Maybe I'm foolish - Parte 2

Me sentei na sala de casa e resolvi afinar a guitarra que havia ganhado no meu ultimo aniversario e nisso senti alguém respirando perto da minha cabeça, levantei – a lentamente e dei de cara com Ramona que se inclinou em minha direção, apenas fui me inclinando para trás até praticamente deitar de mal jeito no sofá e ela suspirou se afastando de mim.

— Você é tão desligado às vezes Gabriel – disse ela se sentando no outro sofá enquanto Cameron se sentava a seu lado e nos olhava prendendo um sorriso.

— Qual a boa? – perguntou ele vendo que eu estava surpreso com a atitude de Ramona.

Estranho isso.

— Não posso mais sair de casa, se eu fugir como hoje o meu pai não vai mais me auxiliar na defesa.

— Como assim? Seu pai é o juiz o máximo que ele pode fazer é não pagar mais o advogado – diz Cameron.

— Antes de ser juiz meu pai também é advogado Cam então ele sabe e conhece as leis, e vou respeitar ele.

— Mas ninguém aqui tem culpa de nada pelo que aconteceu ontem – disse Ramona cruzando as pernas.

— Concordo com a Ramona, ninguém ali tem culpa de nada – disse Cameron com a voz estranha.

— Gente afinal de contas o que realmente aconteceu? Eu não vi o começo da bagunça porque o maluco de preto de empurrou no chão, e quando levantei só vi as pessoas correndo e depois o Richard na água.

— Aí acho que sei o que aconteceu... – Cameron começou a dizer, mas ficou pálido e parou de falar.

— E o que aconteceu? – pergunto juntamente com Ramona que sorri pra mim, mas encaro Cameron.

— É o que vocês mesmos falaram, ele deve ter reagido ao assalto ou algo parecido e levou o tiro e caiu.

— Eu deveria ter dado o depoimento junto com o Luciano ele deve ter visto mais coisa antes de me ajudar quando eu tava caído lá no meio da rua, esse homem de preto que me empurrou confunde todo mundo.

— Não acha melhor a gente contar a verdade verdadeira? – disse Ramona se levantando do sofá.

— Que a gente estava lá e cada um conta a sua versão até os policiais saberem e saber quem é o homem de preto?

— Tá louca Ramona? Quer me ferrar?! – grita Cameron indo em direção a Ramona, me coloco entre eles.

— Deixa a história como está – digo olhando para os dois que se encaram com raiva.

— Nada vai mudar.

— Certo – diz Cameron indo em direção a porta – Vamos pra balada do centro? – pergunta ele.

— Já falei que não posso sair – respondi me sentando novamente no sofá e ele olha pra Ramona.

— Borá ruivinha? – diz ele, Ramona ajeita a jaqueta jeans e os cabelos e olha pra Cameron.

— Não quero festas hoje, vou ficar aqui com o Gabriel – diz ela sorridente, apenas dou de ombros.

— Tá, vou nessa – diz Cameron abrindo a porta da sala e saindo batendo continência.

Permaneço sentado no sofá quando Ramona se senta ao meu lado, lhe dou espaço mas ela quer ficar perto de mim, perto demais até.

Ouço alguém abrir a porta da cozinha e me levanto para olhar e vejo minha mãe com um copo de água nas mãos ela para e nos olha eu afastando Ramona e ela tentando ficar aproxima a mim. Mamãe ergue uma sobrancelha.

— Mamãe – digo me afastando de Ramona como estava fazendo e Ramona olha pra minha mãe e sorri.

— Olá Sofia – diz Ramona sorridente, mamãe permanece com a expressão ilegível.

— Ramona não me leve a mal, mas pra você é Dona Sofia e o Gabriel está de castigo, amanhã na escola vocês dois conversam, de preferência na hora do intervalo pra não atrapalhar a aula e os estudos.

— Deixa que eu levo ela até a saída – digo puxando Ramona para fora da sala.

— Até a porta da sala, nada de ir ao portão – diz mamãe autoritária. Aquilo me surpreendeu.

— Pronto Dona Sofia – digo fechando a porta da sala e bocejo.

— Vai dormir filhote – diz ela me dando um beijo no alto da cabeça.

Sorrio e caminho até meu quarto.