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Pov Astrid.

–Eu não acredito nisso! - ele diz batendo com a mão em uma das várias mesas de pedra naquela caverna mal iluminada debaixo da terra.

–E se formos lá? Pegamos ambas e saímos ganhando.

–Ah, claro! Por que também não levamos biscoitos para quando Jack Frost estiver com fome e quiser que façamos algo para ele? Não né? - diz irônico e bufa. - pensei que fosse mais inteligente.

Eu sou inteligente, eu sou esperta, droga.

–Desculpa. Então talvez devêssemos...

–Talvez devêssemos calar a boca e deixar que eu pense em paz.

Engulo em seco e embainho a faca.

–Sim, senhor.

Ele respira fundo por uns 3 segundos, depois olha para o chão calculando.

–Temos três para pegar, certo? Jack Frost está com duas, você sozinha não tem força o suficiente contra ele e Elsa, e possivelmente a loira. Use os poderes que lhe dei, entre em seus sonhos, precisamos da localização de pelo menos uma que não esteja com Jack, por enquanto. - me encara - Precisamos da localização da minha ruiva preferida.

–Agora?

–Quer esperar até que o sono de beleza da princesa acabe? Agora! - enfatiza a última frase devagar.

–O senhor anda muito irônico, não acha?

–Cale essa maldita boca antes que eu me arrependa de ter lhe dado os poderes. - diz calmamente.

–Ta, ta... - bufo e me concentro, todo o meu ser tremula e sinto minhas mãos ficarem geladas e rígidas, sinto minha garganta queimar e minha cabeça latejar, e tudo que vejo depois é escuridão.

"Terra, ar, luz e magia, o verde reina e o duro mata.

A terra um dia desolada que hoje em dia é amada.

Um feixe de luz que antigamente era perigo, hoje em dia é sinônimo de esperança, abrigo.

Tenhamos nós, seres mortais, quaisquer amor para dar?

Tenhamos nós, seres fatais, quaisquer dor para acabar?

Que o verde dessa terra leve embora a guerra que a mesma traz.

Que deixe então o céu azul, para que possamos um dia voar em paz."

Então uma luz branca me cega e caio no chão.

–Isso é tudo? - ele pergunta franzindo a testa e dispersando as sombras de seus olhos que o ajudavam a escutar o que a mente dela dizia de acordo comigo.

Respiro com dificuldade.

–A mente dela não é aberta. Ela vive coisas e traduz para metáforas, alegorias, ela deve ter lido isso em algum livro e pegou como a coisa importante do dia, ou pode ter sido simplesmente traduzido assim, a sua mente é um mistério, senhor.

–Você que ainda não é forte o suficiente! - diz duro - precisamos descobrir o que isso quer dizer.

Eu olho para o chão, e para a parede logo em seguida, e então olho para Pitch, igualmente pensando.

E eu já sei exatamente onde fica esse lugar.

–Luz... Verde e duro, senhor, e se ela estiver falando de Berk? - ele me olha e uma chama acende em seus olhos - Eu estava lá atacando com os dragões. Lembro-me de saber que eles montavam nesses bichos. Ar, magia, "possamos voar em paz"...

–Espera. - ele para e encara lugar nenhum - é óbvio! Ela está lá. Em Berk! Muito bem Astrid, talvez eu tenha a subestimado, não faça com que eu desacredite em você de novo.

–Obrigada, senhor. Não farei, senhor.

–E eu já sei exatamente como que você fará para que Merida venha direto aos meus braços. Melhor ainda, todas venham.

–Como?

–Você irá ser amiga deles, conquiste o coração deles, faça-os seus amigos, dará um jeito de juntar todos, ganhe a confiança da ruiva, e faça sua cabeça. E quando for a hora, ambas, tanto você quanto ela estarão dispostas a pegar as duas que restam, me tornando logo em seguida, forte.

–Como farei isso? - o olho com uma expressão de dúvida misturada com certa diversão.

Exatamente a mesma diversão maliciosa que ele tem.

Ele me olha seco, mas vejo em seus olhos que ele acredita em mim.

–Comece fazendo eles acreditarem em você.

–E como saberei a hora de virar as costas para eles? - o encaro sentindo minha boca secar.

–Jamais vire as costas para o inimigo - ele me olha e me lança um sorriso que me dá arrepios - mate-os.

–Sim, senhor.

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