My love Nen

Uma pessoa inesperada


Estava sentindo vários olhares sobre mim, mas isso realmente não me importava. Sigo Reiji por um corredor um pouco longo, até que ele finalmente para e se vira para mim, me entregando uma chave.

— Aqui está seu quarto, nós iremos comer daqui a duas horas, espero que esteja pronta até lá. – Ele se vira, preste a ir embora, até que eu o chamo. – O que houve? Não está satisfeita com a hospitalidade? – Ele me olha pelo canto do olho.

— Já enfrentei coisa pior, querido. Só queria dizer que eu não vou mais deixá-lo me pegar de surpresa, no final você ainda é um vampiro, mesmo que com classe. – Suspiro, fazendo drama.

— Hunf, isso não é algo que alguém que ficou tão ousada em meu colo deva falar. – Ele sorri com escárnio.

— Eu estava surpresa, tudo foi no instinto, eu mato no instinto, sabe? Meu avo me ensinou a receber ações rápidas na base do instinto, não tinha como... Recusar...

— Você não passa mais do que um animal que só sabe matar. – Ele me olha de cima e se afasta, não sem antes ouvir o meu “Você é bem pior que isso, não?”

Destranco a porta e olho ao redor... Não... Tranco a porta novamente, bato nas minhas bochechas levemente e abro a porta... Porra, existe mais de 100 tons de cinza, e vocês vão e pintam a porra de um quarto de rosa? Isso deveria ser pecado...

— Reiji, Reiji, Reiji, Reiji, Reiji! – Repito seu nome pela mansão, até chegar a sua sala. Sento-me em uma poltrona a sua frente e bato na mesinha onde havia um conjunto de louça de chá. – Esqueça o que eu disse sobre ter enfrentado coisa pior, eu quero outro quarto, agora.

— O que houve? Os rapazes irão te atormentar não importa onde fique. – Ele bebe um gole de chá e olha para mim, seus olhos se tornando vermelhos. – Lave esse sangue em seu pescoço.

— Não é sobre eles, eu não quero um quarto cor de rosa. – Ele perde completamente a cor de sangue em seus olhos, olhando para mim agora como se não acreditasse. Mas isso passa rapidamente, ele suspira e bebe seu chá calmamente. Aproveito e limpo meu sangue com a manga da blusa.

— Irei pedir para o mordomo comprar algumas tintas e novas roupas de cama, satisfeita?

— Não precisa, vou ir embora daqui a pouco. – Eu me levanto.

— Seria seguro uma garota sair por ai no meio da noite? – Ele começa a ler um livro.

— Foda-se, você sabe que não faz sentido falar isso para mim. – Me dirijo até a porta.

— Tenha modos. – Ele olha para mim com um olhar zangado. Mostro minha língua e saio.

Dando de cara com Ayato.

— Diga “ah”. – Ele estende um palito com um bolinho com cobertura de chocolate para minha boca, a qual abro sem perceber, estava acostumada com tio Gon e Hisoka fazendo isso comigo, e percebi meu erro. Mas estava realmente com um gosto ótimo.

— Hmmm, Ayato, isso está muito bom! – Respondo de boca cheia. – Tem mais?

— Tem mais na cozinha, foi difícil fazer. – Ele sorri enquanto anda em direção a cozinha, eu o seguindo.

— Você que fez? Está realmente ótimo. – Sorrio como uma criança, até que finalmente chegamos à cozinha, um cheiro doce rodeando o ar. – Cadê? Cadê?

— Aqui. – Ayato vai para o outro lado de um balcão, vou até ele e lá encontro 10 bolinhos só me esperando. Não perco tempo e pego um.

— Eu nunca tinha provado isso, o que é? – Falo de boca cheia.

— Takoyaki! Você nunca comeu isso? – Ele me olha incrédulo.

— Não tenho muito tempo para isso, haha. – Pego mais um, comendo tudo sozinha.

Eu sei que ele havia feito isso apenas para conseguir meu sangue, mesmo assim resolvo aproveitar o momento de paz.

— Você não vai comer? – Pergunto para ele, pegando o quarto.

— Não preciso comer muito. – Ele se aproxima de meu rosto e lambe um lado da minha bochecha, se afastando rápido o suficiente para evitar o soco desferido.

— Seu...

— Obrigado pela refeição. – Ele lambe os lábios e sorri satisfeito.

— ...Não fique brincando assim, porra! – Olho para ele sentindo minhas orelhas vermelhas, e ele começa a rir. Suspiro em derrota e olho para a vasilha que estava os bolinhos, e percebo um tempero estranho, parecido com cravo, mas a forma era diferente e o cheiro também. Lambo um pouco os lábios e percebo, ele havia colocado algum tipo de veneno nos takoyaki.

Olho para ele incrédulo, não acreditando que ele tinha tão audácia. Derrubo o resto do meu bolinho no chão e olho ameaçador para ele.

— Oh, percebeu rápido até. – Ele aproxima sua mão do meu rosto. – Mas muito lento também.

Ele espera um tempo, e nada acontece. Olho para o relógio da cozinha, havia se passado um minuto, e nada aconteceu.

— Era para acontecer alguma coisa? – Tiro sua mão fria do meu rosto.

— Era para você perder os movimentos dos membros. – Ele franze a testa.

— Hm. – Me agacho e dou uma rápida rasteira nele, que ele evita de dar de cara no chão com ambos os braços, como se fosse um gato. – Aonde raios você comprou isso? Na China? (Amo vocês Chino, ♥ Mas...)

— Eu peguei um dos venenos mais potentes do Reiji. – Ele me olha incrédulo.

— Ele sabe? – Olho para ele com um sorriso sorrateiro.

— ....

— Vou aceitar isso como um não, hahaha. – Começo a rir. – Não adianta usar venenos contra mim, meu doce, eles não fazem efeito, rsrs. – Olho para ele sorrindo, vendo-o se levantar.

— Vai ver só, meu doce, ainda vou fazer você querer que eu beba seu sangue. – Ele pega meu braço e chupa a parte que eu havia limpado meu sangue na blusa.

— Tsk, parece uma criança chupando roupa, sua mãe não te ensinou que isso é feio e nojento?

— ... – Ele levanta as duas sobrancelhas, depois as franze, numa expressão de desgosto.

— Ah, eu esqueci. Nossa mãe, Cordélia. Tsk, cadê ela? – Puxo meu braço.

— Ela está morta.

— Você ficou triste com isso?

— Eu a matei.

Olho para o fundo dos olhos dele, nenhum sentimento poderia ser visto ali, poderia descrever aqueles olhos como o mesmo olhar que tenho quando mato. Suspiro e começo a acariciar seu cabelo.

— Não se preocupe, não se preocupe. Você não é um pecador ou outra coisa, sei que teve seus motivos, não vou te julgar por isso. – Afinal, iria fazer o mesmo, que puta é essa? Vou esfolar meu pai depois também. Mas ok, aqui estou eu, pela gloria do Hisoka.

— Não estou preocupado, foi há muito tempo, não importa mais. – Ele se abaixa um pouco, me deixando acaricia-lo.

— Hmm, bom garoto, bom garoto. – Continuo bagunçando seu cabelo, até que olho pela janela. Havia parado de chover. – Ah, acho que vou para casa. – Puxo a bochecha dele com meus dedos e me viro.

Dando de cara com Laito.

— Porra. – Meu rosto continua com a mesma expressão, mas meu coração estava a mais de 200.

— Bitch-chan, que tal se divertir numa bela e excitante brincadeira comigo? – Laito estava a menos de 5 centímetros do meu rosto.

— Não. – Pressiono o lábio dele com meus dedos. Ele abre a boca como se fosse falar alguma coisa, mas lambe meus dedos. – Filho da puta. – Chuto em direção ao meio de suas pernas, mas ele acaba evitando, colocando sua mão no meio.

— Hehe, quase que eu perco meu filho. – Ele fala e simplesmente desaparece.

— Quase que perde a geração anterior ao seu filho também. – Suspiro e vou em direção à sala de Reiji pela vigésima vez naquela noite. Não bato na porta dele e simplesmente entro. – Hey, querido, estou indo para casa. – Reiji estava adormecido em uma poltrona, sua cabeça levemente caída para o lado e seus óculos na escrivaria em sua frente. – Ahh, se não fosse um vampiro. Não, espera, se ele não fosse provavelmente não seria tão lindo. Será que ele esta dormindo mesmo?

Aproximo-me dele e aceno em frente ao seu rosto, sem reação, despejo um beijo casto em seu cabelo. Extremamente macio. Coloco minha mão em meus lábios, não acreditando. Ok, Sakura, foco. O que pode acordar um vampiro... Hehe. Sorrio e sento em seu colo, aproximando minha boca do seu pescoço, despejando outro beijo, mas logo depois roçando meus dentes em sua pele. Não tinha dentes pontiagudos, mas quem dera pudesse mordê-lo a ponto de sair sangue desse desgraçado. Mordo seu pescoço, controlando minha força maxilar.

— Eu estou acordado, não precisa me morder para descobrir. – Reiji fala, levanto meu rosto e ele estava tampando seus olhos com uma mão, a outra pousou em minha cintura.

— Tira essa mão boba dai. – Me levanto em um pulo do seu colo.

— Já está indo embora? Não acho que o Sr.Zoldyck tenha te mandado aqui só para conhecer seus meios-irmãos. – Ele coloca os óculos de volta, voltando a sua aura séria.

— E por qual outro motivo ele me mandaria para cá? – Dou de ombros. – Vou voltar para casa e descobrir o motivo disso tudo.

— Ou talvez não. – Uma voz com um sotaque francês fala. Me viro e encontro ali o terror e a beleza dos meus sonhos.