—Anna – senti um empurrão – Acorda, já são 17horas

—Mããe – falei assim que vi que realmente era 17horas – Vou falar nada

Levantei e liguei para Carol

—Você nunca foi em uma festa do Ricardo, então me sinto obrigada a te dar duas dicas

—Dicas é? – Falei deitando na cama de novo

—Isso, dicas – sorri - Primeiro: você não pode ser você senão é capaz de nem entrar

—Não posso ser eu? –perguntei confusa

—Isso, a Anna usaria um short não muito curto com uma blusa do Canadá por cima – falou e eu ri com a descrição da roupa que usei na primeira festa que fui com eles – Você vai ter que usar uma short não muito não curto e uma blusa que te deixe gostosa

—To rindo muito com isso – falei realmente rindo – e por que exatamente tenho que ir assim?

—Porque Amanda e outra vacas da escola vão estar lá vestidas como vacas, então você tem que se igualar sem se parecer como elas

—Entendi – disse sentando na cama – Tenho que ir gostosa sem parecer vulgar

—Tirou as palavras da minha boca – falou rindo

—Então se você me da licença, tenho que ficar gostosa em – olhei de novo as horas no celular – 2 horas e meia

—Vai lá tchau

Resolvi tomar outro banho. Peguei as roupas que compramos hoje e fui ver qual usaria para festa.

Tinha três blusas. Uma preta de alcinha. Outra branca de manga com uns desenhos na frente e uma outra também preta justa com a parte de trás aberta

E short tinha dois. Um, um pouco mais apertado e jeans e o outro mais larguinho que não combinava com nenhuma da outras blusas. Liguei para Nat

—Eu não tenho short para poder ir nessa festa – falei assim que ela atendeu em um tom desesperado

—Calma

—Eu preciso ir parai e você precisa me emprestar um roupa

—Anna ta doida? – perguntou – Falta 2 horas para gente ir para casa do Pedro e você gasta 10 minutos para chegar aqui, vai atrasar

—Ah para neh – disse já arrumando tudo o que precisava para poder ir para casa de Nat –10 minutos não é nada. Chego ai em 7 minutos – falei e desliguei

—Mãããeee , to indo para casa da Nat

—Ta bom, boa festa

Cheguei na rua que estava vazia e comecei a correr. Mau cabelo ficaria um cocô mas não estava podendo reclamar, cheguei na esquina quase trombando com uma menina, continuei correndo como se estivesse fugindo de alguém

—Anna – alguém me gritou fazendo eu quase tropeçar. Olhei para trás e vi Lucas no carro com um outro homem dentro que presumi ser seu pai

—OI – disse indo na direção do carro limpando o suor – Seu pai?

—Prazer Jorge – falou o senhor estendendo a mão

—Prazer Anna

—Que você tava fazendo correndo quando se tem tem uma festa para ir? – perguntou como se eu fosse louca

—Então, sabe a festa? Eu não tenho roupa, então estava tentando ir para casa da Nat e chegar lá antes que atrase todo mundo – falei tudo em um sopro só

—Entra ai, nos te levamos lá – falou Jorge abrindo a porta de trás

—Não, não precisa a casa da Nat é pertinho, aqui do lado – falei

—Pertinho – falou Lucas debochando – entra logo

Entrei e agradeci. Eles me deixaram na porta da casa da Nat e eu desci do carro.

—Muito obrigada mesmo senhor Jorge – disse debruçando na janela de Lucas

—Só Jorge – disse e sorriu

—Obrigada então só Jorge – eles riram e falei para Lucas – Te vejo na casa de Pedro? – Perguntei e ele sorriu

—Melhor, vou pegar você e Nat aqui 19:50 – disse e sorri

—Então deixa eu correr porque senão a Nat me mata antes deu fazer 17

Disse dando um ultimo tchau para eles .

—Naaat – gritei do lado de fora – ela abriu a porta e sorriu – 6 minutos parabéns – disse me dando passagem

Fomos ate seu quarto e quase tive um infarto. Tinha roupa espalhada por todo lugar do quarto

—Tava separando algumas roupas que talvez você goste, tem esse, esse e aquele, e depois aquele outro e ...

—Nat, calma.

Experimentei uns cinco shorts e finalmente Nat gostou de um que era realmente lindo. Curto? Talvez um pouco muito. Tinha umas tachinhas no bolso de trás, não muitas tachinhas, poucas mas que destacavam o bolso ou como a Nat disse minha bunda. Ela me emprestou uma blusa também de alcinha com um decote V, não era justa mas não era larga. Nat tinha uma bota que mais parecia um tênis, meio marrom, muito lindo. Não achei que ficaria bom mas quando calcei calei a boca e agradeci Nat. Enquanto ela trocava de roupa fui para o banheiro me maquiar, passei um rímel preto e tentei passar o delineador o que não deu muito certo, chamei a Nat e ela terminou o trabalho para mim. Passei um batom rosa fraco e joguei meu cabelo todo para um lado só. Nat passou maquiagem e estava pronta assim como eu. Usava também um short com uma blusa grande tampando quase o short todo dando a impressão que estava somente de blusa, aparecia uma tirinha do short por baixo da blusa. Sentamos na sala e tentamos respirar de vagar para não estragar o cabelo. Escutamos uma buzina do lado de fora. Saímos.

—Quem são vocês e cadê as meninas?- perguntou Lucas arregalando os olhos

Entramos e explicamos para ele a tática de ir em uma festa da casa do Ricardo

—Vocês são loucas, definitivamente loucas

—Entãão se fizermos algo que vá nos envergonhar amanha não nos conte – disse Nat se olhando no espelho

—Pode deixar

Chegamos na casa do Pedro e todos já estavam do lado de fora provavelmente nos esperando.

Carol e Ge estavam vestidas como Carol havia dito, Pedro e Leo estavam de calça jeans. A de Leo mais escura que a de Pedro. Carol olhou na nossa direção e sorriu

—Anna pegou rápido – disse Carol cheia de orgulho

—Não acredito que você foi na onda delas – disse Pedro vindo na nossa direção

—Anna, se eu não fosse eu, eu te pegava – falou Ge sorrindo

—Anna – disse Pedro –se eu não fosse eu, eu te pegava –finalizou ganhando um soco de Leo no ombro

—O papo ta ótimo mas – disse Nat pegando o celular e conferindo as horas – já vai dar 20 horas

Nos dividimos de novo e voltamos para o carro.

—Preciso que você saiba de um coisa Anna – disse Nat – eu já fiquei com o Ricardo então se ele falar umas coisas estranhas, nem pense em debochar

—Não acredito que você já pegou ele – disse Lucas incrédulo olhando para ela pelo retrovisor

—A Carol já pegou também – disse e eu e Lucas explodimos em risadas

—Você já pegaram o mesmo menino? –perguntei ainda rindo -Que nojinho

—Nojinho? – perguntou Nat agora rindo –eu to te falando isso para você não se sentir mal quando ver o Ricardo e querer agarrar o menino

—E por que eu faria isso? –perguntei arrumando o rímel

—Porque o cara é um gato, tão gato que vai flertar com você ate você não resistir mais e implorar para ele te beijar

—Não exagera – disse Lucas parando o carro em uma rua vazia para onde seria uma festa

Saímos do carro enquanto Leo estacionava o carro atrás do de Lucas

—Tem certeza que é aqui? - perguntei estranhando, ninguém respondeu, fomos andando ate a esquina e lá estava. Uma casa meio grande com alguns feixes de luzes na parte de trás, não dava para escutar a musica mas a casa parecia que estava tremendo, como se abrissem a porta a vizinhança explodisse.

—Agora – disse Lucas virando e ficando de frente para mim fazendo todos os outros pararem –Nunca fique longe do seu copo, a não ser que queira ser drogada ai já é outro caso. Ah e não aceite ir em nenhum lugar onde tenha pouca gente se alguém te chamar

—E por que eu iria? – perguntei como se eu fosse burra se aceitasse

—Por isso que disse para não ficar longe do seu copo – disse piscando . Sorri

—E o mais importante – disse Carol – se brotar uma vontade estranha de querer beijar o Ricardo, não precisa negar porque aquele ali tem jeito – disse e Nat concordou com a cabeça rindo, Leo riu ironico

— Vocês duas que o digam neh- ri assim como Lucas e Ge

Continuamos andando, paramos em frente a casa e Lucas tocou algo que parecia ser uma campainha, só que estranha

—Lucas - foi ai que vi, um menino alto moreno, com os cabelos pretos e olhos claros, tinha uma boca rosinha e sorria para Lucas enquanto apertava sua mão. Sorri quando percebi que as meninas não tinham exagerado.

—Nat, Carol - disse Ricardo com meio sorriso no rosto, não aguentei e ri meio alto, corei assim que percebi o que tinha feito. Ricardo olhava para mim agora

—Essa – disse parando e me analisando – eu não conheço

—É a Anna minha prima, veio para cá esse ano

—Oi Anna – disse ele estendendo a mão

—OI – disse tentando não corar mais. Ricardo ficou parado alguns segundos me encarando ate que se virou para os garotos e lhes deu passagem para entrar na casa.

—A festa é lá atrás – disse apontando para o local – Fiquem a vontade