Deem play em Garupa (Luísa Sonza) assim que a frase sublinhada aparecer pra uma experiência completa (em minha opinião)

Nos cinco minutos seguintes em me concentrei em explicar a Draco como o sistema de trânsito funcionava, dando principal foco aos semáforos e cruzamentos. Analisando os possíveis caminhos a se seguir, defini que a melhor rota seria passar pela 1 Great George St, que nos daria acesso direto a rua do Big Ben e mais pra frente a Tower Bridge.

Descobrindo que o pedaço de papel na verdade era um adesivo preto com os dizeres “bow down bitches” em roxo colei-o rapidamente na viseira do meu capacete, ajudando Draco a colocar seu próprio capacete antes de nos dirigirmos para a pista.

— Lembre-se Draco: verde indica...

— Que o cruzamento está livre e vermelho que está fechado.

Assenti. — E o amarelo...

— Pra prestar atenção, porque a passagem tá pra fechar. Fica tranqüila Granger, isso não é muito difícil de entender.

Ri de nervoso.

Posicionei a moto na pista, enxergando a frente os carros a todo vapor.

— Que Merlin nos proteja... — pedi apoiando o celular em uma abertura da moto, colocando o capacete logo em seguida.

Segundos depois senti Draco se sentar atrás de mim.

— É melhor se segurar em mim se não quiser cair. — avisei. Hesitantemente ele apoiou as mãos em meus quadris, e com um suspiro eu as puxei para contornar a minha cintura.

— Assim. — o fiz fechar sua mão direita na esquerda. Olhei para as minhas mãos: elas tremiam. — Droga!

— Ei! — ele sussurrou em meu ouvido. — Vai dar tudo certo ok Granger? — concordei. Aquelas palavras acabaram me acalentando um pouco.

Abaixei a viseira. — Você está pronto?

— Sim. Você?

Limpei minhas mãos suadas no vestido.

— Não é como se desse pra desistir agora certo? — perguntei retoricamente. Levantando o olhar, notei que o adesivo só me permitia ver algumas luzes desconexas.

Ouvi Malfoy suspirar atrás de mim.

— Lembre-se — tentei afastar o nervosismo. — seus olhos são os meus. — me curvei um pouco, posicionando minhas mãos.

— Ok Granger. — ouvi buzinas atrás de mim. — Sinal verde.

Inspirei fundo, acionando a embreagem e a ignição.

— Certo. Segure-se. — Comecei a pilotar. Após alguns segundos: — Como estou Malfoy? Bem? — minha voz tremeu um pouco.

— Hm, sim. Estamos indo bem Granger.

Ouvi mais algumas buzinas, e a insegurança começou a me bater.

— O que está acontecendo Draco? Preciso saber! — Deus, o que eu estou fazendo?

— Ok, fique calma Granger! Tem um... carro a direita. Direita, direita.

Ouvi um grito: — Vocês estão malucos? Tira isso da cara!

— Vai pra esquerda Granger, esquerda!

— O quê?

— Esquerda Granger!

— Estão malucos?

— Draco! — ele apertou seus braços ao meu redor e se inclinou pra esquerda, levando a moto junto com ele. — Mas o que...! Pra que lado Malfoy?

— Direita, direita! — e logo fez o mesmo pro lado indicado, me fazendo perder a noção de onde estava.

— O que pensa que está fazendo Malfoy? Eu estou pilotando! — gritei.

— Você tinha razão Granger! É como pilotar uma vassoura.

— Pode até ser Malfoy, mas eu nunca fiz isso lembra? — fechei os olhos inspirando fundo, logo me assustando pelo ato só para lembrar que não estava vendo nada desde o começo. Estava começando a ficar nervosa, e isso estava me levando a perca de controle.

— Eu sei Granger, mas eu sim! — ouvi mais buzinas, e logo fomos para a direita novamente.

— MALFOY!

— Só confia em mim ok Granger?

— Tá de brincadeira certo? Eu estou cega aqui! — me desesperei.

— Essa é a questão Granger! Eu sou os seus olhos lembra? Você tem que confiar em mim!

Como? Quis gritar. Como você quer que eu confie em você, sabendo que eu já entreguei minha confiança a outros e eles a quebraram da pior maneira possível? Diga-me! Foi assim no jardim de infância, quando cheguei a Hogwarts, tentando proteger Harry depois de ele ter ganhado aquela vassoura, com Victor Krum na noite do baile, com Gina essa tarde!... e principalmente com você, quando nos conhecemos e você me esnobou depois de saber minhas origens, sendo que eu era uma garota inocente que só queria fazer amigos!

— Eu... não dá! — comecei a diminuir a velocidade. —Foi mal, mas não dá.

— Você consegue Granger!

— Não consigo não! Eu nem sei no que eu estava pensando quando decidi fazer isso Malfoy! Eu não. Sou. Assim!

Ele apertou mais a minha cintura. — SIM, VOCÊ É! — gritou. — E eu sinto muito Granger. Sinto muito por te esnobar depois de te conhecer, por fazer piadinhas de você ao invés de tentar conhecer você e o seu mundo e o principal, sinto muito em ter contribuído pra te transformar nessa garota insegura que você não é. Você é divertida, radical e linda Hermione. E eu sei que você consegue tirar esse desafio de bandeja, porque deu pra ver no seu rosto o seu amor por adrenalina. Mas eu aceito se você...

— Eu confio em você. — soltei, emocionada por suas palavras. — Eu... confio em você. — repeti baixinho, lágrimas nos olhos, abalada de mais pra qualquer outra coisa.

Era a primeira vez que alguém parecia ver mais que livros e regras em mim. Que alguém parecia me enxergar como mulher, e não como um atalho de estudos ou coisa do tipo.

— Bom Granger... — apertou minha cintura novamente. — Então vamos começar de novo. É aqui que acelera certo?

Depois disso o desafio passou como um borrão – literal e metaforicamente. A partir do momento em que eu entreguei minha confiança a Draco nós conseguimos chegar a uma boa velocidade relativamente rápido, passando entre os carros e pedestres sem quase nenhum susto.

— Ok Granger, chegamos na metade: 50 km/h. O próximo semáforo está... verde.

— Tudo bem! — acelerei.

— O outro também está verde! O próximo... — ele se calou.

— Vamos lá, converse comigo Draco!

— Eles está... — se inclinou praticamente deitando sobre mim, e com a sua mão esquerda na minha me fez acelerar. — Verde! Acelera Granger!

Ouvi uma derrapada, sentindo minhas pernas não roçarem em algo por pouco.

O que foi isso?

— Nada pra você se preocupar! — voltou a se deitar sobre mim, inclinando-se vez ou outra. — Temos 60 segundos.

— Ok. A pista está limpa?

— Sim.

— Então é melhor você se segurar! — com a confiança presente em meu corpo acelerei cada vez mais, fazendo o motor roncar e o vento bater mais violentamente em minhas pernas.

Era por isso que eu amava pilotar: Eu me sentia livre, e no controle. E mesmo que Malfoy estivesse guiando, percebi que se eu freasse ali e agora, a moto obedeceria a mim. Porque eu estava no comando. Draco era apenas uma peça a mais na equação a qual eu dominava.

Após mais uma brusca inclinada e alguns roncos do motor, Draco começou a regressiva:

— 15 segundos Granger!

— Nós amamos vocês! — alguém gritou ao meu lado. — UHUUUUUL!

— Nós também!

Draco!

— Ok, entendi. Vamos... 80, 84, 91, 95, 100! — ele gritou. — Conseguimos Granger!

Abri minha viseira soltando um grito. — Nós fizemos isso Draco! AI MEU DEUS!

— Cuidado Hermione! — apontou pra frente.

— Merda! — freei o máximo possível, vendo um edifício se aproximar cada vez mais de nós. Consegui virar a moto no último momento, soltando um suspiro de alívio antes de voltar a gritar e dançar ali mesmo.

— NÓS FIZAMOS ISSO DRACO! NÓS FIZAMOS ISSO!

— SIM! E AQUILO QUE VOCÊ FEZ COM A MOTO...

— EU NEM SEI O QUE EU FIZ CACETE!

— ESSA FOI A MAIOR LOUCURA QUE EU JÁ FIZ, EU QUERO...

Me joguei sobre ele, contornando sua cintura com as minhas pernas antes de lhe dar um selinho. E outro. Quando já estava pronta para me afastar pela sua falta de reação uma de suas mãos foi em direção a minha cintura, me sustentando, e a outra foi em meu pescoço, puxando minha boca direto pra sua. E eu fui aos céus.

Senhoras e senhores, eu estou beijando Draco Malfoy.