NOBODY CAN SAVE ME NOW

CAPÍTULO 2 – GAROTA SONHADORA


1989 – Havai – 5 anos antes

Ambos estavam lindos com suas fardas de oficiais, o capitão e o comandante, Khan e Malths eram homens muito bonitos, e naquele dia de sol após a promoção do comandante Khan a capitão do navio Vengeance pelo almirante Cox, aquele era um dia fabuloso para os dois.

– Capítão Khan, meus parabéns de novo, hoje o café é por minha conta – falava Malths.

– Não, não precisa fazer isso amigo!

– Eu faço questão capitão, deixa isso comigo!

No momento de regozijo em que iam entrando na cafeteria, são surpreendidos por uma garota que cai em cima da porta fechada, abrindo – a com brutalidade. Quem a empurrou daquele jeito? Foi o que pensaram os dois.

– Vê se não volta aqui enquanto eu estiver sua vaca! – berrava um valentão dentro da cafeteria que não gostava da garota.

Ela caiu e bateu com força as costas, gemeu de dor, os dois ficaram parados observando ela que os interferia no caminho, assim que abriu os olhos, se deparou com os dois, o loiro e o moreno, ambos tinham olhos azuis, o loiro era mais malhado do que o moreno, o loiro tinha os olhos meio caídos e uma barba mal feita, o outro tinha a pele bem branca, na verdade ambos tinham, mas só o moreno tinha lábios bem largos.

– Olha aonde eu me meti! – falou – Quase sai na mão com um cara por causa de um acento!

– Hum! – disse o moreno e acenou com a cabeça discordando.

– Desculpem senhores, não sei aonde tava com a cabeça quando fui arrumar confusão com ele! – levantou e foi saindo.

Os dois só acenaram com a cabeça discordando e pensando milhares de coisas sobre o susto que levaram quando ela caiu bem a sua frente.

– Que garota idiota, uma mulher querendo sair na mão com um homem.

– É, e ridícula!

...

Havai – 26 de dezembro de 1989

O sol brilhava radiante pelas janelas da casa. Mara passara em um dia anterior sua velha tinta preta no cabelo, gostava dessa cor de cabelo e havia retocado e acabara de lavar a cor que já havia sumido. Se sentou na cadeira em frente a sua penteadeira e removeu a toalha do cabelo, deu uma segunda secada e sacudiu o cabelo com as mãos.

Pegou o secador e escova e começou a secar os cabelos, eles logo foram adquirindo um aspecto liso e brilhante, estavam lindos com aquela cor e combinavam com Mara.

Ela desce pelas escadas um pouco rápido e dá de cara com a mãe fritando panquecas e preparando um café normal, seu café predileto era ovos com bacon, torradas e café, ou donuts, mas hoje as panquecas entrariam no lugar de qualquer uma dessas coisas.

– Bom dia filha!

– Bom dia mãe!

– Tava fazendo o que ontem a tarde?

– Na cafeteria!

– Aconteceu alguma coisa? A Rayane falou que viu que você foi expulsa de lá!

– Ah não foi nada, só um louco que quase me matou porque eu queria um acento!

– Ah não acredito! – a mãe discordou.

– Foi isso!

– Sei e o que mais?

– Mãe, tava pensando nesse ano novo, a gente ir para assistir os fogos na praia o que acha?

– Não vai dar, eu combinei de receber uns amigos do trabalho, mas você e sua irmã podem ir se quiserem!

– Não, vamos ficar aqui, todas juntas!

– Não precisa filha, pode ir com seus amigos da Marinha!

– Do que estão falando ai? – Melina aparece.

– A gente tava falando do ano novo Meli, mamãe tava pensando em chamar o pessoal do trabalho dela e disse que a gente podia ficar de fora se quiséssemos!

– Que isso mãe?? Não vamos, a senhora sabe muito bem!

– Só falei porque a Mara queria ir pra queima de fogos na praia!

– Mas se a senhora quiser que fiquemos, nós ... – Mara foi interrompida.

– Meninas, façam o que preferir, já são grandes!

– Tá! – falaram as duas.

De tarde, as duas irmãs, sempre muito companheiras, foram visitar os amigos da marinha, Brooke e Cyrus, que sempre se encontravam num bar com as duas.

– Broo, quanto tempo!

– É, uma semana! – brincou Brooke.

– Vocês já esqueceram de mim?

– E ai cara?

– E ai! Cadê a Meli?

– No banheiro!

– Vamos pedir algo?

– Bora! – falou Mara.

Quando Melina finalmente apareceu, todos conversavam sobre o dia a dia de cada um, até que notaram uma presença inesperada. Era o homem moreno da porta da cafeteria, pelo que Mara pode entender, ele era capitão de um navio.

– Ele não é capitão? – apontou Mara discretamente para o homem.

– É! É o capitão Khan!

– Khan??? Esse é o nome dele??

– É, isso porque ele foi criado por indianos que deram esse nome a ele, mas acho que ele é daqui!

– Tá bom! Galera, tenho um pronunciamento a fazer!

– E o que seria? – Brooke queria saber.

– Acho que vou entrar pra Marinha como vocês!

– Você vai?

– Eu acho! Só queria fazer isso pelo meu pai! Sei que se sentiria orgulhoso, mas fico dividida entre isso e meus outros sonhos!

– Ah garota, faz o que for melhor!

– É! O que você preferir!

– Tá bom! Então é isso ai!

Enquanto conversavam, Mara trocava os piores olhares com o capitão Khan, ele aparentemente não gostava da presença dela e não simpatizava muito com ela, mas de certo modo, ele chamava muito sua atenção.

...

Havai – 27 de dezembro de 1989

Mara mexia nas coisas da mãe, procurava incessantemente pela saia preta que sua mãe poderia ter confundido e guardado sem querer nas suas coisas, quando encontrou uma caixa vermelha e dourada, quando abriu, achou diversas recordações do passado, e uma que a mãe rezava para que Mara nunca visse.

Uma pequena carta que Mariah escondera desde o nascimento de Mara, nela continha a seguinte mensagem:

Adrien, sou eu, Mariah, não entendo porque você não retorna as minhas ligações, o que está havendo meu amor? Fiz algo pra você? Se fiz, perdoe – me, você foi embora e não me falou nada, só queria dizer que cheguei a conclusão de que estou esperando um filho seu! Te amo! Mariah!

A carta era de agosto de 1964, aproximadamente um ano antes de Mara nascer, quando Mariah chegou das compras, se deparou com Mara com uma péssima expressão facial e com aquilo que Mariah não desejava que a mais velha visse nas mãos.