Era uma tarde de neve, estava tudo calmo e nossas vendas na loja havia sido um sucesso. “Não podia estar melhor” foi o que pensei de início. Mas, de repente, enquanto eu e Kashino estávamos fechando a loja (éramos os últimos e únicos que estavam lá), ele me pegou de surpresa me dizendo:

— Sabe, queria fazer mais doces com você — admitiu, com dificuldade, o rosto ficando vermelho.

— Eu também — concordei feliz por ele compartilhar o mesmo desejo que eu

E em um átimo, ele se virou para mim e me abraçou fortemente, com uma força que nunca tinha presenciado antes. Segurou-me contra o seu corpo, e ainda me encarando, sem jeito, (ele nunca foi muito bom em expressar sentimentos), com uma mistura de nervosismo e ansiedade na voz, ele me impressionou ainda mais ao dizer:

— Fica comigo pra sempre! — confessou, por fim, implorando a mim, com uma mistura de dor e alívio, como quem diz aquilo que já estava no coração há muito tempo, mas era difícil admitir com palavras.

— Fico — respondi, tímida demais para falar tudo que sentia, mas verdadeiramente contente por ele corresponder ao meu sentimento.

Ele sorriu timidamente, tentando esconder o sorriso que tinha estampado no rosto de ponta a ponta, para se fazer de sério como sempre.

Mas, a verdade é que depois nós ficamos uns minutos nos encarando, olho no olho até que ele decidiu “dar o primeiro passo”.

Disse o meu nome pausadamente, mas de maneira delicada:

— Amano... Ichigo — ele tomava fôlego enquanto pronunciava as palavras

— Kashino... Makoto — falei da mesma forma

Começamos a nos aproximar lentamente, de mansinho, e em poucos segundos meus lábios já estavam a centímetros dos dele. Eu queria seus beijos. Queria que me beijasse da maneira mais singela e avassaladora que existe! Queria seu abraço, seu calor. Fechei meus olhos e pensei em coisas boas e em tudo o que já passamos juntos. Até que finalmente nossos lábios se encontraram.

Pela primeira vez estávamos a sós, compartilhando a mesma realidade (ou sonho?) e sentimos todos os sentimentos possíveis e imagináveis. Me envolvi ainda mais a ele,aconchegando-me em seu corpo, e lhe disse, sussurrando baixinho:

— Não me solte nunca mais, Kashino.

— Nem em sonho — disse sincero e amável, mas com aquela cara de “até parece que vou te soltar agora, sua idiota”.

— Obrigada — agradeci, acariciei-lhe o rosto.

— Pelo quê?

— Por me abraçar, e me dar essa sua força inesgotável.

— Idiota! — ele me calou com mais um beijo — Quem tem que agradecer sou eu! Nunca vi alguém com a sua energia! — Obrigado.

— Imagine — falei com aquela cara de apaixonada

Nos soltamos um dos braços dos outro, mas ainda estávamos em êxtase.Ambos tivemos que respirar bem fundo e tomar fôlego de novo para que nos acalmássemos.

Para acalmar o clima, eu resolvi perguntar:

— Makoto, já pensou em viajar para o exterior? — perguntei, querendo saber os planos dele para o futuro.

— Não, mas agora que mencionou, eu tenho vontade sim, de viajar a outro país. E você?

— Eu gostaria de ir para...

Não terminei a frase. Bem nessa hora meu celular tocou. Atendi de imediato e fiquei contente ao reconhecer a voz do outro lado da linha... Aquela voz firme e categórica, mas ao mesmo tempo gentil e compreensiva só podia ser de uma pessoa...