Nova Vida,Novos Sentimentos

Mistérios encobertos no parque.


Assim que Kurt e eu chegamos em casa e a primeira coisa que eu realmente desejava fazer era me enfiar no sofá e esquecer que o Mundo existe.

Mas, é claro,eu não pude fazer isso, porque um cara de 1,92 e bem robusto bloqueava o sofá todo, dormindo de boca aberta.

“Till, quem sabe um dia você aprenda que é deselegante ficar de ressaca na segunda feira...”Pensei.

Nessa hora,eu queria muito colocar um bicho na boca dele pra ensinar uma lição bem valiosa, daquelas inesquecíveis

.Mas,como eu sou uma boa irmã, só fiz um sinal para Kurt e subi as escadas,em direção ao meu quarto.

Entrei no meu quarto, e liguei o ventilador, me enfiando na cama. Eu só conseguia pensar no Brian...porque será que a imagem daquele garoto pálido e com olheiras não saia da minha cabeça?

Eu realmente não queria me apaixonar.Mas, como eu poderia ter me apaixonado no primeiro dia de aula,sem ao menos ter trocado uma palavra se quer com aquele garoto.

Mas...algo me chamava muito a atenção nele.

Os olhos eram castanhos,como os da maioria,mas neles havia algo que eu queria decifrar.

Seus lábios eram um pouco roxos, devido ao frio,talvez...

Por ser magro,ele parecia frágil,mas eu duvido muito de que ele realmente seja.

“Puxa...como sou observadora.”-pensei,com um sorriso tímido.

Não consegui dormir como eu queria, só fiquei ali,olhando para o teto e pensando em quem seria aquele garoto. Estava viajando tanto que nem percebi batidas pesadas que vinham de minha porta.

- FRANCES, CARAMBA ABRE ESSA COISA DE LOUCO!!!!!

Só fui notar que tinha alguém ali quando os barulhos foram ficando semelhantes aos de uma britadeira. Levantei subtamente da cama, e abri a porta. Era Axl.

- Frances,você não me ouviu bater não? – ele franziu as sobrancelhas,nervoso.

-Ah...me desculpa,eu estava...-virei os olhos, e suspirei.-Estava lendo.

-Hunf...-ele grunhiu, e deu um gole na cerveja que estava em uma de suas mãos. – Bom, eu preciso que você vá até a cidade e compre uns negócios pra mim,hoje tem farra.

-Farra,Axl? – levantei as sobrancelhas.- Mas hoje é segunda feira! Já não basta o Till escancarado no sofá com aquela cara de bixo grilo,vem você querendo fazer farra?

Ele riu ironicamente, e pousando uma mão em meu ombro,disse:

-Libera ai Frances, a gente tem que se enturmar,não era você que estava cansada de ter uma vida monótona? Tá ai...tô tentando fazer você conhecer gente nova.

Eu sabia que não adiantava discutir com Axl.Aliás,com nenhum de meus irmãos. Quando o assunto é se embebedar e fazer festa, eles tem mestrado e doutorado.

-Tá bom,Axl.-suspirei-Me fala o que você quer, daqui a meia hora to de volta.

Saí de casa eram 6:00hrs, o sol já estava se pondo,e estava ficando cada vez mais frio.

Eu só queria voltar pra casa, fazer um miojo e me trancar no quarto. Mas é claro que ia ser impossível,com um monte de adolescentes do terceiro ano bebendo e ouvindo heavy metal.

Minha casa ficava um pouco longe da cidade, então eu sabia que ia demorar mais do que meia hora, e aliás, a minha rapidez é incrivelmente ruim.

Caminhei por umas ruas que tinham boa iluminação,mas conforme andava, as luzes iam se apagando

.Acho que era o chamado “toque de recolher” dos comerciantes. Era só o que me faltava.

Agora o comércio estava fechando, e tinha uma adolescente mais perdida que bala em boca de banguelo na rua. Então, avistei uma placa que dizia:

“Mercado aberto 24 horas, rua Franrrey nº 82.”

Rua Franrrey... acho que Axl havia me falado algo sobre ela. Não demorou muito para me lembrar de que pra chegar até lá,eu tinha que atravessar um parque que era realmente desagradável.

Mas,eu não tinha escolha. Ou eu ia até lá,ou os convidados do meu irmão iam ter que tomar toddynho.

Cheguei até o parque, e era bem mais desagradável do que eu imaginava. As árvores cobertas por mofo, encobriam toda e qualquer paisagem que podia haver lá.

A escuridão tomava conta do lugar, sem nenhum poste ou iluminação.

Gelei por dentro,mas mesmo assim continuei andando dentro dele. Os bichos que lá tinham emitiam sons estranhos, e um vento começou a bagunçar meus cabelos, e também fazer com que as folhas das árvores balançassem.

Era uma típica cena de filme de terror, e eu não queria ser a moça em perigo. Andei mais um pouco,com a esperança de estar perto do tal mercado. Mas foi aí, que ouvi uma voz familiar...

“Maldita vida,maldita cidade.Malditos vos sejam aqueles que atrapalham o meu caminho.Só porque sou diferente,não quer dizer que eu seja uma berração.”