O que ela estava fazendo ali? Meu Deus será que ele não podia nos deixar um minuto se quer? Eles chegaram, e eu dei oi para eles, e reparei que a Gabriela estava de salto. Tipo, oi? Salto no parque? Meu Deus. Resolvemos entrar, e como sempre a Gabriela escandalosa saiu gritando que o pé dela tava doendo, e que ela ia ter que pegar um ban-daid na enfermaria. Fomos até a enfermaria, ela entrou lá, e eu e o Rafael ficamos lá fora, esperando a “madame”. Então eu resolvi falar:

– Você podia ter me falado que ela vinha né?
– Laura, desculpa, eu não sabia que ela vinha! É uma longa história, eu te explico depois, ela ta vindo.

Eu revirei os olhos, já irritada. Ela veio e falou que já podíamos ir. O Rafael olhou pra mim e falou só mexendo os lábios, sem que a Gabriela visse, “desculpa”.

Quando eu cheguei em casa, a Belle estava me esperando, com uma cara de “conta tudo!”, eu sentei no sofá, onde ela estava, e contei tudo, que tinha sido horrível, que a Gabriela estava lá, e que eu nunca mais ia querer olhar na cara do Rafael! Poxa, ele me chama pra sair, e leva outra? Como assim? Desculpa Rafael, mas se isso está certo pra você, pra mim não está. Eu só queria esquecer ele, de uma vez por todas.

Passei o resto das férias de Janeiro, isolada do mundo, quer dizer, isolada de Rafael. Bloqueia as mensagens dele, as ligações, o Facebook dele, tudo que me lembrava ele eu cortei da minha vida. Eu estava determinada a esquecer daquele menino, mas não estava dando muito certo, infelizmente, qualquer coisa que eu olhava me lembrava ele.

Infelizmente, as aulas começaram. E pra minha sorte, eu não estava na mesma sala que o Rafael. Ele estava no 1ºA, e eu no 1ºB, do ensino médio, claro. Eu ainda o viria na escola, mas pelo menos não teria que estar com a presença constante dele.

Na hora do intervalo, sentei com a Letícia e a Belle. A Letis e a Belle estavam falando ao mesmo tempo, enquanto uma falava da viajem, outra falava do namora, enquanto eu... Bem, eu que sempre fui a que mais falava, estava quieta. Eu estava com a cabeça encostada no ombro da Letis, com o olho fechado, pois o sol estava bem no meu rosto, e meus olhos estavam doendo do sol. E quando eu estava quase pegando no sono, escuto uma voz conhecida, bem conhecida, não consegui reconhecer, mas quando abri os olhos, eu vi quem era.