Never Forget!

Final feliz?


De repente ele me perguntou em meio a gemidos e arfadas.

— Por que você resolveu fazer isso comigo? Se fosse pelo o que eu faço com você, você já teria feito isso há mais tempo. – na realidade ele tinha razão. E como ele fez uma pergunta boa resolvi responde-lo.

— Por que eu tenho um objetivo. – fixei meu olhar no dele para ver se ele era capaz de ver onde eu queria chegar.

— Objetivo? Que objetivo? – ele não entendeu.

— Quero liberdade e paz para criar meu filho. – ele me olhou incrédulo das minhas palavras.

— Filho? Que filho? – aquele papo já estava me dando enjoou.

— O que eu estou esperando é claro. Idiota. – ele começou a olhar tudo a sua volta. Será que ele estava desconfiando de mim? Se fosse o caso eu o mataria ali mesmo.

E então eu tenho pensamentos assustadores

Ele apenas abaixou a cabeça e ficou a sussurrar palavras que eu não entendia.

Ok. Aquela monotonia já estava enchendo o meu saco. Eu tinha que dar um jeito nele e rápido.

Liguei para minha mãe e nos falamos por um longo tempo. Até senti que ela chorou ao ouvir minha voz. Ela me disse que só não havia me procurado por que o Julian dizia que eu estava bem e que eu não precisava de visitas. Ódio é como fogo, quando mais tentamos fugir dele mais ele nos atinge.

O bom é que agente não tinha vizinhos próximos. O mais próximo morava a sete Quilômetros da gente. Sim eu era louca de ir morar tão distante das pessoas assim, mas é que isso segundo o Julian fazia parte da magia.

Quando desliguei o telefone, peguei o revolver e o direcionei a parte intima dele. Ele se desesperou. Que tentação fazer isso. Acabar com a coisa que mais me torturou durantes os últimos meses.

— Não. Não. Por favor, não faz isso. NÃO, NÃO, NÃO. – tarde demais. Eu dei um tiro no seu amiguinho e ele gritou feito uma mulherzinha.

No final eu estava gostando desse jogo. Só que eu tinha que ser rápida meu tempo estava acabando.

Já que ele está aqui, é porque ele nunca perdeu

Enfim. Para acabar de uma vez com a minha sina eu dei um tiro na cabeça dele. Depois sabotei a fiação elétrica e liguei novamente para minha mãe. Marquei de me encontrar com ela para contar as novidades. Fui tomar um banho, coloquei minha melhor roupa, meu melhor perfume e arrumei meu cabelo lindamente.

Quando sai, coloquei uma bombinha de pilha enrolado em Bombril para produzir eletricidade, porém isso levaria alguns minutos. Daria tempo de eu pegar o carro de Julian e ir para a casa da minha mãe.

A minha vida passa diante dos meus olhos

Experimentar a liberdade a primeira vez é ótimo. Mas quando nós a perdemos é sufocante. Parece que o mundo fechou as portas para nós e que nós nunca conseguiremos sair. Mas agente não deve desistir de tentar abrir essa maldita porta. Agente tem que ter fé na nossa força e às vezes usar da nossa crueldade para nos libertar do obscuro.

Eu aprendi.

Quando deu 15h37min passei num cruzamento a 15 kl por hora numa pista de dez e a maquina da via tirou uma foto minha. Parte disso era minha alegria de estar livre e outra é que eu tinha planejado ser flagrada pelo radar propositalmente.

Quando deu 16h03min eu sabia que a casa já deveria estar em chamas. Queimando o corpo grotesco do filho da mãe do Julian.

Que ele queimasse no inferno.

E eu me pergunto se algum dia verei o sol nascer novamente

Quando eu estava com minha mãe o telefone tocou. Era a policia me avisando sobre o incêndio. Eles atestarão que o incêndio foi acidental. Eu chorei tanto no enterro daquele desgraçado, deveria ter ganhado o Grammy Latino ou o Oscar.

Contei a minha família sobra minha gravidez. Minha mãe me acolheu em sua casa para cuidar de mim até a criança nascer e em vez de me sentir mãe, me senti filha.

Tantos não tem a chance de dizer adeus

Quando estava com nove meses de gestação. Fui ao cemitério. Fui ver a lapide de Julian, pois apesar dos péssimos momentos com ele, Alicia era sua filha e tinha o direito de conhecê-lo. Mesmo este estando morto.

Voltei para minha vida de cantora após alguns meses que Alicia nasceu. Nunca mais me casei. Apenas fui morar com Ryan da Florida, mas agente foi morar no mesmo bairro em que minha mãe.

Mas é tarde demais pra rever o valor da minha vida?

Outra coisa que aprendi com o amor mágico é que nem tudo é o que parece, mas para mim isso foi bom. Mesmo aqueles meses de tortura mútua algo de bom aconteceu. Alicia. Minha doce princesa. A minha única cicatriz amada que me faz lembrar-se dos dias mais terríveis da minha vida. Mas agora isso acabou.

Então simplesmente aperte o gatilho

Eu acabei com o meu sofrimento!... Mas eu Jamais esquecerei!

FIM

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.