- Na verdade, ela se foi há algum tempo, você era muito pequena, não se lembra certamente. - Eu disse tentando parecer calmo e tentando não falar nenhuma merda.

Continuamos quietos por mais minutos, ela ficava quieta, as vezes olhava para mim e sorria, ou olhava para a porta e voltava a olhar a janela.

- Quando eu saio daqui? - Marjorie me perguntou olhando para fora.

- Está ansciosa para relembrar como é la fora? - Perguntei me sentando junto na cama com ela quando a mesma me deu espaço.

- Você gosta de mim? - Ela me perguntou mudando de assunto.

- Eu te amo, você é minha filha - Sorri para ela que me retribuiu com um sorriso de criança.

- Eu gosto de você? - Ela me perguntou, o que fez eu gelar, novamente, eu sabia que ia falar besteira, certamente, era uma das coisas que eu mais sabia fazer. Nesse meio tempo, seria bom ter a Marjorie realmente aparentando gostar de mim, só que não seria certo ou justo mentir para ela, e como sempre, decidi ir para o mal caminho.

- Como toda familia normal, você me ama certo? - Rimos junto, porém, fiquei com receio das mentiras que ia contar para ela, era fato, eu não podia evitar, as mentiras iam se aglomerando como uma bola de neve; a primeira mentira, de fato, ia dar origem a outra, e se eu tentasse falar alguma coisa que não correspondesse a outra mentira, ela ia perceber e com certeza ficaria com muita mais raiva de mim.

(...)

Hoje seria o dia em que a minha filha voltaria para a casa, eu estava anscioso e bem, os meninos já sabiam da 'bola de neve' que eu havia cometido, óbvio que eles acharam ridiculo e riram de mim, porém era a única forma e a única saida.

- Pretende continuar com a mentira? - Syn disse no banco de trás do carro, estavamos indo buscar Marjorie no hospital.

- Que fique claro; se algum de vocês, falar ou citar essa mentira pra Marjorie, o Avenged Sevenfold vai acabar por falta de membro. - Respondi estacionando o carro na garagem do hospital e saindo do mesmo.

- Desculpa estressadinha! - Syn disse saindo do carro que nem uma bicha.

- Eu não quero, mas se alguém contar, cara, eu juro que eu vou preso. - Falei mais para mim do que para eles, já que quando me dei conta, eles estavam voando para dentro do hospital, claro, como todo o "adulto" eu tive que ir correndo atras deles para segurar as crianças, antes que fossemos expulsos do hospital.

Quando vi já pude ver a minha filha vindo junto ao médico, era bom saber que ela não ia precisar de cadeiras de rodas ou ainda vestindo a roupa do hospital, claro,como qualquer retardado e louco eu fui correndo abraça-la, e os meninos fizeram a mesma coisa, ela, ficou com medo, até por que, não é todo dia que você vê 5 brutamontes correndo em sua doreção e te abraçando, eu acho que qualquer pessoa normal ia estranhar se alguma coisa assim acontecece.

- E lembre-se Marjorie, nunca minta, você nunca vai chegar a lugar nenhum mentindo. - Syn quase berrou, fazendo com que aquela frase fosse para mim e não pra ela.

- O que você quis dizer com isso? E por que gritou? - Ela perguntou estranhando.

- Só pra deixar bem claro que não devemos mentir. - Ele continuou olhando para mim pelo retrovisor do carro.

- E também não devemos nos meter na vida dos outros. - Falei mais alto em resposta, o que definitvamente fez ele calar a boca, e ficou assim o caminho inteiro, os meninos espremidos no carro e gritando e Marjorie ficando com mais medo ainda de tudo.

(...)

- Amoooor! - Ouvi Claire me chamando, já haviamos almoçado e estavamos rindo e brincando, só quando aquela praga apareceu, não dava mais, ela estava me irritando muito, daquele jeito não dava pra continuar, não mesmo.

- Já chega Claire, acabou tudo! - Falei empurrando ela quando a mesma veio se esfregar em mim e ainda pior, na frente da minha filha.

- Como assim? Ta acabando tudo? - Ela se fez de desentendida, nossa, eu juro, que se não tivesse ninguém por perto eu estrangulava ela.

- Não entendeu? Acabou, tudo! - Gritei.

- O QUE? MAS POR QUE? DESDE QUE ESSA PIRRALHA CHEGOU AQUI VOCÊ NÃO ME DA MAIS ATENÇÃO E DE UMA HORA PRA OUTRA QUER TERMINAR TUDO? E ESSE ANEL DE NOIVADO? NÃO SIGNIFICA NADA? - Claire começou a gritar jogando a aliança em mim.

- NUNCA SIGNIFICOU NADA, E NUNCA VAI SIGNIFICAR, VOCÊ É APENAS UMA VADIA QUE SÓ QUER DINHEIRO, E NUNCA BOTE A MINHA FILHA NO MEIO, VOCÊ PODE ME XINGAR, ME BATER E ATÉ ME DESONRAR, MAS SE METER A MINHA FILHA NO MEIO A PORRA FICA SÉRIA! - Gritei ainda mais com ela, realmente, se ela colocasse minha filha, ou algum dos meus amigos na briga, eu vou pra cadeia.

- VAI SE FODER SULLIVAN! - Ela gritou e bateu a porta, puta que pariu! É como se isso fosse a melhor coisa que eu já tivesse feito.