[Novo Nome] Perdida na Magia

Capítulo Extra - Mel


Dez anos… Fez ontem dez anos que o Daniel morreu… Passei a noite inteira À luz da Lua Cheia, a mais poderosa de todas. Queria lembrar-me de coisas do passado, mas não do passado triste, daquele feliz, em que o Daniel corria atrás de mim pelos campos a rir, em que eu tinha amigos, pais, em que eu era a Mel, a verdadeira. Não esta sombra, este fantasma acorrentado ao passado… Estranhamente também vi o futuro. Era um pouco mais raro isso acontecer. Havia uma rapariga, uma novata, mas ela era especial… Será que… Não, não podia… Será que ela estava destinada a isso?... Como sempre, depois de ter visões, desmaiei, com muitas dores de cabeça. A vidência é algo que exige muito de uma pessoa, o meu corpo não aguente. Por enquanto… Os anos passam e ainda não consegui controlar este poder que até agora só me trouxe tristezas… Só vejo mortes, é só para isso que eu sirvo. Rever as mortes… Como se fosse necessário, eu estava lá, para quê lembrar? Por isso que aquela visão foi especial, foi um futuro. Agora imaginem a minha cara quando no dia seguinte cheguei na cafetaria e vi ela. Estava junto com três raparigas e uma delas a espirrar. Quando passei por elas não pude evitar ouvir:
– Obrigada meninas… Mas o que faço eu com dois lenços? – perguntou-lhes a que estava a espirrar.
–Podes usá-lo para te assoares depois de espirar. – disse-lhe discretamente e sai, para uma mesa ao canto da cafetaria, no escuro, onde ninguém desse pela minha presença.
Ainda as ouvi a sussurrarem algo como “Quem é ela” ou “É um génio” ou até mesmo “Muitos até dizem que ela é do mal” , mas sinceramente já me habituei… Até que aquela rapariga, a da minha visão olhou para mim. Eu fingi que não vi, mas foi impossível, porque no momento comecei a ter uma visão:
“FOGE RAQUEL!” – gritava eu.
“Não! Eu não te deixo!” – ouvi uma voz distante…
“Por favor, vai-te embora!” – supliquei… Agora já não era uma visão futura, já estava a rever o passado… Aquele que eu queria profundamente esquecer.
“Juntos até à morte” – sussurrava-me ele. Logo ele…
Agarrei-me à mesa e, já com a visão embaciada, vi que elas á se haviam ido embora. Fechei os olhos por segundos e vi que não desmaiei. Finalmente! Após tantos anos de tentativas fracassadas para controlar este poder inútil, finalmente consegui! Ainda fraca me levantei… Fui para as aulas monotonamente, comos sempre me sentando no fundo da sala, para não ser notada.
Naquela mesma noite eu fui ver a lua. Necessitava de respostas. Pena que nunca as tive. Mas agora eu precisava de saber: quem era Raquel? E porque eu era tão importante para ela, ao ponto de ela não e abandonar quando eu lhe suplicava. Porquê que misturei duas visões de tempos diferentes? Porque comecei a controlar as visões? E mais importante: quem era a rapariga da minha visão e porque é que ela estava na escola? Senti a minha cabeça a queimar e já sabia que ia ter uma visão. Era aquela rapariga, ela estava num cemitério. E havia algo atrás dela. Aquela criatura… Não! Não! Era ele!
Levantei-me antes de desmaiar e corri para o cemitério mais próximo. Vi que ela estava colocar flores numa campa. Mas que raio! Ela com uma criatura para matá-la e fica a colher florzinhas… Esta gente tem problemas… Corri e quando cheguei perto ela já estava desmaiada.
–MOÇA! ACORA E FOGE!
Ela não se moveu… Vi que ele ia avançar sobre mim, portanto retribuía. Ele usava magia negra e combate corpo a corpo. Problema? Ele tinha o triplo do meu tamanho, quanto a poder acho que estávamos nivelados… Eu lançava feitiços, todos os que sabia e ele retribuía. Mas eu estava a perder. E se ela morresse? Eu se eu morresse junto? Não ia ser mau de todo, voltaria a ver o Daniel, mas os meus planos para morrer não estavam marcados para hoje. Corri para tentar protege-la com a minha vida. Mas porquê? Porque eu tentava tanto proteger aquela rapariga que não conhecia? Nem eu sei o motivo. Lancei o meu último feitiço, não tinha força para mais. Atingi-o e ele me atirou para longe. Depois apaguei..