Noite Artificial

Não aceito não


Depois daquilo fui chamar Anne e nós fomos para a sala; onde mais três médicos estavam além do Carl ou da doutora Klarkson.
_Pronta para começar, Mirella?
_Sim.
_Então me diga tudo o que você lembra.
_Minhas amigas estavam deitadas juntas na cama, Giu no canto, Bia no meio e Bella na outra ponta. Cheguei bem próximo delas enquanto Anne ficou perto da janela- enquanto eu falava cada médico tomava seu lugar no quarto improvisado que prepararam para recriar a situação- depois de falar com Anne ouvi a respiração de Bella se acelerando. Estávamos falando sobre ir embora quando ela acordou.- o médico interpretando Bella fingiu acordar e me olhou- Instintivamente eu comecei a sussurrar: “Você está dormindo, Bella, tranquilamente. Está sonhando que está em um campo. Então deite e feche os olhos.”- nesse momento o médico deitou e dormiu como uma criança.- Ela dormiu como esse médico que estava prestando atenção em mim.
_Você o hipnotizou?- perguntou Klarkson. _Não fiz nada de diferente.
_Claro que não, você sempre faz isso é uma característica sua natural. Você intervem na vontade das pessoas em fazer algo. Tudo que você mandar uma pessoa fazer, ela fará sem questiona. Você já tinha esse dom, com a transformação isso só se tornou mais forte. Só temos que ver os seus limites e trabalhá-los.- Carl respondeu.
_Impressionante, acho que esse é o meu trabalho, então vamos começar – falou Klarkson anotando informações em uma prancheta.- Com uma pessoa você já conseguiu, agora vejamos com duas. Jonh e Manuela, vocês dois olhem para Mirella. Você pode começar quando quiser, Mirella.
_O que eu mando eles fazerem?
_Se deitarem.
_Ok.
Olhei para os doutores de jalecos brancos e comecei a falar:
_Deitem-se, por favor, nada vai machucá-los. Vamos confiem em mim. Deitem- se no chão.
Primeiramente os corpos deles amoleceram. Jonh estava se entregando as minhas ordens facilmente. Já Manuela não queria olhar diretamente para mim. Enquanto Jonh se deitava tirei um pouco da minha atenção dele e passei para Manuela.
_Olhe para mim, Manuela, não farei nenhum mal a você- quando ela finalmente confiou e me olhou falei por fim- deite-se assim como Jonh.
E ela se deitou.
_Por hoje é só, Mirella, você e Anne já podem ir. Amanhã faremos mais exercícios desses. Vão para os seus quartos e roquem de roupas, vamos fazer treinos físicos agora.
Colocamos as nossas roupas mais confortáveis, ou melhor Anne me emprestou algumas roupas confortáveis que não faziam muita diferença em mim, nada podia me machucar ou incomodar.
No treino Klarkson pediu que eu corresse o mais rápido possível até ficar cansada. Corri por uma hora sem minha respiração se alterar e em uma velocidade tão rápida que eu só era vista em vídeos passados em câmera lenta. Todos ficaram impressionados. E a próxima etapa era Anne me atacar; eu não deveria deixar ela me tocar nem atacá-la de volta.
Desviei de todos os toques de Anne que viu aquele treinamento como uma brincadeira de criança. Ela se transformando em diferentes animais ou objetos e eu desviando. Parecíamos duas crianças brincando de pique- pega; todos nossos movimentos era filmados e os detalhes eram escritos nas pranchetas de meia dúzia de doutores que estavam em uma cabine.