Quando ele atirou em Blaine senti meu coração parar, eu grito o nome dele desesperada com lágrimas descendo descontroladamente pela minha face. Me aproximo dele me ajoelhando ao seu lado, o tiro havia acertado sua barriga, eu seguro seu rosto o tentando manter acordado.

–Fique acordado, não durma eu estou aqui. - Eu falo colocando sua cabeça no meu colo.

–Santana... - Ele fala sonolento quase fechando os olhos. - Eu te amo.

E então ele fecha os olhos e eu sinto o desespero voltar e tomar conta.

–Não, não, não! - Eu gritava desesperada. - Volta, por favor, volta, por favor, não cabeça de gel, volta por favor, por favor!

–Santana... - Puck fala tentando me afastar de Blaine.

–Não! - Eu falo, eu só queria ficar com ele, só isso, só queria abraçar ele e nunca mais o soltar, eu só queria trocar de lugar com ele.

–Santana! - Puck fala gritando e me puxa com mais força e eu fico de pé e limpando as lágrimas.

–Acho que deveríamos ter um pouco de privacidade. - Merlyn fala com um sorriso diabólico no rosto. - Venha comigo.

–Porque eu te seguiria? - Eu pergunto com raiva.

–Porque se não eu mato o seu outro amigo. - Ele fala divertido e eu olho para Puck e hesito que nega com a cabeça.

–Eu vou. - Eu falo e Puck entra na minha frente.

–Santana... - Puck começa a falar.

–Puck, ninguém mais precisa... - Eu paro e olho para Blaine tentando não chorar. - Morrer. - Eu o abraço e sussurro. - Quando sairmos ligue para a ambulância.

Eu me afasto dele e me aproximo de Merlyn, quando chego ao lado dele ele pega meu braço e eu sinto nojo.

–Sabe, eu acho que mudei de ideia. - Ele aponta a arma para Puck e eu escuro o segundo tiro.

–Não! - Eu grito tentando me aproximar de Puck que caia no chão mas Merlyn me segura. Eu me viro para ele furiosa e tento atacar ele. - Seu desgraçado filho de uma...

–Quietinha, se não eu atiro em você. - Ele ameaça.

–Quer saber saber? - Eu pergunto rindo. - Pode atirar! Eu não ligo. Atira!

Ele para surpreso com a minha reação mas sorri me puxando para fora da sala.

–Qual seria a graça? - Ele fala divertido. - Você perderia metade da festa, você só vai morrer depois que eu terminar o que eu vou fazer com você Santana.

X-

Ele me empurra para dentro do banheiro feminino e eu caio no chão. Ele grita comigo e eu grito com ele. E então tudo é tão rápido. Finn sai de uma das cabines atrás de Merlyn e o ataca, Merlyn o chinga e eu grito o nome de Finn, Merlyn cai no chão mas pega a arma e atira em Finn que cai gemendo de dor, Merlyn sorri vitorioso e joga a arma no chão. Péssima escolha, eu corro até a arma e aponto para ele, minhas mãos tremiam.

–Santana... Não... - Finn sussurra ainda acordado. - Você não é uma assassina.

–Mas ele é. - Eu falo.

Então a porta se abre com força e há dois tiros e vejo Merlyn caindo no chão. Olho para a porta e vejo um policial abaixando a arma.

Eu encaro Merlyn no chão morto e sinto a raiva sobre mim, eu corro até ele o chutando e batendo com raiva até que sinto mãos me segurarem, não era um policial, era Rachel.

–Santana, não - Ela me encara e eu a olho.

–ELE MATOU O BLAINE! - Eu grito soluçando chorando. - Ele... Matou o Blaine.

Eu repito solucando tentando acreditar no que havia ocorrido. Rachel me encara surpresa e me abraça enquanto eu me permito chorar.

Blaine Anderson

Eu abro os olhos piscando algumas vezes até me acomodar as luzes. Tudo o que eu vejo é branco. Eu morri. Provavelmente.

O lugar era claro e eu percebo que estou em um hospital. Olho para meu corpo deitado na maca, e me lembro do que houve, olho para minha mão e vejo a de Santana sobre a minha. Eu a olho, ela estava dormindo com a cabeca encostada na cama, eu acaricio sua mão e ela acorda num pulo e me encara surpresa.

–Santana... - Eu falo e então ela se levanta e me abraça com força enquanto chora.

Eu gemo de dor involuntariamente e ela me solta me avaliando.

–Oh meu Deus, me desculpe! - Ela fala corando sem graça. - É só que eu fiquei tão feliz e... Você está bem?

E-u acho que vou ficar bem. - Eu falo sentindo uma pequena dor na barriga. - Mas como você está? O que aconteceu?

–Eu... - Ela para ficando tensa e vejo lágrimas nos seus olhos. - Eu não sei como eu estou na verdade.

–Você sabe que pode me contar tudo não sabe? - Eu pergunto preocupado e a primeira lágrima cai. - O que houve?

–Depois do primeiro tiro... - Ela fala limpando a lágrima. - Ele me mandou acompanhar ele, mas eu falei não...

–E? - Eu pergunto confuso.

–E ele atirou em Puck. - Ela fala voltando a chorar. - Depois saímos e ele me levou até o banheiro, mas Rachel e Finn estavam lá e ele atirou em Finn também. Ele deixou a arma cair e eu a peguei e a apontei para ele, mas não consegui matar aquele desgraçado!

–Santana... - Eu começo a falar. - Você não é uma assassina.

–Mas ele é! - Ela grita irritada. - Por culpa dele você está aqui! Finn ainda não acordou e Puck morreu!

–Espera, o quê? - Eu pergunto chocado. - Puck...

–Foi minha culpa na verdade. - Ela fala fungando. - Ele nos ameaçou, e mesmo assim eu resisti. É minha culpa.

–Santana, nada disso foi sua culpa... - Eu tento consolar ela.

–Eu achava que você estava morto. - Ela não conseguia parar de chorar. - Eu estava com tanto medo, e raiva...

–Nada disso é sua culpa. - Eu falo tentando processar. - Vem aqui. - Ela hesita mas se aproxima se deitando ao meu lado com a cabeça encostada no meu ombro. Eu não conseguia acreditar que Puck estava morto. - Tudo vai ficar bem agora. Eu prometo.