P.O.V. Ramsley.

Aquela maldita criada! Aquela bruxa voltou para assombrar a casa Mikaelson, vou ter que acabar com ela outra vez!

Estou a séculos observando a família Mikaelson daqui do outro lado. O Mestre não sabe que eu sou um bruxo, ninguém jamais soube, mas agora retornei ao mundo dos vivos e acabarei com aquela serva imunda de uma vez por todas!

Ela vai pagar por arruinar o futuro do Mestre!

Nas sextas feiras ela faz aulas de balé e eu aproveitarei essa oportunidade.

—A escolhida para fazer o papel de Odette vai para.... Cassandra Alexandra Blake!

—Nossa! Não acredito que consegui.

—Conseguiu sim. Você era a escolha óbvia Cassandra, a minha melhor bailarina.

—E quem será a gêmea do mal?

—Você Diana. Você será Odile.

—Porque não posso ser a gêmea boazinha? Porque não posso ter a glória pelo menos uma vez?!

—Se quiser podemos trocar. Sem problemas.

—Não podem não! Este espetáculo trará prestígio para a academia se for bem executado, por tanto a personagem principal deve ser representada com perfeição pela minha melhor bailarina, Cassandra!

—Olha, professora a Diana também é uma ótima bailarina. Deixe ela ficar com o papel.

—Não. Aula encerrada!

Ela e a amiga saíram juntas.

—Eu sinto muito Di, eu tentei. Mas, a professora é linha dura.

—Eu sei, obrigado mesmo assim.

—Não fica triste, um dia você vai ter a sua chance e vai ser uma estrela.

—Espero que tenha razão.

P.O.V. Diana.

Fiquei meio chocada quando a Cassie disse que me daria o papel principal, afinal ela sempre conseguia ser a protagonista de todos os espetáculos que fazíamos. Infelizmente a professora não permitiu que trocássemos os papéis, mas fiquei lisonjeada por ela ter tentado.

Estava saindo da academia quando escuto ela gritar. Um grito de pavor.

—Cassie! Ei, cara! Deixa ela em paz!

—Não se meta sua mortal ignorante!

—Foge Diana, foge!

Corri até ela e a puxei pela mão. A gente correu que nem umas doidas e fomos parar numa baita mansão.

—Você mora aqui?

—Moro.

—Uau! Impressionante.

—Vem, temos que entrar.

Assim que entramos ela passou a tranca na porta e sentou no chão.

—O que foi que aconteceu lá?

—O nome dele é Ramsley. Ele era o mordomo do Solar Mikaelson a muito tempo atrás.

—Solar Mikaelson?

—Isso. É onde estamos agora, o nome da mansão.

—E o que ele quer com você?

—Me matar. De novo.

—De novo? Você está bem?

—É difícil explicar. Então, acho melhor mostrar.

—Mostrar?

—Isso. Vem comigo.

Assim que chegamos na sala secreta fiquei totalmente chocada. Lá estava montado um altar e bem no centro de tudo tinha um quadro da Cassie, só que ela estava com um vestido vitoriano cor de rosa super lindo.

—Uau! Você é imortal!

—Não. Sou a reencarnação da nossa ancestral morta, Morgana.

—Que doideira!

—É eu sei. E vale ressaltar que eu sou uma bruxa.

—Eu sei Cassie. Estamos no mesmo círculo, lembra?

—Claro que lembro.

—Vem, vamos tomar banho e jantar.

—Tá bem.

Do nada a aparece um cara.

—Jesus! É uma assombração!

—Não, ele é o Elijah. O meu namorado.

—Olá senhorita Diana.

—Sabe meu nome?

—Sei. Eu ouvi a Cassie dizer.

—Ouviu? Não me lembro de você estar na sala.

—Não estava realmente.

—Então estava espionando a gente?

—Não. Eu só ouvi.

—Vou contar a verdade pra ela Elijah. Ela é minha irmã.

—Que verdade?

—Elijah nos ouviu porque é um vampiro. Ele é um dos primeiros vampiros do mundo.

—O que?! Um vampiro? Daqueles que chupam o sangue dos outros?

—Sim.

—Venham, devem estar com fome.

—É. Elijah, não deu certo.

—O que quer dizer?

—Ele voltou Elijah, voltou dos mortos. Veio me buscar.

—Quem?

—Ramsley! Ele atacou a gente na rua!

—Peraí, o cara da rua era um fantasma?

—Acho que sim.

—Então não tem que ter medo. Fantasmas não podem fazer contato físico com a gente. Eles não tem matéria por isso atravessam as coisas.

—Mas, isso não significa nada! Eles mexem as coisas sem tocar nelas.

Olhei pra ela descrente.

—O que? Eu assisto Supernatural!

—Claro. Tudo bem.

—Você não vai deixar ele me pegar não é Elijah?

—Não. Não permitirei que ninguém a machuque, eu prometo.

Ele passou a mão pelo rosto dela e ela o abraçou. Dava pra sentir o amor, era quase palpável, eles se conectam num nível que eu nunca vou entender.

Espero que algum dia alguém olhe pra mim deste jeito.

P.O.V. Elijah.

Na noite seguinte...

Cassie saiu a mais de uma hora e não retornou, estou começando a ficar preocupado.

De repente alguém bate a porta. Quando abri fiquei chocado e apavorado.

—Elijah, me ajuda.

Ela caiu no chão. Estava sangrando muito, só Deus sabe o que lhe aconteceu.

—Cassie! Cassie, olha pra mim.

—Eu estou morrendo Elijah, você prometeu que iria me proteger. Prometeu que não deixaria ele... me... pegar.

—Cassie? Cassie fica comigo! Olha pra mim Cassandra!

Eu a estava perdendo. De novo.

Não, isso não pode acontecer.

Dei o meu sangue a ela, mas era tarde. Ou foi o que eu pensei.

Uns dias depois de a enterrarmos ouvi-a gritar.

—Elijah!Elijah! Socorro! Alguém me tire daqui!

Como é possível? Ela estava morta.

Corri até o jazigo da minha família e ela ainda gritava por socorro dentro da cripta preta sem nome.

—Cassandra. Minha amada Cassandra.

Eu a abracei e ela me abraçou de volta.

—Não acredito que está viva.

—Estou. O que diabos estava passando na sua cabeça oca de Original pra me trancar dentro de uma cripta?! Me enterrar viva!

—Me perdoe meu amor, pensei que estava morta.

—Como assim?! Pensou que eu estava morta? Eu tinha o seu sangue dentro de mim antes de morrer!

Não acredito que a enterrei viva. Mas, agora estamos juntos outra vez e ela é imortal como eu.

Assim que entramos em casa ela começou a chorar.

—Porque está chorando meu amor?

—Eu morri. Não posso mais ter um filho.

—Um filho?!

—É. Eu queria casar e fazer amor pra tentar ter um filho.

—Um filho, comigo?

—Sim!

—Vampiros não podem se reproduzir.

—Eu não era vampira. E eu já vi um caso como este antes.

—Um caso como este?

—Uma criança, fruto de uma relação entre uma bruxa e um vampiro.

Nós conversamos e ela disse que abriria mão de tudo pra estar comigo, menos de ter um filho. Ela queria um filho.

—Você me entende não é? Esse é o sonho da minha vida.

—Eu entendo.

—Eu te amo.

—Eu te amo.

Encostamos as nossas testas, ela apertou levemente as minhas orelhas.

A Faye ficou feliz por eu ter encontrado o amor e triste por eu não poder ter um filho.

—Um filho? Você quer um filho?

—Isso.

—Então um filho você terá. Amanhã bem cedo começaremos a procurar agências de adoção.

—Obrigado. Significa muito pra mim.