New Wave
With a few red lights - Parte 4
— O outro menino do píer? – disse ele.
Luciano olhou em volta a procura de Gabriel, mas não o encontrou.
— Foi um acidente – diz Luciano ao policial de trás do balcão que o olhou dos pés a cabeça.
— Eu sei, todo mundo que está aqui jura que é um acidente ou que não fizeram nada – diz o policial irônico.
— Fale seu nome garoto – diz o policial que o acompanha, Luciano respira fundo e olha novamente para o policial do balcão que está com cara de poucos amigos e um pouco de tédio.
— Luciano Klein Middleware – diz ele ao policial que suspira.
— Documentos... – diz o policial estendendo a mão por cima do balcão, Luciano se vira e pega o documento na carteira ensopada que está no bolso de trás de sua calça jeans.
— Levem ele pra outra sala o delegado está ocupado agora – diz o policial depois de digitar algumas coisas no computador que tem ali.
— Posso ligar pros meus pais? – pergunta Luciano antes do outro policial o levar para outra sala.
— Depois garoto, depois – responde o policial, Luciano é conduzido aos fundos do corredor azul claro.
Dentro da sala do delegado, ele e o policial que me trouxe do píer conversavam enquanto estava sentado numa cadeira no canto da sala, eu os observava e olhava para fora da sala à procura de Luciano.
— Pra mim essa história de assalto não bate – disse o policial ao delegado que me olhava furtivamente.
— Três menores, fora de hora na rua e sob o velho primeiro píer á noite chovendo é muito estranho.
— Porque diz isso? É uma atitude suspeita claro, mas qual a sua opinião? – pergunta o delegado.
Suspiro.
— Nesses casos pode ser três coisas, droga, mulher ou essas brincadeiras de quem é mais “cabra macho.”
— Tinha mais alguém com eles? – pergunta o delegado dessa vez cruzando os braços sob o peito.
— Não, só eles três mesmo e os dois estavam muito nervosos tremiam, o outro estava mais branco que papel.
— É o pai do menino hospitalizado ligou – disse o delegado e virei imediatamente o rosto em sua direção.
— Ele garante que o filho sofreu uma tentativa de assassinato, o filho dele não costuma andar pra esses tipos de lugares ele nem sabe nadar direito, e esse aí – disse o delegado me indicando com a mão aberta.
— Ele é filho do juiz Decklan, essa noite vai ser daquelas – diz o delegado passando a mão pelo rosto.
— Acho que foi o outro garoto que atirou no garoto e jogou o corpo e a arma dentro do oceano, tem cara de boa gente, mas, no mínimo ele vai ser condenado por homicídio culposo ou por lesão corporal grave.
Abaixo a minha cabeça, pobre Luciano tudo porque ele voltou para me ajudar.
Fale com o autor