Rin – ON

Acordei antes mesmo do sol nascer por completo, poucos raios de sol iluminava o meu quarto. Um par de olhos azuis estava me observando. Nós dois nos espantamos, logo depois sorrimos. Corei um pouco me lembrando de que eu e ele estávamos apenas com roupas intimas.

Len: Ainda é cedo. Pode voltar a dormir.

Rin: Digo o mesmo... Quando foi que você acordou?

Len pareceu se assustar com a pergunta, desviou o olhar e disse:

Len: Eu... Não consegui dormi.

Sentei-me na cama.

Rin: É por causa daquilo?

Len apenas ficou calado e continuou olhando para qualquer coisa que não fosse eu. O abracei ficando deitada em cima dele. Estava tentando consola-lo, mas até eu não conseguia ignorar aquela situação.

Flash Back – ON / Rin – OFF / Len – ON

Rin: Eu também te amo...

Olhei-a com um sorriso quase emocionado por um breve momento, logo tomei seus lábios com um beijo calmo mais cheio de vontade. Continuamos assim até ar nos faltar então escodi meu rosto no seu peito.

Len: Esse é problema.

Rin: O quê?

Suspirei e me sentei a sua frente.

Len: Meus pais querem que eu volte... Voltar para ficar lá.

Rin: Seus pais... Eu não estou conseguindo entender.

Len: Rin... Eu tenho que ir.

Rin: Ir... Não. Por favor... Não vá embora!

O sorriso que tinha em seu rosto quando contei o que sentia desapareceu sendo inundado por suas lágrimas, só que dessa vez, eram de tristeza. Antes que eu fizesse qualquer coisa ela me abraçou com força e foi sua vez de esconder o rosto em meu peito. Minha camisa estava um pouco úmida, logo percebi que ela estava chorando baixinho. Coloquei minhas mãos em sua cintura e retribui o abraço. Passei a mão pelos seus cabelos em uma forma de acalma-la, com um pouco de sucesso.

Rin: Eu não quero ficar sozinha. Eu não quero ficar sem você.

Len: Eu sei...

Rin olhou para mim com pequenas lágrimas ainda em seus olhos. Sequei suas lágrimas com as costas das mãos e beijei sua testa.

Rin: E o que vamos fazer?

Olhei para o lado, com um olhar derrotado. Eu sei como a Rin é, sempre tentando dar um jeito nas coisas mesmo sabendo que ás vezes ela não pode fazer nada.

Len: O que podemos fazer?

Rin: Com certeza não é ficar chorando pitanga! Precisamos pensar em algo! Eu simplesmente... Não posso deixar o Neko que amo ir embora.

Corou um pouco com a afirmação. Eu ri disso e juntei nossos lábios mais uma vez. Dessa vez se tornou bem mais intenso. Sussurrei uma última vez em seu ouvido antes de começar a subir sua blusa “Eu te amo”. Eu não iria chegar até o final com ela, era apenas um prova de que essa noite existiu.

Flash Back – OFF / Len – OFF / Rin – ON

Logo eu decidi quebrar o silêncio:

Rin: E por que isso tão de repente?

Len: Hum?

Rin: Por que eles querem que você volte logo agora?

Len: Por que a época de procriação acabou á dois meses. Eles acham que não á motivos para eu continuar neste lugar se nem ao menos eu consegui uma parceira.

Rin: É isso!

Sentei-me em seu colo e ele me olhou com um rosto tipo “Sério isso!?”.

Rin: E se irmos para sua casa e você me apresentar como sua esposa? Acho que não terá problema se nossa relação mudou um pouco, né?

Disse com pouco de timidez, eu ainda estava um pouco (muito) feliz e nervosa com aquilo.

Len: Acha que eu não já pensei nisso? Com você não iria dar certo.

Rin: E qual é o problema? O que tem de errado comigo!?

Falei com um pouco mais de raiva. Eu poderia ser a coisinha mais gentil do mundo com os pais dele!!

Len: O problema não é com você, é... Com sua espécie! Quer dizer... Não é um problema para mim, mais é para meus pais!

Ele tentou falar com mais clareza possível, pois viu que só de falar: “sua espécie” eu fiquei com os olhos extremamente ameaçadores. Logo fiz uma expressão de duvida.

Rin: Como?

Len: Digamos que eles não... Toleram humanos. Eles acham que essa espécie é cheia de gananciosos e egoístas.

Rin: E por que eles acham isso?

Len: Por que nos confiamos em um Humano. É uma longa historia...

Antes que ele desviasse o olhar, segurei seu rosto e disse:

Rin: Nada de “longa historia”, você vai me contar direitinho o que aconteceu.

Len: O-Ok... Eu tinha uns quatro anos-

Rin: Owwwwww!!

Len: O quê foi!?

Rin: Você deve ser uma gracinha quando mais novo!

Len: Claro que não!

Rin: Sério?

Olhei-o com meu melhor olhar “eu-não-vou-acreditar-nisso” e um sorriso.

Len: Tá certo! Eu era uma gracinha! As pessoas me confundiam com uma menina, ok!?

Rin: Eu só queria que você concordasse comigo, mas dizer que era confundido com uma menina não te ajudou muito.

Len: Continuando... Minha mãe encontrou um homem humano desmaiado no nosso campo. Não sabíamos como ele tinha chegado lá, mais que estava totalmente acabado. Meu pai ajudou minha mãe a leva-lo para a nossa casa. Nós demos comida, água e abrigo por alguns dias. Um dia minha mãe me pediu para ir ao quarto dele entregar o jantar. Quando eu entrei lá, vi várias fotos, anotações de Nekos. Quando ele me viu, recuei alguns passos, mais ele fechou a porta atrás de mim. Ele agarrou meu braço com força e me amarrou, logo me jogando em um saco. Tentei gritar mais eu já estava amordaçado. Logo ele fugiu, levando também comida. Quando meus pais perceberam a minha ausência e a dele, entraram em desespero, eles correram atrás dele e meus vizinhos temporários, os familiares da Miku conseguiram pegar ele e eu.

Rin: Como assim temporários?

Len: A família dela e ela estavam de férias e eram meus vizinhos temporários, logo eles iriam voltar para casa deles na região Verão. Então, depois que eles pegaram ele, levaram para o conselho, onde iriam julga-lo. O conselho é o governo do mundo Neko, composto pelos lideres de cada Região. Depois disso, só tivemos a informação de que ele era um cientista que estava pesquisando sobre Nekos. Ele iria me usar como prova e para experiências. Por um tempo, eu passei a odiar e ter medo dos humanos. Até eu conhecer o Kaito... E você.

Fiquei sem muita reação. O que eu poderia pensar? É isso mesmo. Essa é a ganancia dos seres humanos. Em pensar que a maioria é assim... Len teria todo motivo se quisesse odiar os humanos... Mais ele conheceu a amizade e o amor. É engraçado como esses sentimentos mudam uma pessoa... Deitei em cima dele e fiquei com um sorriso fraco no rosto.

Rin: Eu nem sei o que dizer.

Len: Mais eu sei.

Len se sentou na cama e eu também. Colocou a mão no meu rosto e aproximou nossos testas.

Len: Que não importa o que aconteça, vamos passar por isso, juntos.

Rin: Promete?

Len: Prometo.

Len selou nossa promessa em um beijo calmo. Ficamos assim por um tempo, até eu parar beijo e me dirigir para a porta.

Len: Aonde você vai?

Rin: Vou tomar um banho. Não posso ficar assim pra sempre!

Len: Não? Que pena.

Len se levantou da cama e colocou suas mãos na minha cintura me prensando um pouco na porta, logo dando alguns beijos no meu pescoço.

Len: Você fica linda assim, sem muitas roupas...

Falou tentando abrir o feixe de frente do meu sutiã.

Rin: Sai de perto daí, pervertido!

Disse empurrando ele para um pouco longe de mim. Abri a porta e fui para o banheiro sendo seguida pelo loiro, ele só desistiu de entrar no banheiro quando joguei água da torneira nele. Ah, parece que a cada dia ele está ficando mais pervertido. O que não é muito saudável pra ele e para mim. Enchi a banheira de água e tirei minhas roupas intimas, logo entrando nela quando ficou cheia. Eu tenho um chuveiro também, mais quando eu quero relaxar e tenho tempo, eu fico na banheira. Fiquei pensando em qualquer outra ideia mais, nenhuma dela deu muito certo... Eu tenho que pensar em algo logo. A última coisa que quero é perder ele. Depois do banho, coloquei um short e uma blusa sem mangas laranja. Me encontrei com Len sentado na minha cama. Praticamente joguei uma toalha na cara dele na intenção dele intender “vai tomar um banho e seja rápido!” e fui para a cozinha preparar alguma coisa.

Rin: Hum... Quero algo diferente hoje.

Peguei em uma gaveta o livro de receitas da minha mãe. Folhei algumas páginas até encontrar o que eu queria: Panquecas! Li a receita e quando terminei comecei a trabalhar com o livro aberto encima da bancada. Com um pouco de esforço, consegui fazer as benditas panquecas e coloquei mel por cima, eu gosto assim. Fiz um suco de laranja para acompanhar também. Quando Len chegou ele estava com uma toalha enxugando o cabelo, vestia uma camisa branca e uma bermuda preta. Uma coisa simples que você usa quando quer ficar em casa, igual a mim. Olhou para mim depois para o meu trabalho, sorriu.

Len: Isso é novo.

Rin: Eu sei, só estava com vontade de comer alguma coisa diferente.

Len: É mesmo, querida?

Rin: É! E não me chame de “querida”!

Len: Tá bom, meu amor.

Bufei. Ficar discutindo aquilo não levaria a lugar nenhum. Len colocou a toalha em cima do sofá e com os cabelos meio bagunçados, se sentou e nós dois começamos a comer.

Rin: Ciente que depois de comer vai guardar aquela toalha se não eu vou quebrar você, né?

Len: Ciente.

Rin: Que bom.

Terminamos de comer e antes que ele fizesse qualquer coisa, peguei uma escova de cabelo e comecei a pentear o cabelo dele, terminei deixando seu cabelo preso do jeito que ele gosta.

Len: Dèjá Vu.

Rin: O quê?

Len: Isso já aconteceu uma vez.

Olhei para o teto por um tempo e consegui me lembrar.

Rin: Ah, é mesmo.

Len: Acho que foi naquele momento que eu comecei a me apaixonar, eu só não tinha percebido.

Rin: Eu acho que eu também... Me apaixonei naquele momento, mesmo que fosse muito pouco, pequena parte do meu coração batia por você.

Len: Então admite?

Rin: Admitir o que?

Len se levantou da cadeira e me olhou com um ar de superioridade.

Len: Foi você que caiu pelo meu charme primeiro!

Rin: C-Claro que não! Foi você que se apaixonou primeiro!

Len: Não, foi você!

Rin: Não foi!

Len: Foi sim!

Rin: Não foi!

Len: Foi sim! Foi sim! Há há há!!

Antes que ele percebesse, eu atirei em cima dele a tolha que estava no sofá. Como um ninja! Ele tirou a toalha do rosto com um sorriso no rosto. Logo me abraçou e colocou uma de suas mãos no meu rosto.

Len: Isso não importa. O que importa é que você me ama e eu também.

Logo Len começou a cantar uma música havia cantado em um festival para mim.

Len (Cantando): “Estou feliz que eu tenha sido capaz de ama-la dês do início” Eu vou cantar essas palavras ao céu.

Foi á coisa mais linda que ele fez para mim, só que eu reagi como se fosse apenas uma canção e nada mais. Só agora eu fui perceber que ele estava cantando para mim.

Rin: Len...

Len: Sim?

Rin: Eu já disse que te amo?

Len: Algumas vezes ontem.

Rin: Pois eu te amo de mais.

Len me beijou apaixonadamente e depois sussurrou:

Len (Sussurrando): Eu também.

Len me prensou contra a parede e colocou set joelho entre minhas pernas, continuamos nos beijando por um tempo até eu parar e ir em direção ao meu quarto.

Len: O que vai fazer?

Rin: Ler um livro. Ah, lave a louça por mim, ok?

Apenas disse isso e saí da cozinha deixando ele ali.

Len (Da cozinha): Ela joga uma toalha em mim, acaba com minha diversão, me pede para mexer com água, e ainda dá uma indireta dizendo que um livro é mais interessante que eu?

Rin (Do quarto): Sem resmungar!!

Len (Pensando): Como uma Rin diria... Ah, eu amo muito ela.