Mês de Novembro

Capítulo 18 - – Está tudo acabado entre nós.


Enquanto isso no banheiro...- e então? Não vai falar nada? – perguntei impaciente.

- eu sei que deve estar se perguntando quem é aquela tal.

- na verdade isso nem me passou pela cabeça. – menti cínica.

- ela é apenas uma amiga e...

- bem abusada sua amiga. “ainda não”. – remendei. – o que ela queria dizer com isso?

- calma deixa eu explicar.

- não precisa disso, Gerard. Você vai acabar se enrolando mais e deixando escapar.

- deixando escapar o que?

- nada... – desconversei.

- agora vai falar.

- esquece!

- ta vendo como você é? Uma hora nós estamos tão bem e depois do nada você fica desse jeito.

- eu não agüento mais. Você pensa que sou burra ou o que en? Pensa que não sei quem é aquela sua amiguinha?

- quem é aquela minha “amiguinha”?

- é a sua amante.

- amante? – e ele começou a rir. – nem somos casados pra começar.

- não somos por que você nem quer casar. Ta me enrolando faz tempo.

- é lógico, casar pra que? Pra continuarmos desse jeito, brigando?

- nós fomos felizes. Se soubesse que tudo ficaria assim, eu não iria morar com você. Eu vou embora pra minha casa. A minha antiga casa ao lado da minha amiga.

- vai, é isso que você quer?

- e tudo por causa daquela maldita lá fora. Como pôde me trair Gerard?

- eu não te traí, droga! – gritou ele.

- traiu sim! Eu li a mensagem no seu celular. Essa mesma vagabunda mandou uma mensagem dizendo “amor à noite foi ótima, beijos”. Olha a que ponto chegou à intimidade dos dois. “Amor”, é? É assim que ela te chama?

- você quer mesmo saber? A culpa é sua.

- culpa minha? O que eu te fiz? Nunca te fiz nada.

- realmente. Nunca me fez nada. Depois que engravidou ficou um saco.

- um saco? Então por que pediu que eu casasse com você? Por que não me deixou fazer o aborto?

- eu me arrependo disso. Devia ter deixado mesmo. Nem quero mais ser pai. Isso tudo ta sendo muito difícil pra mim.

- nossa que lindo! Estou adorando ouvir essas coisas de você.

- que bom, então se divirta com essa frase: está tudo acabado entre nós.

- o que? Está terminando comigo? Eu é que devia estar fazendo isso. ESTÁ TUDO TERMINADO ENTRE NÓS! – gritei na cara dele.

- para de gritar. – disse ele me segurando.

- me deixa sair. – eu tentava me soltar pra abrir a porta do banheiro.

- calma. Estamos muito estressados. Vamos conversar com calma.

- eu não quero mais conversar. Me deixa sair.

- Lily, me perdoa por tudo que disse. Eu te amo demais. Não sei onde estava com a cabeça. Eu tenho minhas necessidades, eu não resisti e fiquei com ela. Mas foi só por uma noite.

- que nojo de você. Me solta. – e o empurrei. – abre logo essa porta. Estou ficando com falta de ar aqui dentro. Anda, Gerard! – e ele abriu a porta.

Eu atravessei a sala cheia de gente e fui embora. Gerard veio logo atrás gritando pra que eu parasse.

- me esquece, Gerard. – gritei de volta.

- por favor, Lily. Vamos conversar. – eu fui fraca e parei. Apesar de tudo eu o amava. Comecei a chorar e ele correu me alcançando e me abraçou. – eu te amo. Me perdoe.

- eu também te amo, Gerard. Eu não consigo deixar de te amar. Por que?

- não tente. Não me deixe, por favor.

- eu não queria te amar. Eu juro.

- não diga isso. – disse ele chorando e me abraçando.

Reatamos e tudo parecia perfeito. Voltamos a morar junto e nos casamos na semana seguinte. Foi uma cerimônia bem simples, mas eu me tornei naquele dia a Senhora Way. A mulher mais fotografada e noticiada em sites, revistas e jornais. Onde quer que se leia, lá estava meu nome e uma foto minha estampada na página. Escreveram sobre nosso casamento, escreveram da nossa felicidade e escreveram da nossa crise.