Depois de despedir-me de Alvor e prometer que ele teria sua vingança, fui em busca do guarda Dunmer, Alvor me contou que ele estava preso à uma cadeira semi-nú próximo à serraria, ao que parece ele estava sendo torturado desde à noite anterior. Não foi difícil encontrá-lo, ví apenas um guarda que parecia inconformado por não poder ir até o incêndio ajudar, o Dunmer estava muito machucado, haviam cortes e hematomas por todo seu corpo e algumas cicatrizes mais antigas também eram visíveis, o Guarda estava de costas, era a minha chance, me aproximei sem fazer qualquer som, apanhei uma grande pedra no chão e acertei um golpe seco no elmo fazendo um som metálico, foi o suficiente para ele ir á nocaute. O Dunmer estava amordaçado e extremamente cansado, não era possível ver seu olho direito devido a um grande inchaço, assim que eu o libertei o pus de pé e dei a Poção de Restauração que carregava comigo, ele sorriu ao me ver e começou a despir o guarda inconsciente, vestiu suas roupas e pôs seu elmo, perguntei sobre os pertences dos meus companheiros, ele disse que estavam junto aos cavalos, dizia ele que ia levar os pertences até Whiterun e vende-los à algum mercador mas foi pego em uma emboscada estrada à cima, alguns guardas souberam que ele era um Dunmer e decidiram lhe dar uma lição, Hildur, o chefe da guarda de Riverwood, foi o primeiro à torturá-lo, quando se cansou ordenou que os outros guardas terminassem o serviço e pusessem a culpa em mim, ele tinha certeza absoluta da impunidade, pois decidiu torturá-lo em um lugar onde todos podiam ver e ouvir. Esse acontecimento só me deu mais um motivo para acabar com Hildur.

Aproveitamos a confusão gerada pelo incêndio, que agora estava quase controlado, para chegar aos cavalos, o Dunmer montou seu cavalo e pegou uma sacola, ele disse que os outros guardas levaram tudo o que tinha de valor, sobraram apenas livros, nenhum deles era O Pacto da Noite, o livro que Granff queria, o Dunmer então disse que iria até Solitude, denunciar Hildur pelo incêndio criminoso na casa de Chrivos e por ter incitado preconceito contra Dunmers em Skyrim, antes de partir pergunto seu nome, ele diz com orgulho nos olhos: Drenn, do Bairro Cinza.

O livro só poderia estar com Hildur, esperei a multidão se dissipar, já passava do meio-dia, achei melhor esperar a noite, me escondi do outro lado do rio que passa por Riverwood, entre algumas pedras e dali era possível ver o sofrimento de Ava enquanto retiravam o corpo carbonizado de Chrivos dos escombros encarvoados, o fogo se apagou, com grande esforço da população local, o que sobrou foram apenas lama e carvão.

A noite se aproxima e o responsável por esse ato de covardia deve ser punido, não pelos seus iguais, pois eles apenas o retirariam do cargo e talvez o deixassem uma semana enjaulado. Não, ele deve pagar com sua vida, de súbito ouvi uma voz na minha cabeça, ela dizia para matar Hildur, pois esse não merecia viver, quando me dei conta a Adaga Daédrica estava novamente em minhas mãos, saí de meu esconderijo deixando a mochila pra trás e fui direto ao posto dos guardas, ainda era cedo, mal tinha anoitecido mas por alguns instantes isso não importou, senti uma confiança tremenda e entrei porta adentro, não havia ninguém na primeira sala, no próximo cômodo dois guardas comiam e bebiam, ouvi a voz grave de Hildur vindo de trás de uma porta, passei pelos guardas sem eles me notarem e ouvi a conversa que Hildur estava tendo, ele falava de um contrato, e que o pagamento não foi suficiente, outra pessoa o respondeu, mas não pude entender uma palavra sequer, Hildur pareceu irritado, ouvi passos próximos à porta e decidi usar a ultima poção de Invisibilidade Breve que ainda tinha comigo, pois o amuleto de Granff me enfraqueceria depois de usá-lo, isso poderia me atrapalhar em uma fuga rápida, a poção faz efeito no mesmo momento que um Altmer vestido com roupas luxuosas saiu apressado, era o mesmo Altmer que vi conversando com o nórdico quando Freeda foi morta, a porta ficou aberta e pude ver o Nórdico que na mesma ocasião conversava com ele, era Hildur.