Noites em Toscana

Capítulo 8 - O primeiro nunca se esquece!


Hen: Marcello ficou na casa do meu pai, ficará por uns dias, eu vou me mudar para um hotel, na mesa estão os documentos do nosso divórcio, ficará com a casa, com 2% das ações, mas claro somente os lucros lhe interessam e te darei um soldo mensal para contas.

Henrique falava sem olhar para Antônia, que tinha raiva nos olhos, ela ouvia cada palavra que saia de sua boca com ódio, mesmo mortas as duas conseguiram separar os dois, Vivien e Pietra.

Ant: Eu não vou assinar nada, não quero isso, temos um acordo!

Hen: Acordo esse quebrado! Ou assina ou sai desse casamento sem nada, igual como entrou! – ele se virou e olhou para a mulher com quem passou 24 anos sem saber quem realmente ela era. – Assine, pois, minha paciência com você acabou. Não quero que nosso filho seja algo da minha raiva, pois é isso que sinto por você.

Ant: E demorou 24 anos para perceber isso Henrique? Estou com você, tivemos um filho, ajudei a erguer a empresa e é assim que tudo acaba?

Hen: Dentro o envelope azul tem um relatório, que me fala exatamente quem você foi e quem você é, e quanto dinheiro tira da minha empresa, portanto ou assina ou vai para a cadeia! – falou deixando Antônia vermelha de raiva. Ele estava cruzando a porta de saída da casa quando parou e disse. – Carmencita de Lucero, tens 24 horas para devolver esses documentos, ou a policia vem lhe buscar e falo para Marcello quem é a mãe dele! Pois não terei nenhuma pena de você, Puttanna!

Dentro do envelope, continha a verdadeira identidade de Antônia, mais conhecida como Carmencita, a dona de uma dos maiores bordeis do norte de Madri, ficou sem nada quando uma de suas meninas matou um politico influente da cidade, pois o mesmo tentou violar a moça, então ela matou, alguns dos amigos de Carmencita disseram para ela sumir do país, e foi quando ela foi para Itália, vagou com ciganos e começou a fazer favores para alguns para ter um dinheiro extra, foi em um desses favores que conheceu o filho único do maior produtor da Toscana, e o golpe da barriga tinha que dar certo. Garantia de um futuro.

Henrique foi para um dos apartamentos que mantinha na cidade, entrou, tudo estava limpo como ele havia solicitado, queria arrumar as coisas, mas como contaria para o filho sobre a mãe, uns minutos depois tocaram a porta, ele não aguardava ninguém, mesmo assim foi atender.

YY: Boa noite senhor DeMazzi, sou a advogada que a empresa mandou, especialista de tramites de famílias na Itália, e o pedido de teste de paternidade há tenho em mãos, sua secretaria me ajudou com as amostras. – ela era linda, falava firme com segurança, seus olhos era lindo, tinha uma paixão que fez ele sorrir.

Hen: Prazer Henrique DeMazzi! – ele estendeu a mão.

Chloé: Me desculpe, Chloé Zanatta, advogada da sua empresa, só que fui contratada recentemente.

Hen: Ontem! – ele sorri.

Chloé: Sim! – ele deu passagem e ela entrou. – Aqui está a documentação, e os informes que solicitou, o exame de DNA no MBD também.

Hen: MND é o Marcello, meu filho. Como estou me separando e recebi algumas surpresas nos últimos dias, quero ter certeza de tudo agora. Aceita um café, chá ou algo mais forte?

Chloé: Lhe acompanho. – ela sorriu e ele serviu duas taças de vinho.

Durante umas horas os dois conversaram e Henrique olhava para aquela mulher na sua frente que transbordava vida, paixão nas palavras que pronunciava, ela era linda, mais jovem que ele, mas uma mulher e tanto.

Depois Henrique e Chloé se despediram, se encontrariam no escritório no dia seguinte, ele gostou dela, ágil, perspicaz e franca nas palavras, depois sentou um mais uma taça de vinho e abriu o envelope do exame.

***

Eram quase 6h da manhã quando Paolo bateu na porta do quarto de Marcello, que não respondeu, o senhor então entrou e sentou na cadeira que ficava perto da porta, admirando o neto, passaram duas horas quando incomodo Marcello sentou na cama com um pulo, pelo susto de ver alguém o observando.

Cello: Che paura, nono que isso, me olhando dormir!!!

Paolo: Fala bem italiano para um bambino que nasceu longe de casa!

Cello: Em casa meus pais só falam italiano, a minha m... - ele fez um pausa deu meio sorriso e continuou. – ela fala em espanhol o tempo todo, como se fosse a língua nativa.

Paolo: E é, sua mãe é espanhola querido, ainda precisa de tempo para saber das coisas.

Cello: Mas Bottura é italiano!

Paolo: Smettiamo di parlare e scendiamo a mangiare.- ele sorriu e levantou.

Cello: Vou me lavar e já desço, sinto cheiro delicioso.

Paolo: Hoje Carmela fará um café especial. Sofia começa no escritório de Advocacia como assistente e não mais como estagiaria.

Cello: É sério, que maravilha, ela é linda nono, uma mulher e tanto.

Paolo: Com um gênio dela capeta, uuuu, Auguro alla fortuna e al dolore dell'uomo di conquistare il suo cuore. – ele sai dando um deliciosa gargalhada, pois já sabia que ambos os corações já pertenciam um ao outro.

Quando Marcello desceu, todos estavam na mesa comendo, Sofia o olhou com olhar travesso, pois tinha ouvido a conversa do padrinho com ele, ela estava na escada, iria chamar os dois para p café da manhã, mas desceu novamente sem ser notada.

Eram uma manhã feliz, todos sorrindo e felicitando Sofia, quando chegou a hora, ela se despediu dos pais, depois do padrinho e quando virou para dar um tchau para Marcello, seus corpos se chocaram, ele estava tão perto que quando ela virou, um podia sentir a respiração do outro, sentir o hálito com aroma de chimia e nata.

Sofia respirava intenso, os braços de Marcello seguravam os dela, levemente desceu até a mão dela e segurou, uma corrente arrepiou o corpo de ambos, era os primeiros sentidos aguçados de um corpo que pertence ao outro, quando os lábios estavam preste a selar algo novo, ouviu-se...

Carmela: Sofia vai se atrasar!