Nascido Do Sangue

Ela Estava Lá, Bem Dentro de Sua Mente!


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A semana realmente fora cheia de ocupações, enquanto a viúva Voiculescu cuidava de todos os preparativos, o jovem Petrescu vivia perdido em pensamentos, apenas concordando e sorrindo, sabia que era disso que ela gostava, para que, então, magoá-la?

Durante cada hora que seguia monotonamente lenta daquela semana, Damian pensara em Rosalind e no momento em que passaram juntos. Como a teve em seus braços feito um anjo ferido que não podia voar, como a acariciou delicadamente e desvendou cada ponto secreto de seu corpo, os suspiros e gemidos de prazer que ela emanava matavam sua fome por amor e sua sede por luxúria enquanto cavalgava apaixonadamente sobre seu frágil e esbelto tronco tendo suas femininas pernas o envolvendo e seus braços o puxando para cada vez mais perto da sublime perdição.

A parte mais magnífica foi quando pôde ouvir o sangue de sua amada correndo rapidamente em suas veias como a água da nascente de um rio, a cada batida acelerada mais sangue era bombeado, seu corpo aquecia-se conforme os movimentos, os suspiros e gemidos, o suor deslizando suavemente em sua face como o frio e delicado orvalho pela manhã, certamente havia um anjo em seus braços, uma divina e abençoada criatura com quem fizera amor, entregara seu corpo, seu coração, sua alma e fora feliz naquela noite.

Nas madrugadas em que o sono não vinha, ficava se perguntando se a teria novamente junto a si e a dúvida de que aquele momento fora realmente verdadeiro vinha lhe perturbar. Quando conseguia dormir, apenas a imagem de ambos despidos em contato com a terra fria tendo as emudecidas árvores como testemunha daquele ato lhe vinha à mente, porém algo lhe apavorava, sempre que atingia o ponto alto do prazer em seus sonhos, podia ver-se cravando os caninos afiados e lívidos no rosado e desprotegido pescoço da garota fazendo-o despertar no mesmo instante.

Andava pelo jardim da mansão pelas manhãs nas quais o sol não lhe era um completo carrasco, amenizando seus pérfidos golpes dourados contra sua lúrida tez, as flores exalavam o perfume dela, tão leve e tão solto como se estivesse tão próximo às suas narinas, o gorjeio das aves era o som da voz dela acariciando seus ouvidos, a brisa que beijava-lhe o rosto era o hálito quente que saía pela boca entreaberta enquanto os olhos permaneciam fechados buscando concentrar-se nas novas sensações que estava sentindo. Sentava-se recostado ao pé do enorme pessegueiro para ler algum romance inglês e as palavras sumiam diante de seus olhos, embaralhavam-se e formavam o nome dela, ela... Ela... Ela...

Ao lembrar e relembrar-se, sua fome era despertada, sua sede aumentava, fome pelo corpo dela, sede pelos beijos dela, enquanto o ruído nítido do sangue correndo tão profundamente e logo após transformando-se em rubis ao tocar o solo lhe atordoava, seus lábios estavam secos, seu estômago roncava, sua cabeça latejava e em sua mente ela vinha chamar seu nome.