Noites em Toscana

Capítulo 16 - Separação / A vingança de Antônia - parte II


Henrique emocionado abraçou Chloé forte, como forma de agradecimento, ela levantou a cabeça e seus olhos encontraram os dele, seus lábios estavam próximos, ele a olhou passar a língua entre os lábios e não resistiu a beijou delicadamente.

Ela se separou dela, não entendeu nada, ele nunca deu sinal de que gostava dela, ou foi ela que não entendeu os sinais.

Chloé: Não isso, não está certo, você é meu chefe. – ela caminhou pela sala.

Hen: Me desculpe por fazer sem avisar, mas foi emocionante demais tudo isso, me sinto um adolescente.

Chloé: E beija, que dá beijo roubado?

Hen: Isso também, mas... – eles foram interrompidos pelo som do celular dela.

Chloé: Sim Matilda? – ela se afastou. Ficou longe dele. – Estou indo, coloque o termômetro que chego. – ela se voltou e olhou para ele e falou. – Tenho que ir, minha filha está com febre, e amanhã apresento minha carta de demissão, outro advogado pode assumir o caso.

Hen: Tens uma princesa! – falou sorrindo. – Demissão? Não, vá ver como está sua princesa, amanhã conversamos.

Ela foi em direção a porta, ele a acompanhou até a porta, sorriu e falou.

Hen: Não pedirei desculpas pelo beijo, eu gostei!

Chloé: Eu também! – saiu sorrindo tocando os lábios entrando no elevador.

Não muito distante dali, Antônia entrava em sua casa, queria que Henrique pagasse por tudo que ela tinha passado nos últimos anos ao lado dele, um casamento por interesse, mas Henrique o manteve por conta do filho, mas como sempre o golpe da barriga, mais o golpe de a amarra marido mais antigo do mundo um dia é descoberto, não importa quanto tempo passe, a mentira sempre vem à tona.

Antônia que na verdade era Carmencita, deu à luz a Marcello, prematuramente segundo ela, mas a gestação estava no período certo, e para bom entendedor, uma criança nasceu saudável, Marcello era um bebê forte e bem esperto, mas o amor pelo filho cegou os olhos e a mente de Henrique, que sabia que algo errado tinha, mas admitir o erro, seria negar o filho que tanto ama, mesmo sabendo que não leva seu sangue.

Ela se preparava para o golpe final, pegou uma pasta com os documentos que continham uma procuração de Henrique para Marcello, dando plenos poderes ao filho que comandasse a empresa em sua ausência ou afastamento médico, ela simplesmente pegou um documento semelhante, e deu para Henrique assinar, só que dando plenos poderes a ela administrar e presidir o conselho da empresa. Henrique ficaria fora dos negócios, mas esse não era sua melhor vingança, o que iria fazer seria melhor e mais cruel, separar pessoas que se amam. E infelizmente era teria êxito.

Ela faria tudo certo dessa vez, não sairia sem nada de uma relação de anos, mas a cartada final estava por vir, ela pegou as fotos que fizeram dela no hospital, escreveu uma carta e pediu uma entrega expressa, o endereço. Vinhedo DeMazzi, aos cuidados de Marcello.

Dias depois...

Sofia estava sorridente, estava feliz, Marcello então radiante, Paolo mandou que fizessem uma casa no alto da colina ao lado da primeira vinha da família, estava tudo como os noivos queriam, Henrique avisou que dentro de uns dias estaria de volta e com algumas surpresas.

Chloé apresentou a pequena Pietra para Henrique, a pequena tinha apenas 7 meses, fruto de um relacionamento anterior que fracassou em pouco tempo, ele amou a princesa assim que a pegou no colo, ainda mais que tinha o mesmo nome de sua mãe, o novo casal estavam se conhecendo, Chloé ainda estava relutante, pois ele ainda era o chefe dela. Os três foram para a Toscana, assim a família estaria completa.

Paolo: Filho, está carta veio para você, da Espanha.

Cello: Deve ser da empresa nono, o papa disse que estavam enviando documentos dos novos negócios da empresa, ele fechou com uma grande rede espanhola, vamos fornecer matéria prima de qualidade para eles. – falou feliz.

Paolo: Isso é muito bom, tenho filho e neto negociadores, minha família está de vento em polpa. – o senhor saiu da sala deixando o ragazzo com o envelope.

Marcello segui para o escritório do avô, queria silêncio para ler os novos contratos, quando ele abriu e viu que não era nada de contratos e sim o relato da mãe dizendo que o pai a mandou para o hospital, por conta de outra mulher, e que o casamento deles tinha terminado.

Querido Marcello

Estou com o coração quebrado ao ter que lhe contar isso, dessa forma, mas o momento se faz necessário, junto com essa nota, segue o laudo da minha internação e fotos que foram tiradas no hospital. O motivo disso é que seu pai, não é e nunca foi o homem ideal, por outra e pela intriga de família DeMazzi, fui espancada quase até a morte por ele, na verdade não me lembro de muita coisa, mas a investigação está em andamento, seu pai e a amante armaram tudo. Estou saindo da cidade por uns dias, assim fico longe do monstro de seu pai se transformou. Filho amado, sempre escondi de você, o quanto a família do seu pai é manipuladora, egoísta e traiçoeira, mentiras, isso foi o que recebi em troca por ter levado seu pai e você para longe deles, mas seu pai voltou e como ele o sangue ruim falou mais alto.

Filho se afasta antes que seja contaminado pelo Mal dos DeMazzi. Mortes não esclarecidas dentro da casa onde vive agora, só pergunto como Pietra e Vivien morreram, mulheres inocentes que por injurias morrram.

Filho amado, te amo mais que tudo, se algo me acontecer saiba que o culpado são os DeMazzi, seu pai não é tudo que você pensa. Tome muito cuidado. Tome cuidado principalmente com a concubina de seu avô ela é a pior de todos eles!

Com amor,

Mamãe!

Marcello não acreditava no que lia, quando viu as fotos ficou mais perplexo ainda, a mãe na cama de um hospital totalmente machucada, o laudo dizia: "Mulher acredita por punhos e objeto não identificado, graves estado, risco de embolias, fraturas múltiplas. Agressão física grave."

Ele caminhou pelo escritório com as fotos nas mãos, não poderia ser o pai, seu herói ser o monstro que machucou sua mãe. Ele não acreditava no que tinha acabado de ler, Sofia que encontrou o padrinho na varanda, perguntou de Marcello assim que chegou do trabalho, e ele disse que Marcello estava no escritório.

Sofia foi a cozinha pegou um biscoito, passou pela mãe dando-lhe um beijo e indo ao encontro do amado. Quando tocou a porta, por uma, duas vezes e não obteve resposta entrou, viu Marcello chorando, com alguns papeis nas mãos, quando chegou perto dele para saber o que estava acontecendo, ela se assustou com a reação dele.

Cello: Sai daqui, sai de perto de mim, é uma deles! – ela o olhava sem entender e tentou falar com ele.

Sofia: Marcello, meu amor, o que foi, porque esta assim? – ela se aproximou dele novamente, mas ele se esquivou e começou a gritar com ela.

Cello: Quem é a concubina você ou sua amada mãe, acho que as duas, pois são as consentidas dele, faz tudo por ele, e ele faz tudo por vocês. Dois embustes, duas... por Deus como não pude ver, como fui burro.

Sofia: Para com isso, do que você está falando, Marcello o que está acontecendo?

Paolo, Carmella e Gioseppe que estavam na varando ouviram os gritos e foram correndo ver o que estava acontecendo, quando chegaram, Marcello e Sofia choravam, e ele ainda continuava a dizer coisas horríveis sobre a família.

Quando Paolo entrou, a coisa ficou pior, Marcello se revoltou de tal maneira que partir para cima do avô, só não foi as vias de fato, por que Gioseppe o segurou.

Algumas palavras doem mais que a própria agressão física, Sofia estava sem entender, Paolo muito menos. Marcello se soltou de Gioseppe e saiu da casa correndo, entrou em seu carro e partir, sem rumo ou destino.

Carmella que aparava Sofia, também sem entender, viu quando Marcello deixou as coisas que tinha nas mãos cair ao chão, depois que ele saiu ela entregou a filha ao marido e pegou os papeis, e tudo fez sentido.

Carmella: Está aqui o motivo da fúria dele, ela a puttana, conseguiu mais uma vez. Envenenou a alma e o coração do filho contra nós, a verdadeira família dele. – ela foi até Paolo e entregou a ele.

O senhor teve um mal súbito, ao ler tudo aquilo e foi levado ao Hospital, Sofia e os pais foram juntos, quando chegaram levaram ele para sala de observação e o médico avisaria quando estivesse melhor. Gioseppe ligou para Henrique, que estava em sua casa na cidade, Toscana era sua nova casa com sua nova família.

Hen: Ciao bello, acabei de chegar, sabia que eu chegaria hoje? – falou feliz.

Gio: Henrique, seu pai está no hospital, sua Antônia atacou novamente, Marcello está transtornado com a carta que recebeu dela, venha para cá que te conto. Estamos no Samaritano.

Henrique não teve tempo para pensar quando abriu a porta para sair, levou um soca na cara.

Marcello estava chegando, e quando o viu em sua frente atacou como um cão raivoso, ele não reagiu, Henrique ficou confuso, quando ouviu Chloé chamando por ele.

Marcello quando viu ela com a bebê no colo, saiu correndo ainda mais transtornado, era tudo uma grande confusão, ver o pai com outra mulher e ainda essa mulher com uma criança nos braços, foi demais para ele.

Chloé chegou perto de Henrique assustada, a menina em seus braços estava dormindo, ela se abaixou e perguntou se ele estava bem.

Hen: Sim estou, coloque a princesa na cama, tenho que ir ao hospital, meu pai foi para lá!

Chloé: Vou com você, Pietra não vai acordar tão cedo, está cansada. Matilda ficará com ela, me dá um minuto. – ela saiu da sala levando a filha nos braços para a babá, depois voltou e saiu com Henrique.

Hen: Eu não acredito que ele fez isso, deixou-se envenenar por ela.

Chloé: Ela contou a versão dela, mas ele te atacou quando me viu com Pietra nos braços e saiu. Acho que ele achou que éramos amantes e a bebê sua filha, não acha?

Hen: Ela já é minha, meu amor, mas Antônia deve ter colocado minhoca na cabeça do Marcello, ela sempre soube como manipular ele, ele sempre fez o que ela queria.

Quando chegaram ao hospital, Gioseppe contou o que aconteceu, depois ficaram todos ali, quase duas horas quando o médico veio falar com eles.

Medi: O Senhor Paolo ficará bem, mas achei melhor deixar ele essa noite aqui, a pressão ainda está um pouco alta, estamos controlando e monitorando, então acho melhor você irem descansar, que aquele ali vai viver muito ainda.

H y G: Ficarei com ele!

Hen: Bom ficamos com ele então, e as bambinas voltam para casa. Chloé pegue a pequena e vá para a casa com Carmella e Sofia, pode ser assim?

Sofia: Pequena?

Chloé: Minha filha, Pietra!

Carmella: Só sua? - olhou para Henrique.

Hen: Adoraria ser o pai dela, Carmella, mas não sou, depois conto tudo para vocês, vão para casa sim.

Gio: Eu as levo e depois volto, combinado!

Eles concordaram e a noite seguiu seu curso, Marcello estacionava o carro em uma praça da cidade, e saiu caminhando, sua cabeça explodia não sabia em quem acreditar, o que pensar, seu coração estava destruído. Chorou a noite sentado na praça.

Amanheceu...

Eram 7h quando os três entraram em casa, Paolo sorria, mas estava triste novamente. Henrique contou o que aconteceu com ele quando acordou ele arrancando as IV e brigando com a enfermeira.

Paolo: Aquela lá não e toca nunca mais.

Hen: Papa ela estava fazendo o trabalho dela, limpando o senhor!

Paolo: O que foi da sua mãe, mulher nenhuma toca mais.

Eles riram dele, e Carmela veio da cozinha por ter ouvido eles entrando, na escada Sofia descia com a cara inchada de tanto chorar, logo atrás dela Chloé com a filha nos braços.

Gio: Que bambina linda!

Hen: Minha filha pai! Bom não é minha, minha, vai ser!

Paolo: Uma bambina ela irá correr atrás de joaninhas por essas terras! Figlio, la tua nuova famiglia è la benvenuta. Figlia mia, la nipote me l'ha dato. – ele sorri, e olha para Sofia abrindo os braços.

Ela vai correndo para os braços do padrinho e chora um pouco mais, depois todos sentam para tomar o café da manhã, e conversam sobre o ocorrido, mas com moderação por conta da saúde de Paolo.

Depois de um tempo Henrique pede para falar com Sofia, sobre Marcello, e o que ele falou para ela, as palavras que machucaram ela demais. Eles conversaram, ela ainda chorava, quando ele levanta e a abraça, quando ele beija a testa dela, Marcello entrava na casa, quando viu a cena, seu mundo caiu mais uma vez. Sem saber o que pensar correu para o carro, Sofia o viu e correu atrás dele e gritou.

Sofia: Marcelloooooooooo – ele não voltou entrou no carro e partiu.

Cello: Sofia! - falou com mágoa, ele tinha ido falar com ela, mas ver ela ali com o pai, entendeu tudo errado, estava ferido, socava o volante do carro. Todos saíram da casa ao ouvir Sofia gritando, ela caiu de joelhos ao chão, e viram o carro sumir pelos morros da Toscana.

Vinte dias depois, pouco se via Sofia, ela só era para o trabalho, Henrique se ajustava com Chloé e a filha, Carmella já não sabia mais o que fazer para animar a filha e Don Paolo. Nesses dias não se teve notícias de Marcello ou de Antônia até que um senhor, oficial da secretaria do comércio, veio entregar um documento para Henrique.

Chloé lia o documento, sem saber o que fazer, com os plenos poderes da procuração Antônia com a ajuda do filho, que agora estava do lado dela, bloquearam as ações de Henrique e as contas bancárias jurídicas dele,

Chloé: Henrique, você não pode deixar ela ficar impune assim, ela te roubou!

Hen: Dinheiro e poder era o que ela sempre quis, deixa isso para lá, estou destruído demais pelas palavras do meu filho, não vou lutar, não agora, deixa ela com a empresa. – ele foi até ela, e a abraçou com carinho, beijou sua testa. – Do mesmo jeito que venci na Espanha, posso vencer aqui também, mas agora com a mulher certa ao meu lado. Quer casar comigo?

Paolo que entrava na sala cabisbaixo, ouviu os dois, e deu um sorriso singelo.

Paolo: Alguém falou casamento? Adoro festa de casamento.

Chloé: Aceito! Vamos ter uma festa de casamento!

Alguns anos depois....

Carmella: Sofia, filha vem o almoço está servido. - ela se vira para olhar a mãe, que já tinhas cabelos brancos, mas era sempre os mesmo cuidados com ela, e com todos ali.

Sofia: Vamos já mama. - ela volta seu olhar para onde a menina brincava e sorriu. - Vamos minha princesa a comida está pronta.