Depois daquele dia eu nunca mais vi o ele. E Já se passara uma semana.

Minha perna já estava quase totalmente curada, não preciso mais das muletas e nem de alguém pra me carregar pra todo canto.

Além dos cursos que eu posso ir sem ter que fazer qualquer movimento bruscos eu só saia para ir a praia a noite e ficar olhando as ondas baterem nas pedras na parte final da praia.

Eu passava horas lá, as vezes via o sol nascer e era a coisa mais linda do mundo. Mais depois ficava triste porque era sinal de que iniciava mais um dia e eu estava sozinha outra vez.

- Entra – gritei quando ouvi alguém bater na porta. Eu estava enterrada no meio dos lençóis com a roupa da escola. Só tinha tirado a bota.

Quando vi quem era, saltei da cama e a abracei forte.

- Olá querida – disse vovó me abraçando.

- Oi vovó – falei enterrado o rosto no seu pescoço. Vovó tinha cheiro de roupa nova e o seu perfume preferido de jasmim – O que a senhora está fazendo aqui¿

- Eu estava preocupada – falou ela se afastando para olhar o meu rosto e disse – Você está horrível.

- É só a maquiagem que está borrada – falei me soltando dela e caindo na cama de novo.

- Assim você está me ofendendo Dominique – disse ela parecendo brava – Você acha que eu sou alguma estúpida¿

- Desculpe vovó eu ... - de repente aquilo foi demais pra mim. Perder o Tom, perder um amigo e perder uma amor tudo ao mesmo. Parecia que eu estava me rachando em duas do modo mais dolorido possível.

- Querida eu sinto muito – disse ela vindo sentar na cama, coloquei a cabeça em seu colo e isso só me fez chorar mais.

Desde que eu cheguei em casa eu não falei com a minha avó, eu não queria causar preocupação a ela. Eu precisava tanto desabafar mais eu não fiz e isso só me faz mal. Meus pais não davam a mínima pra mim. Não perceberam as olheiras pela falta de sono, eu estava mais magra do que nunca por não comer direito e quando me pegavam chorando eles pareciam nem ligar.

Ela deitou comigo na cama e o choro que eu segurei esse tempo todo resolveu sair.

Esse dia parecia que iria durar pra sempre. Mas embora o dia se arrastasse que não estava sozinha, ela estava comigo e havia uma parte minha que agradecia por isso. Exausta pelo dia longo eu adormeci. O sono não aliviou a minha dor, mais parecia suportável, como se eu estivesse anestesiada mais eu sentia a dor tentando achar uma brecha para chegar até a uma parte minha que estivesse conciente.

Acordei no outro dia mais não levantei da cama. Vovó não estava em nenhuma parte do quarto. Olhei pro relógio e suspirei, já eram duas horas da tarde, ainda bem que hoje era sábado e não tinha que agüentar as Stacy e a Paola na escola.

Sai do quarto para procurar minha avó e ouvi gritos vindo da sala. Meu quarto era a prova de som por causa do meu medo de chuva.

- ... ELA NÃO TEM CULPA DE TER A MÃE QUE TEM – gritava vovó – VOCÊ DIZ QUE ODEIA A SUA MULHER MAIS A SUA FILHA SENTI QUE VOCÊ A ODEIA TAMBÉM. VOCÊ AO MENOS REPAROU NELA NESSA SEMANA QUE PASSOU ¿ PERCEBEU QUE ELA ESTÁ SOFRENDO¿ QUE ESTÁ MAIS MAGRA QUE O NORMA¿ EU TENHO CERTEZA QUE NÃO.

- Mais eu ... – essa era a voz do meu pai.

- Não me venha com a mais – disse vovó friamente – Você não dá a mínima pra Nikke só quando é conveniente pra você. Deus sabe como eu gostaria de tirar ela daqui, assim você não precisa descontar a raiva que você sente dessa vadia na sua filha.

- Você não pode chegar aqui na minha casa e criticar o modo como nós tratamos a nossa filha – essa era a minha mãe.

- Você enche a boca para falar nossa filha – disse vovó debochada - Quando nunca foi uma mãe de verdade, sua prostituzinha de quinta.

Quando cheguei até a sala vi minha mãe avançar pra cima da vovó, mais minha avó deu um tapa tão forte na cara dela que ela caiu no chão. Vovó avançou para cima dela e resolvi que era hora de intervir.

- Vovó pare – falei a fazendo estacar no lugar. Todos os olhares da sala se fixaram em mim. meu pai arregalou os olhos chocados e abriu a boca para falar alguma coisa mais não saiu nada.

- Nikke – disse ela vindo até mim e me abraçou - Está melhor¿

- Sim - Suspirei sentindo seu cheirinho, me passava um conforto sem igual.

- Vem – disse ela me puxando para a cozinha – Eu vou fazer alguma coisa pra você comer.

- A empregada ... – começou papai mais se calou com o olhar frio da minha avó.

- Eu quero cuidar da minha neta – respondeu ela secamente – Não posso acredita que você ficou tão mesquinho a ponto de pessoas desconhecidas fazerem coisa que é uma obrigação sua. Não foi essa a educação que eu te dei.

Vovó fez alguns sanduiches e disse que só iríamos sair depois que eu comece tudo.

- Onde nós vamos¿ - perguntei colocando o prato, já vazio, na pia.

- Sair por ai – disse ela animada.

Quando entrei no meu banheiro entendi a reação do meu pai. Eu parecia um gambá, a maquiagem estava espalhada pelo meu rosto, eu estava pálida, parecia um fantasma que usava maquiagem.

Quando estava aplicando os ultimos retoques na minha cara pálida vovó entra no meu quarto.

- Uau vovó pensei que nós fossemos só dar uma volta – falei espantada quando vi sua roupa. Digna de Victória macpherson.

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- E nós vamos querida – falou ela sorrindo.

- Tó me sentindo uma mendiga perto da senhora – falei me olhando no espelho.

http://www.polyvore.com/sem_t%C3%ADtulo_162/set?id=44101091&.locale=pt-br - Nikke

- Que isso meu bem você está linda – disse ela me fazendo da uma voltinha e me deu uma palmada na bunda– Olha só essa bundinha.

Eu ri. Pela primeira vez em uma semana eu ri de verdade.

- Adoro ver você sorrindo – disse ela emocionada. Dei um grande sorriso pra ela que sorriu de volta – Agora vamos o carro está nos esperando.

Tinha vários fotografos em frente ao meu prédio, mais ignoramos eles e entramos no carro. Sérgio para em frente ao salão Palmer e assim que entramos várias mulheres vieram falar com a minha avó.

- Ei cuidado – eu falei quando uma loira me empurrou para chegar mais perto da vôvô.

- Então sai da minha frente – disse ela debochada.

- Você é que não ouse encostar na minha neta de novo – falou vovó friamente lhe dando um olhar mortal. A loira corou e sai rapidamente do salão.

- Bom dia senhora macpherson pode me acompanhar por favor – disse a loira que me atendeu da outra vez.

- Vamos Nikke – disse vovó agarrando minha mãe e ignorando as puxa saco.

- Vovó por que estamos aqui seu cabelo está otimo – falei enquanto a loira nos levava até a parte privada do salão.

- Mais o seu não – disse ela – Você está um caco Nikke e precisa do serviço completo.

Chegamos até uma sala que parecia um mini salão, tinha duas cadeiras posicionadas em frente a dois espelhos enormes e oito mulheres no total.

Eu senti numa cadeira e vovó na outra. Cada uma delas se posicionou nos seus respectivos lugares e começaram o serviço completo como disse a vovó, unha, cabelo, pele e depilação.

- Bem melhor – aprovou vovó quando elas terminaram.

Meus cabelos estavam brilhantes e macio, minha unhas estavam limpas e bem feitas, meu corpo ardia nas partes que foram depiladas e a minha pele estava com uma aparência mais natural.

- Agora vamos ao shopping fazer umas comprinhas – disse ela animada.

Chegamos ao shopping e logo ficamos cercadas de paparazzi, vovó disse pra eu não ligar e aproveitar o passeio. Era divertido fazer compras com a minha avó por que ela não comprava o que estava na moda ou tendencia, ela comprava o que lhe dava na telha.

- Olha só esse vestido Nikke – disse vovó saindo do provador com um vestido muito lindo branco e cinza.

- Está lindo vovó – falei.

- Também achei – falou ela voltando para o provador.

- Você não quer dar uma olhada em alguns vestidos¿ - perguntou a vendedora gentil.

- Não obrigada – falei simpática.

- Bom acho que é só esses – disse vovó saindo do provador e pegando 3 vestidos que ela tinha deixado separado que ela iria levar.

- Deseja mais alguma coisa¿ - disse a vendedora.

- Não só isso mesmo – falou vovó.

Vovó entregou as sacolas ao Sérgio e disse para ele levar elas pro carro que nós iamos ao cinema. Era filme de comédia e nós duas demos muita risada, vovó chegou a ficar sem ar por alguns segundos.

Quando saimos do shopping já estava de noite então fomos a um restaurante de comida mexicana, vovó adora comida apimentada.

- Então o que ouve entre você e Tom¿ - perguntou ela assim que o garçom deixou nosso pedido na mesa e foi embora.

- Por que a senhora tá perguntando isso¿ - me fiz de desentendida.

- Por que você não está nessa foça a toa – disse ela como se fosse obvio – E eu liguei pra ele perguntando de você e ele disse que não tinha noticias suas a dias, ele ligava e você não atendi, ia até sua e seu flat atrás de você e as pessoas sempre diziam que você não estava.

- Eu ... agente se beijou – falei suspirando.

- Sério¿ E como foi¿ - perguntou vovó excitada e eu ri. As vezes ela parecia uma adolescente do colegial.

- Foi ... maravilhoso – falei me lembrando de sensação da sua boca macia devorando a minha.

- Mais ... – insistiu ela.

- Ele se arrependeu – falei piscando para afastar as lágrimas – Disse que eu era muito criança e que não poderia acontecer de novo.

- Sinto muito querida – disse ela apertando pegando a minha mão me passando conforto. Dei um sorriso triste e voltamos a comer em silêncio.

- Quando tempo a senhora pretende ficar ¿ - perguntei. Estavamos dentro do carro voltando pra casa. Quer dizer para o meu flat, era lá que ela ficava quando vinha pra Los Angeles e eu concerteza não ficaria em casa sozinha.

- Um mês – disse acariciando meu cabelo – Tenho alguns projetos na cidade e tem o show de talentos da sua escola.

- Hum – foi só que eu disse.

- O que foi isso¿ - perguntou ela figindo está magoada – Por acaso você está me expulsando¿

- Claro que não vovó – falei beijando sua bochecha – É que eu estava pensando em não participar do show.

- Por que não¿ - perguntou ela confusa.

- Eu só não tó com cabeça pra isso – falei olhando a rua.

- Não faça isso querida – disse ela acariciando minha bochecha – Eu adoraria ver você participar, e você prometeu que iria cantar. Vou ficar muito magoada se você não participar.

- Chantagista como sempre né dona Victoria – falei sorrindo.

- Eu¿ - disse ela se fazendo de ofendida e eu bufei sorrindo.

O carro parou em frente ao grande prédio e as cameras dispararam quando eu sai. Entramos rapidamente e Sérgio veio atrás com as sacolas.

Tomei um banho e rodei o quarto procurando meu laptop, se eu iria cantar no show tinha que pesquisar as musicas.

- Droga – falei depois de procurar em todo canto e não achar. A ultima vez que eu o vi foi a dois dias quando eu tinha que fazer uma redação em alemão ... e era o Tom que faria isso. Meu computador estava na casa dele, assim como muitas outras coisas que eu não tive coragem de ir pegar e nem ele veio devolver, provavelmente veio e eu o dispensei.

- Boa noite querida – disse vovó entrando no quarto e me abraçando.

- Boa noite vovó – falei a abraçando apertado por alguns segundos e depois a soltei.

Ela me deu um beijo na testa e saiu. Fechei as janelas e as cortinas estava parecendo que iria chover. Deitei na cama me lembrando daquela noite e adormeci imaginando sua boca contra a minha uma outra vez.