Quarta-feira

Assustada sento na cama, respirando fundo e suada. Olho o relógio do lado da cama e são 7h.

Tremendo levemente levanto-me e começo a despertar aos poucos, resolvo molhar o rosto com bastante água para acalmar os nervos. Parada na frente do espelho olho minha situação: rosto completamente molhado, que antes estava carregado de suor, bochechas vermelhas, cabelo grudando na nuca e respiração entrecortada. Tudo isso por conta de um sonho.

Um sonho com Eddie Munson. Não foi apenas um sonho comum, do qual sempre tive, mas sim um sonho erótico.

Pela primeira vez em dez anos tive um sonho erótico com Eddie Munson, meu melhor amigo.

E o pior, eu gostei. Já que a excitação entre as minhas pernas deixa isso bem claro.

Soltando a respiração bem forte seco o rosto e decido tomar um banho, já que acordei mais cedo que o comum, então que seja. Durante o banho fico refletindo por bons minutos, apenas encarando a parede branca a minha frente.

— Eu não sei nada sobre sexo, será que devo pesquisar sobre? - Confabulo baixo, ainda iria demorar para me encontrar com Munson, marcamos dele vir me buscar as 18h. - Ou só devo deixar ele comandar tudo? Acho melhor pesquisar alguma coisa.

Decidida a fazer isso, termino meu banho e resolvo fazer meu ritual do banho relaxante - do qual eu só faço uma vez a cada alinhamento dos planetas, achei uma boa data hoje. Considerando a situação caótica que será. Sendo assim, faço uma esfoliação pelo corpo todo, depilo tudo o que é necessário (por razões óbvias) e enfim uso o sabonete caríssimo que mamãe me deu.

Assim que finalizo o banho, sigo até a cozinha para tomar um café. Decido deixar meu cabelo secar naturalmente.

— Bom dia filha, caiu da cama? - Sentada na mesa tomando um xícara de café está minha mãe me encarando confusa.

— Eu acordo cedo mãe.

— Sim, mas são 8h36.

— Tive um sonho estranho e decidi levantar, foi apenas isso. - Dou de ombros me servindo da panqueca em cima da mesa e pegando a jarra de suco na geladeira. - Já vai para o trabalho?

— Sim, saio em quinze minutos. - Olha o relógio que fica acima da mesa, na parede. - Vou subir e terminar de me arrumar, já volto meu amor. - Sorriu e sai em direção as escadas rapidamente, alguns minutos depois ela volta correndo, pra variar atrasada. - Tchau filha, se cuida! Amo você!

— Amo você também, se cuida! - Grito a vendo passar pela porta.

Termino rapidamente meu café e vou direto para o quarto de mamãe, sei que alguma coisa aqui vá me ajudar com minha pesquisa. Quero ter certeza de que seremos cuidadosos. Já assisti programas o suficientes sobre gravidez na adolescência, sem falar nas garotas grávidas no colégio.

Não obrigado, essa parte eu passo.

Além desse fato também tenho curiosidade, como qualquer pessoa, sobre dicas de sexo. Vasculho todos os cantos do quarto, por qualquer coisa que possa me ajudar, mas no final decido ficar com a estante de livros. Mamãe é uma leitora assídua, ela pode ler desde Shakespeare até o Kama Sutra. Eu acho.

Livros são mais seguros para pesquisar, melhor do que o computador, nos tornamos adeptas da tal "internet", mas não confio o suficiente. Vai que de repente mamãe consegue ver o que fiz ali, não confio naquela máquina.

Vasculhando a estante, enorme, de mamãe encontro três livros que me pareceram interessantes: Corpos Sexuais Explicados: um guia ilustrado; A arte do amor - cheia de ilustrações de um casal em diversas posições, no mínimo, comprometedoras e Asas da Paixão, na esperança de algo mais emocional.

Começo a folhear A arte do amor tentando entender alguma coisa. Há capítulos sobre beijos, isso eu sei fazer, mas as ilustrações... Admito um calor se apossa de mim, principalmente imaginando eu e Liam no casal desenhado.

Assim que hoje acontecer, serei autenticamente especialista em sexo. Liam nem vai saber o que o atingiu de tão chocado que vai ficar. É isso, sei que é a coisa certa. Preciso estar certa.

—-----------------------------------

O final de tarde chegou tão rápido que mal tive tempo para pesquisar o suficiente. Mal comecei a ler os livros que escolhi e já estava na hora de me encontrar com Eddie.

Acho que vou vomitar.

Me arrumo, checando se esta tudo certo: depilação, cheirosa... É acho que tudo ok. Resolvo levar uma mochila com algumas peças de roupa, caso acabe adormecendo no trailer, levo os livros também. Talvez Eddie tenha alguma opinião sobre eles também.

Vestida com a camisa dele, do Queen que usei na última vez que estive por lá, uma bermuda curta de lycra e meus inseparável all star preto aguardo por ele. Não sem antes deixar um bilhete para mamãe de que estaria com o cabeludo. Escuto a buzina exatamente as 18h, meu coração quase sai pela boca.

Saindo pela porta da frente, encontro o metaleiro desajustado me aguardando do lado de fora da van. Me aproximando, claramente nervosa, ele me abraça carinhosamente e beija o topo da minha cabeça.

— Seu cabelo esta com cheiro de morango. - Funga mais forte o topo.

— Mudei o shampoo hoje.

— Eu gostei. - Me ajuda a subir na van, não que eu precisasse, mas sei que ele está sendo educado e tentando me manter calma.

Em silêncio, seguimos até o estacionamento dos trailers. A viagem não é longa, mas com o nervosismo que sinto e o gelo na minha barriga parece que durou horas. Assim que estaciona na frente do trailer respiro fundo e sinto sua mão segurando a minha, me assegurando de que esta tudo bem.

Finalmente entramos, como sempre Eddie faz uma reverência ridícula me indicando o caminho. Paro no meio da sala e o encaro. E então começo a dar risadinhas, tentando contê-las.

— Sério Williams? Pensei que já estava resolvido o constrangimento. - De repente não consigo mais controlar minha risada e acabo fazendo o som de um porquinho roncando. - Nojenta! - Ele ria ainda mais.

— São minhas técnicas de sedução Munson, infelizmente é o que posso oferecer. - Meu riso diminui quando lembro do por que estarmos aqui. Por alguns segundos ficamos nos encarando, e não sei o que fazer. Limpo a garganta. - Não deveríamos... Começar?

— Ah, claro! - Declara nervoso, passando a mão pelo longo cabelo, bagunçando um pouco a franja. Isso me acalma um pouco, saber que não sou a única em uma pilha de nervos. - Eu deixei tudo preparado, vamos lá no meu quarto.

— Como assim preparou? O que você fez Ed? - Pergunto surpresa.

Eu o sigo pelo pequeno corredor até seu quarto, chegando ali me sinto confortável pela familiaridade. Os posters de bandas de heavy metal e rock, a guitarra pendurada, além das outras duas no apoio do chão... Tudo como sempre esteve, se não fosse pelo fato de estar arrumado. Por que esse quarto é o puro caos da bagunça. Sem falar na cama, antes o que sempre era um emaranhado de lençol e uma pilha de cobertores jogado no chão, agora estava bem alinhando e muito liso. E a pilha de cobertores, estava guardada bem dobrada no chão, ao lado da cama. E em cima ele espalhou um ramo de flores.

— São dos vasos da vizinha, ela me emprestou. - Ele coça o nariz. - Nada demais.

— Esta muito legal. - Sorrio me sentindo aquecida e confortável por dentro. - Então... Hm... Como devemos fazer isso? Preciso tirar as roupas? Acho que nossas calças, pelo menos, mas não talvez nossas camisetas.

Sinto-me muito agitada, parecia que tinha misturado café com energético e agora estou numa pilha caótica de nervos.

— Trouxe algumas camisinhas que roubei da cômoda da minha mãe... Mas não sei se são o tamanho certo. Isso importa? Ou é tipo o mesmo tamanho para todos? Ou você tem uma camisinha que prefira usar? - Começo a tagarelar tanto quanto Robin, mas não consigo parar.

— Pode ser a que você trouxe Williams, não há problema. - Ele pigarreia. - Vai dar tudo certo. - Me lança um sorriso reconfortante.

— Ok então devemos colocá-la. - Respiro fundo. - Na verdade acho que você devesse fazer isso, por eu não tenho a menor ideia de como.

— Devagar pirralha. Tem certeza de quer fazer isso?

— Sim. - Sorrio timidamente. - Ah! Olha isso. - Retiro a mochila, que ainda estava em minhas costas. - Trouxe alguns livros, como referência.

Tiro da mochila A arte do amor e Asas da paixão e os coloco sobre a cama, do lado de Eddie. ele pega o segundo livro e sorri maliciosamente olhando a capa.

— Achei que seria útil ler, esse aqui é melhor. - Entrego A arte do amor em suas mãos, folheando junto dele olhando as ilustrações. - Tem várias posições e muitas dicas, tipo um manual. - Folheio o sumário e paro na página que vi mais cedo, a que mais me interessava. - Que tal tentar isso aqui? - Aponto para o desenho. - Me parece fácil e não tão doloroso. Depois talvez podemos fazer a posição dois e quatro, sei lá. Elas parecem um pouco assustadoras.

Eddie fecha o livro com força, fazendo um baque e o coloca na mesinha ao lado da cama.

— Não precisamos disso.

— Ah, então é intuitivo? Bem, se os animais fazem tão naturalmente, a gente também pode não é? Afinal, somos animais também. Ou será que eles aprendem?

— Acho que eles simplesmente sabem como fazer. E nós também. - Pega minha mão.

— E o que você costuma fazer? Com as garotas, sabe... Mostre-me o primeiro passo.

— O primeiro passo é você parar de ser maluca. - Me encara sorrindo. - E o segundo é você vir aqui. - Utiliza nossas mãos dadas e me puxa em sua direção, ficando ainda mais perto dele. Passa os dedos entre os meus, sinto a asperidade familiar dos calos de tanto tocar guitarra. - Podemos ser naturais quanto a isso. Sem passos, sem planejamento e sem livros. - Apenas assinto incapaz de responder qualquer coisa. - Apenas me diga se você quer que eu pare e preciso que você seja sincera Haz, se estiver incomodando ou você não estiver a vontade: me avise. - Levanta a outra mão e a apoia levemente em meu rosto, colocando uma mexa do meu cabelo atrás da minha orelha.

Instintivamente inclino-me em direção a palma da sua mão, apoiando meu rosto nela, acostumando a senti-lo dessa nova maneira. Eddie aproxima-se ainda mais curvando-se em minha direção, e eu fecho os olhos, deixando meus lábios entreabertos.

Meu coração está tão acelerado que aposto que ele consegue escutá-lo.

E então seus lábios tocam os meus, macios e hesitantes. Surpresa, acabo inspirando. Inclinando-me em sua direção aperto ainda mais nossos lábios, aprofundando o beijo. A mão, antes em meu rosto, move-se preguiçosamente em direção ao meu cabelo, agarrando minha nuca, puxando-me ainda mais perto.

Edward tem um gosto familiar, de uma forma que realmente não esperava. Abro a boca lentamente, na esperança de sentir ainda mais seu gosto, sinto sua língua preguiçosamente deslizar junto da minha, aprofundando ainda mais o beijo.

E eu me sinto a vontade, como se estivesse em casa. Permaneço calma, apesar de tudo a minha volta estar rodopiando, mas eu estou apenas derretendo.

Ele solta os dedos dos meus e coloca a mão em meu braço, acariciando a região com o dedão. Lentamente subo minha mão até seu peito, dando-me conta de que nunca o toquei na região. Pelo menos não dessa forma. É território novo e inexplorado. Eddie não parecia forte, como os meninos do time, por exemplo. Mas era um local bom de se ajeitar.

Ele se inclina para mim e me sinto caindo para trás, deitando delicadamente e devagar sobre a colcha da cama, afundo-me no colchão. Ajeito-me melhor, ficando na mesma altura que ele. Ofegante Eddie afasta os lábios dos meus, o que pensei que seria uma forma de desistência acabou sendo meu paraíso perdido. Já que sinto os mesmo lábios partirem em direção ao meu pescoço, de forma delicada ele deposita vários beijos. Solto uma risadinha quando sinto sua língua lamber um ponto abaixo da minha orelha, me causando cócegas. Ele se afasta um pouco e pela primeira vez ergo o olhar, ele me encarava vidrado e sua pupila estava tão grande que quase toma toda a sua íris.

— Sente cócegas? - Murmura. Faço que sim levemente, ainda apaixonada em seus olhos. Ele sorri. - Nunca pensei que você tivesse cócegas ai.

— É uma novidade para mim também.

Novamente ele inclina-se para capturar meus lábios aos seus. Hesitante, movo as mãos até a barra da camiseta preta e depois as enfio ali embaixo, para tocar a pele macia do seu abdome magro. Existe uma trilha de pelos que sai do seu umbigo e desce abaixo da fivela do cinto.

Imediatamente Eddie se afasta o suficiente para tirar a camiseta, e as joga no chão. Pela primeira vez em dez anos eu observo, tirando minha mão dos seu abdome a encaminho para a tatuagem de uma viúva negra no peito. Sinto ele arfar enquanto contorno o desenho com a ponta do dedo.

Ele se levanta, apoiando-se nos joelhos, enquanto estuda meu rosto. Mordo o lábio nervosa, consciente de que me encara não como sua melhor amiga, mas sim como uma garota. Uma garota de verdade, com quem ele quer estar. Eddie levanta a mão até a barra da minha camiseta (ou sua), segurando hesitante o tecido.

— Posso? - Pergunta depois de puxar um pouco o tecido, revelando um pequeno pedaço da minha barriga.

— Sim. - Tira a camiseta e a joga longe, perto do montinho de roupa que pertence a ele. - E agora? - Falo baixo com a voz rouca. - Eu nunca... Ninguém nunca... Bem, eu nunca tirei o sutiã com Liam.

— Você quer que eu tire? - Estica a mão até a alça, deixando-a cair levemente do meu ombro. - Me diga se quiser que eu pare.

— Não quero que você pare. - Sussurro, levantando-me para ele ter acesso melhor ao fecho.

Em seguida, Eddie alcança o fecho e mexe por um tempo ali, não conseguindo abrir. Rindo levemente, estendo a mão e faço isso por ele, tiro o sutiã rapidamente antes que o arrependimento chegue. Ele sorri e inclina-se para voltar a me beijar, cobrindo seu corpo com o meu.

A sensação de pele com pele e anestesiante.

— Hazel... - Sussurra entre o beijo puxando-me pela cintura. Estende uma das mãos em direção ao meu seio, de forma hesitante, e o agarra levemente. Imediatamente meu corpo reseta e descubro que amo essa sensação.

Alcanço o fecho da fivela do seu cinto, puxo devagar a tira de couro presa ali. Ele tira as mão de mim e se abaixa para ajudar, abrindo o zíper da calça jeans. Ele precisa levantar-se para poder retirar, assim que ele se livra da calça eu sorrio encantada.

— Trevo de quatro folhas? - Pergunto observando a cueca. E imediatamente me engasgo já que observo sua ereção, que não me parece pequena.

— É o meu jeitinho. - Da de ombros sorrindo, pegando no cós da minha bermuda e eu ofego surpresa quando sinto seus anéis gélidos tocarem minha pele. - Tudo bem? - Pergunta preocupado, apenas assinto e o beijo levemente. Coloco minhas mãos sobre as suas ajudando-o a retirar a bermuda.

É estranho, parece que estou em um sonho e parece que estou fora do meu corpo observando a cena. Mas... Ao mesmo tempo que é estranho é reconfortante. Me sinto leve como uma pena.

Ele tira minha bermuda e quando vê minha calcinha, abre um sorriso largo.

— Ursinhos carinhosos? - Fico vermelha para não rir, ele sorrindo retira a bermuda por completo das minhas pernas e a joga longe, volta a se inclinar sobre mim beijando-me. Tomo consciência de que o que nos separa são apenas duas camadas finas de tecido.

Consigo sentir a sua ereção pressionando contra mim, arfo comprimindo-a, fazendo-o ofegar durante o beijo. Eddie afasta o rosto do meu e fica olhando em meus olhos, apoia a mão delicadamente na lateral.

— Haz... - Sua voz está tão baixa que mal posso escutá-la. - Você me deixa louco.

Edward retira a mão do meus rosto e passeia com ela pela minha nuca, depois por minha clavícula. Sinto um arrepio em minha espinha, de uma forma boa, e meus olhos se fecham por vontade própria.

Estamos a beira do penhasco, prestes a nos jogar. E assim que acontecer, não há como voltar para trás.

— Você tem camisinha? - Minha voz está entrecortada.

— Não está na sua mochila? - Afasto-me e corro até a mochila, no chão do outro lado da cama. Com as mãos tremulas, pego uma embalagem e entrego a ele.

— Acho que você deveria abrir. Ou não, na verdade talvez eu possa tentar colocar em você. É pra aprender não é? Você acha que Liam gosta disso? Isso pareceria que sou...

— Isso não importa. - Declara tenso.

— Ele pode ficar impressionado se eu souber com...

Eddie volta a me beijar, deitando-se em cima de mim novamente. Correspondo, esquecendo todo o dilema da camisinha por um momento.

— Hazel... - Sinto as palavras junto aos meus lábios. - Vamos apenas... - Mas ele não termina de falar, invés disso beija delicadamente meu queixo. Afasta um pouco seu rosto, ficando a uns dois centímetros do meu. - Eu coloco. - Concordo, incapaz de falar. - Certeza? Preciso que você me diga que tem certeza. - Volto a concordar, surpresa do quanto eu quero que ele continue.

É muito diferente da sensação que tive quando estive numa situação próxima com Liam, no carro. Lembro da ansiedade, do coração acelerado, do pânico... Ainda sinto tudo isso, mas de uma forma boa e aconchegante. Provavelmente por que me sinto confortável com Eddie, ele não é alguém que quero impressionar.

— Acho que Liam e eu... - Imediatamente Eddie se afasta de mim com a testa enrugada.

— O que tem o mauricinho agora? - Passa a mão no rosto nervoso e senta do outro lado da cama, na beirada.

— Só ia dizer que... Não me sinto nervosa como foi na noite com Liam, que demos alguns amassos mais pesados. Com você me sinto em outro nível, você é diferente. - Rio sem jeito, na esperança dele rir também. Mas não acontece.

— Você podia... Podia apenas... - Respira fundo bagunçando o cabelo. - É horrível quando você fica falando sobre outro cara nessa situação, principalmente sobre o mauricinho babaca.

— Mas Liam não é o objetivo de tudo isso? Estamos fazendo isso por conta do outro cara.

— Tudo bem, sim estamos. Mas você falando sobre ele fica difícil para mim... Bem, você sabe. Não é como interruptor de luz que liga e desliga Hazel.

— Ah, ok. - Confusa pensando sobre isso. Será que isso acontece por que ele vê que sou eu? Sua amiguinha de infância. Me sento ao lado dele na beira do colchão. - Se você preferir pode imaginar que sou uma das mulheres que você pega... Se for facilitar as coisas.

— Não é isso, eu não quero que você seja...

— Também não estou muito lá a vontade com a situação Ed. Mas para mim fazia sentido e você concordou. - O interrompo sentido as lágrimas chegando aos meus olhos. Não demora muito pra perceber que estou nua da cintura para cima. Me cubro com o cobertor ao lado da cama. - Sei que não sou tão gostosa ou qualquer outra coisa, se comparada as mulheres que você sai....

— Você esta entendendo errado tudo que estou falando Hazel.

— Então o que você está dizendo? - Ele fica em silêncio por um momento, sua expressão era indecifrável. Nervoso passa a mão no rosto e respira fundo.

— Eu estou... - Pausa longa novamente.

— O que Ed? Se não quiser fazer isso é só me dizer. - Suspira.

— Acho que não devemos fazer isso.

Algo se quebra dentro de mim.

— Ok, eu entendendo.

Me sinto... Humilhada? Não exatamente, mas a sensação não é boa. Parece que um balde de água fria foi jogado em mim e meu coração despencou cinco andares. Todos os sentimentos aconchegantes escapam pelos meus dedos e se tornam algo frio. Não sei por que deixei me levar por tanto.

Para começar, não deveria ter pedido ajuda de Eddie. Mas principalmente como comecei a gostar disso? Não deveria ser divertido, mas sim instrutivo. Um treino.

O meu segundo erro foi me sentir aconchegada e acolhida.

— Eu quero Hazel. - Ele diz baixo. - Não é isso que você está pensando, eu quero muito. Mas você... Só que você está tornando isso... - Ele pausa por alguns segundos, tamborila os dedos na coxa. Desvio o olhar. - Pensei que conseguiria lidar com o fato de você me usar essa noite, mas vi que eu não consigo.

Imediatamente fico pálida com suas palavras.

— Eu não estou... Não estou usando você.

Escuto o chiado do walkie talkie em algum lugar do quarto, seguido da voz de Mike.

Munson, está aí câmbio?

Tudo esta apenas bagunçado demais. Será que Liam ficaria bravo se soubesse? E os meninos do Hellfire? Não que isso interessasse muito há eles. Liam provavelmente mataria Eddie se soubesse que estive nua na cama dele. Experimento um embrulho desagradável no estomago. Tem havido muitas meninas nuas na cama de Liam, exatamente por isso que estou aqui.

Sinto ele levantar, pegando o walkie talkie em algum lugar do quarto que não prestei atenção.

— Vou te deixar a vontade.

— Mas é seu quarto.

Ele dá de ombros e escuto ele respondendo Mike ao longe, fechando a porta calmamente. Respiro fundo, enrolando o cobertor mais firme ao redor do meu corpo.

Depois de alguns minutos, me forço a levantar e colocar a roupa novamente. Tudo o que preciso e me aconchegar em minha cama e dormir. Ficar sozinha no meu quarto.

E chorar, chorar muito.

Só quero que sejamos amigos novamente, deixando para trás essa situação horrível.

Me arrumo e vou atrás dele, decidida a conversar sobre. Seguindo pelo pequeno corredor vejo o trailer vazio. Eddie não está. Quando olho pela janela e vejo que a van não está ali, meu coração se despedaça novamente. Então, calço meu tênis, roubo um casaco dele e começo minha caminhada até em casa.