Need you the most

Did you ever fell in love?


_Onde estou?! -Alguém me responda! -Harley gritava para o nada, chutando as paredes da cela solitária onde estava. -

Retida

Eles diziam que ela estava apenas retida, mas ela mesma sabia que não era verdade, se sentia presa como um animal. Mas até que tinha gostado de ficar sozinha por um tempo.

Harley ria para si mesma, sozinha era uma palavra interessante, ela nunca esteve sozinha. Sempre havia alguém com ela, as vozes. Estavam sempre por perto. Sempre.

—Pudinzinho... Sinto saudades. -A loira sussurrava para si, rindo ao pronunciar o apelido. -

—Acha que ele virá nos buscar? Não seja tola! Ele deixou que te trouxessem para este lugar. Por que iria querer te tirar?

Cale-se! Ele não teve culpa! Meu Pudinzinho...nunca quis que me fizessem mal, mas ele virá por mim, eu sei que vai.

As vezes Harley ainda podia ouvir as vozes em sua mente, a voz que lhe deixava atordoada, que te fazia questionar sua insanidade. A voz de sua consciência, a voz de Harleen Quinzel.

Não gosto disso. É desconfortável. —Uma das vozes sussurrou, se referindo à camisa de força que prendia Harley. -

—Também não gosto. -Respondeu a mesma, fazendo um bico. -

—Ele também já usou uma dessas, em Arkham, se lembra? -Harley perguntou deixando a pergunta se esvair no ar, sem resposta. -

A risada de Harley logo já podia ser ouvida nos corredores, ela ria, gargalhava exageradamente enquanto cantarolava uma música.

—Olá amorzinho, seja boazinha e tome seu remédio, okay? Não quero problemas com você.

Harley parou de cantar, e se calou, olhando para a porta de sua cela enquanto se abria, vendo o guarda entrar e colocar um bandeja no chão, e pegar um frasco cheio de comprimidos coloridos, azul e rosa.

—Veja, combina com o seu cabelo. -O rapaz falava tentando levar o comprimido até a boca de Harley. -

Ela apenas deu uma risadinha, deixando o sorriso psicótico no rosto. Pegando o comprimido com a boca, de bom grado. Dando uma gargalhada;

A face do rapaz mudou, ele esboçava pânico, mas Harley gostava de provocar, apenas pegou o comprimido sem tomá-lo, apenas o escondendo de baixo da língua.

Ela se aproximou do rapaz que tentou se esquivar, mas foi em vão, Harley podia ver o pânico em seus olhos, e com certeza para ela chegava a ser cômico, afinal, o que ela poderia fazer com ele? Estava praticamente imobilizada com aquela camisa de força.

Harley deu uma risadinha, e lambeu o rosto do rapaz demoradamente, sem se preocupar, ele estremeceu, mas não disse uma só palavra, apenas se levantou e saiu apressado, sem olhar para trás.

***

—Harley, Harley, Harley...

Ele repetia o nome dela, sem parar. Apenas em busca de uma maneira de salvar sua rainha.

O Coringa estava começando a se sentir frustrado. E não gostava nem um pouco da sensação, no xadrez, a Rainha sempre teve o dever de proteger o Rei, mas nunca o contrário, ele percebia a ironia da situação. Se permitiu rir por um instante, mas não por muito tempo.

Um único pensamento vagava em sua mente naquele momento, "Um Rei poderia muito bem governar sem uma Rainha ao seu lado. "

—Maldito! -Coringa gritou, atirando longe a mesa de jantar. -

"Poderia aquele maldito Morcego estar certo?"

Assim, o Rei fez questão de voltar à sua breve porém turbulenta conversa com Batman na noite anterior.

"Você já se apaixonou?"

Ambos sabiam a resposta, mas o Coringa sabia que até mesmo em suas piores horas, provocar Bruce Wayne era um jogo muito divertido, um jogo que se recusava a esquecer.

Mas o que mais o intrigou, não fora a resposta de seu inimigo, e sim, a pergunta que veio a seguir.

"Você sabe que eu detesto perguntas retóricas Coringa, mas a pergunta é, você já se apaixonou? "

—Já chega! -Ele esbravejou novamente atirando seu copo de wiskhey na parede. -

—Senhor! O que houve? -Perguntou um dos capangas, entrando na sala. -

—Reúna todos, temos que fazer uma visita.

—Visita a quem senhor?

—Digamos apenas que este jogo não tem graça se não tivermos a Rainha ao nosso lado.

O capanga saiu da sala, enquanto caminhava pelo corredor, pôde ouvir a risada, alta e melodiosa.

Ele iria recuperar sua Rainha.

***

—Eu quero vê-la, talvez ela saiba de algo.

—Sr. Gordon, eu entendo, mas ela é perigosa. -A recepcionista falava, enquanto Jim Gordon esperava impaciente na sala de espera da Arkham. -

—Não me importa! Eu já sei que ela está na camisa de força. Deixe-me falar com ela!

Depois de muita relutância, Jim Gordon conseguiu passagem, ele estava apenas investigando, mas sabia que não seria fácil. Não era qualquer uma, não era apenas uma paciente. Era Harley Quinn.

—Amorzinho? -O mesmo guarda que fora lhe dar o remédio mais cedo, abriu a porta da cela solitária, chamando a loira que estava deitada no chão acolchoado, fazendo desenhos invisíveis no tecido, e rindo baixinho. - Tem visitas, não se preocupe, ele só está aqui para conversar. -

Harley se levantou rapidamente, ficando sentada com as pernas cruzadas, com um sorriso quase dócil, semelhante à uma criança.

—Harley Quinn?

—Quem é você? -Harley ficou séria, não havia nenhum rastro de qualquer sorriso em seu rosto. -

—Detetive, Detetive Jim Gordon. -Ele respondeu, estendendo a mão para Harley, logo percebendo o erro instantâneo. - Me desculpe.

—O quê você quer comigo? Eu não gosto de policiais.

—Harley, antes de tudo isso, antes de te trazerem para cá. Você estava com ele não estava? Com o Coringa.

Os olhos azuis brilhantes de Harley instantaneamente tomaram um tom mais escuro, se tornaram um azul escuro opaco, sem brilho, suas pupilas dilataram e ela abriu a boca. Gordon esperou para que ela disesse algo, mas não disse, apenas abriu a boca em um perfeito "o".

—O que você quer com o meu Pudinzinho?! -Harley gritou, tentando mordê-lo.-

—Harley, fique calma. -Gordon se afastou dela, não muito, mas o suficiente. -

—O que você quer com o meu Pudinzinho?! -Ela repetiu diminuindo o tom de voz, mas ainda transbordava ódio. -

—Harley, me diga. Mas quero que me diga a verdade.

Ela assentiu, finalmente um sorriso se abriu em seu rosto.

—Diga-me Harley, o Coringa tem algo planejado? Algo além do ataque terrorista cometido à Gotham City?

***

—Mestre Wayne? -Bruce entrou no quarto, se aproximando da cama onde estava Bruce. -

—O que houve? -Bruce se levantou encarando Alfred preocupado. -

—Acabamos de receber uma ligação do Detetive Gordon, ele foi até Arkham esta tarde. E acho melhor o senhor ir atrás do Coringa.

—Quem ele foi visitar Alfred? Quem foi? -Bruce perguntou firmando a voz. -

—Senhorita Quinn, ele foi visitar...Harley Quinn.

—Alfred, pegue o carro.

—Senhor?

—Temos uma visita a fazer.