Horas mais tarde, após a derrota de Ares, os heróis estavam de volta ao Parthenon. Estavam todos felizes por terem livrado o mundo de uma terrível calamidade. Saeko Mizuno, ao lado de Argos, um dos tenentes dos soldados da guarda do santuário, via seus amados filhos a voltar, bem como todos os demais.

SAEKO: Ami... Camus... e também Hyoga, Michiru e os demais... eles voltaram! - sorri, emocionada.

ARGOS: Sim, Senhora Mizuno, eu também acreditei o tempo todo no retorno de Atena e dos demais.

Saeko corre na direção de seus filhos e os abraça.

SAEKO: Meus meninos... que bom que vocês estão de volta! E que bom que todos voltaram bem - abraça Camus e Ami.

AMI: Mamãe... nós vencemos. Conseguimos destruir Ares. Ele não nos incomodará mais.

CAMUS: Ares agora é passado. Temos uma chance de poder reconstruir nossas vidas.

HYOGA: Todas as guerras mundo afora pararam, e as nações poderão reconstruir tudo o que foi destruído pelo ódio de Ares. Não vai ser fácil, é fato, mas não é impossível.

MICHIRU: Verdade, honrado discípulo - diz a Princesa dos Oceanos – e agora, todos nós aqui podemos desfrutar de um período de paz.

SAORI: Senhora Mizuno... espero que a senhora, ao voltar para Tóquio, não tenha uma má impressão do que é o Parthenon – diz a bela deusa.

SAEKO: Não se preocupe, Saori. Na verdade, fico feliz em saber que, entre seus Cavaleiros, há pessoas maravilhosas, e também fico feliz em saber que meu amado filho é um dos membros de sua Ordem. Nunca imaginei, um dia, vê-lo ser um guerreiro, mas assim quis o destino, eu entendo e respeito.

SHION: Se eu tivesse, há quinze anos, conseguido chegar com Camus até o local da queda do avião, talvez seu filho fosse hoje um jovem como qualquer outro, com sonhos a realizar, Senhora Mizuno – diz o Patriarca.

SAEKO: Não se preocupe com isso, Patriarca Shion. Fico feliz em saber que você salvou Camus do pior, e graças a você, hoje ele é um homem muito forte.

Todos ali estavam felizes. Eis que os Marinas e as Bruxas Espaciais resolvem se despedir, por enquanto.

BIAN: Bem, amigos, agora que Ares foi vencido, vamos voltar para o Santuário Submarino – diz o Príncipe das Tempestades Marinhas.

SEIYA: Mas já, Bian? Ainda é cedo...

BIAN: Eu sei, Pegasus, mas é que essa agitação toda nos cansou, precisamos renovar nossas energias.

EUDIAL: Mas não se preocupem. Em breve nos veremos novamente.

SERENA: Sim, Eudial. Muito obrigada por vocês, as Bruxas Espaciais, e pelos Marinas, terem nos ajudado – sorri.

ISAAK: Até breve, Mestre Camus, Mestra Michiru... até a todos!

VILUY: Cuidem-se bem!

Eis que os Marinas e as Bruxas Espaciais pulam no Mediterrâneo, voltando para o Santuário Submarino de Poseidon.

HILDA: Atena... foi bom poder ajudar você e seus Cavaleiros, mas nós também precisamos retornar a Asgard – diz a representante de Odin na Terra.

SAORI: Foi muito bom contar com sua ajuda e de seus soldados, Hilda. Espero que todos tenham a oportunidade de refazer suas vidas em paz – sorri.

SIEGFRIED: Não se preocupe com isso, Atena. Aprendemos a nossa lição. Erramos muito feio no passado, mas isso não vai acontecer novamente – e segura a mão de Hilda, que sorri com aquele gesto.

SHIRYU: Bem, Fenrir... espero que você tenha mudado seus conceitos sobre as pessoas – diz o Príncipe da Liderança.

FENRIR: Não se preocupe, Shiryu. Meus pais, lá do outro lado, me mostraram a verdade. Tudo agora será diferente. Tenho meu amigo Ging de volta, e isso me deixa feliz – e olha para Aluminum Siren – e sabe... acho que tenho também um outro motivo para sorrir.

LITA: Fenrir... Aluminum Siren... espero que ambos cuidem bem um do outro – diz a Princesa da Proteção.

Ambos ficam envergonhados.

HAGEN: Bem, acho que está na hora de irmos, pessoal.

GALAXY: Siren... Mouse... Crow... Nyanko... e vocês, já pensaram o que pretendem fazer, agora que vencemos Ares? - indaga.

NYANKO: Mestra... se nos permite, gostaríamos de ir à Asgard com Hilda e seus guerreiros.

MOUSE: Sentimos que é nosso dever...

GALAXY: Hum... sei... - sorri – tudo bem, então, boa sorte a vocês em sua nova jornada.

HILDA: Até breve a todos! - acena.

E assim, os asgardianos retornam à Escandinávia.

GALAXY: Sabem, eu também vou ficar aqui no Parthenon. Sinto que devo ajudar Atena e seus Cavaleiros a reconstruir tudo – e olha para Shaka – e sinto que há também um outro motivo que me pede para aqui ficar...

KAKYUU: Também vou ficar aqui. Há uma boa razão para que eu fique – e olha para o Patriarca.

SEIYA: Ora... parece que as suas amigas estão apaixonadas também, amor – diz, em voz baixa.

SERENA: Verdade – sorri – sei que Shion cuidará bem da Princesa Kakyuu, e Shaka fará o mesmo por Sailor Galaxy.

CAMUS: Mamãe... eu não vou poder ainda voltar para casa. Preciso ficar aqui para ajudar o Patriarca e os demais – diz.

SAEKO: Camus?! - se surpreende – puxa vida... eu esperava que todos nós voltássemos juntos...

AMI: Mamãe, o mano é um Cavaleiro de Atena, e ele precisa ajudar o Shion e os demais, portanto, por hora, ele precisa aqui ficar.

MICHIRU: Não se preocupe, Senhora Mizuno. Eu ficarei com meu gelinho, assim, ele não se sentirá só - o abraça.

SAEKO: Bem... - sorri para sua futura nora – isso me deixa mais feliz. Sim... Camus, procure se cuidar bem sempre. E quando puder voltar, estaremos a recebê-lo de braços abertos. Amo muito você, meu filho.

CAMUS: Mamãe - abraça sua mãe, em meio às lágrimas.

Ao fundo, Shion se vira para Karl, ex-Máscara da Morte.

SHION: Karl... você já se decidiu sobre sua decisão de rever sua família no Japão? - indaga.

KARL: Patriarca... sim... depois de todos esses anos... sinto que é chegada a hora de rever minha irmã.

MU: Mas vê se você não vai aprontar nada, enquanto fora estiver, OK? - adverte.

KARL: Mu, não viu que eu ajudei o tempo todo na luta contra Ares?

SHION: Ele tem razão, Mu. Karl já se redimiu conosco, agora vamos deixá-lo rever a família que deixou para trás.

Sabendo que seu Mestre tem razão, o lemuriano baixa a bola.

SEIKA: Seiya... eu também vou ficar aqui, pelo menos, por enquanto – diz a Princesa Equestre.

SEIYA: Seika... mas você...?

AIOLOS: Não se preocupe, Pegasus, sua irmã estará bem segura.

Sabendo que Aiolos é um homem honrado, e como confia no futuro cunhado, concorda em sua irmã maior ficar no Parthenon.

SEIYA: Tudo bem, então... - e abraça sua irmã.

Dois dias depois, eis que Seiya, Serena, Rini e Koga retornam a Tóquio. E Karl estava com eles.

SEIYA: Pronto, chegamos... é aí, Karl, que os Tsukino moram – aponta a residência da família de Serena.

KARL: Juuban? Até a ocasião do ocorrido, morávamos em Edogawa.

SERENA: Bem... quando meu irmão Sammy e eu nascemos, nossos pais já moravam aqui.

RINI: Bem, vamos entrar? Mamãe Ikuko e papai Kenji devem estar loucos de saudade de nós.

Instantes depois, eis que os heróis entram na residência dos Tsukino. Era domingo, e Kenji estava em casa, sentado na poltrona, lendo jornal, enquanto Ikuko terminava de preparar o jantar.

SERENA: Papai... enfim chegamos – sorri.

KENJI: Serena... Rini... que bom que voltaram! - e a abraça - ficamos preocupados, já que houve uma guerra violenta mundo afora, e tememos pela segurança de vocês.

RINI: Desculpe-nos por tê-los preocupado tanto, papai Kenji...

SEIYA: Ainda bem que tudo terminou bem, Sr. Tsukino – diz.

KENJI: Seiya... Koga... que bom que vocês também voltaram bem...

IKUKO: Serena... Rini... que bom! - as abraça - nos preocupamos tanto com sua segurança, em função desses conflitos malucos pelo mundo...

SERENA: Mamãe... sim, mas tudo terminou bem, e pudemos voltar.

KOGA: Bem... se nos permitem, temos uma surpresa para a senhora, Sra. Tsukino, e também para o Sr. Tsukino.

IKUKO: Uma surpresa? E que surpresa?

Eis que Seiya abre a porta.

SEIYA: Karl... já pode entrar – diz, em voz baixa.

Atendendo o chamado de Pegasus, o Príncipe dos Caídos entra. Ao bater os olhos em Karl, Ikuko fica perplexa. Apesar de não ver o irmão postiço há muitos anos, desde que ainda era noiva, o reconhece.

IKUKO: Eu não posso acreditar no que estou vendo... KARL?! - diz, ainda incrédula.

KENJI: O quê? Esse aí... é ele... o seu irmão?

KARL: Olá, Ikuko... Kenji... de fato, já se passou muito tempo mesmo.

KENJI: Mas que cinismo é esse? Depois de tudo que você nos aprontou, e aprontou para cima de seus pais... como ousa voltar assim, na cara-dura? - grita, demonstrando certa raiva.

KARL: Kenji... as coisas mudaram, desde então. Nada mais será como era antes...

KENJI: Ora essa... pensa que engana a quem?

Raivoso, tenta atacar Karl com um soco, mas o mesmo segura sua mão, e o empurra para trás.

SERENA: Papai... tio Karl... - grita.

KARL: Será que agora podemos conversar de forma civilizada? - indaga.

IKUKO: Viu só, Kenji? Eu falei que nada se resolve com violência - e se vira para o irmão - perdão... é que o meu marido é um tanto teimoso.

KARL: Eu entendo... de fato, não é fácil para ele ter que aceitar a minha volta, depois de tudo que houve há quase vinte anos atrás. Mas eu mudei, percorri o mundo, e nesse tempo que estive fora, aprendi muitas coisas novas, conheci outras pessoas...

E decide contar toda a história de sua vida, incluindo sua nova vida.

IKUKO: Como é que é? Você foi a Grécia... e lá você se tornou um... Cavaleiro de Atena?! Mas... impossível!

KARL: Não, não é impossível. Foi isso que tornei-me. E eu, até há pouco, estive envolto com essas batalhas mundo afora, lutando contra a tirania do deus da guerra, o responsável por todas essas guerras entre os países.

IKUKO: Karl... você não está querendo gozar com a minha cara, não é? - indaga, demonstrando certa indignação.

KENJI: Acho que ele pode estar dizendo a verdade, querida. Eu, quando era mais jovem, já li a respeito desses Cavaleiros. A princípio, achei que fossem apenas uma mera lenda.

IKUKO: Bem... confesso que isso tudo é novo demais para mim... e a propósito, onde você e a Serena se conheceram, haja vista que ela nunca o viu antes? - indaga, curiosa.

SEIYA: Bem, Sra. Tsukino, isso foi uma coincidência e tanto. Karl e eu já nos conhecíamos há muito tempo, daí, nos encontramos em Rodorio, lá em Atenas – inventa uma história para a mãe de Serena não desconfiar de nada – e quando apresentei-lhe Serena como minha namorada, e dissemos seu sobrenome, ele o reconheceu, pediu-nos mais informações. A princípio, achamos tudo isso meio estranho, mas, com o tempo, ficou sabido se tratar de seu irmão mais novo, a quem a senhora não via há muitos anos.

Aquilo tudo deixa a mãe de Serena perplexa. Para ela, era inacreditável saber que seu irmão mais novo, com quem se desentendera há muitos anos, e o qual foi expulso de casa pelo pai por desobediência, e por se meter numa briga que terminou em morte, é, agora, um dos soldados de Atena, e tem uma grande responsabilidade.

IKUKO: Inacreditável... confesso que ainda custo a acreditar que isso seja real – diz, ainda chocada.

SAMMY: Papai, mamãe... cheguei – diz o irmão caçula de Serena, ali chegando – Serena, Seiya... vocês chegaram!

IKUKO: Sammy, que bom que chegou! Quero que você conheça uma pessoa especial, a quem não víamos há muitos anos; seu tio, Karl Tsukino.

SAMMY: Ele... meu tio? - indaga, surpreso.

KARL: Olá, Sammy, a sua irmã me falou de você antes, lá na Grécia - sorri.

SAMMY: Hã? Se conheceram... na Grécia?

Sammy estava meio confuso por conhecer um tio que ele nem fazia ideia de existir.

IKUKO: Quanto tempo pretende ficar no Japão, Karl? - indaga.

KARL: Alguns dias, pois logo terei que retornar a Atenas ajudar os demais que lá ficaram.

Ao fundo, Seiya, Serena, Koga e Rini observavam aquele momento família de Karl com Ikuko. Estavam felizes por terem feito o reencontro de dois irmãos.

SEIYA: Que bom que tudo terminou bem para todos nós, meu amor. Seu tio aceitou encontrar com sua mãe para uma reconciliação. Com isso, nossa missão está cumprida – diz, abraçado à sua amada.

SERENA: Que bom mesmo, meu amor! - sorri.

RINI: Mas logo teremos que voltar a Tóquio de Cristal – diz, em voz baixa.

KOGA: Sim, mas ainda temos mais uns dias a aproveitar aqui, minha amada.

Enquanto isso, outras coisas se passavam em Rozan, na China. Dohko levara o corpo de Shunrei, que se sacrificara na batalha contra Ares, para que fosse sepultado no local onde foi criada; aos pés da grande cascata, na qual a armadura do Dragão repousara, e onde Shiryu a conquistou. Shiryu, Lita e Setsuna também lá estavam para o cortejo fúnebre. Instantes depois, Shunrei é enterrada próximo à cascata. Apesar de todos os problemas que havia causado, desde que traiu Shiryu de forma imbecil, todos estavam tristes pelo fim que tivera, já que aceitara reconhecer seus erros, e como remissão, abriu mão da própria vida, para fortalecer a todos.

DOHKO: Shunrei... descanse em paz. Apesar de todos os erros que você cometeu, foi graças a você que pudemos ter forças para enfrentar e vencer Ares. Seu sacrifício não foi em vão. Espero que encontre o perdão divino, e que possa, mais tarde, me perdoar pela minha atitude de tê-la banido de Rozan – diz, com a voz cheia de tristeza.

SHIRYU: Embora você tenha me traído, por não ter confiado em meus sentimentos, da minha parte, você está perdoada.

LITA: Sim! E eu também a perdoo, Shunrei, por ter tentado contra mim esse tempo todo. Mesmo pela dor, você abriu os olhos a tempo, e sacrificou-se para que eu não fosse morta. Tenho uma profunda gratidão por ti - abraça Shiryu.

SETSUNA: De agora em diante, Lita e eu cuidaremos de Shiryu e Dohko, assim como eles hão de cuidar-nos igualmente. Não estamos mais sozinhos.

Instantes depois, os quatro heróis se retiravam dali, voltando para o templo.

SHIRYU: Conseguimos vencer Ares, mas isso foi às custas de muitas vidas ao longo de toda a batalha. Que todas as pessoas mortas possam ter um digno descanso – diz o Príncipe da Liderança.

DOHKO: E assim será, Shiryu. E ainda bem que pudemos também contar com os Marinas de Poseidon, os Guerreiros Deuses de Odin, as Sailors Animamates e as Bruxas Espaciais. Embora tenham sido nossos inimigos no passado, aceitaram reconhecer seus erros, e hoje, vivem uma nova vida de forma digna.

LITA: Verdade. Melhor mesmo ter amigos do que inimigos... bem, chegando ao templo, eu vou preparar o jantar para nós - diz.

SHIRYU: Minha flor... não precisava se incomodar – sorri.

LITA: Não é incômodo nenhum, amor. Faço isso por amor a você, e também por gratidão a Mestre Dohko, que me deu acolhida.

SETSUNA: E eu ajudo – diz, sorridente.

DOHKO: Ah, que isso, amor, não precisava se incomodar também - diz, um tanto envergonhado.

SETSUNA: É o máximo que podemos fazer por vocês, meu bem.

SHIRYU: Obrigado, minha flor, e obrigado a você também, Mestra Setsuna.

Lita e Setsuna abraçam seus amados, e os dois casais entram no templo chinês que fica próximo à grande cascata. Todos estavam felizes, após essa batalha exaustiva contra Ares e sua horda. Nisso, sem eles saberem, o espírito de Shunrei aparece no alto, sorridente pela felicidade de seu ex-amor e de seu Mestre e tutor, que, enfim, encontraram um grande amor.

SHIRYU (pensando): Shunrei... sei que você está num lugar bem melhor que este. E sei também que já se arrependeu profundamente de todos os maus atos aqui praticados. Graças a você, vencemos Ares, e conseguimos impedir um holocausto nuclear. E agora, posso viver minha vida ao lado de minha bela e amada flor, de nome Lita. E tenho agora dois Mestres, a quem muito respeito e estimo; Dohko e Setsuna.