No Ritmo do Amor

Reconciliação é sempre melhor...


– Não consigo deixar de pensar no que tem atrás dessas portas! Ela disse pensativa enquanto girava a fechadura da porta e forçava um pouco. – quando vai pegar as chaves daqui?

Em nossa conversa ontem colocamos que seriamos sinceros e tentaríamos ter uma comunicação melhor e no meu conceito de nos entender melhor acredito que mentir seja uma das principais coisas que não devemos fazer,

“mas essa é uma boa causa! “pensava a olhando sem saber o que dizer.

– Hã... Já peguei! Disse a olhando seriamente.

– então porque esta trancada? Ela me perguntou franzindo a testa enquanto me olhava seriamente desconfiada.

– Hum...porque é Particular o que tem ai! Disse a ela rapidamente enquanto seguia ate ela e a pegando pela mão a conduzindo pelo corredor.

– Me desculpa me intrometer em suas coisas! Ela disse puxando sua mão da minha e parando de andar.

Parei a olhando seriamente e apesar de esta se desculpando parecia irritada.

– Não tem que se desculpar... É só que... Que... Tentava arrumar uma forma de sair daquela situação sem ter de revelar o que tinha atrás daquela porta, ainda não era o momento para isso.

– Você não me deve explicações! Ela disse rapidamente voltando a andar e passou por mim com pressa e eu a segui.

Tomamos café em completo silencio, eu ate tente puxar conversa com ela, mas ela mal me respondeu, parecia pensativa... Talvez devesse dizer a ela de uma vez o que tem atrás daquelas portas pensava enquanto a olhava comer.

– Eu já vou! Ela disse se levantando da mesa e me tirando dos meus devaneios.

– será que podemos conversar? Perguntei a ela segurando sua mão e ficando de pé.

– agora estou atrasada! Ela disse me olhando rapidamente.

– então podemos almoçar juntos? Perguntei Rapidamente.

– Me desculpe, mas eu marquei de almoçar com a Célia! Ela me disse soltando sua mão da minha novamente enquanto pegava sua bolsa. – ate de noite! Ela me disse em seguida se aproximando e me dando um selinho rápido.

Fiquei parado a olhando sair... Talvez não tivesse tão brava assim, ao contrario teria virado as costas e ido embora sem nem ao menos se despedir. Terminei meu café sozinho e segui direto para a fabrica.

– Desculpe não ter avisado ontem que não viria! Disse ao Luciano enquanto me sentava em sua frente.

– Pois eu fiquei preocupado! Disse sorrindo. – te liguei diversas vezes, mas você não atendeu! Completou me olhando de forma curiosa.

– Foi por uma boa causa! Disse a ele sorrindo.

– posso saber qual seria? Ele me perguntou sorrindo enquanto me olhava animado.

– Paulina e eu voltamos! Disse a ele sem rodeios.

Luciano ficou feliz por mim, ele era um grande amigo, mas logo tivemos que interromper nossa conversa e eu tive que seguir para minhas reuniões que precisaram ser remarcadas... O dia foi cheio, trabalhei dobrado querendo compensar minha falta, e quando finalmente seguia pelos corredores da escola de dança para mais um dos meus ensaios com Paulina me sentia revigorado. o cansaço de antes parecia nunca ter existido...

– Oi meu amor! A cumprimentei assim que cheguei à sala reservada no terceiro andar.

– Oi! Ela me cumprimentou, pelo menos estava sorrindo quando lhe dei um beijo rápido.

Fiquei a observando em silencio enquanto preparava a musica e guardava algumas coisas em sua bolsa... Não parecia esta brava pelo que ouve nessa manhã, mesmo assim teríamos que conversar sobre isso, não queria que coisas mal resolvidas pudessem interferir no nosso relacionamento.

Passamos a coreografia um par de vezes, e tê-la em meus braços era um injeção de animo para meu espírito. Não sei por quantas horas ensaiamos, mas isso pouco me importava desde que pudesse passar um tempo ao seu lado, desde que pudesse tê-la em meus braços não importa a forma que fosse, desejava apenas poder tê-la comigo... Mas o que mais me deixava feliz e que dessa vez voltaríamos juntos para casa.

Fomos o caminho para casa em silencio... E quando chegamos Paulina foi direto para o quarto e eu a segui.

– tudo bem? Perguntei cauteloso a ela quando entrei no quarto.

– Tudo! Ela disse me olhando rapidamente enquanto mexia em sua mala a desfazendo.

– certo! Disse a olhando pensativo. – vou preparar alguma coisa para comer, você quer? Perguntei a olhando.

– Não obrigada... Depois me viro! Ela disse enquanto seguia para o banheiro.

Segui ate a cozinha em busca de alguma coisa para comer, depois das horas que passei gastando energia estava na hora de repor... Preparei um sanduíche para mim e outro para Paulina, mesmo ela dizendo que não precisava, o fiz.

Segui para o quarto carregando uma bandeja com suco e o sanduíche e quando entrei a visão que tive me fez estancar na porta e não perdi minha chance em poder admirá-la. Ela estava de costas para mim e usava apenas uma lingerie rosa bebe de renda... Com aquela visão em minha frente senti uma pontada de desejo crescer dentro de mim.

Fiquei ali parado, com a bandeja nas mãos hipnotizado pela visão que tinha e quando ela me viu ali, deu um grito fazendo assim com que eu saísse do meu torpor. Eu apenas sorri ao vê-la se cobrindo com uma camisola branca que segurava, mas não estava tendo muito sucesso.

– trouxe um sanduíche para você! Disse sorrindo enquanto colocava a bandeja em cima do móvel e me aproximava pegando um Robe de ceda que estava em cima da cama.

Paulina permanecia parada me olhando com olhos assustados, eu sorri me aproximando devagar enquanto deixava meus olhos percorrer por sua pele exposta, meus dedos queimaram com vontade de tocar sua pele, mas não o fiz e apenas me aproximei pegando uma de suas mãos e passando pelo Robe e o passando por seus ombros e ela mesma enfiou o outro braço e o vestiu... E em seguida eu puxei os laços do Robe em sua cintura e o amarrei sem desviar meu olhar do dela, Paulina permanecia em silencio me olhando enquanto eu a cobria.

– Ah... Quanto T-tempo esta aqui? Ela me perguntou nervosa. – n-não o vi chegar!

– Não muito! Disse sorrindo enquanto a olhava intensamente.

– Hã... Vou terminar de me trocar no banheiro! Ela disse saindo rapidamente.

Sorri a vendo correr para o banheiro, e então me sentei na cama e fiquei a esperando, o sentimento de frustração não me abandonava. vê-la e não poder tocá-la estava me matando. A desejava como nunca desejei outra mulher em minha vida.

Depois de um tempo no banheiro Paulina saiu pronta para se deitar e então peguei a bandeja com seu sanduíche e coloquei sobre a cama, ela me agradeceu e começou a comer em silencio... Segui para o banho, precisava de um banho de água fria se quisesse me manter sobre controle.

Quando sai Paulina já estava deitada enrolada nas cobertas não deixei de notar o olhar que ela me deu ao me ver saindo do banheiro, estava apenas com uma toalha enrolada na cintura. E fui para o closet sorrindo. Pelo menos ela não era indiferente a mim.

– Agora podemos conversar? Perguntei a ela quando me deitei ao seu lado.

– Claro! Ela disse me olhando seriamente. – o que quer conversar? Me perguntou dando de ombros.

– sobre aquela porta que esta trancada! Disse a olhando seriamente.

– A casa é sua! Ela disse rapidamente. – Não tenho direito nenhum de me intrometer em suas coisas!

– Não é isso Paulina... O que tem ali e uma coisa muito especial para mim e quero muito te mostrar, mas ainda não esta pronto e se você puder esperar apenas mais um pouco logo prometo que te mostrarei! Disse Rapidamente.

– Tudo bem, eu nem quero mais ver o que tem ali! Ela disse deitando-se e virando-se para o outro lado.

– por favor, meu amor... Não vamos ficar brigados por isso! Disse a ela a olhando deitada.

– Não estamos só estou cansada e quero dormir logo! Disse sem me olhar.

– venha! Disse a ela puxando suas cobertas e a fazendo se levantar.

– aonde? Perguntou me olhando surpresa.

– vou lhe mostrar o que tem naquele quarto, prefiro estragar a surpresa do que ficar assim com você! Disse enquanto a olhava determinado.

– Não! Ela disse se soltando de mim. – Não quero que faça uma coisa que não quer! Disse me olhando. – e não estou com raiva por não me mostrar o que tem lá! Rebateu.

– não é o que parece! Disse seriamente. – esta distante desde essa manhã quando lhe neguei dizer o que tem lá! Rebati a olhando.

– certo... Confesso que me senti irritada por não me dizer o que tem lá... Você quer que eu divida meus pensamentos com você e você fica me escondendo as coisas! Dizia agitada.

– tem razão! Disse a olhando irritado.

Abri uma das gavetas do criado mudo ao lado da cama peguei uma chave e a entreguei. Ela me olhou com surpresa e então me deitei sem dizer nada, ela não se moveu. Fechei meus olhos tentando dormir...

==== Paulina Narrando ====

Fiquei olhando aquela pequeno objeto de metal frio em minha mão. E em seguida olhei para Carlos Daniel deitado virado para o outro lado, me sentia irritada e no meu ver com todo direito, como poderíamos fazer nosso relacionamento dar certo se já começávamos mantendo segredo um do outro? Me perguntava, mas ele havia dito que me mostraria o que tem naquele quarto, eu teria apenas de ter paciência e esperar... me recriminei por minha atitude com ele.

– Carlos Daniel? O chamei e fiquei em silencio esperando que me respondece, mas ele não respondeu, e então me ajoelhei na cama e me debrucei ate conseguir alcançar uma de suas mãos e então coloquei a chave nela e voltei a me deitar a seu lado.

Fiquei o olhando em silencio ate que ele finalmente pareceu se resolver e se virou para me olhar também, ficamos assim, apenas nos olhando por alguns minutos, ate que não agüentando mais ergui minha mão ate seu rosto e o acariciei.

– me desculpe! Sussurrei o olhando.

Ele apenas sorriu o tipo de sorriso que fez com que meu estomago se apertasse e então lhe dei um sorriso nervoso enquanto desviava meu olhar do dele.

– acabamos de nos acertar e já estamos assim? Ele me perguntou divertido.

– é para isso que servo os relacionamentos! Rebati rindo. – a briga é sempre uma constante em nossas vidas! Completei pensativa.

– e a reconciliação são sempre as melhores! Ele completou com a voz grave e eu o olhei. Minha perdição estava estampada em seu olhar escuro.

Engoli em seco quando o vi se aproximar e pensei que fosse me beijar, mas não, ao invés disso me puxou para mais perto, fazendo nossos corpos se colarem e me deu um beijo próximo a orelha e eu estremeci com esse simples toque.

– Eu te amo! Ele sussurrou em meu ouvido me deixando arrepiada.

– também te amo! Disse me afastando um pouco para poder olhá-lo nos olhos.

Ele sorriu e voltou a se aproximar e então me beijou calmo, suavemente... Sua boca se movia sobre a minha, tínhamos um encaixe perfeito como se fossemos feito um para o outro... Estava começando a acreditar nisso... Ele enfiou seus dedos em meus cabelos enquanto o senti aprofundar o beijo ainda mais e eu gemi alto em sua boca quando ele me apertou contra si.

– me desculpe meu amor! Ele disse encerrando o beijo.

– Tudo bem! Disse ofegante o olhado, ainda estávamos muito próximos.

– depois que ti vi mais cedo de lingerie não esta sendo muito fácil me controlar! Ele disse me olhando com divertimento.

Senti meu rosto corar e desviei meu olhar do dele rapidamente, me sentindo mortificada pelo que ouve mais cedo. Como pude ser tão descuidada e não ter trancado a porta? Me martirizava.

Mesmo não o olhando podia sentir que ele me olhava e então ele ergueu meu rosto e me beijou novamente, mesmo ainda me sentindo desconfortável pelo que ouve mais cedo o correspondi, era como se eu precisasse mais do que nunca dele, me sentia dependente de esta assim com ele.

O beijo começou calmo, mas logo tornou-se agitado, desejoso e eu o correspondi na mesma intensidade e a cada minuto ali em seus braços um sentimento de que aquilo não era o suficiente crescia dentro de mim.

“O desejo tanto!” Admiti a mim mesma quando encerramos o beijo em busca de ar, ele me olhava com os olhos escuros.

– o que foi? Ele me perguntou me olhando seriamente.

– N-nada! Disse sorrindo nervosa.

– não disse que as reconciliações são sempre as melhores? Ele me perguntou sorrindo enquanto me olhava de forma intensa fazendo com que um certo incomodo aumentasse dentro de mim.

Eu não tive tempo nem de pensar em respondê-lo, porque voltou a me beijar e seus beijos eram como água no deserto, nunca me saciava com apenas um pouco, sempre precisava de mais e mais...

Eu mal conseguia raciocinar enquanto ele distribuía beijos pelo meu pescoço acendendo uma chama em cada ponto onde seus lábios tocam minha pele... Suas mãos percorrem por minha cintura por cima da fina camisola de ceda e mesmo assim ainda conseguia sentir o calor de suas mãos... Minhas próprias mãos vagueavam perdidas por suas costas, cabelos... Ambos estamos ofegantes, consiguia ouvir meu próprio coração martelando em meus ouvidos.

Carlos Daniel volta a dominar meus lábios de forma faminta... E mais uma vez em um gesto de posse me aperta contra si, me deixando ainda mais ciente de seu corpo.

Eu apenas pisquei os olhos por um momento e estava sem minha camisola, onde ela foi parar? e quando? Não tive tempo de pensar nisso... Quando senti seu toque sobre minha pele eu me contorci em seus braços, em seus lábios, ele distribui beijos por meu pescoço e ombros e desce me beijando ate minha barriga sinti um arrepio percorrer todo meu corpo e tremi em seus braços, podia sentir o ar gelado da noite tocando minha pele quente e isso também me causa tremores...

Ele se afastou apenas para arrancar sua camisa por sobre a cabeça e tive a visão de seu peito nu, já o tinha visto sem camisa antes, mas agora era diferente, sua pele morena pareci brilhar sobre a fraca luz da noite que entrava pelas enormes janelas do quarto... E eu ofeguei quando ele se deita sobre mim, nossas peles se tocando pela primeira vez e esse contato é tão intimo que estremeci em seus braços...

Ele voltou a dominar minha boca enquanto suas mãos percorrem meu corpo em uma caricia ousada e sinto minha necessidade por ele crescer ainda mais me causando desconforto e então aperto minhas coxas uma na outra tentado aplacar aquele sentimento.

O vejo se afastar novamente, ele sempre com os olhos nos meus, percorrendo meu corpo com o olhar enquanto retira a calça do pijama ficando apenas de Box e pela fraca luz consigo ver a evidencia do seu desejo e engulo em seco. a vontade que tenho é de sair correndo dali... Mas por alguma razão que mal consigo pensar, não me movo do lugar. e então ele volta a se deitar ao meu lado me puxando para si e distribuindo beijos por meu rosto e descendo para o pescoço de forma carinhosa, mas dominadora...

Procuro em minha mente onde esta meu juízo? Ele simplesmente o roubou de mim, porque não quero que isso acabe, mas é necessário que acabe. Não posso me entregar dessa forma ainda, tenho medo de me decepcionar, ainda é cedo demais para o que estamos prestes a fazer, meu lado racional sempre entrando nas horas mais impróprias, penso com irritação. Mas essa irritação é levada para o espaço quando ele esta prestes a soltar o feixe do meu sutiã... Se deixar que faça isso não terá mais volta.

Seguro sua mão e a afasto dali, ele não pareceu notar minha intenção porque voltou a percorrer sua mão por minha coxa me deixando mais ofegante ainda se isso for possível e quando ele me aperta novamente contra seu corpo me fazendo senti-lo não posso mais... Ou dou um fim a isso ou me entrego a ele.

– Pare! Digo tão baixo que Carlos Daniel não ouve e continua a percorrer suas mãos me acariciando.

Ele volta a me beijar e eu tento não corresponder, inútil, o desejo entre nos é palpável e necessito dele tanto quanto ele necessita de mim, E isso é uma tortura.

E enquanto nos beijamos o sinto tentar tirar meu sutiã mais uma vez e encerro o beijo rapidamente segurando sua mão a meio caminho de retirar aquela peça.

– NÃO! Digo o olhando nos olhos.

Ele me olha em silencio, pareci lutar contra si mesmo e então se afasta ofegante... Se senta na beirada da cama com os cotovelos sobre os joelhos e as mãos na cabeça, sua respiração esta agitada igual a minha e posso ver seus músculos tensos. Fico em silencio enquanto abotoou o feixe do meu sutiã e me cubro com o lençol e espero.

Aqueles são os minutos mais longos da minha vida e quando finalmente ele me olha esta sorrindo, não parece chateado.

– vou tomar um banho rápido e já volto! Ele diz se levantando e seguindo ate o banheiro eu desvio o olhar rapidamente me sentindo desconfortável.

Fico parada no lugar sem forças para conseguir me mover, todo meu corpo treme, não sei como me sinto, mas não tenho forças para me mexer e minha mente voa para os acontecimentos de apenas alguns minutos atrás. E um suspiro escapa de minha garganta sem nem ao menos me dar conta.

Ele havia despertado tantos sentimento em mim e agora sentada naquela cama sozinha me dava uma sensação de abandono...

– Você esta bem meu amor? Ele me perguntou ao sair do banho. Eu nem o vi sair, estava com os pensamentos longe.

– E-eu estou bem! Disse nervosamente enquanto puxava melhor os lençóis me cobrindo.

Ele estava sorrido, estava se divertindo com aquela situação. Eu sorri envergonhada e já ia desviando o olhar quando me dei conta de que ele estava vestido apenas de cueca Box e o olhei desejosa, engoli em seco e me forcei a desviar o olhar. A envergonhada sempre me inibindo de demonstrar a ele como me sinto.

– acho melhor a gente ir dormir! Ele disse sorrindo enquanto se aproximava da cama e deixava-se ao meu lado.

– E-eu Tenho que me vesti! Disse me afastando rapidamente.

– Não... Dorme assim! Ele me pediu me olhando nos olhos. – quero sentir seu calor, sua pele! Explicou vendo meu olhar de espanto. – vou me comporta, por favor! Pediu enquanto já me puxava para mais perto.

Eu não consegui dizer nada, e estremeci quando ele colou seu corpo no meu... Fiquei tensa em seus braços, nossas peles se tocando... Seria impossível dormir assim com ele.

Deitei-me com a cabeça em seu peito, e o som de seu coração batendo me embalou ate que eu adormecesse...