No caminho até o local do baile, Tânia estava me passando o roteiro da festa, seria para ajudar um hospital que cuidava do câncer em todas as idades e eu deveria fazer um discurso de como as empresas Macpherson sempre contribuem em prol dos necessitados.


– Seu pai doou 1 milhão de dólares para o hospital, foi a maior quantia doada em toda a história do evento – disse ela.


– Hum que bom – falei entediada jogando um joguinho qualquer no meu celular – E quando as pessoas perguntarem pra onde ele está o que eu respondo¿


– Diga que ele foi a Grécia ver como estava a situação das empresas por lá e fazer o possível para melhorar a situação dos seus empregados – falou.


– E a minha mãe vai está lá¿ - perguntei.


– Infelizmente sim – disse ela suspirando – É um evento da sociedade e causaria perguntas desnecessárias se ela não estivesse.


– Fique de olho nela Tânia – falei – Eu posso me virar sozinha no meio dos tubarões. Deus sabe o que ela pode fazer depois de 2 taças de champanhe.


– Eu sei – falou ela – Depois daquela demonstração pública do passado dela em público ela não fica sozinha por um segundo.


Eu tinha 10 anos, nossa família foi convidada para um jantar na casa de um ricaço estrangeiro que queria fechar negocio com o meu pai, mais mamãe bebeu demais e a acabou fazendo um strip tease em cima da mesa na frente dos convidados, quando papai a tirou de lá ela já estava quase tirando o vestido. Foi o escândalo do ano, até hoje algumas pessoas ainda falam disso, mais como estamos em Los Angeles logo aconteceu outro e a dança da minha mãe foi quase esquecida.


O carro parou em frente de um prédio enorme, todo de pedra, muito bonito e tinha vários fotógrafos parados em frente a ele.


– Meu sorriso está convincente¿ – falei para a Tânia e tentei da um sorriso simpático.


– Está – disse ela e a porta foi aberta.


Parei para tirar algumas fotos, fiquei cega por alguns segundos e quando já estava perdendo a paciencia Tânia disse que já estava bom de fotos.


– Esses vestidos não foram feito para subir escadas – falei segurando a barra do meu vestido para poder ver onde pisava.

– Deve ser por que você está acostumada a se vesti como uma mendiga – ouvi uma voz falar atrás de mim.

Stacy Nate é loira, olhos azuis, pele clara, corpo escultural, rica, inteligente, mais não vale o que o gato interra. Ela tem 16 anos, é filha do maior inimigo do meu pai, estuda na mesma escola que eu assim como a sua irmã Paola.


http://www.polyvore.com/sem_t%C3%ADtulo_148/set?id=44074526&.locale=pt-br – Stacy


Paola era diferente da irmã, mais só na aparência por que as duas tem os mesmos gostos sádicos de humilharem pessoas que segundo elas então abaixo do seu nível.


http://www.polyvore.com/cgi/set?id=44074556&.locale=pt-br – Paola


– Lindos vestidos garotas aposto como tiveram que vomitar muito no banheiro de casa para poder caber neles – falei simpática e virei as costas para os seus olhares assassinos.


A decoração do lugar era linda, tudo dourado e branco, várias pessoas ricas, chiques, mesquinhas e chatas como sempre. Tânia me fez cumprimentar quase todos da festa, disse que eu deveria fazer igual ao meu pai, agüentar tudo e todos por pelo menos duas horas depois poderia ir embora, falar do que eles tiverem falando e assentir concordando mesmo se for por uma coisa idiota.


Eu estava explicando ao senhor Carrows o por que do meu pai não ter vindo quando Tânia falou no meu ouvido.


– Lá está sua mãe – e apontou para uma mulher loira conversando com duas mulheres morenas.


Mamãe é loira, um pouco magra demais, olhos verdes, pele bronzeada e dar a aparência de ser ua mulher elegante, mais é só na aparecia mesmo.

http://www.piratealumni.com/em/722/campaigns/168/instances/142/images/img_6b2b32be-7826-4055-89a4-c92cc9b81a80.png


– Com licença senhor Carrows eu acabei de ver minha mãe – falei educada – Nós vemos depois.


– Claro senhorita Macpherson – disse pagando a minha mãe e depositando um beijo nela, que demorou muito pro meu gosto.


– Não gostei do jeito que ele olha pra você – disse Tânia – Vou falar isso pro seu pai.


– Como se ele desse a mínima pra mim – falei andando até a minha mãe.


– Ele gosta de você Dominique – falou ela baixando a voz – O único problema é que você lembra muita a sua mãe e ele a odeia.


– Eu sei Tânia – falei suspirando.


– Boa noite – falei cumprimentado todas.


– Boa noite – responderam todas.


– Está maravilhosa Alexandra – disse Joanna Macpherson. Ela é a única que me chama pelo primeiro nome, acho que foi por que ela que o escolheu.


– Você também mamãe – falei sorrindo. Ela estava com um vestido roxo, o cabelo num rabo de cavalo e um colar um pouco exagerado.


http://www.polyvore.com/joanna_macpherson/set?id=43494276&.locale=pt-br


– Com lincença – disse ela tocando levemente no meu braço e nos afastando das pessoas.


– Como conseguiu uma hora no Palmer¿ - perguntou ela ignorante.


– Tânia – falei puxando meu braço do seu aperto – Você é tão ridicula.


– Olha como você fala comigo garota – disse ela com raiva.


– Vem Donique quero a senhora Carrows quer conhecer você – disse Tânia.



– Você sua vadia vai me pagar muito caro por ter conseguido marcar uma hora no Palmer pra essa vadiazinha e não conseguiu pra mim – disse mamãe um pouco alto, sorte nossa que não tinha niguém por perto.


Eu já estava acostumada com os insultos da minha própria mãe, mais não mudava o fato de que ainda doi quando sua propria mãe te chama de vadia.


– Segura Nikke – disse Tânia me abrigando a caminhar depressa em direção ao banheiro – Pronto agora pode.


Apoiei as mãos na pia deixanda as lágrimas sairem, eu respirava rápido, minhas pernas tremiam e eu sentia meu coração se contorcer de dor.


– Por quanto tempo mais eu tenho que ficar aqui¿ - perguntei a Tânia.


– Depois do discurso você pode ir embora – disse ela.


Respirei fundo algumas vezes para me acalmar, Tânia me deu um lenchinho para limpar as lágrimas


– Ainda bem que a minha maquiagem era a prova d´agua – falei vendo meu rosto intacto.


– Eu fiz questão que fosse – disse ela sorrindo pequeno.


O resto da festa fiquei o mais longe possivel da minha mãe, depois do discurso e receber os cumprimentos de todos finalmente eu pude ir embora.


– Pede pro Sérgio parar em qualquer lugar eu tó com fome – falei olhando pela janela vendo as luzes da cidade.


Eu estava mais vuneralvel desde ultima vez que eu tive esses ataques da minha mãe. Acho que é por que eu baixei a guardar com o Tom.


– O que você vai querer¿ - perguntou ela quando paramos em frente a uma pizzaria.


– Eu vou lá – falei abrindo a porta e saindo.


– Espera Nikke – disse ela vindo atrás de mim.


Não me importei se eu estava de vestido de gala ou não, eu só queria afogar minhas magoas na comida.


Quando cheguei ao balcão o cara me olhou espantado.


– Eu quero um pedaço daquele bolo de chocolate, uma porção grande de batata frita e uma coca – falei pro balconista.


– Pra levar ou pra comer aqui¿ - perguntou ele um pouco abobado.


– Pra comer aqui – falei indo sentar numa mesa e Tânia foi junto comigo – Você não vai comer nada não¿


– Não estou com fome – disse ela olhando ao redor.


Eu estava concentrada na TV assitindo um programa que falava de pinguins quando senti alguém tocar meu ombro.


– Oi – disse um cara de trancinha e roupas largas.