Capítulo 8

Tudo continuou como antes, há uns 3 anos atrás, e com isso não conseguia pensar em coisas ruins, estava tudo perfeito, lindo. Mas isso, por incrível que pareça, me deixava com medo, pois uma coisa que aprendi em minha vida foi que se uma coisa está indo perfeitamente bem é porque daqui à pouco as coisas irão piorar. Vejo a felicidade como uma bolha, que vai se enchendo cada vez mais, mas ai a agulha da tristeza vem e a estoura sem dificuldades. Por isso tentava aproveitar o máximo possível dessa bolha de felicidade.

Bom, já se passaram três meses da nossa reconciliação, no começo as pessoas acharam estranho ou até olhavam torto, mas agora é normal, ninguém acha ruim, só uma pessoa...Glimmer, como já era de se esperar.

( https://www.youtube.com/watch?v=spVfeowkvoY )

Nessa semana estava tão empolgada, agitada e ansiosa porque sábado iria ocorrer minha festa de 17 anos....tinha tanta coisa para fazer, que nem conseguia raciocinar direto. Sempre quando Peeta percebia que estava meio aérea e quando ele falava alguma coisa para mim e eu, por não ouvir, só concordava com a cabeça, ele olhava dentro dos meus olhos, exatamente como estava fazendo agora, e dizia:

– Kat!! Deixa de pensar na sua festa! Vai dar tudo certo!- Eu, sem saber o que fazer, simplesmente sorri um pouco e ele começou a rir, e eu fiz o mesmo.- Mas é sério! Para de penar nisso pelo menos agora, nem dá mais para conversar com você! Já sei, que tal nós irmos tomar sorvete!?!?- O sorriso foi inevitável.

Nós já estávamos na sorveteria, e de novo peguei o de sempre, Danoninho, Flocos, cauda de chocolate, e um pouco de paçoca moída.

– Você não mudou nada!- Peeta falou rindo, olhando para o meu pote de sorvete, fiquei meio envergonhada, mas acabei rindo junto. Sentamo-nos e conversamos, como bons e velhos amigos.

– Lembra de quando nós vínhamos aqui quase toda semana? Era um dos momentos em que eu mais era feliz.- Peeta disse, provavelmente se lembrando dos momentos que passamos naquele mesmo lugar, de nossas mãos juntas, de quando ele falava que estava linda, mesmo estando feio por ter acabado de sair da escola, de como ele me olhava diretamente nos olhos e falava que me...acho melhor eu parar por aqui.

Quando olhei para cima, pois estava tentando evitar que ele percebesse minha vermelhidão, Peeta estava me olhando nos olhos, e sem conseguir evitar, senti minhas bochechas queimarem, e inevitavelmente me perdi naquele azul tão límpido. Ficamos parados por um bom tempo, até que eu, finalmente, consegui mudar o meu olhar de direção, e mesmo não o olhando diretamente, percebi que esboçou um leve sorriso torto.

Quando chegamos na frente de nossas casas, ele foi se despedir de mim, me abraçando e dizendo:

– Não se preocupe com amanhã, vai dar tudo certo Princesa.- Espera!!!! O que ele disse!!??!? PRINCESA!! Não pode ser, ele me chamava assim quando nós ... Eu inevitavelmente quis socá-lo, mas meu coração falou mais alto, dizendo: “Não faça nada! Apenas aproveite!”. E foi exatamente o que fiz, nada, apenas assenti. Então ele me soltou e me olhou nos olhos, sem saber o que fazer eu simplesmente fiquei parada. Nem percebi que nós estávamos tão perto, nem mesmo uma mosca conseguiria passar entre nós, e ele ainda estava me olhando, então eu finalmente falei:

– Acho melhor eu entrar.

– É..É melhor, vai lá!- Ele falou meio sem graça, e eu sem conseguir evitar, dei uma beijinho em sua bochecha.

– Boa noite.

– Boa noite Kat.

“Say something I’m giving up on you.”