Capítulo 11

Rin – ON

Rin: O que é “aquele lugar”?

Kaito e Len olharam para mim assustados e nervosos. Me perguntei por que eles estavam assim.

Miku: É! Também quero saber!

Kaito: Não! Você não quer saber!

Miku se assustou com a resposta, creio que Kaito poucas vezes a contraria. Logo ela ficou com um rosto emburrado. O que me assustou um pouco.

Miku: Por que eu não posso saber?!

Kaito: P-por que é uma... Uma... SUSPRESA! Isso! É uma surpresa pra você! E você não pode saber por que iria estragar a surpresa!

Miku logo se acalmou mais eu não iria engolir essa tão fácil. Aproximei-me de Len e puxei sua orelha e sussurrei:

Rin: Você vai esclarecer isso direitinho pra mim...

Puxei ele do local e fui para a sala ficando frente a frente com ele.

Rin: Então? Que lugar é esse?

Len: Não é um lugar ruim! A Miku precisa ir para esse lugar!

Rin: Pra onde ela precisa ir?!

Len: Para aquele lugar... Sabe? Aquele lugar branco... Melancólico... E com pessoas.

Eu iria deduzir “céu” mais ela deveria estar morta e esse lugar não é melancólico. Então... Só pode ser em um lugar!

Rin: Ahhhh... Entendi. Vocês vão levar ela para... UMA CAMARA DE LOUCOS???!!!

Len logo tapou minha boca, impedindo-me de gritar mais.

Len: É claro que não! É um lugar... Quase isso...

Rin: O que quer dize com “quase isso”?

Len: É o... H-O-S-P-I-T-A-L.

Rin: Ahhh... Por que não disse logo que a Miku iria para o Hos-

Len tapou minha boca mais uma vez como se eu estivesse pronta para fazer um encantamento que destruiria o mundo.

Len (Sussurrando): Você e está maluca?! Ela não pode saber! Nem ouvir está palavra, se não, ela surta!!!

Rin: Por quê?

Len: Você é a melhor amiga dela e não sabe... Ela tem medo do... *Vira a cabeça para os dois lados* H-o-s-p-i-t-a-l!

Rin: Pensei que ela tinha superado!

Len: Pensou errado meu cara amigo! Ela continua tendo pavor de... Você sabe o quê!

Rin: Então como vocês pretendem levar ela para o... *Vira a cabeça para os dois lados* H-O-S-P-I-T-A-L?

Len: Eu não sei...

Rin: VOCÊ NEM AO MENOS TEM UM PLANO?!

Len: Peraí... *Faz uma cara pensativa*

Rin: Tem algum plano?

Len: ...

Rin: ...

Len: ...

Rin: ...

Len: ...

Rin: ...

Len: ...!

Rin: ...!

Len: Eu não pensei em nada.

Rin: Passou esse tempo fazendo o quê?!

Antes que eu pudesse dar um tapa nesse otário, a campainha tocou. Kaito foi a porta e a atendeu. Todos nós nos surpreendemos com que era.

Kaito: Que surpresa te ver aqui... Zatsune Miku.

Zatsune: Miku prima não pode visitar a outra de vez em quando? Ah! Falando no diabo, você tá aí!

Zatsune foi entrando sem mais nem menos na casa deles dando um abraço apertado na Miku.

Zatsune: A quanto tempo Hatsune!

Miku: Digo o mesmo, Miku. Mais... Você pode-me lagar? T- Tá doendo um pouco...

Zatsune: Oh! Foi mal! Agora eu lembrei que você tem uma coisinha miúda com você!

Disse se agachando, ficando de frente para a barriga da Miku. Ela não parecia incomodada, parecia até um pouco feliz, mais ela sabia como era o jeito da Zatsune. Meio indelicado...

Zatsune: Er... Nem tão miúda assim.

Miku: Cinco meses, sabe?

Zatsune: Sei...

Miku e Zatsune começaram a conversar um monte de coisas, infinitas na verdade. O tempo ia correndo e não tínhamos um plano. Zatsune percebeu que cochichávamos um para os outros e veio de fininho até nos.

Zatsune: O que vocês estão conversando?

Len: NYYAAAAAAHHHH!!

O Len se assustou e gritou... Um pouco fino demais.

Len: Não fique chegando aqui do nada Zatsune!

Zatsune: Foi mal, mas o que vocês estão conversando?!

Kaito: É que... A gente vai levar a Miku para o... H-O-P-I-T-A-L.

Zatsune montou as letras e percebeu do que estávamos falando.

Zatsune: Mais como vão leva-la pra lá? Ela com certeza não vai deixar!

Rin: A gente não sabe!

Zatsune fez uma cara pensativa... Até que chegou a uma conclusão!

Zatsune: Já sei!

Ela voltou a sentar ao lado de Miku e começou a fazer cafune atrás da orelha dela o que fez a mesma dormi em pouco tempo, ou seja: Miku= Apagada. Onde raios ela aprendeu a fazer isso?!

Len: Z-Zatsune... VOCÊ É INCRIVEL!!

Zatsune: Sei que sou.

Kaito: Agora vamos coloca-la no carro!

E assim fizemos: Kaito estava dirigindo, Zatsune no banco do passageiro e eu e Len estávamos no banco de traz. Chegamos ao hospital e tinha uma consulta marcada e tudo o que podíamos fazer era esperar. Miku estava dormindo no colo da Zatsune, Kaito estava ao lado dela enquanto eu e Len estávamos um ao lado do outro. Em outras palavras: ficou meio tenso entre nos dois. Len parecia prestar atenção em qualquer coisa que parecesse legal para ele naquele momento. Ou seja, não muita coisa... Comecei a olha-lo discretamente. Parecia tão distraído, com aquele típico sorriso no rosto. Eu amava ver aquele sorriso. Uma boa forma de saber que ele estava bem. Eu estava bem até ele perceber que eu o observava com um sorriso idiota no rosto.

Len: Você está bem?

Rin: C-Claro que estou!! Por que não estaria?!

Len: Por que quando você está escondendo alguma coisa, você grita e gagueja.

Rin: I...

Len: O que foi?

Rin(Gritando com voz de auto falante): IDIOTA!!!

Eu fiquei com vergonha, poxa! Eu estava ali, tão bem e ele me diz algo que tem razão! Eu não sabia direito o que fazer, então, decidi persegui ele “discretamente”. Como estivéssemos apresados para mudar de lugar (Ele fugia trocando de lugar e eu o perseguia trocando de lugar com ele!). Eu simplesmente queria bater nele com esse treco que eu chamo de sapatilha. Sim. Uma sapatilha. Foi isso que a Miku trouxe para eu calçar. Depois desse showzinho terminou, nos sentamos meio envergonhados. Quando Miku acordou. Ela correu para o pequeno lixeiro da atendente, que provavelmente só colocaria papeis lá dentro, não coisas orgânicas. Miku voltou com a cara de eu-odeio-isso e sentou no meu colo. ELA ACORDOU SÓ PRA VOMITAR?! Zatsune fez um sinal para eu fazer cafune em sua orelha e eu obedeci, e a Miku dormiu instantaneamente. Mais aquele bafo não saiu.

Rin: Alguém tem um lencinho anticéptico?

Kaito: Eu tenho!

Todos olharam para ele. Todos mesmo. Onde já se viu homem com lencinho anticéptico? Ainda rosa!

Len: Viu, Kaito! Por isso somos seus únicos amigos! *Voz de reprovação*

Kaito: Qual é problema? Eu gosto de me manter limpinho!

Kaito estendeu a mão e eu peguei o lencinho e coloquei na boca da Miku. Quem sabe parava esse bafo. Esse Nekos, ou melhor, essa Miku... Uma enfermeira saiu de uma das salas e leu em um papel:

Enfermera: Hatsune Miku.

Kaito me ajudou a tirar Miku do meu colo e a carregou até uma sala branca com alguns aparelhos. Foi ai que ela acordou. De verdade.

Miku O QUE EU TO FAZENDO AQUI???!!

Kaito: Calma Mik-

Antes que pudesse terminar de falar, Miku deu um tapa no Kaito, daqueles que faz barulho por um quilometro.

Miku: CALMA NADA!!! QUEM FOI O INFELIZ QUE TE DEU A PERMISSÃO DE ME LEVAR AQUI??!!

Então lá começou a Miku com seu showzinho até que Zatsune foi até ela e olhou-a séria.

Zatsune: Miku, eu entendo que você está nervosa e que tudo isso é novo para você, mais não estamos aqui só para a sua saúde, a saúde dela também está em jogo. Você que mesmo que ela se prejudique por um medinho bobo seu?

Miku: EU...!! Eu... Não. Eu não quero que ela se prejudique.

Zatsune: Então você tem que deixar o médico te examinar. E se algo acontecer, a gente tá aqui com você.

Miku se acalmou aos poucos e finalmente fez o exame. Era só um check-up para saber se ela ou o bebê está bem. Estavam ótimas. Logo depois, Miku foi pra casa e eu e Len fomos para a minha. Chegando lá segurei a mão de Len e o mesmo se espantou.

Rin: Eu quero te levar para um lugar...

Len: Que lugar?

Rin: É segredo! Eu só quero que você feche os olhos e me deixe te levar.

Len: Ok...

O mesmo me obedeceu e eu o guiei para meu lugar favorito do prédio: O teto. Era um bom lugar para relaxar e ver as estrelas. Eu amo aquele lugar. Quando chegamos, eu tirei minha mão de seu rosto e o mesmo olhou o lugar maravilhado.

Len: Temos permissão de ficar aqui?

Rin: Sei lá. Quem liga para regras agora?

O mesmo assentiu. Nos dois deitamos no chão e ficamos comtemplando as poucas estrelas que podíamos ver, mesmo assim, ainda era ótimo. Olhei para o Len e ele estava pensativo.

Rin: O que você tá pensando?

Len olhou para mim e deu um sorriso.

Len: Eu estava pensando... Como é ter uma família.

Rin: Você não... tem família?

Perguntei meio nervosa do que ele poderia responder.

Len: Eu tenho sim. Mais eu estava pensando como é ter minha própria família.

Rin: Tipo... Ter casa, filhos e uma esposa?

Len: Isso mesmo.

Corei um pouco com a pergunta que iria fazer agora. Mais eu tinha que fazer!

Rin: E... Q-Quem seria s-sua... Esposa?

Len fechou os olhos e respirou fundo logo os abrindo.

Len: Eu ainda não tenho uma resposta...

Rin: É meio cedo para pensar nisso, né?

Len: Não tão cedo... Nessa idade, Nekos já podem casar e ter suas famílias.

Rin: Vocês são muito precoces.

Len: É assim que vivemos. É o nosso jeito de ser.

Eu logo me sentei e olhei para ele.

Rin: L-Len... E se...

Len começou a prestar mais atenção em mim.

Rin: E se e-eu fosse... Nada. Esquece isso.

Falei meio derrotada. Len se sentou e me abraçou e eu o abracei também. Ficamos assim por um tempo. Ele logo sussurrou no meio ouvido:

Len(Sussurrando): Vamos pra casa.

Antes que eu pudesse me levantar, Len me segurou e me carregou no braços até o apartamento, eu normalmente iria me surpreender ou até repreende-lo mais apenas afundei meu rosto no seu peitoral. Quando chegamos, ele me levou até meu quarto e me deitou lá. Segurei sua mão antes que saísse de perto de mim e falei quase em um sussurro:

Rin: Fica aqui...

O mesmo me obedeceu e se deitou ao meu lado me abraçando. Dormimos juntos naquela noite.