Neo Saint Moon Ares

O mesquinho debochado


Minutos depois, os heróis chegam diante em Rodorio, o vilarejo vizinho ao Parthenon.

SEIYA: Estamos em Rodorio... aqui é bem perto do Parthenon – diz.

SEIKA: Sim... foi aqui que eu vivi em companhia do ancião que me acolheu, até a ocasião de sua morte.

SHIRYU: Ali na frente está o começo da subida do Parthenon... vamos todos!

Os soldados que fazem a guarda se põem diante da entrada, prontos para qualquer artimanha. Mas, quando veem que são os Cavaleiros de Bronze, e alguns dos Cavaleiros de Ouro que ausentes estavam, acompanhados das Sailors, os deixam passar.

SHURA: Preparem o fôlego, que temos uma longa subida pela frente – diz.

HARUKA: Nem me fale, amor... a primeira vez que aqui estivemos, meus pés quase se encheram de bolhas.

SERENA: Ai meu Deus... ficar cheia de bolhas nos pés é tudo que eu não preciso – diz, com voz manhosa.

REI: Ai, lá vem você choramingando – provoca.

SERENA: Ora, sua engraçadinha... - range os dentes.

SEIYA: Gente, sem atritos aqui! - e se volta para sua amada – qualquer coisa que você se cansar, meu amor, eu lhe carrego sem nenhum problema.

SERENA: Ai, que amor da sua parte, meu lindo – suspira.

Minutos depois, eles já tinham passado por diversos templos zodiacais, e estavam chegando em Libra. Todos os templos estavam vazios.

SAGA: Estranho... todos os templos estão vazios – diz.

HOTARU: É verdade, meu querido. Nenhum dos Cavaleiros de Ouro está fazendo a guarda.

CAMUS: Devem estar no templo de Atena, aguardando a nossa chegada.

MICHIRU: É bem possível, meu gelinho.

Mais alguns minutos depois, eis que todos chegam no templo de Atena, onde Shion e os demais Cavaleiros de Ouro que ficaram no Parthenon estavam presentes.

DOHKO: Chegamos... enfim!

SHION: Bem-vindos de volta, velho amigo – diz o Patriarca.

SETSUNA: Patriarca Shion... que bom revê-lo!

SHION: Digo o mesmo, Princesa do Tempo.

AIOLIA: Seiya... pessoal... há quanto tempo!

SEIYA: Aiolia... que bom poder rever-te – sorri – que bom que você e todos os demais foram salvos do vale da morte pela Rainha Serena.

AIOLOS: É verdade, meu caro Pegasus...

SEIYA: Aiolos... você também está aqui! - sorri.

Nisso, eis que Aiolos bate os olhos em Seika, a irmã mais velha de Seiya, e sente uma pulsação ainda mais intensa no peito. A irmã de Pegasus, por sua vez, sente o mesmo ao ver o Príncipe da Flecha.

SEIKA (pensando): Que homem lindo... ele é incrível...

Será esse o início de mais um romance, dentre muitos?

MILO: Hyoga, que bom rever-te novamente – diz o Principe do Juízo.

HYOGA: Milo... é bom também rever-te, depois de tanto tempo...

DEATHMASK: Shiryu... depois de tantos anos, enfim, nos vemos novamente – diz o Príncipe dos Caídos.

SHIRYU: Máscara da Morte... até você voltou? Espero que não esteja mais aprontando, como no passado – diz, com uma voz severa.

LITA: Que houve, meu amor? Você e ele tiveram problemas no passado?

SHIRYU: Bem, minha flor... é uma longa e complicada história, outra hora, com calma, eu conto melhor.

SHAKA: Ikki... enfim, você, seu irmão e os demais estão de volta ao Parthenon – diz o Príncipe da Sabedoria.

IKKI: Shaka... que bom rever-te. É bom ver que todos estão a salvo.

AFRODITE: Shun... já faz muito tempo, não? - diz o Príncipe da Beleza.

SHUN: Afrodite... espero que estejas redimido também, depois de uma vida errante.

MINA: Nossa, seu amigo é vaidoso mesmo, querido! Adora estar sempre belo, pelo visto – graceja.

AFRODITE: Não é a toa que sou o Príncipe da Beleza, mocinha... - e lhe mostra uma rosa vermelha.

MINA: Eh... bem... obrigada – aceita a rosa, um tanto sem jeito, enquanto Shun, com o canto do olho, o olha enciumado.

ALDEBARAN: Que bom que todos estão de volta... isso é muito bom! - diz o Príncipe da Força.

Nisso, eis que Saori, acompanhada de Darien, se põem à frente de todos.

TODOS: ATENA!!!

SAORI: Sim, meus nobres e valorosos Cavaleiros de Ouro... enfim, após tanto tempo, estou de volta.

SHION: Atena... se permite uma pergunta básica... quem é ele? - apontando para Darien.

SAORI: Ah, sim, Shion... esse é Darien, meu amado. Ou também Endymion, como é conhecido. Ele é o portador da Kamui do Leão Branco.

Todos ali ficam surpresos em saber que Saori, a deusa Atena, tem um amado, e que é também um guerreiro.

TODOS: Amado?!

SAORI: Exatamente! E nós dois estamos muito felizes, desde que nos conhecemos. Endymion foi agraciado pessoalmente por meu pai, o poderoso Zeus.

DARIEN: Isso mesmo. E desde então, jurei proteger a vida de Saori com a minha própria.

Ao olhar mais adiante, Shion nota mais outras pessoas ali.

SHION: Esse rapaz... eu senti nele o cosmo do Cruzeiro do Sul, uns dias atrás. Será ele...? - indaga, de forma reticente.

SAORI: Sim, Shion. Ele é Mark Bennett, o novo Cavaleiro do Cruzeiro do Sul, vindo diretamente da América do Sul. E essa é sua esposa, Beth Phoenix, a Amazona da Fênix. Ambos nos ajudaram a vencer um grupo de berserkers de Ares, dias antes da nossa vinda ao Parthenon.

SHAKA: É verdade... posso sentir em ambos uma força cósmica incrivelmente poderosa – diz o budista.

MARK: Obrigado... mas por que você fica o tempo todo de olhos fechados? - indaga.

SHAKA: Bem... eu não preciso dos meus olhos carnais para ver. Aprendi a enxergar com a minha alma desde pequeno.

MARK: Hum... muito legal isso. De fato, o coração e a alma enxergam melhor que os olhos, pois enxergam a verdadeira beleza do mundo e da vida.

SHAKA: Você conseguiu captar tudo que eu quis dizer – sorri.

BETH: Também posso notar uma certa carga de poder em você, Cavaleiro de Virgem. Algo muito fora do comum, jamais visto em outro ser humano...

SHAKA: Não é a toa que muitos me consideram o mais próximo de Deus, Amazona da Fênix. Mesmo assim, procuro ser sempre o mais humilde possível.

Nesse momento, Shion, que observava a todos ali, vê mais uma pessoa entre os heróis; a mãe de Camus e Ami.

SHION: A senhora deve ser a mãe de Camus, eu presumo – diz o Patriarca.

Saeko Mizuno, por sua vez, sente-se um tanto pálida, diante do Grande Mestre.

SAEKO: Hã... bem... sim, eu sou...

SHION: Mas por que a senhora arriscou vir a este lugar tão funesto? Quer dizer... parece funesto aos olhos de uma pessoa simples.

CAMUS: Patriarca... eu é que lhe peço desculpas – se ajoelhando perante Shion – eu tentei convencê-la a ficar no Japão, mas ela quis, de qualquer jeito, vir comigo e com Ami. E como um filho não pode negar nada à sua mãe...

DEATHMASK: Ora, pelo visto, o nosso amigo aí voltou a ser criança... - graceja.

Mal diz essas palavras, Michiru, tomando aquilo como uma ofensa, larga-lhe um tapa na cara.

MICHIRU: Dobre essa língua, antes de falar dele dessa forma, seu piadista sem graça! - grita.

DEATHMASK: Ora... pelo visto, a namorada dele ficou bravinha – ainda gracejando.

Michiru o olha com vontade de se transformar em Sailor Netuno e enfrenta-lo, mas Shion bota ordem.

SHION: BASTA!!! Máscara da Morte... se você não tratar as pessoas com respeito, considere-se BANIDO da nossa Ordem, e essa é a minha última palavra! - ameaça.

Sabendo que Shion falava sério, bota a viola no saco e se retira.

CAMUS: Minha ninfa... pra que você foi fazer isso, sujeitar-se a ouvir tamanho desaforo da parte do Máscara da Morte? - indaga – Deixasse ele comigo.

MICHIRU: Na hora, não sei como, mas o meu sangue simplesmente subiu à cabeça, e acabei batendo nele. Posso ter me excedido, mas... é que eu não aceito que falem de você de forma tão cretina, meu amor.

Todos ali ficam surpresos pela forma como Michiru defendeu seu amado de tamanho desaforo.

REI: Muito bem, querida, gostei de te ver! - diz, pondo a mão em seu ombro.

SAEKO: Que sujeitinho mais cínico esse! - diz, com certa indignação - não entendo como foi que permitiram esse debochado ser um de vocês, Patriarca.

SHION: Peço-lhe desculpas em nome de todos os Cavaleiros, Senhora Mizuno, isso não há de acontecer mais. A senhora, que é a mãe do nosso honrado Cavaleiro de Aquário, é bem-vinda aqui, e providenciarei para que tenha uma excelente estadia.

Saeko sorri, perante tamanha gentileza.

SAEKO: Obrigada, Patriarca, o senhor realmente é muito gentil.

Instantes mais tarde, Máscara da Morte estava no seu templo, ainda lembrando da reprimenda que tomou de Shion, dizendo-lhe ser a última vez que tolera suas brincadeiras de mau gosto, bem como do tapa que levou de Michiru, por ter falado de Camus da forma aviltante como falou. E é melhor mesmo que ele fique esperto e pare de fazer brincadeiras estúpidas, ou isso poderá levá-lo a ser banido do Parthenon.

DEATHMASK (pensando): Com mil demônios... se não fosse por eu ter jurado à Rainha Serena lutar por Atena, eu teria jogado aquela “zinha” no Meikai com minhas ONDAS DO INFERNO!

Melhor ele nem tentar a sorte, ou Camus o aprisiona num ataúde de gelo, sem pedir permissão à Atena e ao Patriarca. Nisso, eis que Aiolia e seu irmão, Aiolos, chegam em Câncer. Ambos ralham com ele.

AIOLIA: Francamente... por que você foi abrir sua matraca pra falar aquilo, Máscara da Morte?

AIOLOS: Por que você ridicularizou o Camus perante a família e a namorada dele? Não tem vergonha do que você fez? Família é coisa sagrada! E o Camus é o único de nós a ter mãe viva. Uma mãe é um ser sagrado para todo filho!

DEATHMASK: Para vocês, até pode ser... mas, para mim... que se dane! - diz, de forma grosseira.

AIOLOS: Como que se dane? Nunca na vida sentiu a falta de seus pais, ao menos, por um instante?

DEATHMASK: Desde que fui expulso de casa, nunca mais tive família.

AIOLIA: Expulso de casa? Como assim?

DEATHMASK: Isso agora não vem ao caso, já foi há muito tempo. Prefiro esquecer tudo o que houve.

Os irmãos dourados ficam surpresos com o que o piadista lhes disse.

AIOLOS: Mesmo assim... não justifica você ridicularizar as pessoas da forma que faz. E se seus pais o expulsaram de casa, alguma coisa muito errada você fez, para que eles tenham tomado essa decisão tão drástica. Ninguém expulsa um parente de casa a toa, só se for por algo muito grave mesmo.

AIOLIA: Meu irmão está certo. Por que você não deixa sua arrogância de lado, e ao menos, uma vez na vida, para um instante para fazer uma reflexão sobre todos os seus atos?

DEATHMASK: Como se isso fosse fácil... - diz, de olhos fechados.

AIOLOS: Fácil não é, mas todos nós temos que parar pra pensar e refletir sobre todas as nossas ações, se tudo que fizemos, até agora, foi certo ou não.

O Príncipe dos Caídos, responsável por matar milhares de pessoas no passado, e colecionar suas cabeças, enquanto ainda era um serial killer, permanece calado. Teimoso que só, é o tipo que não dá o braço a torcer facilmente para tudo o que fez de ruim até o presente momento. Embora tenha jurado lutar pela justiça, no fundo, ainda tem vontade de aprontar das suas, mas sabe que não deve tentar fazê-lo, ou isso significaria a sua expulsão definitiva da Ordem dos Cavaleiros, quiçá na sua morte como traidor de Atena.

Enquanto isso, em outra parte, no local disponibilizado por Shion para servir como aposentos para a mãe de Camus e de Ami, Saeko ainda estava indignada pela atitude mesquinha de Máscara da Morte, diante do Patriarca e de todos os Cavaleiros.

SAEKO: Francamente... onde já se viu aquele indivíduo falar da forma tão aviltante como falou de você, Camus? Como é que você e os demais o permitem ser um de vocês? - indaga, ainda sentindo uma forte indignação.

CAMUS: Mamãe... perdão pelo ocorrido lá no Templo do Patriarca. Acontece que o Máscara da Morte sempre foi o tipo mesquinho e arrogante, que acha-se o mais forte de todos, só por ser um Cavaleiro de Ouro. Apesar da surra que ele tomou do Shiryu, anos atrás, nem isso o fez baixar a bola. Espero que essa reprimenda do Mestre Shion o faça tomar jeito, pois ele sabe muito bem o que significa ser banido da Ordem dos Cavaleiros. Para um Cavaleiro, é como se fosse a morte em vida.

SAEKO: Afinal de contas, por que ele é chamado assim? Ele já cometeu crimes?

Camus se sente desconfortável em ter que falar sobre o passado de seu irmão de armas para sua mãe, mas, como um bom filho nunca mente para a mãe...

CAMUS: Bem... infelizmente sim. Ele já matou muitas pessoas, se achando o mais poderoso...

SAEKO: Meu Deus! Mais uma boa razão para não permitir esse mau elemento aqui entre vocês, filho – diz, completamente aflita.

CAMUS: Máscara da Morte, ou Karl, é esse seu verdadeiro nome, está o tempo todo sob vigilância de todos aqui. E eu também hei de me encarregar para que ele não ande fora da linha, ou então, vou aprisioná-lo num esquife de gelo.

AMI: Nossa, irmão... você realmente é durão como um Cavaleiro – diz.

CAMUS: Mas é assim que nós devemos ser. Duros e rigorosos. E eu, como Mestre, fui rigoroso com o seu namorado. Mas foi graças ao rigor dos meus ensinamentos que o Hyoga tornou-se um guerreiro. Tudo que ele hoje é, deve-se a mim, que sou seu Mestre.

Saeko fica impressionada em ver que seu filho tornou-se um homem bem forte, além de ser severo. No entanto, sabe que, mesmo sendo um homem bem severo, por trás de tanta severidade, há um grande sentimento de amor.

SAEKO: Camus... nunca imaginei que você fosse crescer sendo um homem tão rigoroso e severo... mas me orgulho muito de você. Você, como Mestre, transmitiu ao Hyoga tudo que aprendeu antes. E quem sabe o Hyoga, no futuro, seja também um excelente Mestre? - e o abraça.

CAMUS: Obrigado, mamãe, é exatamente isso que eu mais quero.

Nesse momento, algumas coisas se passam no fundo do mar, no Santuário Submarino, onde os Marinas e as Bruxas Espaciais se encontram. Todos estavam na sala do trono de Poseidon, diante de seu deus.

SORENTO: Imperador Poseidon... o senhor está nos dizendo que os Cavaleiros e as Marinheiras Lunares já estão na Grécia? - indaga o Príncipe da Melodia.

POSEIDON: Exatamente, Sorento. Vieram todos para melhor se preparar para o confronto final com Ares.

MIMETE: E se os berserkers de Ares souberem a respeito disso, Imperador?

POSEIDON: Sabendo como ele é, com certeza já tomaram conhecimento – enfatiza.

ISAAK: Espero que corra tudo bem com Mestre Camus e os demais...

VILUY: Seu Mestre é um homem muito poderoso, meu bem. Tenho certeza que ele conseguirá fazer frente contra esses soldados a serviço de Ares.

POSEIDON: No entanto, em breve, vou precisar que minha filha, que está com eles, aqui esteja. Quero muito poder abraça-la – diz.

EUDIAL: Sim, Imperador, logo a Princesa Netuno aqui estará, para que possa novamente abraça-la.

Poseidon, depois da batalha que tivera contra Atena, anos atrás, mudou bastante. Agora está a serviço da justiça, sem manifestar nenhum desejo de querer inundar a Terra, como de outrora. Nesse instante, o maior perigo à humanidade é Ares, o deus da guerra, que deseja mergulhar todo o planeta numa guerra infinita.