Rin – ON

Ouvi barulhos no quarto da Miku, então fui a passos apressados pra lá. Abri a porta rapidamente e me deparei com uma Miku com dor e um Kaito desesperado.

Rin: O que está acontecendo?!

Miku não encontrava forças para falar então Kaito se pronunciou:

Kaito: A bolsa estourou! Miku está em trabalho de parto!

Percebi o qual delicada a situação era, mais não recuei em segurar a Miku nos braços enquanto tremia de dor.

Rin: Vamos para o carro!!

Com um pouco de dificuldade levei ela até o banco traseiro e deixei que ela repousasse sua cabeça em meu colo. Kaito praticamente se jogou no banco do motorista e deu partida do carro enquanto tentava de alguma forma conforta-la que estava quase derramado lágrimas de dor.

Miku: Fri-frio...

Rin: Frio?! Você está com frio?

Sabia que ela não iria me responder então perguntei para Kaito se havia alguma coisa para aquecê-la.

Kaito: Tem dois casacos embaixo do banco.

Falou com a expressão séria. Não podia falar nada, ele estava tentando se concentrar no trânsito mais com os gemidos de dor da Miku, isto estava se tornando impossível. Peguei os benditos casacos e usei um para cobrir Miku e outro para eu mesma usar, afinal eu tinha saída de pijama! Mais eu não vou me importar com isso agora, tenho outro objetivo a cumprir. Deixei Miku segurar a minha mão de modo que fizessem meus dedos quebrarem, me limitei a reclamar. O tempo passava bem devagar, a cada um semáforo que abria, outros dois fechavam e isso havia me deixado aflita tanto como o Kaito.

Miku: Rin... Me ajuda! AH!

Rin: Estou aqui com você, já vai passar! Tudo vai terminar bem.

Logo que eu disse isso o tempo ficou mais rápido e finalmente chegamos ao hospital. Foi a vez de Kaito segurar Miku no colo e entramos no hospital pedindo ajuda.

Kaito: Ela entrou em trabalho de parto! Precisamos de ajuda!

Logo uma equipe de enfermeiros chegou com uma cadeira de rodas pronta para leva-la para a sala de parto. Kaito tentou acompanhar Miku, mais foi parado por alguns enfermeiros. Eles disseram que era para ele esperar. Voltou e a recepcionista pediu para que assinasse alguns papeis. Depois que o fez, uma enfermeira que eu vi com Miku falou algo para Kaito, ele fez uma expressão que me deixou tensa, estava nervoso, frustrado e também assustado. Me aproximei em passos rápido para Kaito pois o mesmo havia ficado imóvel. O sentei em uma cadeira e me pronunciei:

Rin: Pode me explicar o que aconteceu?

Kaito: Eles disseram que... O estado da Miku é crítico. E que a nossa filha... Está em risco.

Foi como levar um soco na barriga, minha mente girava e eu tentava formular as palavras na minha mente. Eu fiquei muito assustada.

Rin: Kaito, onde está a médica responsável pela Miku?

Kaito: Está tentando chegar aqui. E se ela não chegar a tempo? E se algo acontecer antes? Mas isso não devia estar acontecendo... Não era pra ser tão cedo.

Rin: O que quer dizer com “não era pra ser tão cedo” Kaito?

Kaito: Era pra fazer nove meses em três semanas!

Rin: Quer dizer que... Vai ser um nascimento prematuro?

Kaito assentiu colocando as mãos na cabeça. Me lembrei do que o Len havia me dito sobre Rinny: “Foi um nascimento prematuro, então houve sequelas.”. Fiquei tensa novamente mais, eu não sabia com quantos meses Rinny havia nascido! De alguma forma esse argumento não me convenceu.

Kaito: Não quero que nada aconteça com elas.

Queria consola-lo mais eu estava gélida. “A verdadeira Rin não estaria assim.” Como?

“Continue lutando pela felicidade.”

Era a voz na minha cabeça novamente. Por algum motivo fiquei feliz em ouvi-la.

Rin: Não vai acontecer! Agora que não podemos fazer nada, devemos pensar positivo! Mesmo que isso se torne uma tarefa impossível. Vamos lutar pela felicidade, ninguém disse que isso era uma tarefa fácil. Mesmo assim vamos continuar sorrindo e acreditando.

Kaito: Obrigado.

Fiquei feliz em anima-lo, mais tensa em seguida. Quando a médica da Miku chegará?

Miku: Kaito, quem é a médica d Miku?

Kaito: É a-

Antes que terminasse de falar um forte vento invadiu o hospital com uma intensa luz branca. Quando passou, olhei para onde o vento deveria ter surgido e fiquei com os olhos do tamanho de pratos. Havia um CARRO estacionado NO MEIO DO HOSPITAL!!! De lá saiu uma mulher com cabelo branco que eu tentava reconhecer.

???: Piko, seu imbecil!! Eu disse para tele transportar o carro LADO HOSPITAL!! NÃO NO MEIO, SUA ANTA!!

Piko: EU DISSE QUE ESTOU EM TREINAMENTO MULHER!!!

???(assustadora): Mulher?

Piko: T-Tia Haku!

Haku: Pra você é mestra Haku!

Haku, Haku... De onde é esse nome mesmo?

Haku: Ah, Rin! Há quanto tempo!

Disse se aproximando de mim.

Rin: Quem é você mesmo?

Falei na cara dura.

Haku: Ah, você não deve lembrar muito bem mais você embebedou comigo e com a Meiko na festa da Miku. Falando na azulada, onde ela tá?

Ah, é. O Len falou dela...

Kaito: Na sala de parto.

Rin: Peraí, a Haku é a medica responsável da Miku?

Piko: A Tia Haku não perde tempo...

Haku olhou novamente para ele com seu melhor olhar “você quer morrer?”.

Piko: M-Mestra Haku!!

Haku: Sim, Rin. Sou a médica responsável por ela.

A enfermeira falou com Haku sobre o estado de Miku e a mesma assentiu.

Haku: Kaito, quer ver a Miku e sua filha?

Kaito: É claro que sim!

Haku: Então venha. Piko fique esperando com a Rin.

Piko: Ok.

Vi Kaito e Haku desaparecerem no corredor, espero que Miku fique bem.

Piko: Não se preocupe, Tia Haku é muito boa nisso.

Rin: Leu minha face?

Piko: É, decidi aprender essa língua. Maika está me ensinando.

Rin(Gritando): Piko! Preciso de você!!

Agora todo o hospital estava olhando para mim.

Piko: Vocês não têm mais o que fazer?! Voltem as suas miseráveis vidas!!

Todos voltaram as suas respectivas atividades.

Piko: Então? Você precisa de mim pra que?

Rin: Bem, dês de que eu voltei do mundo Neko, uma voz apareceu na minha cabeça e ela é muito familiar, acho que é a voz...

Piko: Do Len?

Rin: Exatamente. Você sabe de alguma coisa que possa explicar isso?

Piko fez uma expressão pensativa.

Piko: Vejamos, ele te deu alguma coisa que tenha muito valor emocional?

Tirei o colar que estava dentro do colar.

Rin: Ele me deu isso. Minha única prova de que realmente o conheci.

Ele analisou o colar.

Piko: O Len tinha alguma coisa que ele gostava muito ou que tivesse valor para ele?

Rin: Ele tinha um colar como o meu, ele disse que faria par com o dele.

Piko: É isso! Parece que os colares têm o mesmo valor emocional, os donos nutrem o mesmo sentimento, então os colares estabeleceram um tipo de conexão entre você e ele.

Rin: Então podemos nos falar a partir deles?

Piko: A conexão é fraca então vão ser apenas mensagens.

Rin: Tudo bem.

Sorri. Não havia acabado totalmente. Quando eu precisasse dele, ele iria me ouvir. Ficamos esperando, minutos se arrastavam e eu não conseguia ficar quieta. Vi a enfermeira que cuidava da Miku sair então inconscientemente corri até ela.

Rin: A Miku está bem? Eu posso vê-la?

Enfermeira: Você é parente da garota?

Rin: Sim.

Não pensei direito ao responder a pergunta.

Enfermeira: Siga-me.

A enfermeira me guiou até uma quarto que parecia bem calmo. Respirei fundo e entrei no quarto. A primeira coisa que vi foi Kaito ao lado da cama onde Miku estava, logo avistei o pequeno ser que dormia calmamente em seu colo.

Miku: Faça silencio, não queremos acorda-la.

Fechei a porta silenciosamente, e fui a passos leves para perto dos três.

Rin: Ah Miku. Ela é linda!

Miku: Eu sei. Esperamos tanto tempo...

Kaito: E finalmente nos conhecemos.

Rin: Vocês já escolheram um nome?

Miku: Claro, antes eu tinha dúvidas, mas agora eu sei. O jeito fofo e delicado, ela puxou de mim, mas se você observar, ela herdou a beleza do pai, se parece muito com ele. Então o nome dela é Kaiko. Nossa pequena Kaiko.

Me aproximei dela falando:

Rin: Oi, Kaiko. Me chamo Rin.

Foi quando percebi uma coisa sobre a Kaiko. Ela não tinha orelhas de Neko. Era como uma simples humana.

Rin: Ela é como uma humana...

Miku: Pois é...

Fiquei meio triste pela Miku, ela não iria ficar com Kaiko. Me pergunto como Kaiko vai crescer sem uma mãe...

Miku: Rin, você pode ajudar o Kaito a cuidar da Kaiko?

Rin: Sim, eu vou ajudar.

E assim foi. Miku Ficou cuidando da Kaiko até ela completar um mês. Kaiko cresceu saudável, eu passei muito tempo com a Miku cuidado da Kaiko com ela. Como eu não esperava, mais não foram dias tristes, foram dias divertidos cuidando da Kaiko, parece que o pequeno sorriso dele fazia nós três esquecermos dos problemas. Até que chegou o dia da Miku partir. Kaito segurava Kaiko nos braços, mesmo com um mês de vida, parecia que ela compreendia tudo que estava acontecendo. Abracei Miku forte me despedido dela. Depois ela foi para frente de Kaito.

Miku: Você sabe tudo, né? Ela tem que dormi cedo, o leite não pode ser muito quente...

Kaito: Eu sei, Miku. Eu também cuidei dela.

Miku: É que... Eu me preocupo tanto. E vou sentir tanta falta dela e sua.

Kaito: Eu também.

Kaito e Miku taparam os olhos de Kaiko e se beijaram. Antes de Miku se virar, um ser preto e vermelho que parecia bastante com ela chegou.

Zatsune: Miku! Eu vim correndo até aqui por que me disseram que você iria hoje. Eu queria me despedir.

Miku e Zatsune se abraçaram.

Zatsune: Vou sentir sua falta, priminha.

Miku: Eu também, Zatsune. Miku.

Zatsune: Eu não gosto que as pessoas me chamem de Miku, mais eu perdoo já que é você. Ah! Mais uma coisa!

Elas se separaram.

Zatsune: Deixe-me cuidar da Kaiko enquanto você estiver fora!

Miku: Mais eu já dei essa tarefa para a Rin.

Zatsune correu até mim.

Zatsune: Você pode dar essa tarefa para mim.

Rin: Tudo bem, se a Miku quiser.

Miku: Claro, mais... Por que tão de repente?

Zatsune: Já que somos primas, eu achei que tinha a responsabilidade de fazer isso, e também por que somos amigas. E também é uma ótima forma de conhecer a pequena.

Miku sorriu, se despediu novamente de todos e entrou no trem. Logo ela e o trem se foram. Foi doloroso tanto para mim quanto para Zatsune e Kaito. Fomos para a casa da Miku, Zatsune iria ficar lá então peguei minhas coisa e fui para a minha verdadeira casa. Já estava anoitecendo, quando cheguei na porta do apartamento, vi que as luzes estavam acesas, fiquei assustada, quando ouvi vozes, fiquei apavorada! Mais elas eram familiares. Quando entrei, vi duas pessoas.

???: Olá Rin. Sentimos sua falta.

Disse a mulher com cabelo castanho.

Rin: Finalmente vocês voltam.

Eu tentava ver se era verdade ou eu estava sonhando. Corri ao encontro daquelas pessoas as abraçando sendo retribuída. Afinal, aquelas pessoas não eram qualquer uma. Eram aquelas pessoas que eu chamo de...

Mamãe e Papai.