Aquelas palavras tinham perfurado meu coração, quem dirá minha alma. Eu não sabia o que fazer, meus joelhos pareciam colados ao chão, e mesmo a dor não era pior do que a que eu já sentia. Eu não conseguia despertar daquele torpor que tomou o meu ser.

Que tipo de pessoa eu era? Como eu não percebi o que meu amigo sentia por mim? O quanto ele não havia sofrido por minha causa, pela minha completa falta de noção?

—AURA CUIDADO? -Aragorn gritou jogando um punhal em um orc que se aproximava de mim, me despertando.

O guardião correu até mim, e se jogou ao meu lado.

—Precisamos partir, aqui é perigoso, e estamos cercados por todos os lados. -ele apertou meu ombro firme. -Esta ferida? -fiz que não, me segurando para não chorar.

—Frodo não me deixou segui-ló, preferiu ir só...

—Eles estava certo...

—Ele disse que me amava Aragorn. -o guardião suspirou e tocou de leve minha cabeça. mas seus olhos de caçador esquadrinhavam atrás de perigo ao nosso redor.

—Entendo, e já esperava por isso, mas Aura... -ele me olhou austero. -Esse não é um bom momento para se lamentar. Se algo acontecer a você aqui, como acha que Frodo irá se sentir sabendo que causou isso? -eu o olhei triste. -Ele jamais se perdoaria, muito menos Legolas.

Meu coração falhou uma batida, eu queria ficar ali e chorar, me lamentar por tudo, mas Aragorn estava certo, aquele não era o momento para isso. Nada de bom aconteceria se eu morresse ali. Eu faria apenas mais pessoas sofrerem, eu faria Frodo sofrer ainda mais por mim.

Respirei fundo e tentei trancar meus sentimentos naquele momento. E afirmei me levantando, e limpando as lágrimas de meu rosto.

Então, de repente, num chamado grave, uma poderosa corneta soou, e seus clangores golpearam as colinas e ecoaram nas concavidades, erguendo-se num grito poderoso acima do rugido da cachoeira.

Nos olhamos assustados.

—A corneta de Boromir! -Aragorn falou perturbado. -Ele está em apuros! - corremos e saltamos por entre as raízes das árvores, e descemos a trilha aos pulos. -Que lástima! Uma má sorte paira sobre mim hoje, e tudo o que faço dá errado. Onde está Sam?

—Eu não o vi, ele não estava com vocês? -perguntei preocupada com o hobbit.

—Ele estava comigo à pouco, nos dividimos para encontrar você e Frodo.

Conforme corríamos, os gritos iam ficando mais nítidos, mas a corneta soava mais fraca e desesperada. Ferozes e agudos cresciam os urros dos orcs, até que de repente a voz da trombeta calou. Aragorn precipitou-se pela última encosta e eu o segui, derrubando os orcs a frente com minhas flechas, mas antes que conseguíssemos atingir o pé da colina os outros sons também foram diminuindo, e no momento em que nós viramos à esquerda e corremos na direção deles, os gritos sumiram, até que finalmente não podiam mais ser ouvidos. Puxando sua espada reluzente e gritando Elendil! Elendil! Aragorn desatou a correr mais, quase me deixando para trás.

Aragorn irrompeu através das árvores. E cada orc que se punha a sua frente era derrubado com um único golpe.

A uma milha, talvez, do Parth Galen, numa pequena clareira não muito distante do lago, encontrou Boromir. Estava sentado e recostado numa grande árvore, como se descansasse. Mas Aragorn assim como eu quando cheguei, viu que ele estava perfurado por muitas flechas com plumas negras, ainda se via a espada em sua mão, mas estava quebrada perto do punho.

A corneta, partida em duas, descansava ao seu lado. Vimos muitos orcs abatidos, empilhados em toda a volta e aos pés de Boromir.

Aragorn ajoelhou-se ao lado dele. Boromir, abrindo os olhos, esforçava-se para falar. Finalmente, lentas palavras afloraram.

—Tentei tirar o Anel de Frodo. -disse ele. -Sinto muito. Paguei por isso. -seu olhar desviou para os inimigos caídos, pelo menos vinte. -Eles se foram, os Pequenos, os orcs os levaram. Acho que não estão mortos. -fez uma pausa na qual seus olhos se fecharam de cansaço.

Depois de um momento, falou outra vez.

—Eu falei muitas coisas horríveis a você Aura, sinto muito, estava to...

—Esqueça isso Boromir, ambos dissemos coisas que não deveríamos um ao outro, me perdoe também!

—Adeus, Aragorn, Aura! Vão para Minas Tirith e salvem meu povo! Eu falhei.

—Não! -disse Aragorn, pegando-lhe a mão e beijando sua fronte. Você venceu. Poucos conseguiram tal vitória. Fique em paz! Minas Tirith não sucumbirá!

Boromir sorriu.

—Para que lado foram? Frodo estava com eles? -perguntou Aragorn. Mas Boromir não falou mais nada.

Agagorn fechou os olhos como se fizesse uma pequena prece. Depois com a mão fechada em punho tocou sua fronte, suspirando.

—Fique em paz filho de Gondor! -disse Aragorn beijando sua testa. -Assim parte o herdeiro de Denethor, Senhor da Torre da Guarda! É um fim amargo. Agora a Comitiva está completamente desfeita. Fui eu quem falhou. A confiança que Gandalf depositou em mim foi em vão. Que farei agora? Boromir me incumbiu de ir a Minas Tirith, e meu coração deseja a mesma coisa, mas onde estão o Anel e o Portador? Como poderei salvá-los e salvar a Demanda do desastre?

—Você só é senhor de seu destino Aragorn. -ele me olhou firme, mas lágrimas já caiam de seus olhos. -Nenhum de nós falhamos, não enquanto seguirmos nossos corações, principalmente você, que nos trouxe em segurança até aqui. -eu disse aquilo mais para mim do que para ele.

Ele ficou ajoelhado por um tempo, curvado e chorando, ainda agarrado à mão de Boromir. Foi assim que Legolas e Gimli nos encontraram. Vieram da encosta oeste da colina, em silêncio, rastejando por entre as árvores, como se estivessem caçando.

Gimli trazia na mão o machado, e Legolas empunhava sua longa faca, tinha usado todas as flechas. Quando atingiram a clareira, pararam confusos. Mas logo a compreensão tomou seu lugar, e a tristeza era nitida em seus rostos.

—Aura, graças a Eru você está bem. -o elfo veio até mim mas rápido do que eu pude ver, e me abraçou com força. -Nunca mais faça isso. -ele me repreendeu, e sua voz trazia um genuíno alivio. E eu o abracei firme me deixando chorar ali em seus braços. -Achei que... achei... -ele olhou para o corpo de Boromir e me apertou mais contra si, como que para ter certeza que eu estava bem.

—Boromir está morto! -disse Aragorn. -Eu e Aura estamos ilesos, pois não estávamos aqui com ele. Ele pereceu defendendo os hobbits, enquanto eu estava longe, na colina.

—Os hobbits. -gritou Gimli. -Onde estão eles então? Onde está Frodo?

—Não sei. -respondeu Aragorn, fatigado. -Antes de morrer, Boromir me disse que os orcs os aprisionaram, embora não achasse que eles estivessem mortos. Pedi a ele que seguisse Merry e Pippin, mas não perguntei se Frodo ou Sam estavam com eles, não até que fosse tarde demais. Tudo o que fiz hoje deu errado. Que se deve fazer agora?

—Não acho que Frodo estava com eles, ele seguiu para a colina pelo lado contrário que você veio até mim Aragorn, assim seria impossível que estivesse com Boromir, mas onde seu caminho o levou eu já não sei.

—Primeiro temos de cuidar de Boromir. -disse Legolas. -Não podemos deixá-lo aqui estendido como um cadáver qualquer em meio a esses orcs nojentos.

—Mas precisamos ser rápidos. -disse Gimli. -Ele não desejaria que demorássemos. Devemos seguir os orcs, se ainda temos alguma esperança de que algum membro de nossa Comitiva seja um prisioneiro vivo.

—Mas não sabemos realmente se o Portador do Anel está com eles ou não. -disse Aragorn. -Vamos abandoná-lo? Devemos procurá-lo primeiro? Uma terrível escolha se coloca diante de nós!

—Então vamos fazer primeiro o que devemos fazer. -disse Legolas. -Não temos tempo nem ferramentas para enterrar nosso companheiro com todas as honras, ou para erguer-lhe um monumento protetor. Podemos deixar um marco mortuário.

—O trabalho será difícil e longo, por aqui não há pedras para construir um marco. O lugar mais próximo onde podemos encontrá-las é a margem do Rio. -disse Aragorn.

—Então vamos deitá-lo em um dos barco que viemos com suas armas, e com as armas de seus inimigos derrotados. -falei.

-Sim, Aura está certa, vamos enviá-lo à Cachoeira de Rauros e oferecê-lo ao Anduin. O Rio de Gondor cuidará para que pelo menos nenhuma criatura maligna desonre seus ossos. -completou Aragorn solene.

Rapidamente revistamos os cadáveres dos orcs, e recolhemos as espadas e elmos partidos e escudos numa pilha.

—Vejam! -gritou Aragorn. -Aqui encontramos sinais! -Apanhou da pilha de armas repugnantes duas facas com lâminas em forma de folha, trabalhadas em ouro e vermelho, procurando um pouco mais, encontrou as bainhas, negras e ornadas com pequenas pedras vermelhas. -Estas não são ferramentas de orcs! -disse ele. -Estavam sendo carregadas pelos hobbits. Sem dúvida, os orcs os despojaram, mas temeram guardar as facas, reconhecendo o que eram. Trabalho do Ponente, cheio de encantos para a destruição de Mordor. Bem, agora, se ainda estão vivos, nossos amigos estão desarmados. Vou levar essas coisas, na esperança de poder devolvê-las a eles, embora essa esperança seja ínfima.

—E eu. -disse Legolas. -Vou levar as flechas que puder encontrar, pois minha aljava está vazia. -procurou na pilha e no chão em volta, encontrando um bom número de flechas que estavam intactas e eram mais longas na haste do que as que os orcs costumavam usar. Examinou-as atentamente.

Segui a ideia de Legolas e também comecei a catar algumas flechas, já que a minha aljava também estava desfalcada.

Aragorn olhou para os mortos, e disse:

—Aqui estão muitos que não são do povo de Mordor. Alguns são do Norte, das Montanhas Sombrias, se é que sei alguma coisa sobre os orcs e suas espécies. Esses equipamentos não são nem um pouco parecidos com os dos orcs.

Havia quatro soldados-orcs de estatura maior, de pele escura, olhos oblíquos, com pernas grossas e mãos grandes. Estavam armados com espadas de lâminas curtas e largas, e não com as cimitarras arqueadas habituais dos orcs, e tinham arcos de teixo, do comprimento e da forma dos arcos dos homens. Nos escudos carregavam uma estranha insígnia. Uma pequena mão branca no centro de um campo negro, na parte frontal de seus elmos de ferro via-se uma runa correspondente à letra S, moldada em algum tipo de metal branco.

Aragorn e Legolas me olharam firmemente por um minuto, e depois balançaram a cabeça em afirmativa.

—Nunca vi estes símbolos antes. -disse Aragorn. -O que significam?

—S é de Sauron. -disse Gimli. -Isso é fácil de ler.

—Nada disso. -disse Legolas. -Sauron não usa runas élficas.

—Nem usa seu nome certo, nem permite que seja soletrado ou pronunciado. -disse Aragorn. -E ele não usa a cor branca. Os orcs a serviço de Barad-dûr usam o símbolo do Olho Vermelho. -Parou por um tempo, pensando e novamente me olhou.

—Esse S é de Saruman, eu acho. -disse finalmente. -Foi com o mago branco que sonhei, e ele que mandava esses orcs nos seguirem.

—Sim Aura. O mal está à solta em Isengard, e o Oeste já não é seguro. É como Gandalf temia, de algum modo o traidor Saruman teve notícias de nossa jornada. É provável também que saiba da queda de Gandalf. Perseguidores de Moria podem ter escapado da vigilância de Lórien, ou talvez tenham evitado aquela terra, vindo para Isengard por outros caminhos. Os orcs viajam rápido. Mas Saruman tem muitos meios de conseguir notícias. Lembram-se dos pássaros? -Aragorn estava sério.

—Bem, não temos tempo para resolver enigmas. -disse Gimli. Vamos levar Boromir embora.

—Mas antes disso temos de decifrar os enigmas, para escolhermos o caminho certo. -respondeu Aragorn.

—Talvez não exista uma escolha certa. -disse Gimli.

—O sonho de Aura já se provou verdade, então ao menos sabemos que os hobbits estão vivos. -Legolas disse mais aliviado.

Pegando seu machado, o anão começou a cortar vários galhos, que foram amarrados com cordas de arcos. Depois disso, nós estendemos nossas antigas capas sobre a estrutura.

Sobre esse rude esquife carregamos o corpo do companheiro para a praia, juntamente com os troféus de sua última batalha que foram escolhidos para acompanhá-lo.

O percurso era curto, mas mesmo assim não foi uma tarefa fácil, pois Boromir era alto, além de robusto. Na beira da água, eu e Aragorn ficamos vigiando o esquife, enquanto Legolas e Gimli correram de volta para o Parth Galen. A distância era de uma milha ou mais, e demorou um pouco até que voltassem, conduzindo dois barcos rapidamente ao longo da margem.

—Tenho um caso estranho para contar! -disse Legolas. -Só há dois barcos sobre o barranco da margem. Não encontramos nem sinal do outro.

—Os orcs passaram por lá? -perguntou Aragorn.

—Não vimos sinais deles. -respondeu Gimli. -E os orcs teriam levado ou destruído todos os barcos, como também a bagagem.

—Vou examinar o solo quando chegarmos lá. -disse Aragorn.

Colocamos então Boromir no meio do barco que deveria levá-lo embora.

Dobramos o seu capuz e o manto élfico, colocando-os sob sua cabeça. Penteei seus longos cabelos escuros, arrumando-os sobre os ombros. O cinto dourado de Lórien reluzia em sua cintura. O elmo foi colocado ao lado do corpo por Legolas, e atravessados sobre seu colo Gimli pois sua corneta partida e o punho com os fragmentos da lâmina da espada foi posto por Aragorn. Sob os seus pés colocamos as espadas dos inimigos. Então, fixando a proa à popa do outro barco, arrastamo-no até a água. Remamos tristemente ao longo da margem, e mudando o curso para atingir o canal veloz, passamos pelo gramado verde do Parth Galen. As encostas escarpadas do Tol Brandir reluziam, já estavam no meio da tarde. Conforme nos dirigíamos para o Sul, a fumaça de Rauros se erguia e tremeluzia diante de nós, uma névoa de ouro. O estrondo e a velocidade da cachoeira agitavam o ar parado.

Cheios de tristeza, soltamos o barco fúnebre: ali jazia Boromir, descansado, em paz, deslizando sobre o coração da água. A correnteza o levou, enquanto os outros seguravam o próprio barco com os remos. Boromir flutuou passando por nós, e lentamente seu barco afastou-se, reduzindo-se a um ponto escuro contra a luz dourada, depois, de repente, desapareceu. Rauros continuava rugindo, sem qualquer alteração. O Rio tinha levado Boromir, filho de Denethor, que agora não seria mais visto em Minas Tirith, altaneiro, como costumava ficar sobre a Torre Branca de manhã. Mas em Gondor, tempos depois, falou-se muito que o barco élfico passou pela cachoeira e pelo lago espumante, levando-o através de Osgiliath, passando pelas várias desembocaduras do Anduin, e entrando no Grande Mar à noite, sob as estrelas.

Por um tempo, nós quatro permanecemos em silêncio , observando o rio que levara Boromir. Então Aragorn falou.

—Da Torre Branca vão procurá-lo, mas ele não mais retornará das montanhas ou do mar. Depois, lentamente, começou a cantar.

Uma música triste e ao mesmo tempo feliz, mas esta logo acabou. Então eles viraram o barco e conduziram-no na maior velocidade possível contra a correnteza, de volta para o Parth Galen. E logo que chegamos, Aragorn já foi pulando do barco examinando o gramado verde, rapidamente mas de forma completa, muitas vezes se abaixando ao solo.

Legolas me ajudou a sair do barco, e em nenhum momento saiu do meu lado.

—Nenhum orc passou por este terreno. -disse ele. -Se não for assim, não se pode ter certeza de nada. Todas as nossas pegadas estão aqui, cruzando e recruzando o terreno. Não posso dizer se qualquer um dos hobbits voltou aqui desde que começamos a procurar Frodo. -voltou para a margem, perto do ponto onde a nascente escorria para dentro do Rio. -Há algumas pegadas bem visíveis aqui. -disse ele. -Um hobbit caminhou para dentro da água, voltou, e depois entrou na água de novo, mas não consigo dizer há quanto tempo.

—Então como você decifra este enigma? -perguntou um ansioso Gimli.

Aragorn não respondeu imediatamente, mas voltou para o acampamento e olhou a bagagem. -Estão faltando duas mochilas. -disse ele. -E uma com certeza é de Sam. Era bem grande e pesada. Esta então é a resposta: Frodo foi de barco, e seu servidor foi com ele. Frodo deve ter retornado quando todos estávamos longe daqui. Encontrei Sam subindo a colina e disse-lhe que me seguisse; mas está claro que ele não fez isso. Adivinhou os pensamentos de seu patrão e voltou aqui antes que Frodo tivesse partido. Não seria fácil para ele abandonar Sam.

—Mas por que nos abandonaria, e sem dizer nada? -disse Gimli. Que atitude estranha!

—E corajosa! -disse Aragorn. -Sam estava certo, eu acho. Frodo não desejava conduzir qualquer amigo para a morte em Mordor. Mas sabia que ele próprio deveria ir. Alguma coisa aconteceu depois que ele nos deixou, e isso o fez superar seus receios e dúvidas.

—Talvez um ataque de orcs caçadores o tenha feito fugir. -disse Legolas.

—Certamente ele fugiu. -disse Aragorn. -Mas não acho que tenha fugido dos orcs. -o que considerava ser a causa da súbita resolução e da fuga de Frodo, Aragorn não disse. Mas era notório que ele evitou me olhar naquele momento.

—Bem, isso pelo menos está claro agora. -disse Legolas. -Frodo não está mais deste lado do Rio, então só pode ter sido ele quem levou o barco. E Sam está com ele, só ele teria levado a própria mochila.

—Aura...

—Não pretendo seguir Frodo, não quando ele tomou sua decisão, mas seguirei você Aragorn. -ele fez que sim e continuou.

—Deixem-me pensar! E, agora, tomara que eu possa fazer a escolha certa e mudar o destino trágico deste dia infeliz! -ficou em silêncio por um momento. -Vou seguir os orcs. -disse ele finalmente. -E eu teria guiado Frodo a Mordor, acompanhando-o até o fim, mas se o procurar agora nestes lugares desertos vou abandonar os prisioneiros ao tormento e à morte. Meu coração fala claramente, o destino do Portador não está mais em minhas mãos.

—Então foi tudo em vão, a sociedade fracassou! -afirmou Gimli, se aproximando de Aragorn, e nós fizemos os mesmo.

—Não se continuarmos unidos. -disse Aragorn tocando seus ombros e me sorriu. -A Comitiva desempenhou seu papel. Mas nós, que permanecemos, não podemos abandonar nossos companheiros enquanto tivermos forças. Venham! Partiremos agora! Deixem para trás tudo o que for possível, viajaremos com pouco peso! Vamos prossegui-los de dia e de noite. -ele tinha um leve sorriso em seu rosto.

—Vamos caçar alguns orcs. -eu ri um pouco maligna, e eles me olhara, e quando Legolas e Gimli também o fizeram começaram a sorrir.

—SIM. -gritou o Anão animado, e todos corremos para organizar nossas coisas e por fim partir.

Apesar do pesar em meu coração, eu precisava seguir em frente, por Frodo, por Legolas, por todos eles...