Mês de Novembro

Capítulo 7 - Irresistível.


Entramos num quarto até que arrumado pra um garoto e pra um roqueiro não tinha nada de anormal ali, há não ser por umas pinturas um tanto estranhas, porém bonitas e penduradas pela parede.

- chegamos. O que tinha pra me amostrar?

- é pra você. – disse tirando da gaveta de uma escrivaninha um CD.

- que isso?

- meu cd. Agora você vai conhecer a minha banda.

- obrigada. Vou ficar informada agora. Super antenada como diz minha amiga Michelle.

- também não é pra tanto. – disse fuxicando a gaveta novamente.

- é...Os nomes das músicas são bastante curiosos. Mas pela capa...São músicas pesadas?

- algumas...

- é que não faço muito o tipo de menina rebelde. – e ele começou a rir.

– toma aqui.

- o que é isso? – perguntei pegando o pacote que ele me entregava.

- fiz pra você.

- o que...? – e abri o envelope. Dentro continha uma cartolina dobrada em dois e quando abri, eu era o desenho. – nossa! – e o olhei abismada. – você também é pintor?

- não chega a tanto, mas...Até que sou bom. – disse novamente mostrando-se modesto. – meu sonho sempre foi ter uma revista em quadrinhos. Eu amo desenhar.

- ficou lindo. Obrigada.

- vem cá. – disse ele deitando-se na cama.

- não ta pensando que vou ficar aí deitada com você né?

- você não é mais uma criança. Eu prometo não fazer nada.

- ok. E me sentei ao lado dele. – você está muito bonito nessa foto. – disse observando um pôster dele na parede.

- é. Também gostei...Até que não fiquei tão feio.

- você é tão modesto de vez em quando, sabia?

- por que? Me acha tão bonito assim?

- você é bonito, Gerard.

- sou? – e ele se sentou. – então por que não quis aceitar meu convite?

- e eu não estou aqui?

- é... – e ele se calou me olhando nos olhos. Percebi qual era a intenção dele naquele momento, ele ia me beijar, mas eu o empurrei assim que ele chegou bem perto. – que foi?

- me desculpa. Eu não beijo ninguém no primeiro encontro.

- o que? – e ele começou a rir. – isso me soou uma desculpa das esfarrapadas.

- é...E foi sim. – não consegui ficar séria e comecei a rir envergonhada.

- não está afim mesmo de mim, não é?

- não é você, Gerard. Você é um cara legal e eu tenho que admitir que é o cara mais lindo que eu já conheci, mas...

- mas...?

- é que eu sou estranha.

- já percebi isso.

- é sério. Eu tenho medo de me apaixonar.

- você está fazendo julgamento errado de mim.

- não estou.

- está achando que depois do que acontecer aqui irei fazer como os caras que já te machucaram. Não me compare com eles. Eu não sou igual a eles. Você nem me conhece ainda... – disse ele todo fofo. Me deu vontade de beijá-lo nessa hora.

- mas homens são todos iguais.

- tire isso da cabeça. Nunca vai saber que tipo de cara sou eu se não me der uma chance.

- você é insistente...

- eu sou.

- e irresistível também.

- eu tento. – e nós dois rimos. Fiquei olhando nos olhos dele e tomei iniciativa me aproximando. Ele havia me convencido. Se eu fosse errar ou não eu nem queria saber, seria mais um erro pra estatística da minha vida.