No embalo Dela

"O que eu vou fazer?"


Peeta

– Por que ela não veio? - Cato me perguntou quando desliguei o celular com Katniss.
– Ressaca - Falei, ainda pensando em minha atitute inesperada.
A pouco estávamos eu, Cato, Thresh e Marvel na mesa do refeitório quando, do nada, Cato faz uma grande revelação: Ele sentia algo por Katniss.
Xinguei possivelmente todos os palavrões que conhecia mentalmente enquanto ele falava do cheiro dela, dos olhos lindos e do jeito doce dela.
Eu sei que ela tem um cheiro delicioso, olhos igual pedras preciosas e um jeitinho extremamente perfeito... Droga...
Alguém da mesa comentou que Cato deveria ligar para ela, mas o mesmo parece ter ficado com o pé atrás com a ideia, então eu liguei.
Estava com a voz meio chorosa, um tanto fraca, mas linda do mesmo jeito.
Mas que merda Peeta! Merda!


– Peeta, está bem? - Marvel perguntou com a boca cheia de salgadinhos
– Sim, por que? - Gaguejei um pouco
– Estava fazendo caretas - Os rapazes riram, ignorando a ideia de eu talvez ser meio doido.
– Ah, nada não, relaxem... Cato, Katniss pediu pra você ir na casa dela mais tarde... - Falei tristemente
Ja meu amigo, abriu um sorriso de leste à oeste - Okay
– Cara, nunca imaginei que você gostaria de Katniss Everdeen - Trhesh falou tomando sua sprite.
– E tem outra Katniss? - Comentei, fazendo-o lembrar que so havia ela na escola inteira chamada Katniss.
– Ela é única - Cato falou com a boca lotada de rosquinhas com caramelo e granulado
– Vocês entenderam, Cato é o tipo galã, igual Peeta. Podem ter qualquer mulher à seus pés - Thresh empolgou-se - São gatos, jogam no time, saradões, as garotas desejam vocês.
– Por algum acaso você é gay? - Comentei gargalhando
– Olha Peet, eu não ia dizer nada, mas sou apaixonado por você - Thresh falou com uma voz afeminada que ele sabia fazer, o que nos provocou mais risos.
O sinal bateu e deu fim ao nosso intervalo. Segui com Marvel para nossa aula de inglês, que, graças a Katniss eu conseguia entender melhor.

Depois de três aulas, fomos liberados pelo sinal, porém eu sinceramente não vi o tempo passar. Passei a aula de matemática e biologia totalmente desligado, pensando no quanto sou indeciso e um tanto lerdo.
A questão de Katniss me deixava um tanto encucado, o que eu sentia por ela? De verdade? Ou era apenas algo da minha cabeça?
Mas que droga Peeta! Por que é tão burro?
– Pode me deixar na casa da Katniss? - Cato me cutucou, tirando-me dos pensamentos
– Claro - Cogitei contar a ele sobre os pensamentos que eu estava tendo pois eu sempre contava a ele, porém, imaginei que do jeito que ele era, ele levaria minha vontade na frente da dele. Como ja falei uma vez, Cato era uma das melhores pessoas que qualquer um pode conhecer.
– Peet, pode me levar? - A voz de Glimmer surgiu.
Quando a vi, não estava mais com aquela cara de choro. Agora ja estava com o rosto maquiado exageradamente, aquela roupa brilhante que ela gostava e suas duas amigas estavam logo atras.
– Posso sim, Cato vai na frente - Ja deixei bem claro.
Cato riu e sentou no banco do passageiro, ligou o radio em uma estação de rap que sabíamos que Glimmer não gostava. Claro que não demorou para ela começar a reclamar, mas resolvemos cantar e ignorá-la, o que provocou risos nas amigas dela e uma ruga no meio de sua testa.
A casa de Cato ficava antes da casa de Glimmer, então, lógicamente, ele era deixado primeiro, mas a casa de Katniss era depois da casa da loira.
– Por que não deixou Cato primeiro? - perguntou Glimmer quando notou a inversão.
– Vamos pra casa de uma amiga - Falei apressadamente. Meu amigo "loirão" me lançou um olhar de cúmplice e riu.
A loira apenas enrugou a testa e saiu do carro, acompanhada das duas amigas que agradeceram a carona.
Assim seguimos mais dois quarteirões e chegamos à casa de Katniss. Dessa vez, os dois cães enormes estavam presos apenas por uma corrente que achei fina de mais para eles.
– Relaxa, são cães dóceis com quem já conhecem - Disse Cato saindo do veículo, como se ja conhecece-os.
E talvez conhecia...
Ele tocou o interfone e um homem atendeu.
– Oi, é o Ben? - Cato falou apertando o botão.
– Sim. Cato?
– Sim, sou eu e Peeta
O portão abriu e Cato brincou com um dos cães enquanto o outro estava mais ocupado em latir para mim.
– Ei loirão - A voz de Katniss apareceu e senti meu coração parar.
Porra Peeta!
Ela correu e polou nos braços de Cato, enquanto o mesmo a rodopiava.
– Como passou a noite cachaçeira? - Comentei tentando quebrar o gelo com ela, o que por sorte funcionou pois ela riu.
– Um pouco dolorida, mas bem. - Ela sorriu, e nossa... O que eu ia dizer mesmo?
– Vamos, entrem.
Ela nos guiou até a cozinha, onde nos ofereceu biscoitos e um bolo que seu irmão Blaine fez de chocolate com nozes.
– Claro que não vamos recusar - meu amigo riu já sentando num banquinho perto da bancada da cozinha.
– Vou aceitar também - Falei um tanto tímido ainda.
Katniss nos deu um pedaço generoso de bolo em um pratinho de patos e colocou um pote de sorvete de creme para comermos junto.
– Ah, tem calda de chocolate, acho que vão gostar - Ela pegou em um armário alto ao lado da geladeira que achei que ela não alcançaria.
A calda realmente fez todo o diferencial, estava delicioso! Cato gostava de comer as nozes primeiro, então banhava os pedaçinhos na calda e os comia fazendo uns gemidinhos mostrando o quanto tinha gostado.
Quando o bolo ja estava pela metade, minha avó me ligou, estava passando mal e não tinha ninguém para leva-la ao médico.
– Pode ir, minha bicicleta ficou aqui - Cato falou bebendo o suco de laranja que Katniss nos serviu
– Okay. Então adeus
Apertei a mão de meu amigo e fui me despedir da morena. Ela veio me abraçar e me embriaguei com o cheiro do cabelo e de seu perfume. Tinha cheiro de cereja, avelã e baunilha. Soa meio esquisito, mas a melhor forma de descrever seu cheiro era essa.
Como estávamos abraçados, fui beijar sua bochecha, mas alcançei seu pescoço, logo abaixo da orelha, que pelo visto lhe causou um arrepio e ela prendeu a respiração.
Afastei-me da morena e segui para a saída, pensando apenas em uma questão: O que eu vou fazer?