz.
- Bom, ainda tem o Fred
- Então vai lá garota, ta esperando o que?.
Sai dali correndo e entrei no meu carro, dirigi loucamente até sua casa com ajuda do GPS. Logo estava ali, parada, em frente o enorme portão de ferro.
- Sophia Hanzel?- o porteiro me perguntou meio apreensivo
- Sim sou eu- respondi surpresa de mais.
- Podia me dar um autógrafo?
- Claro
O porteiro me deu um papel e uma caneta, na qual eu autografei.
- Com quem a senhorita deseja falar/
- Com Fred
- Oh, sim...já imaginava. Pode entrar
O enorme portão se abriu e dirigi até a entrada. Toquei a campanhia e logo uma mulher bonita e educada apareceu na porta.
- Tudo bem?- ela me perguntou
- Oi, eu sou Sophia e queria falar com Fred
- Oh sim, a tão famosa Sophia, entre- ela disse dando espaço para que eu pudesse entrar.- Ouvi falar muito de você
- Sério?
- Sim, o Fred não para de elogiá-la, imagino que queira falar com ele
- Sim
- Ótimo, segunda porta a esquerda.
Subi as escadas lentamente, tentando ganhar mais tempo. Foi difícil, mais logo que eu cheguei na porta do seu quarto a abri rapidamente antes que eu me arrependesse e voltasse atrás.
- Fred- disse sacudindo o dorminhoco
- Hum
- Fred?
- Que é?- ele disse sonolento, se sentando na cama e abrindo os lindos olhos da cor do mar
- O que faz aqui?- ele disse rudemente quando me viu, aquilo me fez estremecer, foi como se fosse uma faca afiada me rasgando.
- Eu só vim devolver isso- disse entregando seu terno, da qual usara como desculpa para ir até lá.
- Ótimo, agora que já deu, pode ir- disse um pouco mais calmo, ainda sim irritado.
Segui até a porta, mais meu propósito ali eu ainda não havia feito. Me virei para encará-lo.
- Na verdade, eu vim aqui para pedir desculpas por ontem, eu não queria ter magoado ninguém, e isso é tudo por causa de Alex, acho que me apeguei muito a ele, eu sei que não devia por ser egoísmo, ontem quando eu voltei pra casa conversei com minha mãe e finalmente pude me libertar, eu pensava que por viver a vida sem Alex eu já estava a salvo do mal da depresão, mais é como se eu me parecesse como uma zumbi, eu podia fazer tudo que uma adolescente normal faz, mais eu não deixava que ninguém rompesse a bolha que eu construí desde que Alex morreu, me desculpe Fred, eu gosto muito de você- quando terminei, Fred tinha uma expressão serena no rosto.
- Eu te desculpo, e também queria pedir desculpas por querer que você gostasse de mim, sei que não devo querer que alguém goste de mim por eu gostar dela.
- Está desculpado
- Vem aqui.
Me sentei do seu lado e ele me colocou em seu colo, me abraçou gentilmente e no momento seguinte seus lábios estavam nos meus, o beijo era doce, pequenos selinhos eram dados, mais logo sua língua pediu passagem e eu dei, a principio o beijo foi calmo, mais logo ficou mais feroz, nos separamos em busca de oxigênio, Fred ficou depositando selinhos sobre meu pescoço, olhei no meu relógio e vi que devia ir embira.
- Fred?
-Hum?- murmurou ele ocupado de mais com meu pescoço do que em perguntar uma coisa mais concreta.
- Preciso ir
- Mais já?
- Já, agora, tenho um almoço com a minha família
- Ah, não vai não, fica aqui comigo pra sempre- ele disse me apertando mais.
- Eu queria ficar, mais eu tenho que ir
- Ah, tudo bem então- ele disse finalmente se rendendo
- Tchau- eu disse lhe dando um beijo de despedida
Desci as escadas mais feliz que nunca, eu tinha feito as pazes com minha melhor amiga e eu e o Fred finalmente nos damos bem. Dirigi devagar e despreocupada com a vida, estava feliz contente e tudo estava dando certo para mim, passei uma tarde maravilhoso e a noite dormi tranqüila.
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