Noites em Toscana

Capítulo 3 - Uma visita inesperada


Sofia sentou com o padrinho no sofá da varanda, ele lhe deu um envelope com vários documentos, ela o tirou leu todos e depois olhando assustada e incrédula pelo que acabara de ler, falou.

Sofia: Mais padrinho, qual o motivo disso tudo?

Paolo: Por favor, é meu pedido especial para você!

Sofia: Mas padrinho, ele não vai me receber, mesmo que ele fique com tudo, ele não vai me receber!

Paolo: Ele não vai recusar lhe receber, mas se eu for, ele não vai me ouvir!

Sofia: Ok, vou até a Espanha, falo com ele, entrego o documento e volto, já prevejo algo ruim nisso tudo. – disse ela se levantando e começando a caminhar, depois de uns segundos ela se vira e fala. – A foto dessa família padrinho, ele não pode negar, você e ele são clones um do doutro, ele é sua versão mais jovem, o rapaz não me é estranho. Tenho a sensação de já ter visto esse rapaz!

Paolo: Uma vez quando era solamente uma bambina, ele veio aqui com a mãe, as escondidas de mim e de Henrique, ela trouxe no aniversário de Pietra, um ano antes dela falecer, e você brincaram nessas terras que será de vocês dois!

Sofia: Padrinho, qual o motivo disso tudo? O por que está perdoando ele, por lhe deixar? Por deixar a madrinha morrer sem olhar para trás.

Paolo: As vezes bambina, temos que perdoar quem nunca teve coragem de pedir perdão!

Sofia: Mas o errado em tudo foi ele, e não o senhor ou a madrinha!

Paolo: O que Henrique fez foi errado não só com ele, mas sim com todos que o amavam, sua madrinha, sua mãe e a pobre Vivien!

Sofia: O que minha tia tem a ver com isso tudo padrinho, agora quem não tá entendo sou eu!

Paolo: Quando for a hora saberá! Agora vá dormir, se bem conheço seu pai, está andando pela sala esperando você entrar! – ela sorriu e assentiu e foi caminhando com a lua guiando seus passos.

Sofia, ficou pensando em tudo, até que chegou em casa e seu pai a esperava.

Gioseppe: Ele te disse?

Sofia: Não só me disse, me mostrou os documentos e as fotos, e quer que eu vá lá. Só não entendo por que eu?

Gio: Por que Henrique é orgulhosos demais para pedir perdão, e tem que quando ele te ver saberá o erro que cometeu.

Sofia: A tia Vivien? – ela perguntou, pois todos falavam que a pequena menina era a cópia da tia que morreu jovem.

Gio: Sim! Mais isso não é assunto antes de dormir, quando você vai?

Sofia: A papa, você também, sabe que vou ficar martelando isso na cabeça!

Carmela: Igual ao pai, não dorme até resolver ou achar respostas! – falou ela entrando na sala. – Minha irmã era apaixonada por Henrique, assim como ele por ela, até que Antônia apareceu, a moça era cobiça pura. una donna interessata a una puttana!

Gio: Olha a língua mulher!

Sofia: Mama, que!

Carmela: Era isso mesmo, ela fez com que Henrique se encantasse por ela, até que uma noite ela o levou para cama, e semanas depois disse que estava de barriga. Sua tia morreu por isso, morreu por Henrique e seu egoísmo, assim como sua madrinha, e seu padrinho definha a cada dia!

Sofia: Má porcozio!

Camela y Gioseppe: SOFIAAA!

Sofia: Desculpa! Eu vou conhecer ele em alguns dias! E ele vai ter o que merece! – ela sai pisando duro e entra em seu quarto.

Carmela: Isso eu quero ver, ele não voltou esse tempo todo, acho que não vai voltar agora! – disse ela ajeitando o robe e indo para o quarto.

Gio: Ele não merece nada! – ele vai atrás dela. – Caca, espetta, que essa roupa te deixa linda na luz da noite.

***

San Sebastián- Espanha

Era quase 14h quando Sofia desceu do carro, era uma cidade linda, litorânea, uma vista fantástica, pagou o taxi e entrou no hotel da cidade.

O rapaz levou a mochila, estranhou, pois, uma moça de tal beleza, sozinha na cidade, estando no hotel mais caro, e com uma mochila. Ela entrou, deu uma gorjeta ao rapaz, depois sentou na cama e fez uma ligação. Era a ligação que poderia mudar tudo ou acabar com tudo. Ela marcou uma hora com o presidente da empresa, ela se apresentou como advogada de um possível investidor. A reunião foi marcada para aquele mesmo dia, ela queria fazer rápido, queria entregar o documento que seu padrinho lhe pediu, e sair daquela cidade, ainda mais depois de tudo que seus pais disseram sobre Henrique Mario DeMazzi.

Ela se arrumou, colocando um tailler negro, prendeu os cabelos em um rabo de cavalo baixo, colocou uma leve maquiagem, ligou para recepção pedindo um taxi, quando foi avisada que sua condução a esperava, desceu, caminhou até a porta com olhares incrédulos, a moça jovem que entrou de tênis e jeans, estava uma linda mulher com um terno feminino preto, uma mulher promissora. Sofia entrou e foi para seu destino, entrou na empresa D&B associados, anunciou sua chegada para a recepcionista que sorriu educadamente, ela esperou por uns momentos, depois a mesma levou Sofia para sala de reuniões. A moça da recepção deu passagem e pediu que ela esperasse que logo o Senhor virá falar com ela.

Ela ficou nervosa, seria sua primeira vez como advogada, ou algo assim, ela queria a causar a impressão de superioridade, mas quando ele entrou na sala com um sorrio lindo, a jovem se fez nervosa.

Recp: Senhor Henrique, essa é a advogada da Empresa Percussora Investimentos, Sofia Belinatti. – quando ele ouviu o sobrenome, sentiu um gelo percorrer seu corpo, quando fixou o olhar na jovem, não viu Sofia, e sim Vivien Belinatti, a jovem que ele um dia jurou amar por toda a vida.

Sofia: Boa tarde senhor Henrique DeMazzi, sou advogada e vim aqui trazer esses documentos para o senhor, informando que seu pai está deixando em vida seu desejos, e que seu filho herdará parte da fortuna que ele fez durante a vida. – ela o olha com desdém, ele ainda incrédulo do que via e pior do que ouvia. Ela era a cópia da mulher que ele amava, um amor que arruinou sua vida. – Bom acho que é tudo, seu filho receberá uma cópia do testamento, também, por hora estamos conversados. Tenha uma boa tarde. – falou ela saindo da sala, deixando Henrique sem ação.

Ela caminhava apressada para a saída do prédio, quando por um acaso do destino, mais uma vez os olhares deles se cruzam.

Marcello que sai de uma sala, dá de cara com Sofia entrando no elevador, ela olha para ele quando a porta está se fechando, e ele tenta ir atrás dela, mas já era tarde, o elevador fecha as portas dando o térreo como destino final dela, ele ainda tenta ir até o térreo, mas quando chega, sua morena tinha sumido novamente.

Ele volta para o andar do pai, pergunta para uma moça, quem era a moça que entrou no levador.

Recp: A advogada italina, veio falar com seu pai senhor! – ele sorriu charmoso e vai para sala de reuniões, quando entra se assusta, ele olha o pai chorando, ele nunca viu o pai chorar em toda sua vida.

Cello: Pai, o que foi? Por que está assim? – o senhor nada responde, quando Marcello olha uma foto, vê o pai jovem com um senhor. – Pai fala comigo.

Hen: Eu destruí a vida deles! – foi a única coisa que o homem falou.

Marcello pensou, cerrando o punho, a morena isso vai ter volta!

Continua...