Eu devia estar mais cansada do que dei credito na nossa viagem de volta da boate, porque eu simplesmente apaguei quando me deitei. Eu estava no meio de um ter um sonho absurdamente incrível sobre estar dançando com Davi... isso até que alguém simplesmente decidiu que era hora de interromper meu sonho com um tipo de tortura com água.

– Acordem, pombinhos. – eu ouvi alguém dizer, enquanto água pingava no meu rosto.

– Ah.. – resmunguei protegendo meu rosto, enquanto ouvia Davi grunhir.

Abri os olhos para ver um Davi confuso.

– Camila? – Ele perguntou enquanto coloca seus óculos.

– Sim! – ela disse sorrindo.

– O que..? – comecei, tentando entender em que universo paralelo eu vim parar. – Por quê? – estão percebendo o nível de coerência da pessoa!

– Eu simplesmente fiz uma grande impressão na noite passada. – ela disse se gabando, enquanto comia uvas. – Eu estava indo para o apartamento que o Caio tem aqui, mas a Luene totalmente me convidou a ficar aqui. – ela riu, se sentando na beirada da cama. – Davi, sua mãe é incrível, a propósito!

– Por que você está tão animada? – Sério, Camilinha era uma das poucas pessoas que eu conhecia que ficava alegre logo de manhã. Já que ela me acordou, decidi me levantar e começar a escolher a roupa para o dia.

– Você viajou ontem, foi pra uma boate, bebeu. – Davi apontou. – Como consegue estar acorda tão cedo e animada ainda por cima?

– Por favor. – ela revirou os olhos rindo. – Estou habituada a correria do dia-a-dia, não é uma pequena viagem e algumas doses que me derruba.

Davi simplesmente balançou a cabeça, não pude deixar de reparar que o cabelo dele estava um pouco mais bagunçado que o normal e mesmo assim ele estava lindo.

– Já ligou para o Caio? – questionei, tentando tirar Davi da minha mente.

– Sim. – ela disse sorrindo. – Ele falou que vai tentar fim no final de semana. Agora. – ela disse se levantando da cama. – Hora de vocês levantaram, Rita pediu para avisar que o café da manhã estará pronto em quarenta minutos. Arrumem-se. – ela finalizou saindo.

– Ela é... animada. – Davi disso.

– Sim. – eu ri, ele não tinha ideia do quanto. Peguei algumas roupas na mala e fui em direção ao banheiro. – Vou dar um pulo no chuveiro. Não vou demorar muito.

Eu não podia deixar de me pergunta o que estava acontecendo? O que mudou do momento em aceitei ajudar o Davi até esta manhã? Por que eu estava sonhando com o Davi? Por que ele era tão afetuoso? Por que ele cheirava tão bem? Por que eu me importava?

Eu estava começando a sentir ... algo. Eu ainda não estou muito certa do que é. É... apenas perturbador isso.

Sai do banho e comecei a me arrumar. Escolhi essa blusa da Gucci, Ela é cinza com alguns detalhes em renda e com estampa. Coloquei calças skinny preto e sapatos Louboutin de salto preto com algumas taxas douradas neles. Havia também esses colares de ouro e outro com um laço que eu coloquei para dar um pouco mais de brilho. Eles foram um dos presentes culposos do meu dad, esse tinha sido porque ele perdeu meu aniversario de dezesseis anos. Incluí uma pulseira de Spike que funcionava como relógio. Coloquei um cinto preto com prata de Spike e estava pronta para o dia. (Look Megan)

– Tudo bem. – disse quando sai do banheiro dando uma voltinha. – Estou pronta.

– Uau. – Davi, disse sorrindo. – Você está linda.. bonita... deslumbrante. – ele falou tudo rápido. – Você está deslumbrante. – ele repetiu com mais calma, um pouco tímido.

– Vou descer para ver se sua mãe precisa de ajuda em algo. – avisei enquanto descia para o primeiro andar.

Até onde eu sabia, alguns parentes da Danusa estava chegando hoje, parece que os avós dela moram em Santa Catarina ou algo assim, ai eles decidiram fazer uma reunião hoje, antes do grande dia.

– Bom dia. – eu sorri cumprimentando a todos que já estavam ali.

– Gostei da roupa. – disse Danusa, me olhando por inteiro.

– Estilo patricinha rebelde. – Luene notou. – É um look que poucas conseguem.

– Obrigada. – sorri. – Precisa de ajuda em algo Rita?

– Oh! Não precisa se incomodar querida, está praticamente tudo já organizado. E Camila, é ótimo ter você conosco. Quanto mais melhor.

– Obrigada por me receber. – Camilinha sorriu, olhei pra ela como que falasse entende agora.

– Não é problema. – ela se virou pra mim. – Estou adorando conhecer a sua amiga, ela é tão educada. – ela sorriu se voltando para algo que ela estava mexendo no fogão.

– Megan, você tem alguma joia que combine com minha roupa? – ela me perguntou. – Eu arrumei minha mala tão rápido ontem, que estou sem acessórios. – disse parecendo chateada e eu a compreendia, nos duas partilhávamos essa paixão por acessórios. – Colar? Pulseiras? Anéis?

Olhei para a roupa dela, ela estava com uma blusa vermelha com alguns detalhes em preto, calça jeans e saltos vermelho.

– Todas as alternativas listadas. – disse sorrindo. – Já volto.

Eu sou apaixonada por acessórios, acredito que desde sempre! Amo dourado então ouro era o meu ponto fraco, mais eu tinha lá minhas peças em platina e as variedades de ouro.

Me perguntava porque ela não me pediu quando invadiu o quarto para me acordar, mas enfim... ela precisaria de um colar e provavelmente algumas...

– Oh, meu Deus! – meio que gritei quando vi Davi andando pelo quarto... sem toalha... nu!

– Merda! – ele gritou cobrindo sua virilidade.

Mas já era tarde, muito tarde. Eu tinha visto... tudo dele.. cada impressionante centímetro.

– Uh... – fiquei parada, sem saber o que dizer ao certo. – Uau! – disse apenas antes de pegar a minha caixa de joias e sair correndo para fora do quarto.

Oh, meu Deus. Eu vi o Davi nu! Eu vi o pênis de Davi.

Eu não estava preparada para aquilo.

Pra dizer que eu estava chocada seria o mínimo, entrei na cozinha no piloto automático, segurando minha caixa de joias contra o peito.

– Está tudo bem, Megan? – Plínio me perguntou.

– Sim. – forcei um sorriso. Pensando que esta tudo bem, tirando o fato que eu tinha visto o filho dele nu, tudo ótimo.

– Vamos ver. – disse Camilinha pegando minha caixa. – Bom! – sorriu animada, pegando um colar de ouro e um anel duplo. – Sinto-me completamente agora. – ela disse sorrindo enquanto coloca as peças. – O que você acha? – Me perguntou, enquanto gesticulava para ela.

– Hunrun... – concordei, ainda no piloto automático.

Eu tinha acabado de ver o Davi nu, era uma imagem difícil de tirar da cabeça.

– O que há com você? – me questionou rindo, enquanto voltava sua atenção para a caixa. – Whoa. – ela arfou, olhando para um bracelete de diamantes que eu tinha ganhado. – O que o seu dad não fez para justificar essa joia? – perguntou, viu como ela me conhecia?

– Esqueceu, meu aniversario de novo. – disse ainda atordoada. Ela me olhou novamente. – Você. Eu. Conferência no banheiro. – sussurrou, se levantando da cadeira e me puxando para o banheiro mais próximo. – Megan! – ela disse fechando a porta.

– Hum? – disse ainda no piloto automático.

Sério, eu não estava preparada para aquela visão. Davi nu. Eu vi o pênis de Davi.

– O que aconteceu?

– Nada. – disse.

– Sério? Você quer enganar a mim, sua melhor amiga! – ela disse revirando os olhos. – Por que você está agindo como um zumbi?

Oh... aquilo. Davi nu! Ele era grande...

– É pra hoje! – ela disse estalando os dedos.

– Quando fui pegar o porta joias... - tomei uma respiração antes de continuar. – Eu vi o Davi... nu!

– Serio? – seus olhos se arregalaram comicamente. – Então...?

– É grande! – disse dando de ombros e a doida me abraçou.

– Detalhes garota!! – ela disse me sacudindo. – Estou tão orgulhosa de você.

– Foi um acidente.

Não existem acidentes. – ela revirou os olhos. – Me conte detalhes, não seja má!

– Eu não sei.

– Você sabe que eu não a deixarei sair daqui enquanto não estiver satisfeita né? – suspirei sabendo que era verdade.

– Eu acho que.. – separei minhas mãos para medir. – Isto? – Abaixei a cabeça ficando com vergonha.

– Não acredito! – ela praticamente gritou. – Quem diria hem, Davi é uma caixinha de surpresas! - disse me abraçando e rindo ao mesmo tempo.

– Não é como se nós fossemos... você sabe...

– Nunca diga nunca. – ela disse com um sorriso sacana no rosto. - Eu vi a transa seca de vocês dois na pista de dança ontem, ou você se esqueceu. – ela levantou uma sobrancelha. – Há definitivamente algo ai.

– Camilinha...

– Honestamente. – ela me olhou nos olhos. – Não há nada... absolutamente... nada extra nessa relação?

Olhando assim nos olhos dela eu era incapaz de mentir. Eu estaria completamente mentindo se dissesse que não sentia algo por ele.

– Há algo. – eu contei, me escorando na parede.

– Que seria... – ela me conduziu a continuar.

– Sempre que nós beijamos a uma espécie de faísca – sorri lembrando. – e sempre que ele me toca eu a sinto também!

– Oh! – Camilinha moveu suas mãos de forma animada. – Eu sei o que é isso!

Eu não sabia ao certo como me senti quando ela disse isso, se animada pelo fato de alguém saber me explicar o que era isso que eu estava sentindo ou decepcionada por não ser algo especial.

– Você esta excitada. – ela sorriu, pegando minhas mãos. – Vocês protestam dizendo que são apenas amigos, mas vocês não são. – ela disse animada. – Essa choque... essa faísca... é apenas seu corpo ignorando sua cabeça. – ela disse me dando um peteleco.

– Como você?

– E isso não é unilateral. – ela me disse rindo.

– O que? – questionei confusa, ela revirou os olhos antes de dizer.

– Estou disposta a apostar minha herança que o Davi ficou excitado ontem à noite enquanto vocês dançavam! – ela disse cruzando os braços, como se me desafiasse a contradizê-la.

– Ele não me vê assim. – disse balançando a cabeça.

– Talvez você não seja a única sentindo essa faísca. – ela disse abrindo a porta e saindo, me dando algo para pensar.

– Vocês estão de volta. – Rita sorriu enquanto a gente entrava. – O café esta pronto.

Então eu vi Davi. Ele parecia ... estranho.

– Hey. – sorri me sentando, ele não olhou pra mim. - Davi? – ele continuou não olhando pra mim.

– Oi. – ele respondeu baixinho. Seus olhos voltado para as torradas que estavam na frente dele.

– Você está bravo comigo? – sussurrei no ouvido dele. Ele apenas balançou a cabeça comendo uma torrada. - Davi? – questionei de novo, ele ainda não me olhava.

– Você está bem, filho? – Plínio questionou.

– Sim. – Davi sorriu para o pai, voltando para o seu prato.

Ele estava bravo comigo. E eu não entendia o porque, foi um acidente. Eu não fiz de propósito.

Foi assim que passamos o resto da manhã. Eu tentava falar com Davi e ele me respondia monossilabicamente, se recusando a olhar pra mim... Eu cheguei a chutar a perna dele, dei um beliscão na coxa. Nada funcionou, ele sequer reclamou. Foi um acidente, será que ele não entendia isso? Eu estava tão envergonhada quanto ele, pela situação. Eventualmente os parentes de Danusa chegaram.

– O que esta acontecendo? – Camilinha me perguntou quando conseguimos ficar sozinhas.

– Não tenho ideia.

– Querida. – Rita se aproximou da gente. – Está tudo bem entre você e o Davi? Vocês pareciam distante está manhã. Vocês brigaram por acaso?

– Não é nada. – eu esperava. – Só tivemos um mal-entendido.

– Oh! – ela sorriu. – Ele vai superar então. O Davi quando muda de humor, é bom deixa-lo sozinho.

– Ok. – acenei pra ela, que logo saiu para recepcionar as pessoas que iam chegando.

Olhei ao redor e tive uma leve ideia de como seria no casamento, já tinha umas trinta pessoas aqui entre familiares e amigos próximos. Isso porque era apenas uma reuniãozinha para os mais próximos.

– Megan. – Disse Luene se aproximando. – O que havia com o Davi esta manhã? Eu não o via naquele humor desde que estava com Manuela. – ela disse fazendo uma careta ao dizer o nome de Manuela.

– Houve apenas uma pequena confusão. – a tranquilizei. – Ele está apenas exagerando.

– O que aconteceu?

– Eu prefiro não dizer. – disse educadamente.

– Os Yanes estão vindo. – ela disse. – Eu simplesmente não os suporto.

– Bem.... – eu disse fazendo uma leve careta, eu os vi apenas uma vez e sinceramente não tinha nada pra se gostar naquela família, tanto a mãe quando a filha eram umas verdadeiras vadias.

– Não precisa ser legal. – disse Danusa. – Todos nós vimos como a Gláucia e a Manuela trataram você no jantar.

– Mas temos que dizer. – Luene completou, sorrindo. – Você lidou com a situação com maestria. Ela não conseguiu o melhor de você!

Eu ri pelas declarações dela. Se elas soubessem, quando se cresce com uma mãe como a minha, rapidamente você aprende quando alguém esta tentando conseguir uma manifestação sua em oposição. A melhor forma de responder é se retrair e não revelar absolutamente nada. Isso os deixaria loucos.

– Vocês ficariam surpresas com quantas “Gláucias” eu já lidei.

– Você com certeza é uma parceira melhor para o Davi! – Danusa concluindo acenando com a cabeça. – Ontem a noite... você o fez dançar, pensei que nunca veria isso acontecer!

– A única coisa que a vadia da Manuela fazia era dançar com outros homens enquanto o Davi ficava sentando e comprando bebidas para ela. Estou simplesmente feliz que a fase dela passou e o Davi encontrou você. – Luene terminou seu discurso sorrindo pra mim.

Respirei fundo e fui procurar Davi, estava na hora desse clima estranho acabar. O encontrei em um canto sozinho olhando o movimento.

– Hey! – praticamente gritei com ele. – O que está acontecendo? – Perguntei, tentando ficar em sua linha de visão, enquanto ele tentava se afastar.

– Agora não, Megan. – disse saindo.

Isso estava absolutamente me irritando.

Sai do quintal indo para a sala, para me acalmar. Não queria que alguém me visse perdendo a paciência, não seria uma cena bonita. Eu ainda não conseguia compreender o porque do Davi esta agindo assim, foi sem querer eu não imaginava que o veria nu quando entrei no quarto. Enquanto estava sentada, pude ouvir mais convidados chegando e elogiando a organização, eu tinha que admitir Rita sabia realmente organizar um evento, mal podia esperar para ver como séria o casamento. Fiz uma contagem regressiva começando do dez e respirei fundo algumas vezes, quando senti que estava melhor voltei para quintal.

– Megan. – Camilinha veio praticamente correndo quando me viu.

– O que?

– Alguma piranha desbotada e gorda está dando em cima do seu homem. – ela disse me puxando. – Eu digo que devemos mostrar quem é que manda aqui.

Eu andei entre algumas pessoas, para ver Manuela... em um vestido verde apertado... muito curto e apertado.... falando, perto demais, com Davi.

– Ela não se toca? – Perguntei, olhando pra Camilinha.

– Eu sei, certo! – ela concorda com a cabeça. – Quem é a vadia? E olha que vestido brega.

Eu tenho certeza que a Camilinha tem o mesmo vestido, só que vermelho.

– O vestido que eu tenho realmente serve em mim. – Camilinha bufou, parecendo ler minha mente. – Além disse, eu nunca usaria ele em um evento familiar.

Camilinha estava certa. Manuela parecia gorda naquele vestido. Será que ela não tinha espelho em casa? Ninguém teve a decência de avisa-la? Eu nunca deixaria Camilinha sair de casa parecendo daquela forma e eu sabia com absoluta certeza que ela me retornaria o favor. Isso simplesmente ia contra o código de amizade.

– Essa é Manuela, a ex do Davi. – disse começando a me afastar dela.

– Hey, pessoal. – disse sorrindo.

– Onde vocês esteve? – Matias perguntou.

– Estive por aí. – me desculpei. – Mas, já voltei. – disse sorrindo e me sentando ao lado de Davi, exatamente entre ele e Manuela.

Para trás, vadia.

– Eu gosto da sua roupa. – ela meio que elogiou. – É muito comum... quase chique! – disse me dando um sorriso forçado.

Não pude deixar de perceber que ela me chamou de comum! Bem, duas podem jogar querida.

– Obrigada. – sorri – Eu também gostei da sua roupa... que por sinal você esta vestindo para uma festa familiar... que esta cheia de crianças e adolescentes impressionáveis... e tantos... outros convidados de classe! – sorri ainda mais, vendo o sorriso dela murcha. – Você com certeza se destaca. – sorri, arqueando uma sobrancelha.

Acho que ouvi Plínio dando uma risadinha.

– Bem... meu pai sempre me diz que eu sou uma princesa. – ela disse sorrindo para o pai dela. – E quando a gente namorada o Davi sempre me tratou como uma também. Sempre me dando o que eu queria, me cobrindo de presentes.

– Isso é bom. – disse sorrindo. – No entanto não gosto de ganhar muitos presentes. Não vejo a necessidade disso. – disse por que era verdade, as vezes eu achava completamente injusto eu ter tanto e saber que algumas pessoas não tinham tanta sorte. – Eu prefiro muito mais dar para a caridade. – completei encostando a minha cabeça no ombro de Davi.

– Sério? – Rita entrou na conversa. – Em quais instituições você está envolvida?

– São algumas na verdade. – comecei. – Eu colaboro com um orfanato fazendo algumas doações e levando alguns jogos e roupas que não uso mais, assim como uma fundação do câncer que busca novos tratamentos e dão suporte as famílias que tem membros diagnosticados com o câncer, já que atinge não somente a pessoa, mas toda a estrutura familiar. E faço doação para os médicos sem fronteiras, por achar o papel deles incríveis ajudando aquelas pessoas que realmente necessitam de ajuda e atenção.

– Nossa Megan, isso é incrível! – Plínio sorriu.

– E adorável, querida. – Rita balançou sua cabeça sorrindo. – Aqui nos colaboramos com a Plugar, é uma ONG que o Davi até chegou a dar aulas antes de se mudar para a Califórnia e tem também a Toca do Saci, que é voltado para as crianças cujo as mães não tem condições de pagar uma creche.

– Isso é realmente incrível Rita.

– Não é. – disse Camilinha entrando na conversa. – Só mostra o quão cativante o nossa casal aqui é. O Davi voluntario, olha que incrível. Quem deixaria um homem assim escapar? – ela perguntou, olhando pra Manu e eu tive que conter o sorriso que queria escapar.

A conversa continuou por áreas mais seguras. Camilinha conseguiu se enturmar bem, acho que ela fez até uns contatos profissionais, minha amiga está sempre antenada. Eu já não consegui aproveitar tanto porque Davi continuava distante comigo. Eu tentava me aproximar, entretanto ele simplesmente continuava me evitando.

Outras cinco horas se passaram, e o Davi se mantinha forte na sua proibição de falar comigo. Por volta das sete as pessoas começaram a ir embora... bem... exceto os Yanes.

– É bom revê-lo novamente. – Manuela disse, no que me parecia tentando ser sensual para Davi. – Estou ansiosa para encontra-lo mais vezes. – ela disse e olhou pra mim. – para ver o que está acontecendo com você.

Oh, ela não fez isso!

– Eu não contaria com isso! – falei impassível, os acompanhando até a porta. – E não se esqueça de dizer ao Vander que eu disse um oi. – sorri desdenhosamente, lembrando-a que ela tinha um namorado, antes de fechar a porta na cara dela.

– Vadia! – Camilinha e eu dissemos ao mesmo tempo.

– Nossa. – disse Rita se deixando cair no sofá ao lado de Plínio. – Estou acabada.

– A parte boa é que vira uma equipe para cuidar da limpeza amanhã. – Plínio disse.

– Estou cansado. – Arthur disse entrando na sala, segurando no colo uma Belle desmaiada, ela estava linda em um vestido azul com estampa floral e uma tiara no cabelo.

– É melhor irmos dormir. – Matias se manifestou bocejando, antes de levantar junto com Danusa e subirem.

– Vamos descansar. – Rita disse.

Estávamos todos cheios devido a pequena reunião e cansados, então depois de uns quinze minutos, todos já estavam em seus quartos. Incluindo Davi e eu.

Agora era a hora de respostas.

– Davi. – parei na frente dele. – Caramba! Olhe pra mim!

– Megan. – ele grunhiu, olhando acima da minha cabeça.

– Eu disse para olhar pra mim!

Nada. Ele sequer se mexeu....

Bem se ele queria assim...

– OLHE PRA MIM! – gritei, dando um tapa forte em seu braço.

– Ai! – ele gritou, finalmente me olhando nos olhos. – O que?

Foi tão difícil assim? Pelo amor de Deus!

– Agora que finalmente tenho a sua atenção. – sorri. – Por que você esteve me evitando o dia inteiro?

– Você sabe o porquê. – disse baixinho olhando pra baixo. – Ai! – gemeu quando dei um beliscão nele.

– Vou ti bater toda vez que você não olhar para mim! – eu disse séria. – E não, eu não sei o porquê.

– Você viu meu.. o meu..

– Pênis. – concluir por ele.

– Sim. – ele suspirou começando a olhar para baixo, quando ele viu que eu movi meu braço ele voltou a me olhar nos olhos.

– Não sei por que está bravo comigo! Foi um acidente, não fiz de propósito.

– Eu não estou bravo com você.

– Então porque me evitou o dia todo? – questionei confusa.

– É que não estou acostumando a ter garotas .... bem.. me olhando ... – disse se sentando na cama e afastando o olhar. Dei outro tapa nele. – Ai! – disse esfregando o braço. – As únicas mulheres que me viram nu, foram a minha mãe e Manuela. – ele deixou escapar. – Bem.. teve uma garota lá na Califórnia, mas foi apenas uma vez. – suspirando ele continuou. – É apenas... estranho pra mim. – ele por fim admitiu.

Bem...

– Você não tem que ficar estranho ao meu redor. – afirmei o olhando nos olhos. – Ainda somos amigos.

– Sim. – ele disse revirando os olhos. – Amigos.. claro.

– O que isso que dizer? – Eu sinceramente não sabia se devia ficar ofendida com o comentário dele.

– Amigos não veem o outro nu, Megan. – ele resmungou. – É estranho. Isso é um fato.

– Apenas se você deixar isso estranho. – argumentei.

– Podemos falar disso depois? – ele pediu. – Eu preciso dormir agora.

– Tudo bem. – com um suspiro, pegando o meu pijama e indo para o banheiro me trocar.

Foi um acidente caramba. Por que ele esta fazendo toda essa tempestade? Não era como se ele tivesse que sentir vergonha... muito pelo contrário. Ele tinha que saber que ele tinha um belo corpo e que era... grande. Né?

– Davi? – o chamei um pouco tímida, saindo do banheiro.

– O que? – questionou já debaixo das cobertas.

– Você sabe que não tem nada para se envergonhar, certo? – perguntei. – Você .. hum.. é impressionante...

– Para com isso! – ele disse enquanto tampava os ouvidos.

– Tudo bem. – disse desistindo e deitando na cama.

Eu ainda não entendia porque ele estava reagindo dessa forma. Se fosse ao....

– Davi, feche os olhos. – sorri, com a ideia que tive para consertar isso.

– Megan...

– Apenas faça isso.

– Tudo bem. – ele disse resmungando, mas fechando os olhos.

Não conseguia acreditar que eu estava indo fazer isso. Mas a situação já estava pedindo uma medida desesperada.

– Não se mova. – disse enquanto me sentava em seus quadris.

– O que vocês está..?

– Confie em mim. E nada de espiar. – disse dando um leve tapa em seu braço. – Nem se mover.

Ok Megan, você pode fazer isso garota.

Tinha apenas uma coisa que eu poderia fazer, para poder nivelar a situação e o Davi parar de me evitar. Tirei minha blusa, ficando apenas com os meus shorts do pijama. Respirei fundo enquanto sentia o ar frio do quarto devido ao ar condicionado. De repente, me senti um pouco ansiosa e nervosa. Até agora, eu tinha sido a única pessoa a me ver nua de qualquer forma desde adulta. Camilinha já me viu de lingerie, mas nunca nua e ela é minha melhor amiga então não conta também. Olhei para os meus seios, eles estavam Ok, eu acho. Camilinha sempre dizia que eu tinha seios bonitos, e até mesmo a sobrinha de Davi tinha me dito que eu tenho seios grandes. Por um momento me perguntei o que ele pensaria.

– Tudo bem. – eu sussurrei, pegando as mãos dele e as prendendo no meu quadril. Eu não queria que ele cobrisse os olhos e tudo mais. – Abra. – eu mandei.

– Eu não vejo o por que você... Oh, meu Deus! – ele arfou, fechando os olhos no mesmo momento. Ótimo eu seguro as mãos dele para ele não tampar, ele vai e fecha eles.

– Davi. – eu disse ainda segurando as mãos deles, que ele estava tentando puxar. – É a única forma. – eu argumentei. – Eu não quero que você fique envergonhado.

– Megan. – ele parecia suplicante agora.

– Davi. – eu disse sussurrando novamente. – Está tudo bem, você pode ver!

Agora eu queria que ele olhasse, para ser honesta, eu queria saber o que ele estava pensando também.

Ele parou de tentar puxar suas mãos, e foi a minha vez de prender a respiração por alguns segundos, enquanto eu via ele começando a abrir os olhos.

– Ok. – ele disse em um sussurro também, primeiro me olhando nos olhos, pisquei pra ele com um pequeno sorriso, tentando esconder que estava um pouco ansiosa.

Seus olhos desceram lentamente, dos meus, parecendo avaliar todo o caminho. Então eu senti, senti quando seu olhar chegou aos meus seios, e segurei as suas mãos um pouco mais apertado, só que dessa vez para me impedir de me cobrir. Varias perguntas passando pela minha cabeça: ele estava desapontado? Estava julgando o tamanho deles? Ou a forma? Naquele momento, eu comecei a compreender porque ele tinha ficado tão estranho mais cedo. Comecei a me sentir um pouco sem graça, ele esteve olhando por um tempo já.

Então eu pensei em Manuela. Será que ele estava comparando os meus seios aos dela?

– Uau. – o ouvi sussurrar.

– Eu sei que eles são um pouco grandes. – murmurei. – Mas, são reais...

– São lindos. – ele sussurrou novamente, ao mesmo tempo que eu sentia seus polegares fazendo círculos no meu quadril.

Enquanto seus dedos se moviam, eu senti aquela faísca novamente. Só que dessa vez mais forte... muito mais forte!

Davi deve ter ficado olhando por bons minutos, com certeza muito mais do que o tempo que eu o vi nu. Ainda assim, agora eu não sentia mais vergonha, nem me sentia exposta... ou nervosa. Eu meio que estava gostado do fato que eu conseguia prender o seu olhar.

Então me lembrei do que Camilinha disse mais cedo.

Essa choque... essa faísca... é apenas seu corpo ignorando sua cabeça.

Ela podia estar certa? Meu corpo estava tentando me contar o que minha mente ignorava? O pensamento em si me excitava ao mesmo tempo que me assusta. Entretanto eu tinha que descobrir.

Eu libertei suas mãos, colocando as minhas em seu peito, dando a ele mais acesso. Deixando que ele conduzisse, isso é, se isso fosse a qualquer lugar.

Ele respirou fundo, enquanto seus dedos primeiro dedilhando a minha tatuagem na costela até que suas palmas estivessem passeando pela minha costa nua.

Foi a minha vez de respirar fundo.

– Me beije. – eu me ouvi dizendo, enquanto olhava em seus olhos.

Davi soltou um pequeno gemido, enquanto uma de suas mãos se enfiava no meu cabelo e seus lábios se juntavam aos meus.

Desta vez o beijo pareceu real. Sem audiência. Estávamos nos beijando porque queríamos isso, seus lábios se moviam com urgência contra os meus, nossas línguas brincando uma com a outra, dentes mordendo levemente os lábios.. mãos no cabelo.. pequenos gemidos e grunhidos. Era tudo real.

Eu não tinha percebido que nossos quadris estavam se friccionando um contra o outro até que eu senti uma saliência dura entre minhas pernas. Uma saliência... grande.. entre minhas pernas. Eu sabia o que era isso. Pensei que ficaria envergonhada, talvez um pouco desajeitada. Entretanto, isso apenas me fez sentir poderosa, sexy! Sorri contra seus lábios, adorando cada segundo desse universo particular que estávamos criando.

– Megan. – ele grunhiu contra os meus lábios.

– Hum? – gemi em resposta.

Quando de repente, a porta do quarto se abre rápido.

– Ei, mamãe disse para dar a vocês algumas... Oh, porra! – ouvi Matias gritar.

– Oh, meu Deus! – gritei, cobrindo meus seios e escondendo meu rosto no pescoço de Davi.

– MATIAS! – Davi gritou, enquanto me abraçava me aproximando mais dele.

– De-desculpa. – Matias gaguejou, saindo rapidamente do quarto.

– Oh! – balancei minha cabeça, ainda não acreditando no que tinha acabado de acontecer. – Matias viu meus seios.

– Não, ele não viu. – Davi me consolou. – Você estava de costas para a porta.

– Tem certeza que ele não viu? – uma coisa era Davi ver os meus seios, outra completamente diferente era o irmão dele ver.

– Sim. – sorriu, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. – Eu, por outro lado... – ele disse sorrindo.

– Ah, cale a boca. – disse dando um tapa de brincadeira em seu braço.

Nós ficamos lá sentados, em silêncio, até que começamos a rir olhando um para o outro... eu não tinha ideia de como proceder agora.

– Megan?

– Sim?

Ele se ergueu, me abraçando.

– Obrigado. – disse me dando um selinho, sorri.

– O prazer foi meu. Boa noite, Davi.