- Tom ... Tom – ouvi Nikke me chamando.

- O quê¿ - falei ainda tonto por causa do sono.

- Eu quero ir ao banheiro – disse ela.

Fiz força pra acorda e levantei. Peguei ela no colo e a levei até o banheiro e sai fechando a porta.

O quarto estava quase completamente escuro a não ser pela janela esquerda ao lado da minha cama que estava aberta e as cortinas balançavam com o vento forte. Fui até lá e a fechei acendo o abajur logo em seguida.

- Tom – disse Nikke batendo na porta.

Carreguei ela de volta pra cama nós cobrindo com o edredom groso.

- Vai chover¿ - perguntou ela se aconchegado contra mim. Estremeci ao sentir seu corpo quente contra mim.

Se controla Tom, se controla. É a Nikke ... É a Nikke. Eu dizia pra mim mesmo.

- Parece – falei a abraçando. Ela colocou suas mãos contra meu peito e afundou seu rosto no meu pescoço – Dorme que você nem vai ver a chuva.

- Tom posso te perguntar uma coisa¿ - disse ela baixinho.

- O quê¿ - perguntei. Segurando sua mão junto a mim. Estava gelada.

- Por que você nunca mais saiu para as festas ou com uma garota¿ - falou ela levantando o rosto para olhar em meus olhos.

- Eu ... – comecei mais não terminei por que não podia dizer a verdade.

- Você ... – incentivou ela.

- Só não tenho mais ... vontade – isso era só meia verdade, só esperava que bastasse pra ela.

- E por que você não tem mais vontade¿ – pelo jeito não bastou.

- Não sei – falei tentando pensar numa desculpa – Acho ... que viver na farra não me satisfaz mais.

Ela não falou nada, só ficou pensando nas minhas palavras e ela parecia feliz com elas.

Provavelmente eu venha me arrepender depois ... ou não. Só sei que dessa vez eu não consegui refrear o desejo que passou por mim tomando conta do meu corpo.

Fui aproximando nossos rostos devagar, senti sua respiração acelerar, seu coração batia tão rápido quanto o meu. Quando nossos narizes se tocaram ela fechou os olhos.

Beijei o canto de sua boca não chegando nem a ser um beijo. Foi só um roçar de lábios. Nikke soltou um suspiro longo que fez seu peito subir e descer devagar.

Fechei a distância entre nossas bocas para lhe beijar docemente. Seus lábios permaneceram completamente quietos contra os meus, sua boca entre aberta e o batimento apressado de seu coração me deixavam saber que ela estava gostando. Comecei a me retirar, e sua mão se deslocou por meu braço até me tocar a nuca. Ela segurou minha nuca não me deixando me afastar muito.

- Eu ... eu não sei ... nunca beijei ... antes – gaguejou ela de olhos fechados.

- Não se preocupe ... eu sei – falei tocando nossos bocas de novo.

Sua boca macia se moldou contra a minha, os lábios cheios se movendo sobre os meus. Deus era melhor do que eu pensava. Os lábios cheios e macios eram tão gentis sobre os meus.

Um trovão explodiu no seu nós fazendo acorda para a vida. Mais eu não queria estragar essa momento com palavras que poderiam me machucar ou machucar ela. Por isso quanto nós afastamos e ela abriu a boca para falar alguma coisa eu a calei grudando nossas bocas de novo.

- Não fala nada tá bom – falei contra seus lábios e abri os olhos encarando os seus – Amanhã a gente ... Só deixa pra amanhã.

- Ok! – falou ela sorrindo e fechou os olhos tentando dormir enquanto a chuva cai lá fora.