Capítulo 1: Minha dor de garganta

17/03/2014

— Niall você não acha melhor ir no médico? Você está com isso a um tempo e eu acho que... – Niall cortou Liam, que como sempre estava sendo precavido de mais.

— É só uma dor de garganta Liam, como todas as outras que eu já tive na minha vida, essa vai passar. – Ele disse um pouco rouco, e foi em direção ao quarto. – Eu já vou dormir, para ver se até amanhã eu consigo cantar bem, hoje o ensaio foi uma droga com a minha voz falhando, não quero decepcionar as Directioners nessa turnê, então vou ter minha fantástica e milagrosa noite de sono, mas antes vou tomar o xarope caseiro que a mamãe me deu. – Niall se lembrou, e foi até a cozinha tomar uma colherada, ele abriu a tampa do pote de vidro e tirou uma colher do preparado de mel, assim que engoliu ele engasgou, e tossiu um pouco, depois começou a sentir um pouco de dificuldade para respirar e se sentou.

— Cara, você não tá legal e eu estou falando isso desde a semana passada, vou te levar no hospital agora, você não viu como já está branco. – Liam disse e pegou a chave do carro, Niall foi andando e decidiu não contraria—lo, talvez fosse uma pneumonia, por isso a falta de ar.

— Gente, eu vou levar o Niall no hospital, não destruam a minha casa. – Harry parou de rir de uma piada idiota que Louis havia feito.

— O que você tem? – Zayn perguntou interrompendo sua conversa com Perrie que estava em um show na Espanha.

— Uma provável pneumonia. – Ele disse com a voz mais rouca do que antes, e os meninos o olharam meio desanimados, se ele estivesse com pneumonia talvez não poderia cantar na primeira semana de shows, e teriam que adiá-los.

— Anda, não vamos sofrer antecipadamente. – Niall acompanhou Liam até o carro e logo eles haviam chegado no hospital, foram conversar com o médico que sempre os atendia, e no momento estava disponível.

— Então meninos, o que te trazem aqui hoje? Rotina? – Liam negou.

— Infelizmente não doutor, ele está com uma dor de garganta a muito tempo e a voz dele não está muito legal também, hum e hoje ele teve falta de ar. – Liam explicou como se Niall fosse uma criança que não pudesse falar sozinho.

— Hum, sintomas que apontam para uma pneumonia, vamos sente—se para eu poder examina—lo. – Niall detestava ir ao médico, ainda mais para examinar a garganta, contra vontade ele se sentou na cadeira do Doutor Andrew ou como os meninos costumam dizer, do doutor Andy. Abriu a boca e fez os sons que todo médico orienta fazer, mas dessa vez ele fez mais de uma vez, e isso o intrigou um pouco.

— Eu vou chamar um colega para ele dar uma olhadinha, mas eu creio que não seja nada. – Niall assentiu, e permaneceu sentado na posição em que estava só que com a boca fechada agora.

— Estranho ele nunca faz isso. – Liam comentou e Niall concordou com ele. Eles não esperara por muito tempo e logo o outro médico chegou.

— Prazer eu sou o Doutor Robert, vou examinar você de novo Niall, não é? – Niall assentiu e refez os procedimentos com o médico. O médico acabou e fez um sinal com a cabeça para Andy acompanha—lo, eles permaneceram uns dez minutos aproximadamente fora da sala e depois Andy voltou com alguns papéis e com uma cara um pouco estranha.

— Niall, eu não sei como dizer isso a você, mas eu preciso dizer, você tem câncer na laringe. – Niall olhou para o médico para descobrir se ele não estava brincando e quando viu que não era brincadeira ele, a única coisa em que ele pensou foi que ele nunca mais poderia cantar e percebeu algumas lágrimas se acumulando em seus olhos. – É um caso raro, porque você nem mesmo fuma, mas eu creio que seja por uma exposição por muito tempo ao cigarro, a pesar de quase nunca acontecer em fumantes passivos, o fato de você ter amigos que fumam, pode ter agravado o problema, Robert pediu alguns exames com urgência, é um câncer um pouco avançado, não vou mentir mas tem chances de poder ser resolvido sem cirurgia, somente com o tratamento de radioterapia, então você continuará cantando como sempre depois. – Niall se obrigou a respirar fundo, e Liam não parava de pensar que o amigo estava sofrendo por conta dele, obviamente a culpa não era só dele mas, era em parte dele. – O melhor seria se você fizesse os exames agora, com a urgência pedida e o fato de você poder pagar por isso você pode pegar o resultado e o tratamento mais adequado hoje mesmo.

— Ele vai fazer agora. – Liam disse e Niall continuou um pouco sem reação, no fundo ele queria acreditar que era tudo uma pegadinha para um programa ou algo assim. O médico os levou até uma outra sala e pediu que eles aguardassem vinte minutos para fazer a ressonância.

— Liam, eu não vou poder cantar nunca mais. – Niall finalmente começou a chorar ignorando qualquer pessoa que estivesse olhando. Liam mandou uma mensagem para os meninos irem até o hospital.

— Fica calmo okay, se todas as nossas músicas tiverem que ter rap elas vão ter mas você não vai deixar a One Direction porque a One Direction não é a One Direction sem você. – Liam abraçou o amigo.

— Só que eu não quero só poder cantar Rap, eu quero poder, escolher. – Liam suspirou com a fala de Niall. – E se eu morrer?

— Você não vai morrer. – Liam disse, se Niall morresse porque seus três amigos fumaram demais perto dele, Liam nunca mais seria capaz de cantar. Liam desviou seus pensamentos para um barulho vindo da porta, logo três meninos sugiram de lá, com uma cara super preocupada, o que decididamente era algo diferente de tratando deles. Antes que eles pudessem perguntar o que estava acontecendo o médico pedi que Niall entrasse e não permitiu que ele fosse acompanhado, Liam deu boa sorte ao amigo e ficou explicando tudo aos meninos, que tiveram a mesma reação que ele.

— Quer dizer que a culpa é nossa? – Louis perguntou, obviamente excluindo Harry da pergunta. – A partir de hoje eu começo minha reabilitação. – Liam e Zayn concordaram, Harry ficou um pouco estático com tudo, era difícil imaginar Niall doente, porque o Niall é o Nialler, ele só tem uns probleminhas no joelho e nada mais, ele nunca, ou quase nunca fica doente, então de repente ele está com câncer? E na garganta ainda por cima? Os meninos interromperam a conversa quando Niall saiu da sala um pouco branco.

— O que deram para você? – ele sentou.

— Tiraram meu sangue e depois me enfiaram em uma máquina, era tão pequeno lá, e era um tubo e... – Obviamente ele tinha tido um quase ataque claustrofóbico dentro da máquina de ressonância. – Bem vocês sabem o que acontece né?! – Ele disse ainda desanimado com tudo aquilo, e não era por menos ele demoraria a aceitar o que estava acontecendo.

— Mas você fez o exame não é? – Harry perguntou e Niall assentiu. Ele estava evitando falar, porque ele se lembrava da coisa toda vez que falava.

— Então ótimo, daqui a pouco o... – Não levou nem mesmo dez minutos e o médico apareceu chamando Niall para sua sala.

— Podemos ir junto? – Liam perguntou, e o médico autorizou que os quatro fossem.

— Sentem—se. Seu câncer é um pouco mais complicado do que pensávamos, você está com uma leucemia avançada que levou ao câncer na laringe provavelmente por uma exposição por muito tempo ao cigarro e seu corpo já estava fraco e infelizmente o câncer está nas usas cordas vocais, podemos começar o tratamento mas as chances são poucas o melhor seria retirar o tumor e só tratar da sua leucemia. – Niall sentiu um calafrio. – Para o seu caso, teremos que realizar um tratamento experimental, mas um transplante de medula seria o essencial. – A palavra experimental assustou ainda mais menino, ele pensou imediatamente no filme em que a menina tinha câncer e fazia um tratamento experimental, ela morreu depois.

— E não tem alguma coisa alternativa que não envolva cirurgia? – Liam perguntou um pouco desesperado, Niall ia pirar que tivesse que deixar de cantar e Liam sabia disso.

— Eu não deveria te falar isso, porque eu acho loucura, mas tem um tratamento novo, alguns de meus pacientes fizeram e se curaram mas o tratamento não é divulgado e a Médica que realiza é muito nova além do que ela é especializada em leucemia para crianças e você tem dois problemas, não sei se seria a melhor opção.

— Eu quero tentar sem a cirurgia, se não der certo, acho que eu não quero tentar o outro jeito. – Os meninos arregalaram os olhos, ele estava dizendo que se não desse certo ele desistiria de tudo, da própria vida, e tudo isso por não poder cantar, é claro que no fundo eles entendiam mas ao mesmo tempo eles não queriam pensar em nunca mais poder ver o amigo.