I'm coming up only
To hold you under
I'm coming up only
To show you wrong

To know you
Is hard we wonder
To know you all wrong
We were

Really too late to
Call so we wait for
Morning to wake you
It's all we got
To know me as hardly golden
Is to know me all wrong, they were

Hogsmeade; 1 de fevereiro de 2023; 10h37min PM

Era definitivamente Lucy. Reconheceria aquele longo e liso cabelo ruivo de longe, além de seu corpo magrinho e pequeno. Dominique se aproximou cuidadosamente, tentando não tropeçar no caminho. Pelo jeito a prima não percebera sua presença, porque continua chorando do mesmo jeito que antes.

— L-Lucy? — Dominique disse, calmamente. Lucy tirou as mãos do rosto e olhou para ela.

— Dominique? O-O que v-você está fazendo aqui? — Gaguejava. Dominique suspirou e sentou-se ao lado dela.

— Eu ouvi você chorando. Qual seria a razão para isso?

Lucy respirou fundo, e logo voltou a chorar. Dominique abraçou-a e acariciou seus cabelos, tentando reconfortá-la.

— Eu vi um dementador. E-Eu demorei para conseguir conjurar meu patrono, embora já tenha aprendido. Nunca encarei uma situação como essa antes... Mas o tempo que levou para eu conseguir conjurar o patrono foi tempo suficiente para que ele me afetasse. E eu vi algumas coisas.

Bem, aquilo explicava o frio intenso. Dominique engoliu em seco. Já tinha ouvido falar muito nos dementadores, como eles eram guardas de Azkaban e se viraram contra o Ministério assim que Voldemort os havia oferecido mais vítimas, além de que depois da Segunda Guerra Bruxa, o Ministério nunca mais usou os dementadores como guardas, sendo, portanto, expulsos; mas eles não apareciam há tanto tempo que a maioria dos bruxos achavam que eles estavam extintos.

— O que você viu? — Perguntou, acariciando as costas da prima, como uma forma de relaxá-la um pouco.

Lucy fungou.

— Lembra daquele tempo que meu pai estava um pouco... Descontrolado? — Lucy perguntou, e Dominique assentiu. Tio Percy tinha tido maus bocados durante sua vida e era impossível esquecê-los. — Lembrei daquilo. Dos tempos que ele chegava em casa completamente bêbado, agressivo, ignorante... Eu era uma criança, Domi. Foi a pior época da minha vida, sabe, ter que assistir e escutar meus pais discutirem todas as noites, acordar na madrugada por causa disso, barulhos de vidros se estraçalhando na parede, gritos, tudo. Era horrível.

Embora ela tenha chorado muito antes, ela contou a história para Dominique com muita serenidade, a loira ficou até impressionada. Mas não demoraram dois minutos até Domi ver lágrimas surgindo na face de Lucy novamente, e então ela decidiu agir.

— Lucy, foi apenas... Uma má memória, ok? Já passou. Qualquer coisa que aquele dementador tenha feito você sentir, já foi embora. Você foi inteligente e capaz suficiente para afastá-lo, para conjurar um patrono, pelo amor de Merlin. Até hoje eu não consegui fazer isso, só aquela parte do feitiço que já é boa para afastar um dementador, mas você foi muito além. Agora, pegue minha mão. Vamos até a sala da diretora para ver o que está acontecendo e o porquê de essas criaturas estarem aqui.

Dominique se levantou e estendeu a mão para Lucy, que ficou um pouco hesitante.

— Confie em mim. — Disse.

A ruiva respirou fundo, mas pegou a mão da prima.

E elas foram embora, tentando não escorregar no gelo.

Saguão de entrada, Hogwarts; 1 de Fevereiro de 2023; 11h28min PM

Assim que chegaram em Hogwarts, as garotas viram uma cena que elas esperavam que não acontecesse: todos seus primos estavam esperando-as e preocupadíssimos como elas. Alguns deles estavam até com um roupão, e McGonagall estava junto com eles. Assim que Louis e Molly viram as irmãs, eles abraçaram elas.

— Onde vocês duas estavam? — Perguntou a diretora.

— Hogsmeade. — Respondeu Dominique, diretamente. — Eu estava em uma festa, e quando eu estava saindo eu vi Lucy. Ela foi atacada por um dementador.

Neste momento, todos ficaram em silêncio, mas com expressões horrorizadas nos rostos.

— Isso não pode ser possível, quer dizer, todos achavam que eles estavam... — Disse Rose.

— Extintos. Eu sei. Mas... Foi real. — Completou Lucy, fechando os olhos assim que terminava de falar.

— Mas por que eles iriam aparecer logo agora? O que está acontecendo? — Perguntou Fred. Todos se olhavam, mas ninguém podia achar uma resposta.

— Senhorita Weasley — McGonagall falava com Molly. — Vá para a enfermaria com sua irmã, faça-a coma algum chocolate. Eu preciso mandar uma carta para o Ministério agora. E vocês... — Ela apontou para todos. — Não demorem para irem a seus respectivos dormitórios ou terão uma detenção.

A diretora saiu dali e Molly levou Lucy para a enfermaria, mas o resto dos Weasley ficaram lá. A maioria fazia perguntas para Dominique, a razão pela qual Lucy estava lá, como ela encontrou a garota, se era mesmo um dementador, o que Lucy viu e etc. Exceto pela segunda pergunta, a resposta de todas era "pergunte a Lucy". Ela não queria falar nada que Lucy não quisesse que ela falasse.

Então, de repente, James Sirius apareceu junto com Scorpius. Dominique nem havia percebido sua ausência, para falar a verdade.

— Procuramos por elas em todos os lugares... — Começou a dizer, ofegante, até ver que Dominique estava lá. — Ah. Onde está Lucy?

— Enfermaria. — A loira respondeu, rapidamente.

— Por quê?! — Foi a vez de Scorpius perguntar.

— Foi atacada por um dementador. — Rose respondeu ele com o mesmo tom seco que Dominique respondera James. Era possível sentir o clima pesado desde Liverpool.

— O quê?! — Eles dois praticamente gritaram, e todos os demais fizeram careta por causa disso.

Mas a reação de James foi diferente da de Scorpius, que ficou apenas em choque. O Potter ficou completamente abismado, sem saber o que fazer, e olhava para seus irmãos mais novos a cada segundo, que sempre suspiravam ou davam de ombros como resposta.

Dominique então decidiu explicar quase tudo para ele. Ela basicamente disse que saiu do bar, ouviu Lucy chorando e que quis ajudar. O garoto prestou atenção em cada palavra dita, porque era um milagre ela não estar gritando com ele. Claro, haviam algumas reviradas de olho, suspiros de raiva, mas seu tom de voz era calmo.

— Mas você está bem, certo? — Ele perguntou, assim que a garota terminara de falar.

— Sim... — Ela franziu o cenho, confusa.

— E a Lucy também?

Ela assentiu.

— Bem... Isso é o que importa, certo? — James abriu um sorrisinho, mas fechou a cara assim que Dominique lançou um olhar esquisito para ele. Logo, ele pigarreou e engrossou a voz. — Preciso falar com você. Não agora, mas talvez... Amanhã de manhã?

Devia ser por causa do resto de bebida em seu sangue, mas Dominique concordou. Um minuto depois ela se arrependeu, mas não disse. Ela estava mais calma do que mais cedo, mas como já foi dito, o álcool era o culpado. E o fato de que a família acabara de passar por um choque.

E, enquanto isso, Rose e Scorpius brigavam por causa do suposto "tom de voz seco" de Rose ao falar com o garoto. E era quase meia-noite. No Hall. E eles dois praticamente gritando. Finalmente, Albus deixou bem claro:

— Será que o casalzinho de velhos vai parar de brigar? McGonagall deixou bem claro que temos que ir agora ou pegaremos uma detenção! — Ele disse um pouco alto demais. Mas foi bom o suficiente para fazer aqueles dois pararem.

Ninguém foi tão agradecido a Albus quanto os Weasley-Potter naquele momento. A maioria sussurrou um "obrigado" ou fez um sinal positivo com as mãos para ele. Rose e Scorpius se olharam, rindo breve e ironicamente dos amigos.

Não demorou muito para todos irem a seus respectivos dormitório em suas respectivas casas, mas uma coisa era certa: Ninguém conseguiria dormir direito naquela noite. Todos cheios de dúvidas ainda não esclarecidas, e essa situação apenas piorava. O que estava acontecendo?

Salão Comunal da Grifinória; 2 de Fevereiro de 2023; 12h10min AM

Lily, Albus e James decidiram não subir para seus dormitórios. Decidiram que precisavam conversar, descobrir o que estava resultando os últimos acontecimentos. É claro, eles não precisaram pensar muito.

— Isso com certeza é obra daquela louca da Ursula. — Disse Lily.

— Você acha que ela conseguiria achar todos os dementadores que sumiram? — Perguntou James.

— Sozinha? Não. Ela com certeza conseguiu alguns seguidores. — Ela respondeu. Os três irmãos olhavam para as chamas na lareira cada vez que ouviam o barulho da madeira sendo queimada. Estavam cansados, pensativos e duvidosos. Não sabiam o que fazer.

— Quantos vocês acham que ela conseguiu? — Albus disse, desanimado.

James e Lily deram de ombros. Não faziam ideia alguma.

— Qualquer coisa que ela e Jade planejam, termina hoje. — Falou James.

— Mas depois que dormirmos, certo? — Perguntou Lily, bocejando logo após.

James revirou os olhos e riu brevemente.

— Claro, depois que dormirmos.

Gabinete da diretora; 2 de Fevereiro de 2023; 6h23min AM

Harry Potter, o chefe dos aurores e Hermione Granger, atual Ministra da Magia esperavam a diretora McGonagall, ansiosos. Foram informados de que um dementador havia sido avistado aos arredores de Hogsmeade e que tinha atacado sua sobrinha. Os dois estavam aflitos, e não aguentavam esperar nem mais um segundo.

Minerva aparecera ainda com um roupão em volta de seu corpo. Estava nervosa e agitada, com a aparência de quem não havia dormido nada de noite. Ela ficou parada na frente dos dois, com a expressão mais séria e assustadora que Hermione e Harry já tinham visto, mais do que as que ela fazia quando eles eram alunos.

— Podem começar a esclarecer as coisas. — Ela disse.

— Bem, diretora McGonagall, não podemos dizer que não foi uma surpresa pra nós e que nos pegou desprevenidos, porque foi uma surpresa e sim, nos pegou desprevenidos. — Começou Hermione. — Mas estamos fazendo tudo que está a nosso alcance, eu te garanto.

— E nós vamos reforçar o número de aurores aos arredores de Hogwarts e Hogsmeade. — Completou Harry.

McGonagall respirou fundo, tirou seus óculos, fechou os olhos e respondeu:

— Isso não é o que eu quero saber. — O tom raivoso porém sereno dela chegou a assustar os dois. — Eu sei que existem casos de "assassinatos misteriosos" no mundo trouxa. O próprio assassinato de Ginny Weasley até hoje não foi resolvido.

Os dois se olharam, mas Minerva continuou.

— Só preciso de uma garantia, mesmo que seja uma pergunta tola... Ele não está de volta, está?

— Não, diretora, ele não está de volta. — Garantiu Hermione, mas logo ela continuou, cabisbaixa. — Mas suspeitamos que há outro bruxo ou bruxa por trás desses ataques, e estamos fazendo tudo que podemos para descobrir e parar isso.

A aflição naquela sala era maior que a própria. O pavor de uma terceira guerra corria no sangue dos três ali presentes. Todas elas em menos de sessenta anos.

— Ótimo. Eu só quero meus alunos e nosso mundo a salvo. — Disse Minerva. — Já podem ir.

Eles acenaram a cabeça e saíram da sala, mais pensativos do que antes. McGonagall sentou em sua cadeira, tentando afastar todos os seus pensamentos pessimistas. Ela pensava que eles finalmente viviam tempos de paz, mas pelo jeito, estava muito mais do que enganada.

Dormitório feminino nº 2 da Sonserina; 2 de Fevereiro de 2023; 7h02min AM

Dominique tinha sorte de não ter aula naquele dia, pensava ela. Se não, já estaria muito mais do que atrasada. Pelo menos ela podia se maquiar e sofrer uma dor de cabeça infernal sem pressa. Além de ter bebido demais e coisas estranhas terem acontecido na noite anterior, ela não havia dormido direito.

Enquanto ela escolhia seu par de botas e os calçava, ouviu o barulho da porta sendo aberta. Ela olhou para ver quem era.

Era James. Ele estava se aproximando dela, e a garota não conseguia achar a razão pela qual ele estava li. Ela ergueu as sobrancelhas e ele se sentou a sua frente.

— Nossa conversa, lembra? — Ele tentou lembrá-la, e conseguiu.

— Ok, mas seja rápido. Só porque eu deixei você conversar comigo não quer dizer que eu tenha te perdoado. — Ela respondeu, se levantando e abrindo o armário para escolher um casaco.

— Eu queria me explicar. — Ele disse. Dominique ficou parada, olhando fixamente para os casacos.

— Você não tem que se explicar, Potter. — Ela pegou um vermelho que era felpudo por dentro e vestiu. — Você me traiu com a minha pior inimiga. Eu não quero explicações.

Ela caminhou com passos agressivos até sua caixinha de joias para pegar um colar. Não era segredo que aquela conversa estava começando a irritá-la.

— Mas, Domi, eu... — James não sabia o que dizer. Na verdade, sabia, mas não conseguia expressar aquilo. Finalmente, ele fechou os olhos e falou a primeira coisa que veio em mente. — Eu fiz aquilo para te proteger.

A pulseira de bolinhas de metal que Dominique segurava caiu de suas mãos e os pingentes se espalharam pelo quarto.

— Para me proteger?! De que jeito você fazer isso me protegeria?! — Ela gritou. Não conseguia acreditar nas palavras que acabavam de sair da boca de James. Nunca conseguiria.

— Jade e a mãe louca dela ameaçaram eu e meus irmãos. Elas provavelmente queriam nos enfraquecer, e usaram essas ameaças para alcançarem isso. — Ele explicava, rapidamente. — E eu fui burro e não percebi que era uma armadilha. Mas fui cegado pela ideia de matarem você!

Dominique olhava para ele, incrédula. Talvez ele pensasse que se dissesse essas palavras ela iria voltar se jogando em seus braços e chorar, mas aquilo só piorou tudo. Afinal, ela não era indefesa e nem burra.

— Ok, primeiramente, você precisa aprender a ter desculpas melhores. — Ela respondeu. Ele ficou surpreso com ela achando que aquilo era uma mera desculpa. — Segundamente, mesmo se isso fosse verdade, você acha que eu não sei me defender? Que eu sou fraca? Pode falar, James. Eu estou ouvindo. Mas nada vai mudar o fato de você ser um idiota que se acha o dono do mundo!

— Dominique, isso não é uma desculpa! — James começou a gritar também. — Essa é a razão pela qual nós terminamos, pela qual Lily e Hugo terminaram, e pela qual Albus está agindo estranho! E eu não acho você indefesa, Weasley. Muito pelo contrário. Por favor, acredite em mim.

Sem querer, algumas lágrimas escorriam no rosto dos dois, mas por motivos diferentes. Dominique por causa da raiva. E James porque Dominique não conseguia acreditar nele.

— Por que você acha que esses ataques estão acontecendo, hein? — Ele continuou. — Ursula, a mãe de Jade, é filha de Bellatrix Lestrange. Ela quer praticamente destruir todos os nascidos trouxa, mas primeiro quer matar seus "defensores". No caso, nossa família. Está claro agora?

— Isso não explica o porquê de me trair com a Jade para terminar comigo. — Ela respondeu, de braços cruzados.

— Ela estava lá no corredor, praticamente me agarrou e começou a te ameaçar. Eu beijei ela pra ela calar a boca e porque bem... Aquilo me deu o maior medo de te perder, Domi.

Ela riu ironicamente e revirou os olhos.

— Você foi tão burro para achar que elas iam deixar de atacar por causa disso. — Ela disse, e começou a chorar mais ainda. — Você me machucou. Muito. Eu sei que você provavelmente achou que iria me perder, mas não ia. Além de eu saber me defender, ser honesto comigo teria sido muito melhor. Nada disso melhora o que você fez, Potter. Eu continuo profundamente decepcionada com você.

E eles ficaram se olhando por vários minutos, completamente parados. Dominique não conseguia pedir para James sair; e James não conseguia sair. Eles não queriam admitir que estava tudo acabado. James Sirius finalmente se levantou, mas foi até ela. Ele pegou a mão dela e tentou olhar nos seus olhos.

— Dominique, por favor...

Ela afastou sua mão da dele, e respondeu:

— Acho que você tem alguns problemas pra resolver, certo? — Ela dizia, com a voz chorosa.

Ele tocou em seu rosto, e ela tentou se afastar.

— Queria resolver esse primeiro.

Dominique pegou a mão de James que estava em seu rosto e a afastou. Ela respirou fundo e disse:

— Isso não é possível. Pelo menos não agora.

James assentiu sem vontade alguma, e beijou a testa dela antes de ir embora. Mas quando ele abriu a porta, ele teve uma surpresa...

Jade estava ali, com seu sorriso sinistro estampado no rosto. Tanto o sangue de James quanto o de Dominique ferveu de raiva, principalmente após a recente conversa.

— Own, será que eu atrapalhei o casalzinho? — O seu tom era irônico, como sempre. Logo, ela tirou o sorriso do rosto e sua expressão ficou séria. Ela olhou para James. — Você vai pagar o preço, querido.

James semicerrou os olhos e fechou o punho. Dominique estava com as mãos na varinha, pronta para sacá-la.

— Como se vocês não fossem atacar se tivéssemos continuado com isso. Quer explicar o ataque contra a Lucy e todos os trouxas, Jade? — Ele perguntou. A garota ficou passando a varinha entre seus dedos.

— Foi apenas um tira-gosto. Sabe como é, né? Tipo a morte da sua mãe.

Assim que ela acabara de falar, Dominique aproveitou que a porta estava aberta e colocou Jade contra a parede do corredor. Ela soltou uma risada alta e maluca. A Weasley colocou a ponta de sua varinha na garganta de Jade.

— Eu podia te matar agora, nem me importaria se fosse presa ou não. Você é a rainha das vadias, Jade. Você e sua mamãezinha vão por água abaixo. — Disse.

Jade olhou para ela, assustada. Mas sem Dominique ver, ela conseguiu sacar sua varinha e gritar:

Estupefaça!

Sem mais nem menos, Dominique foi jogada até a outra parede do corredor e a última imagem que viu antes de desmaiar foi Jade fugindo.

**

Não demoraram dez minutos até conseguirem acordar Dominique. Ela estava deitada no seu próprio dormitório, mas dessa vez não era só James que estava com ela; seu irmão, seu tio Harry, sua tia Hermione, Lily, Albus e Fred também estavam lá. Assim que abriu os olhos, James, que estava ao seu lado, logo perguntou:

— Você está bem?

Dominique gemeu por causa da dor que sentia no corpo e fez uma careta horrível.

— O que você acha?

Ele ergueu as sobrancelhas e mexeu o canto da boca. Dominique passou a observar o olhar furioso que Harry e Hermione lançavam para Lily, Albus e James.

— Sinto que o clima não está muito bom por aqui. — Colocou. — Vocês descobriram?

Harry e Hermione assentiram, os dois ao mesmo tempo. Os três irmãos estavam cabisbaixos, com as expressões arrependidas.

— E Jade? — Perguntou.

— Ela... Ela fugiu. — Respondeu Fred. — Assim como outros alunos.

Dominique ficou extremamente confusa. Mas não demorou muito para ela entender. É claro que haviam seguidores em plena Hogwarts, vigiando. Ela engoliu em seco, e uma raiva incrível consumia seu corpo. Logo, ela se levantou da cama e foi até sua cômoda. Ali, abriu uma das gavetas. Ninguém sabia o que estava acontecendo, até ela tirar um porta-retratos dali e jogá-lo na parede.

Era uma foto dela e de Jade. Ela já estava com muita vontade de queimar aquela foto há muito tempo, mas aquela foi a gota d'água. Toda sua amizade foi uma mentira, e não que Dominique já não suspeitava aquilo, mas agora tinha sido confirmado. Sua vontade era de gritar e de chutar tudo que via pela frente.

Mas tudo que ela foi capaz de fazer foi começar a chorar desesperadamente e deslizar na parede até cair no chão.

— Eu confiava nela! — Ela gritou, olhando para seus parentes. Já não ligava se eles pensassem que ela era fraca ou não. — Depois do que aconteceu comigo, ela foi uma das únicas pessoas que ficou comigo. Eu falava tudo para ela. Desde segredos meus até os da nossa família. Merlin, ela era minha melhor amiga! Às vezes ela chegava a ser mais uma irmã pra mim do que a própria. E agora, eu descubro que é tudo uma mentira. E-Eu... Não sei o que sentir. Tristeza, raiva, angústia, tudo ao mesmo tempo.

Todos ali olhavam para ela com pena. A maioria já havia passado por momentos muito difíceis, mas suas confianças nunca foram traídas daquele jeito. Ver Dominique fragilizada daquele jeito como nas últimas semanas realmente emocionou a família, afinal, ela nunca chorava ou mostrava alguma emoção. Mas agora era diferente.

— Eu espero que ela esteja preparada. Porque quando eu achar ela... Nada poderá me parar.

To the outside, the dead leaves
they all blow
Before they died
Had trees to hang their hope

And every occasion
I'll be ready for the funeral
And every occasion, once more
It's called "the funeral"
And every occasion
Of i'm ready for the funeral
Every occasion
Of one billion day... funeral