Noite Artificial
Ursinho? Que nada
_Bom- ele hesitou- vamos começar fazendo exames em você, depois faremos testes físicos para ver do que você é capaz de fazer, assim treinaremos você e trabalharemos suas habilidades. Vamos começar?
_Sim!!- respondi toda animada- E obrigada, doutor, por salvar a minha vida.
Falei abraçando-o. E ele respondeu com uma voz sufocada:
_Tudo bem, mas você está esmagando meu corpo, - soltei-o – e não precisa me chamar de doutor toda hora, Carl está muito bom. Não sou tão velho assim sabia?
Começamos a pensar silenciosamente e a sorrir.
_Vamos logo, temos muitos preparativos e você ainda tem que conhecer o centro de treinamento.
Ele saiu da sala e eu o acompanhei. O corredor estava apinhado de cientistas e médicos. Carl me apresentou à todos e todos apertaram minha mão de um jeito amigável.
_Eu sou doutora Klarkson, irei acompanhar e te instruir nos seus treinamentos a partir de agora.
Fomos para uma ala lotada de aparelhos e luzes que piscavam incessantemente. Era tal de coloca fio aqui, acerta aparelho alie tentaram me furar mais de uma vez, e acho que foram as últimas tentativas, pois quebrei mais de cinco agulhas antes que eles desistissem.
No final a doutora Klarkson falou, enquanto Carl ficava olhando uma prancheta com um sorriso bobo no rosto:
_Você está ótima e os resultados foram melhores que o esperado. Você agora pode ir para o seu dormitório e você será apresentada o mais breve possível para seus colegas de equipe. Mas cuidado com todos os objetos que você toca, tudo parece ter vida aqui.
Fui com Carl até o meu novo quarto, ele me deixou na porta e disse:
-Bom, o seu quarto é uma réplica exata do seu quarto anterior, mas se você quiser mudar qualquer coisa é só falar. Boa noite.
Achei super legal o que ele falou, mas aquela doutora Klarkson era louca. Talvez ficar muito tempo nesse lugar, sem cores, você comece a achar que tudo fala e que porcos voam. Que loucura.
Entrei no meu quarto e a surpresa foi maravilhosa; um quarto exatamente igual ao meu. As margaridas amarelas e vermelhas espalhadas por elas. Os móveis eram de madeira de cores que combinavam entre si. Só o que faltava era a TV, mas uma coisa era peculiar, eu não lembrava de ter um ursinho branco no meu quarto. Me joguei na cama e peguei o ursinho em meus braços, coloquei-o como se fosse um bebê e fiz carinho; rapidamente se abriu um sorriso no rosto do ursinho e seus olhos ficaram vermelhos como sangue. Joguei o bicho longe e comecei a gritar, uma risada ecoou pelo quarto e a criatura que era o ursinho se tornou uma garota jogada no chão rindo.
_Você acreditou, HAHAHAHAHAHAHAHAHA- ela falou quando conseguiu finalmente falar- o ursinho assassino é uma piada clássica por aqui.
Ela enxugou as lágrimas que brotaram e escorreram pelo seu rosto, se sentou na cadeira giratória do quarto e falou:
-E aí? Tudo bem? Sou Anne, missão Tori se preferir, mais conhecida como “A metade do problema daqui”. E o seu qual é?
_O meu o que?
_Nome.
_Ahhh, Mirella, a nova vampira artificial. Mas pode ficar tranqüila eu não mordo.
Começamos a conversar, pois ela era fã de Crepúsculo também e curtia Evanescence como eu. Até que ela falou:
_Como deu para perceber eu mudo de forma, assim como...
Um alarme começou a tocar, as luzes ficaram vermelhas e as janelas se trancaram.
_Venha alguém esta tentando escapar sem permissão e eu acho que já sei quem é- ela falou me puxando para fora do quarto e correndo pelos corredores.
Paramos e ficamos olhando a cena: dois guardas agarrando os braços de um garoto alto com uma jaqueta de couro preta, que gritava:
_Ahh, cara, fala sério, não dá para me deixar passar só dessa vez? A corrida já vai começar e eu preciso correr, sentir a adrenalina, para não enlouquecer.
Chegou assim, com toda a barulhenta bagunça, o doutor Carl, perguntando:
_O que houve? O que esse bandido tentou levar?- e quando o garoto se virou- Ahhhh, Drake, de novo? Você não cansa de receber não após não e de tentar fugir? Cara, quantas vezes eu tenho que falar que você não pode ir para rua para aprontar nada?Porque se a polícia te pegar vão querer ver seus documentos, falar com seus responsáveis e nesse mundo seus responsáveis somos nós? Como vamos explicar o que essa organização é e qual é a sua relação com ela?Me fale, mas eu quero uma explicação plausível.- doutor Carl fechou a cara e cruzou os braços em sinal de profunda decepção- ás vezes acho que...- Carl abaixou a cabeça.
__Acha o que? Que deve injetar em mim aquela injeção que é a única coisa que poderá me matar?
Nesse momento Anne se meteu no meio da confusão e disse:
_Já chega, ninguém vai injetar nada em ninguém e já está tarde- ela se abraçou no garoto de jaqueta preta de couro, o tal do Drake e começou a andar em direção ao meu dormitório.
_Eu acho que Tori não deveria ter morrido completou Carl, andando em direção aos outros corredores.
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