New Age

Feridas e descobertas


— Entrem. – Disse por fim.

Petúnia e Severo entraram dentro da casa, carregando, em silêncio absoluto, Regulus pelos corredores. À sua frente seguia Dorea, que tentava separar os seus sentimentos pelo seu sobrinho mais novo dos seus pensamentos racionais. Sabia que assim que quando a sua irmã mais velha descobrisse que o seu filho tinha desaparecido, a sua casa seria o primeiro lugar que ele e o seu marido iam procurar.

Mas não podia deixar que eles continuassem a fazer a mesma coisa que fizeram à sua pequena filha quinze anos atrás. Por míseros segundo a sua mente pregou-lhe uma partida, misturando as imagens que estava a receber – o corpo ferido do seu sobrinha – com as imagens que a sua mente tinha criado ao logo da últimos quinze anos sobre o estado do corpo da sua pequena ao fim de três messes de torturas. Sabia que nunca se perdoaria se deixasse que Regulus voltasse para aquela casa.

Assim que chagaram ao quarto de hóspedes, Petúnia e Severus colocaram cuidadosamente o corpo inconsciente de Regulus no meio da cama, sentando-se depois no sofá que se encontrava aos pés da cama.

— Peço desculpa Mr. Snape e Miss Evans as tenho que pedir para vos retirar do quarto. – Disse Dorea, enquanto andava à procura das poções necessárias e dos utensílios médicos que precisaria para curá-lo. – Temo que não conseguirei fazer o que tenho que fazer se vocês estiverem aqui e, além disso, vocês os dois são muitos jovens para ter que presenciar isso.

Petúnia, que olhava distraidamente para os detalhes da cama, levantou-se rapidamente. Tinha a sensação que, se ficasse mais tempo dentro daquela propriedade, havia uma enorme probabilidade de se esbarrar com Lilian ou que Severus não a deixasse sair sem que explicasse o motivo do seu ódio aparente pela magia à sua irmã. Quanto mais cedo conseguisse sair da propriedade mais depressa iria buscar a ruiva do futuro a Londres.

— Mrs. Potter, poderia fazer uma pergunta? – Perguntou Severus. Desde que havia conhecido a alegada Freya Potter que várias dúvidas começaram a aparecer na sua mente. Durante o percurso desde a porta de entrada da mansão até ao quarto de hóspedes, procurando qualquer indicação da existência de uma segunda filha, mas em todos os quadros que tinham ao longo do percurso apenas apareciam um filho, sempre James e nunca James e Freya.

— Se eu puder responder Mr. Snape terei todo o prazer em responder à sua pergunta. – Falou Dorea, começando a tratar dos ferimentos do seu sobrinho.

— Há alguns anos eu ouvi o seu filho a falar da existência de uma irmã gémea. O que aconteceu com ela? – Perguntou Severus tentando não levantar suspeitas de ter visto uma rapariga que alegava ser a filha dos Potter. – Eu acho que nunca a vi em Hogwarts.

Dorea levantou os olhos, olhando diretamente para os olhos negros de Mr. Snape. Não conseguia imaginar o motivo de aquele jovem querer saber o que tinha acontecido com Freya mas também não via motivos para não responder à sua pergunta.

— E também não a poderias ver. – Disse Dorea. – A minha filha foi morta por Devoradores da Morte quinze anos atrás. Agora Mr. Snape e Miss Evans peço-vos que vos retira do quarto e Miss Evans diga a Sirius que o seu irmão está aqui. Acho que ele se encontra no jardim que fica atrás da casa, se a memória não me falha.

Severus, vendo que não iria conseguir que ela respondesse a mais nenhuma das suas perguntas, retirou-se do quarto, sendo seguido por Petúnia. Ambos percorreram a distância entre o quarto de hóspedes e o jardim traseiro em silêncio, cada um demasiado preso nos seus próprios pensamentos para prestar atenção no outro ou no que os rodeava.

Petúnia tentava pensar num plano de escape, uma maneira que depois de estar face a face com a sua irmã não se descair, contar tudo para ela e conseguir sair com a cabeça erguida. Além disso tinha ainda que buscar a ruiva do futuro, porque se ela fosse exatamente quem Potter disse que era, provavelmente iria perder-se nas ruas movimentas de Londres e quando desse por isso estava no meio de uma floresta abandonada na Escócia.

Enquanto isso Severus tentava arranjar meios para conseguir com que a Evans não desaparecesse do mapa depois de dar o recado ao Black. E se ela desaparecesse ele sabia que havia uma enorme probabilidade de nunca mais por os olhos em cima dela.

Chagando perto do seu destino começaram a ouvir vozes e risos vindo do jardim. No meio do jardim havia uma mesa, onde cinco adolescentes conversam e riam sem nenhuma preocupação, enquanto se refrescavam com uma bebida fresca. James Potter, Sirius Black, Remus Lupin, Ninfadora Tonks e Lilian Evans. Todos reunidos no mesmo espaço.

Sentindo que o seu tempo estava a começar a escoar e que depois não haveria uma hipótese de fuga, Petúnia adiantou-se. Naquele momento ela estava a agradecer aos céus por ter escutado todas ou quase todas as conversas que a sua irmã tinha tido com os seus pais onde o assunto principal eram os amiguinhos dela. James Potter tinha óculos e, pelas histórias que a sua irmã contava sobre o Black, o tipo que tinha cara de nerd deveria ser Remus Lupin, sobrando apenas uma hipótese. Aproximou-se do quem achava ser e falou:

— Tu és o Black certo? – Vendo ele afirmou, ela contínuo – Dorea Potter pediu para te avisar que o teu irmão mais novo, o Regulus, está aqui, dentro da mansão. Ao que parece a tua mãe ficou irritada com ele depois de o apanhar a tentar fugir para ir ao teu encontro e pediu delicadamente a uns certos amigos dela para dar uma coça no rapaz. Ele está um trapo, mas garanto-te que neste momento Potter está a fazer a sua magia para curar o teu irmão.

Recado dado Petúnia preparou-se para sair, tentando a tudo o custo não estabelecer nenhum contacto com a sua irmã. Olhou de relance para o relógio que Black tinha no pulso esquerdo, vendo que faltava apenas treze minutos para conseguir chegar a Londres.

— Foi um prazer ver todos vocês. Espero sinceramente que encontros como este demorem um pouco a acontecer ou quem sebe nunca mais acontecem. Adeus. – Disse, virando para a saída, começando a andar em direção à mansão.

— E vais simplesmente ir embora, desaparecer e nunca mais voltar? – Perguntou Severus. – Não achas que deves uma explicação para mim? Para a tua irmã? Vais simplesmente deixar a tua própria irmã pensar que tu a odeias, quando ambos sabemos ….

— Cala-te Snape! – Gritou Petúnia, temendo o rumo das perguntas que Severus estava a fazer. Temendo que a qualquer momento a verdade viesse ao de cima. – E respondendo às tuas perguntas sim, eu vou ir embora. Não, eu não vou desaparecer. Provavelmente eu ainda vou aparecer algumas vezes. E qualquer explicação que eu tenha que dar a qualquer pessoa, principalmente à minha irmã, só eu a poderei dar e só segundo as minhas regras e os meus termos. Só quando eu decidir contar é que ela vai saber e não antes.

Antes que Snape ou qualquer outra pessoa resolvesse fazer perguntas e a atrasasse mais, Petúnia começou a visionar a fachada do Museu Britânico e o ambiente que o rodeava, e quando mal se deu conta estava à frente do edifício.

— O que é que acabou de acontecer aqui? – Perguntou Lilian depois de se recuperar do choque. Num minuto a sua irmã mais velha estava a discutir com o seu ex melhor amigo e no outro minuto ela fechou os olhos e simplesmente desapareceu. Parecia até que ela podia desaparatar, parecia que depois de tantos anos a sua irmã despertou os seus poderes como feiticeira, poderes que ninguém sabia que existiam. – Snape, por amor de Merlim, se tu sabes de alguma coisa acho que é a altura de começares a falar.

Dentro da Potter Manor, três minutos depois

Charlus Potter ainda estava a tentar processar o que tinha ouvido de Simon Prior. A sua filha podia estar viva e podia estar a caminho de casa ou aquilo podia ser mais uma pessoa a tentar enganá-los. Era praticamente impossível burlar ou enganar o Registo Mágico, mas também mesmo se dizia que as proteções da Potter Manor eram impenetráveis e mesmo assim elas caíram.

Além disso, ao longo dos anos ouve muitas pessoas que se passaram pela sua filha ou que diziam ter alguma pista sobre ela ou pessoas que diziam que tinha pistas sobre o corpo ou mesmo o corpo da sua filha.

Mesmo tentando não as ter, a esperança de poder ver outra vez a sua filha ou saber que ela está viva começou a crescer dentro do seu coração. E se desta vez fosse verdade? E se desta vez em vez de um bando de pessoas que tentavam enganar a si e à sua esposa e fosse mesmo a sua filha? E se a sua pequena fada finalmente estava a regressar a onde pertencia?

Charlus entrou dentro de casa, tentando encontrar a sua esposa. Segundo as informações de Prior a sua possível filha estaria na Potter Manor a qualquer momento. Subindo as escadas para o primeiro andar, pressentindo que Dorea estava num dos quartos de hóspedes. Provavelmente a prepara as coisas para o seu filho ir para Hogwarts dali a dois dias.

Assim que entrou no corredor reparou que uma porta estava aberta, dirigindo-se imediatamente para essa porta, entrando na divisão. Assim que entrou na divisão reparou que a sua esposa estava a curar o seu sobrinho mais novo. Pelas últimas notícias que andavam a circular dentro do Ministério o rapaz tinha a tatuagem marcada no braço esquerdo e com um casamento marcado com uma puro-sangue pertencente a uma família qualquer apoiante de Lord Voldemort, provavelmente a filha dos Parkison ou a dos Ollivandor.

— O que é que se passou com ele? – Perguntou Charlus.

— Aconteceu alguma coisa no ministério para estares tão cedo em casa? – Perguntou Dorea sem levantar os olhos do que estava a fazer. Quem tinha feito isto era um especialista na arte de partir ossos e/ou tinha um enorme amor em bater em alguém.

— Eu preciso de te contar uma coisa que o agente Prior me disse. – Falou Charlus, indo na direção á janela que tinha no quarto. – Mas isso pode esperar alguns minutos. Podes-me dizer o que aconteceu com o Regulus?

— Vamos dizer que a minha irmã não ficou feliz por ter mais uma filha a deserdar a causa que Voldemort defende e principalmente por mais um filho a vir pedir refugiu a mim. – Disse Dorea rentando controlar as lágrimas.

Durante os seus primeiros anos da sua vida Dorea e a Walburga eram as melhores amigas, confidente uma da outra. Mas tudo isso mudou quando Walburga foi para Hogwarts e no verão chegou totalmente diferente do que ela era antes e começaram a afastar-se. E tudo isso só piorou quando Dorea foi para Hogwarts e ficou amiga de Charlus Potter. Depois daquele ano elas começaram a tratar-se como perfeitas desconhecidas.

Mas o que as separou definitivamente ocorreu em duas partes: quando Walburga uniu-se aos Devoradores da Morte e quando a sua pequena foi levada. Dorea sabia que tinha sido ela derrubar as proteções da Potter Manor. Aquelas proteções tinham sido construídos pelo primeiro Potter e foi reforçado por cada geração de Potter’s desde então. A única forma de uma proteção com aquela idade era ou destruí-las depois de horas de constantes ataques ou se alguém de dentro tivesse programado as proteções para que se desligar a uma determinada hora e por incrível que podia parecer na semana anterior Walburga tinha ido a sua casa.

Walburga tinha-lhe dito que a única razão dee ela estar na sua casa era parra convencer-lhe a aceitar a proposta que Voldemort tilha-lhe feito, dizendo que se não jurasse lealdade ao seu Lord, seriam cortados todos os laços à família Black, com o seu rosto sendo quimado da tapeçaria da família Black e sendo renegado como uma Black. A partir daquele dia seria como se ela nunca tivesse existido naquele família. Mas Dorea diz-lhe que a única famíla que lhe importava era aquela que ela tinha naquela casa. Uma semana depois as proteções caiem e a sua filha foi levada. E ninguém lhe tirava da cabeça que Walburga tivesse envolvida nas torturas que a sua filha sofreu durante o seu cativeiro, como retaliação da recusa de Dorea em acompanhar-lhe..

— Charlus se tens algo para me dizeres diz-me logo. – Disse Dorea. Apesar de amar o seu marido, odiava o estado em que ele ficava quando tinha que contar-lhe sobre alguma coisa que iria afectar ambos e não sabia se a informação que ira-lhe contar era verdadeira.

— Dorea, eu sei que isto parece loucura, mas promete-me que não me vais interromper até eu terminar. – Charlus fez uma pausa para recuperar o folgo e organizar os pensamentos - Simon Prior veio à minha sala, hoje, e contou-me que houve um erro no Registo Mágico. Aparentemente o Registo Mágico atribui uma certidão de óbito a uma rapariga, que aparentemente tinha desaparecido da face da Terra. Acontece que essa rapariga, supostamente, tinha sido morta ou por Voldemort ou pelos dos seus capachos. Há três horas e qualquer minuto essa rapariga apareceu em New York e ao que parece ela está a vir para aqui neste momento.

— Porque nós? – Perguntou Dorea, pousando o equipamento médico. O que ela podia fazer com ele naquele instante ela já o tinha feito. O resto dos danos só poderiam ser tratados com Regulus consciente. – Qual é o motivo dela vir atrás de nós? E o que é que não me estás a contar?

— O nome dela. O nome que apareceu no Registo pelo menos. Eu não sei se o Registo está certo ou está a enganar-nos mais uma vez. Mas o nome que apareceu é Freya Dorea Potter. – Olhando pela janela Charlus viu uma rapariga adolescente, vestida totalmente de preto acompanhada com um rapaz, com mais ou menos a sua idade. – Mas isso não interessa agora. independentemente de quem ela seja, ela está aqui e traz um convidado cm ela.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.