(continuação)

Eu tinha pouco tempo e embora imaginasse que Carlisle iria atrás de mais informações, achei que teria mais tempo. Pelo menos poderia manter a história até o casamento.

O jeito era improvisar.

E agora o que vocês vão fazer?? Vão correndo contar ao Edward?? Será mesmo que ele vai acreditar em vocês? Quem será Carlisle que pode mais?? Eu ou você! – Arrisquei, incerta de que isso era verdade.

Ela tem razão, Carlisle! Edward é cego de amor por ela, ou seja ela é “La cantante” dele, e se ela estiver por perto, ele não vai poder ler nossos pensamentos! - lembrou Esme.

“Obrigada Esme!” - Pensei!

Teremos que achar um modo de convencê-lo... Tem que haver um jeito! – Disse Carlisle, Ignorando minha presença. - Vamos achar um jeito, Esme! Ele é o nosso filho! Preciso protege-lo, avisá-lo antes que seja tarde demais.

Não esperei para retrucar.

Isso, fiquem ai pensando! Eu estou com fome, e preciso de um banho! – retruquei. Sarcasmo em cima de sarcasmo e uma boa pitada de ironia.

Aro ficaria orgulhoso se me visse agora, tão semelhante a ele. Tão sádica e psicopata! Tão asquerosa e altiva.

Aprendi muitas coisas em Voltera! Muitas coisas que eu jamais pensei que usaria, mas cá estou eu, me tornando o monstro que criaram. Sendo uma Volturi, afinal!

Virei-me e deixe-os em sua agonia!

Eu não podia mais ficar ali, ou logo cederia e colocaria tudo a perder!

Maurice apenas me seguiu, pegou em minha mão, deixando Carlisle e Esme ainda mais intrigados. Maurice não deveria estar ali, mas já que estava, coloquei-o no jogo!

Vou com você, Tia Bella. Mamãe vai ficar brava por ter fugido do banho. – disse sorrindo. - Você poderia usar seu escudo em mim! - Disse ele rindo infantilmente.

Segurando sua mão, sorri.

- Acho que não funcionaria nesse caso, mocinho! - Respondi tocando no nariz dele.

“Ele é um bom garoto!” – pensei no que Edward havia dito sobre ele. Ele mal sabia de que eu conhecia aquele lindo garotinho muito bem!

Ainda acho que deveria ter contado a verdade. – disse Maurice.

E eu disse, Maurice... – respondi enquanto caminhávamos.

Não disse toda a verdade! – acrescentou ele. Maurice tinha razão! Eram meias verdades, ou mentiras inteiras! Mas o fato é que eu não poderia dizer tudo agora. E talvez nunca dissesse. Apenas sorri tristemente, assentindo.

Carlisle e Esme não disseram mais nada, apenas ficaram nos olhando sem entender o que Maurice tinha a ver com tudo isso. Esme ameaçou seguir-nos mas Carlisle a impediu.

Ele sempre foi muito sensato, e mesmo eu tendo-o provocado muito, ele ainda conseguiu manter seu controle.

“Admirável!” – pensei sobre isso, enquanto caminhava lado a lado com Maurice.

Minha mãe vai querer meu couro hoje! – ele comentou logo que chegamos perto da casa e vimos Rosalie batendo o pé com os braços cruzados e bufando.

Sorri e larguei sua mão.

Ele correu e se atirou nos braços dela, beijou-a com carinho, eliminando toda a raiva que antes ela sentia dele.

Pro banho mocinho! Não adianta me agradar! – Ralhou ela, me encarando friamente.

As vezes eu queria poder ler seus pensamentos... Ou eu posso?! Hmmm, posso tentar mais tarde! Sorri da ideia, e continuei andando, sem parar nem para cumprimenta-la.

Rosalie pegou no meu braço:

Ele é meu! – sussurrou me encarando, e apertando meu braço.

Você tem certeza disso?! – provoquei instintivamente. Já estava virando um hábito.

Puxei meu braço pra me soltar, sorri ironicamente para ela e segui para casa.

Tinha coisas mais importantes para me preocupar, e o ciúmes de Rosalie teria que ficar pra depois.

Precisava me preparar para Edward que com certeza estaria me esperando com um monte de perguntas que eu não iria responder, e provavelmente mentiria, muito sobre quase tudo.

Respirei fundo, revirei os olhos, mordi os lábios inferiores (velhos habitos humanos), levantei a cabeça e segui para o meu quarto