Pov. Elsa.

Eu ri como não costumava rir há meses.

Jamie me fazia bem.

Me fazia sentir viva, nem que fosse nos poucos minutos em que ele me puxava para outro abraço, ou bagunçava meu cabelo tirando um sorriso ou as vezes um tapa de mim.

Jamie me fazia feliz quando a única felicidade que eu pensava ter era ao lado de Jack Frost.

Ou minha irmã.

Minha irmã...

Ela não teve muito tempo para me visitar nesse meio tempo.

Eu olhava pela janela a fim de sentir o vento frio atravessar meus ossos e ir em direção a qualquer lugar que ainda sobrevivera em minha alma quando ele partiu.

Pensei que talvez o frio pudesse preencher essa parte.

Mas não senti frio algum.

Tudo ao meu redor era neve.

–Hey. - Jamie surgiu por trás se encaminhando até o meu lado na varanda.

–Olá. - disse calmamente.

–Olaf disse que eu podia entrar, sabe como é, tive que sair para avisar a Anna que estava tudo bem, - ele fala rapidamente e bastante no estilo "Jamie" de conversar - e ela não me deixaria em paz, cartas não serviriam, chegariam só mês que vem, ela possivelmente enlouqueceria até lá.

–Por que Anna não pôde vir? - perguntei, mesmo sabendo que era uma pergunta idiota, mesmo sabendo a resposta óbvia para isso.

–Você sabe... As coisas no reino não se ajeitam sozinhas...

–Eu entendo. - suspiro.

–Então você ainda está pensando em uma maneira de como se jogar dessa varanda para ver se ele aparece para te salvar?

Rio, ele ri logo depois.

–Não chega a tanto.

–Aham.

–Aham o que?

–Aham aham.- ele dá de ombros e sorri, se afastando devagar dando pequenos passos para trás.

O olho desconfiada.

–O que você...

Puf.

Uma bola de neve me acerta no braço.

O olho incrédula.

–O que? - ele pergunta fingindo não saber de nada.

–Ah! Então você quer guerra!?

–Guerra? Eu? Naaaaao.

Ri e fiz uma bola de neve aparecer em minha mão direita.

O olhei com certa diversão no rosto e com um sorriso maldoso que ambos emitiam.

–Melhor correr.

–Não, pera, não vale - ele se enrola com as palavras enquanto anda para trás - você pode fazer neve com as próprias mãos.

Sorri o encarando.

–Tá com medo?

Ficamos nos observando segurando o riso até que eu solto uma gargalhada quando ele corre com tudo para detrás de um monte de objetos e estira a língua para mim coletando neve do chão como munição.

A guerra não era algo ruim naquele quesito.

Guerra para nós havia se tornado algo tão bonito e simples quanto colher flores na primavera.

Porque a nossa guerra era feita de algo mais.

E o meu sorriso refletia no dele.

E a saudade diminuía, mas não desaparecia.

E toda aquela neve se espalhava no chão como se quisesse apoderar-se de tudo.

E dessa vez a neve vinha em furacões somente meus.

~•~