Atílio estava prestes a contar a verdade para Fernando quando, ao longe avista uma luz. Ambos começam a gritar e tentar chamar a atenção. Não conseguem ver direito devido a distância que estão, mas Atílio tem certeza: aquilo é um barco.

Aldo e Letícia continuam sem sorte navegando no mar. Eles haviam procurado por horas, já estavam a quilômetros do local dos destroços e não havia nenhum sinal de Atílio e Fernando. Já estavam perdendo as esperanças.

–Já está muito escuro. Não acho que vamos conseguir muita coisa hoje. Acho melhor voltarmos. -Diz Aldo com tristeza.

–Só mais um pouco, Aldo. Algo me diz que vamos encontra-los. -Pede Lety.

–Tudo bem. Só mais meia hora e depois voltamos. Mamãe deve estar preocupada.

Lety ouve, ao longe, algo que parece ser uma voz.

–Acho que ouvi algo. -Lety diz esperançosa, torcendo para não ser uma peça de sua mente.

Aldo também ouve algo, um grito distante que falava ''aqui''.

Eles começam a gritar, chamando por Atílio e Fernando. Conseguem perceber de onde a voz vinha e, com a ajuda da luz de uma lanterna, vêem algo que brilha distante deles. Eles seguem o mais rápido que podem para o local. Tamanha a surpresa de ambos ao verem que é Atílio e Fernando no bote salva vidas e estão vivos. Aldo, sem se importar com a água gelada, se joga no mar e nada até o bote. Ele abraça seu pai fortemente. Letícia queria fazer o mesmo, mas não sabia nadar.

Fernando e Atílio mal conseguiam ficar de pé, estavam fracos, mas com a ajuda de Aldo e Letícia, sobem ao barco. Fernando, mesmo não se aguentando em pé, consegue arrumar forças fara abraçar e beijar a Aurora.

–Achei que nunca mais te veria, meu amor. -Fernando diz ao parar de beijar Aurora.

–Eu morreria se você não voltasse. -Lety diz dando mais um beijo nele.

Fernando e Atílio agora estavam a salvo graças a Letícia e ao Aldo.

Atílio havia perdido seu barco, sua única fonte de renda, havia perdido todo seu material de pesca com ele, mas isso realmente não lhe incomodava no momento, estava feliz por não ter perdido a vida, o único bem que não poderia repor.

Continua.