Christopher me olhou com a sobrancelha direita elevada. Corei instantaneamente.
Ele sorriu levemente e me deu um beijo que me fez estremecer. Correspondi seu ritmo num beijo leve porem intenso.

Nos separamos ofegantes, sua expressão séria fixada no rosto. Eu adoro essa carinha dele mas prefiro quando sorri.

— Quer mesmo que eu lhe avalie? – Assenti com a cabeça olhando-o nos olhos, procurando decifrá-los. – Pois bem, hoje – Deu ênfase a última palavra, suspirei. – Você não fez nada surpreendente, mas foi uma boa menina.

— Então terá uma próxima vez? – Perguntei fechando os olhos, grogue.
— Sim, terá. – Chris sussurrou. – Mas agora durma, você deve estar cansada. Boa noite, Dulce.

Dei um suspiro cansado e mirei-o nos olhos. Senti minhas pálpebras pesadas e as fechei, dormindo sem ao menos ver.

—/-

Acordei com a luz do sol no meu rosto e olhei em volta estranhando o cômodo em que estava. Flashes da noite anterior se passaram por minha mente. Sorri instantaneamente e me sentei na cama.

Olhei para o lado e Christopher dormia. Mirei seu rosto durante segundos, mas logo desci a mirada pelas suas costas até chegar na parte coberta pelo lençol. Seu traseiro volumoso. Meu Deus, que bênção! Por que diabos Christopher tem de ser tão gostoso? Me sinto um nada perto dele!

Revirei os olhos, vesti a camisa de Chris, sentindo seu cheiro. Sorri e olhei para o mar.

Agradecerei a Christopher eternamente por essa noite maravilhosa. Meu Deus! Primeira vez num quarto iluminado pela luz da lua e com o som do mar aos ouvidos. Annie vai pirar.

Dei uma olhada para ele e sorri descendo as escadas, fui até minha bolsa e peguei o celular e os fones de ouvido.

Fui até o banheiro e só então percebi que estava sem escova de dentes. Parei meus olhos na única ali e sorri balançando a cabeça negativamente. Encontrei uma escova e rapidamente fiz minha higiene matinal e tomei um banho para limpar o suor da noite anterior. Meu corpo estava cheio de marcas.

Após me trocar corri para a cozinha e suspirei aliviada ao ver que não havia ninguém ali, e que graças a Deus, a casa era simples - e pequena.
Naveguei por minha playlist preferida e logo escolhi a faixa, começando assim a procurar os ingredientes para preparar um café da manhã maravilhoso.

—/-

Yeah, is it too late now to say sorry? Cause I`m missing more than just your body. Is it too late now to say sorry? Yeah I know that I let you down. Is it too late to say I`m sorry now? – Senti braços enlaçarem minha cintura e leves mordidas me arrepiarem inteira. Christopher.

Sorri e fechei os olhos desfrutando de suas carícias em meu pescoço. Abaixei a altura da música e Christopher riu.

— Bom dia, Dulce. – Seu sussurro fez meu corpo inteiro esquentar. – Vejo que acordou bem hoje, ruiva.

Tudo o que consegui fazer foi assentir com a cabeça e voltar a cortar o bacon. Sorri quando ele se sentou à bancada e eu senti sua mirada quente e penetrante na minha nuca. Droga Christopher! Assim não me concentro nem na comida.

— Da próxima vez que for usar uma camisa minha, coloque uma calcinha. – Ouço-o murmurar atrás de mim. Com certeza observando meu traseiro sem vergonha alguma.

Olhei instantaneamente para trás e levantei uma sobrancelha para Chris.

— Por que? O fato de eu estar sem nada por debaixo dessa camisa te incomoda?

Ele sorriu de canto e deu um riso misterioso e sedutor. Meu Deus, que homem!

— Sim, incomoda. E se eu fosse você iria colocar uma roupa de baixo agora, pelo seu bem, linda. – Avisou no momento em que me virei. Soltei a faca em cima da tábua no mesmo instante. – Não confie em mim. Posso lhe surpreender, acredite.

Chris me provocava com palavras, intensamente.

Os efeitos que ele causa em mim são maravilhosamente bons e intensos mas isso já tortura.

— Não tenho medo de você, Chris.

Um silêncio estranho pairou sobre nós, voltei a cortar o bacon. Coloquei-os na frigideira (já quente no fogo), voltei para a tábua de cortar e apertei a faca em mãos ao esquecer o que fazer. Christopher me abraçou por trás brutalmente. Estremeci sentindo seu membro em meu traseiro.

Agarrei firmemente a ponta da mesa e abaixei a cabeça, excitada.

— Chris... Nós nem comemos ainda! – Suspirei quando senti suas mãos subirem pela minha cintura e agarrarem os meus seios.

— O prazer não espera, Dulce. Nunca. – Ele sussurrou rouco. – Nem mesmo quando você sente que não pode, que não tem que se excitar. Ele fala mais alto

Assenti com a cabeça ainda de olhos fechados. Ele se afastou e o azeite parou de borbulhar ao fogo.

Desabotoei a camisa devagar e deixe-a deslizar pelo meu corpo lentamente. Sua mirada sobre minhas costas me fez ruborizar e tocar minha nuca graças ao arrepio que me percorreu a espinha.

— Vá para o quarto. – Ele mandou assim que virei minha cabeça de lado para olhá-lo. Me virei para sair e parei na entrada da cozinha. – Agora!

Continuei parada e nua, consciente do risco que corro mas apimentar as coisas não faz mal algum, não é?

— Mas e se eu não fosse para o quarto? O que aconteceria? – Mordi o lábio inferior e ele simplesmente gargalhou, rouco. Sinto medo. – Será que poderia me fazer mal?

— Creio que não seria considerado uma coisa má mas que seria muito bom. Isso poderei lhe garantir. – Semicerrei os olhos e encarei-o. Sua expressão séria havia se intensificado por conta do prazer, senti medo de seu olhar. Pensei em como Annie reagiria e tomei meu caminho para o quarto achando que seria o melhor a fazer.

Entrei no mesmo e olhei o mar pelo vidro. As ondas iam e vinham devagar lá fora, em sincronia. Como eu e Christopher ontem. Cada beijo e cada carícia marcava meu corpo imensamente grato por essa noite especial ter sido com ele.

Pensamentos inúteis de uma adolescente sonhadora. Encare a realidade, Dulce. Você só foi mais uma das mulheres que ele tirou a virgindade para depois usar como bem queria. Caia na real! Ai meu Deus.

Ignorei meus pensamentos e fui até a escrivaninha do canto do quarto. Apanhei dois morangos e molhei-os no leite condensado enquanto comia saboreando o doce da fruta. Tinha o mesmo gosto que os lábios de Christopher. Os mesmos lábios que me aliciaram e acariciaram na noite anterior, e que, daqui alguns minutos estarão repetindo as mesmas carícias mais intensamente do que na última vez. Ah, Christopher!

Meu celular apitou dentro da bolsa e eu de pronto corri até o mesmo. Annie devia estar uma pilha de nervos.

"Garota, onde diabos está você? Quando vai voltar para casa? Ele te machucou? Ah, mas vou matar aquele desgraçado! Você tá online vaca! Visualiza! Como está?"

Gargalhei lendo suas mensagens e respondi digitando rapidamente. Estava estranhamente apressada.

"Estou nua, e você?"

"Meu Jesus Cristo! (͡° ͜ʖ ͡°) Como assim nua Dulce?"

"Nua, sem roupa"

Ela mandou cinco luas pretas e eu ri me lembrando do significado nada apropriado.

"A noite foi boa pelo visto."

"Você não tem ideia do como."

"Por que está sem suas roupas, Saviñón?"

"Tô esperando Christopher pra uma foda daquelas."

"Quem é você e onde foi parar minha amiga?"

"Quando eu chegar aí me lembra de te contar um segredo"

"Que segredo?"

Ouvi um barulho na escada e digitei rapidamente para Annie.

"Tchau loira. Ate depois :)"

Guardei o celular na minha bolsa rapidamente e me sentei a cama esperando Christopher.

Assim que ele entrou eu olhava pela fresta da porta, meus olhos se fixaram com os seus e um arrepio gostoso me percorreu. Levantei uma sobrancelha quando percebi que ele escondia algo em suas costas.

— Vamos para O Quarto. – Mordi o lábio inferior e o acompanhei até o fim do corredor. Ele parou por um momento e eu passei para sua frente, gritei surpresa.

Suas fortes mãos me seguraram pelos braços e poucos segundos depois eu já estava vendada.

— Chris?

Minha respiração ofegante entregou o tesão que eu sentia por Christopher. Seu corpo junto ao meu me fez suspirar.

— Eu disse que poderia lhe surpreender. – Ele sussurrou rouco em meu ouvido. Respirei fundo e ri na total escuridão me deixando ser guiada por Chris.

Meus passos eram cuidadosos e sensatos, um piso em falso e poderia acabar com toda a magia que existe entre nós nesse momento. E não! Literalmente não. Não posso acabar com o presente e deixar para o futuro, as coisas já estão bem avançadas para pararmos.

Senti minhas costas baterem contra um colchão macio e suspirei pensando no viria.

— Agora, eu só vou te prender. – Ofeguei, entreabri os lábios e imaginei sua expressão. – E você vai ficar bem quietinha, porque pode se machucar. – O sinismo em sua voz autoritária era realmente muito excitante. – Fui claro, Dulce?

Assenti com a cabeça. Senti meus braços serem levantados para cima. Algo quente envolveu meu pulso direito e logo estava presa, os braços relativamente imóveis.

Puxei meu braços com forca tentando escapar das algemas, segundos depois me arrependimento imensamente de ter feito essa burrada. Desobedeci Christopher.

Tiras se arrastaram do meu colo até o quadril, demoradamente. Logo tive certeza do que estava por vir.

— Christopher. Não, por favor. – Fui ignorada descaradamente.

— Sinto pena. Eu juro que sinto pena dessa sua pele macia mas você me desobedeceu, linda. – Soltei um longo suspiro com os lábios entre abertos e me deixei ser beijada por Christopher ardentemente. Algo bom demais.

Demais para ser feito sem outras intenções. Senti um formigamento dolorido na minha coxa esquerda e arqueei o corpo puxando novamente as algemas provavelmente presas à cama.

Okay. Isso doeu, Christopher. Muito.

— Duas séries de quinze ou uma de trinta? – Ahn? Mas que merda ele está falando?!

Arqueei as costas quando três golpes fortes com o chicote atingiram minha cintura.

— Chris...topher!

Ouvi seu riso maléfico e estremeci.

— Ainda estou indo com calma, Dulce... Se senti privilegiada por eu estar indo com calma. – Balancei a cabeça negativamente discordando. – Vai mesmo ficar contra mim, ruiva?

A raiva em sua voz me fez estremecer esperando o pior. Fiz merda.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.