Night Changes

Confusões sentimentais


21/04/2015

Niall olhou as paredes azuis do quarto, e os olhos atentos de Sophie que pareciam totalmente aliviados em estar encontrando os dele, ele olhou para o objeto nas mãos de sua médica e constatou que havia tido uma parada cardíaca. Estava se acostumando com a luz do quarto quando uma lanterna invadiu seus olhos, ele os fechou puramente por instinto, mas ela os abriu novamente, com os dedos, de forma suave para não o machucar.

— Eu estou bem. – Niall disse, mas Sophie continuou fazendo os testes de rotina como se não se importasse com o que ele estava dizendo, e de fato não se importava, ela queria a certeza concreta de aquela seria a última vez do dia. – Acho que depois dessa eu não morro nunca mais. – Ele brincou e ela finalmente parou os testes e olhou para ele. – Eu estou bem Sophi, sério, nunca estive tão bem acredite. – Ela o olhou incrédula.

— Com certeza excelente, você realmente não vai morrer antes que eu morra, três ataques cardíacos em um dia Niall! Aonde você estava com a cabeça. – Ele riu, e colocou a mão na barriga por que havia doído um pouco, ela se atentou ao movimento e fez uma menção de ir buscar alguma coisa para examina—lo de novo.

— Já disse que estou bem. – Ele se virou para Jane, que havia voltado ao trabalho mais cedo, Felipe estava na cozinha no momento, já que um deles tinha que cozinhar, agora que a enfermeira e cozinheira havia tirado licença maternidade. – Jane, ela é assim com todos os pacientes? – Ele perguntou curioso.

— Os pacientes aqui não costumam dar tantas opiniões se é que me entende, Niall. – Jane respondeu regulando o soro no braço direito do menino enquanto Sophie preparava as injeções. – Vai mesmo aplicar de novo hoje? Não é melhor analisar as hemácias e os Leucócitos primeiro? – Sophi se virou para ela e assentiu.

— Sim, essas são para amanhã cedo, chega de sustos por hoje. – Ela disse e sorriu. – Só esto eixando pronto. – Sophie completou e foi até Niall, tirou um pouco de sangue do braço esquerdo dele enquanto via ele respirar fundo. Ele havia admitido que detestava picadas no dia anterior, o que fez Sophie sorrir e depois se repreender por isso.

— Como é lidar com alguém que entende tudo que você fala Sophi? – Sophi desviou sua atenção para Niall de novo, alguma coisa na cabeça dela dizia que ela deveria evitar esse tipo de contato com ele, mas ela ouviu a outra parte e o respondeu.

— Novo, as crianças também não reclamam tanto quanto você. – Sophie disse pegando a aparelhagem para fazer um ultrassom, só para verificar o caso de uma hemorragia no estômago.

— Vai ver porque elas amam brincar, isso aqui é quase um parque de diversões! – Ele disse, ela havia tirado todos os brinquedos do quarto, mas a borda da TV ainda estava com o adesivo de lego o que fazia o ambiente ainda parecer de criança. – De qualquer forma, os meninos disseram que vinham me ver amanhã, então talvez eles me façam me sentir menos entediado, ou talvez se você ficasse aqui mais tempo, conversar ajudaria sabia? – Sophie desviou o olhar de Niall automaticamente interessada em abrir o lacre do gel em suas mãos.

— A Jane não conversa com você, ou o Felipe? – Ela soltou um suspiro cansado e perguntou.

— Sim, mas eu me pergunto o tempo inteiro porque você mesma não faz isso. – Sophie olhou para Jane como se pedisse que ela saísse e a menina se retirou levando o frasco de sangue consigo. – Eu quero dizer, você é muito atenciosa com as crianças, eles já me contaram, então o que tem de errado comigo? E não adianta dizer que não vai com a minha cara porque se você não fosse não estaria me ressuscitando tantas vezes. – Ele disse e fez uma careta ao sentir gel gelado em sua barriga.

— Eu não tenho nada contra você. – Ela disse e mordeu o lábio, reprimindo a vontade de correr dali e voltar quando ele estivesse dormindo. – Quero dizer porque eu teria? – Ela perguntou, desligando o aparelho de ultrassom ao ver que não tinha nada de errado.

— Não sei, porque você mesma não me diz? – Niall perguntou se sentando na cama. – Porque você evita ficar comigo? – Sophie engoliu em seco quando ele se levantou e ficou um pouco perto demais dela.

— Você não pode se levantar. – Niall sorriu sarcasticamente e se sentou novamente.

— É disso que eu estou falando! – Ele disse e ela suspirou derrotada com aquilo.

Sophie pensou três vezes que se continuasse como estava o tratamento acabaria em uma semana e ela o veria somente seis meses depois, de alguma forma aquilo causou uma sensação estranha nela, o que era para ser alivio virou uma sensação de como se ela não quisesse que ele fosse embora. Sophi agitou a cabeça assim que pensou naquilo.

— Niall, eu não estou te evitando, só não entendo porque você faz tanta questão disso. – Ela disse assim que achou uma resposta boa.

— Porque a garota que sorria assim que via as pessoas mesmo que o dia fosse terrível, sumiu. A garota que eles falam par mim, não é a mesma que se relaciona comigo. Então se você é um teatro eu prefiro que diga de uma vez. – Ele disse e ela sentiu vontade de chorar, aquilo de certa forma a havia machucado, e ela nunca quis passar essa impressão até porque não era verdade.

— Desculpe se eu te passei essa impressão, mas não é verdade. – Ela disse tentando ao máximo não demonstrar que estava triste com o comentário. – É só que... – Ela reprimiu o que ia dizer pensando nas consequências do ato.

— É só que? – Ele perguntou curioso, por um segundo ele sentiu que ela havia tirado todas as armaduras da frente, mas pensado de novo e decidido permanecer parada ao em vez de atacar.

— É só que eu estava um pouco ocupada no laboratório, e também... – Ela disse um pouco rápido demais e ele a interrompeu.

— Sinto muito Doutora Sophie, mas você mente muito mal. – Ele disse e ela não pode evitar de rir. – Seja lá o que for, pare de fazer e volte a conversar comigo como quando você me contou sobre eu não poder ter... – Ele não completou a frase, mas ela assentiu. – Enfim me trate normalmente, sei lá. – Ele disse e ela se sentou na beirada da cama, ignorando tudo que havia prometido a si mesma nos últimos dois dias.

— Certo, o que você quer saber? – Ela perguntou espontaneamente fazendo Niall sorrir ao ver que finalmente havia conseguido o que queria.

— Você é casada? – Ela o olhou incrédula com a pergunta, e riu.

— Oque? Eu? Claro que não! Eu nem mesmo tenho um namorado, e casar? Nossa acho que eu nunca vou fazer isso – Ele riu da forma que ela respondeu, e se sentiu estranhamente aliviado com a resposta. – Certo, minha vez. Porque você quer saber coisas sobre a minha vida pessoal, quero dizer porque você quer saber tanto sobre mim? – Niall parou de rir e trincou os dentes, abriu a boca algumas vezes, mas não sabia o que responder.

— Eu sinto coisas esquisitas quando estou com você. – Ele disse pensando alto e depois percebeu o que havia dito, sem pensar, ele sentiu seu rosto esquentar e viu que Sophie havia virado seu olhar em direção a parede.

— Que tipo de... – Ele a interrompeu.

— Nada disso, minha vez. – Ele disse ainda um pouco vermelho. – Quero a verdade ouviu? Porque você estava me evitando? – Ela olhou para baixo, e também não sabia o que responder naquela pergunta, ela não podia dizer que estava com medo das coisas que sentia quando estava com ele, soaria totalmente errado, e era errado.

— Não sei, eu queria evitar problemas. – Ela disse, deixando a questão em aberto assim como ele havia feito anteriormente. – Como é estar um ano sem cantar? – Ela perguntou desviando totalmente o assunto, não que ele não tivesse percebido, mas se ele perguntasse ela também perguntaria então resolveu afastar o assunto junto com ela

— Horrível! Quero dizer, eu realmente sinto falta da agitação. Claro que tem seu lado ruim, mas as nossas fãs são incríveis, e elas me mandam tweets o tempo todo perguntando como eu estou, apesar de fazer um tempo que eu não entro no twitter. – Ele admitiu. – Sabe quando aquilo começou a dar errado, eu não queria ter contato com mais ninguém, a final é pior perder uma pessoa que ama do que uma que se tem raiva certo?

— Na verdade eu não penso assim, é ruim de qualquer jeito, e é pior quando você tem a sensação de que poderia ter dito 1001 coisas para a pessoa. – Ela disse, os dois simplesmente esqueceram de que cada hora um faria uma pergunta e começaram a conversar normalmente.

— Você tem um violão ai? – Ela riu e negou.

— Tenho um piano em casa. – Ela disse sem pensar e ele fez uma cara surpresa.

— É um convite? – Sophie franziu a testa enquanto olhava para os pés.

— Na verdade, não era bem um convite. – Ela disse. – Mas se eu te manter vivo posso pensar em chamar você para jantar lá em casa, em substituição dos kits vegetarianos das crianças. – Ela disse, sem pensar de novo. O que aliás era muito comum perto dele, ela constatou. Niall riu, e os dois ficaram em silêncio por alguns segundos, com as próprias conclusões sobre o que estavam sentindo.

— Sophie? – Niall a fez virar novamente em direção a ele. – Eu acho que talvez eu esteja gostando de você. – Ele disse de uma vez antes que perdesse a coragem. Sophie riu de forma nervosa. – Estou falando sério.

— Niall isso é completamente fora de questão, nos conhecemos há três dias, e você sabe que eu não posso. – Ele assentiu.

— E se você pudesse? – Ele perguntou a calando novamente. – Se você não tivesse esses problemas. – Ele completou entendo a fala anterior da garota.

— Eu não sei. – Ela disse, novamente sem raciocinar direito, ele encostou a mão na dela, vendo que da mesma forma que ele ela se arrepiava.

— Então sinta. – Ele disse se aproximando um pouco mais, tocou em uma mecha loira da garota e a colocou atrás da orelha com o braço esquerdo que estava sem o soro e sentiu todas as confusões voltarem quando o olhar dela encontrou com o seu. Ele se aproximou um pouco mais esquecendo dos problemas, do certo, do errado, do lugar em que ambos estavam e o papel que estavam desempenhando.

Ele encostou os narizes dos dois quando começou a sentir uma sensação estranha, não era o arrepio, coração acelerado, era falta de ar, no sentido literal da coisa, ele se afastou rapidamente com a mão no peito, o que fez Sophie imediatamente se colocar em modo de alerta. Ela o fez deitar novamente e apertou um botão, em dois minutos Jane estava no quarto novamente.

— O que... – Ela ia perguntar, mas Sophie a interrompeu.

— Ele precisa ser entubado, não está respirando. – Ela disse ainda um pouco antônima com a situação anterior, pegou a aparelhagem na bancada do lado.

— Deixa que eu faço, você está tremendo. – Jane disse a fazendo olhar as próprias mãos e passar as coisas para as mãos da amiga. Jane colocou tudo pela boca de Niall e não foi necessário nenhum corte, assim que ele voltou a respirar normalmente, Jane saiu e deixou Sophie conferindo se estava tudo bem.

— So... – Ela negou impedindo ele de tentar falar.

— Não vai querer machucar sua garganta certo? – Ele negou, lentamente movimentando a a cabeça. — Isso não deveria ter acontecido Niall... – Ela disse novamente sem pensar, e se sentiu irritada com aquilo — Mas depois a gente conversa, mesmo que não tenha muito a discutir. – Ela disse e antes que ele pudesse demonstrar qualquer reação os remédios começaram a fazer efeito e ele não conseguiu mais se manter acordado. Ela suspirou verificou soro, o oxigênio e a frequência cardíaca, caminhou até a porta e antes de fecha—la ela olhou para ele pensando no que quase fizera. Ela não pensou exatamente que aquilo era errado e sim como seria se tivesse acontecido, e isso a fez balançar a cabeça como se quisesse sacudir tai pensamentos de lá, ela olhou para ele de novo e saiu pela porta, sabendo que qualquer coisa que acontecesse o alarme dispararia e ela teria que estar ali novamente.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.