— Por que eu não posso simplesmente viajar para outro país? – Questiono.
Estávamos sentados no meio da cama, Hisoka me ensinando um truque simples, mas difícil de controle de Nen, fazendo bolinhas de aura correrem pela minha mão. Hisoka parecia ter certa facilidade nisso, enquanto eu mal conseguia fazer uma bolinha.
— Não sabemos se aquela quimera tem ligações com outros países, e também, isso será um trabalho rápido, não precisa ter que viajar sozinha. – Hisoka fala já enjoando da brincadeira e fazendo formas de naipe com seu Nen, eu tentando fazer o mesmo. – E Killua queria que você conhecesse seus parentes. – Ele sorri cínico.
— Já fui flertada de todas as maneiras possíveis, até me morderam. – Falo rindo enquanto colocava minha mão em meu pescoço.
— Hmm. – Ele levanta as sobrancelhas. – Sério que deixou que te mordessem?
— Não é como se eu fosse morrer por perder um pouco de sangue. Aliás, a sensação de dor foi muito boa, mas não vou abaixar minha guarda agora. – Sorrio cínica, sendo seguida pelo magico.
— Sabia que estava te treinando bem. – Sua expressão se torna um pouco séria. - Mas não vá dormir com qualquer um, eu posso sentir os olhares deles te comendo daqui.
— Não faz diferença, os sentidos deles são mais elevados, eles conseguiriam ouvir de qualquer maneira. – Dou de ombros. - E não se preocupe, não vou deitar em nenhuma cama além dessa enquanto eu estiver aqui.
— Eles podem deitar na sua. – Ele levanta as sobrancelhas.
— Por que meu pai te mandou aqui? Ele poderia simplesmente ter me contado a situação. – Falo, mudando de assunto.
— Você iria querer vir? – Penso um pouco e balanço a cabeça para os lados. – Ele tentou te ligar, mas como não dava certo, resolvi vir. Killua sabia que você querer ir embora daqui depois de um tempo.
—... – Levanto minhas sobrancelhas, surpresa. – Mas isso aconteceu há quase meia hora... Não me diga que você correu de lá até aqui em... – Ele sorri, mas logo sua atenção foi chamada pelo toque do telefone.
— Oui?
— Hisoka, já chegou à mansão Sakamaki? – Pude ouvir a voz do meu pai.
— Eu quero falar com ele! – Grito, indo pra cima do telefone. O mago rapidamente se levanta da cama e começa a se esquivar de mim.
— Claro que sim, meu querido amigo de cabelo espetado. – Ele estava forçando mais o seu sotaque enquanto falava, me fazendo rir enquanto o perseguia.
— Ótimo, agora fura dai. Não quero que minha filha se meta em problemas por sua causa.
— Oh, mas quanta desconsideração. – Ele balança a cabeça em despontamento, mesmo o outro lado do telefone não podendo ver.
— Você quer lutar contra as quimeras, certo? Eu e o Gon já estamos indo. – Meu pai fala e o Hisoka começa a se dirigir a janela.
— Ok, esperem por mim. – Hisoka fala e desliga o telefone, olhando para mim. – Estou indo, não saia dessa casa e treine seu Nen. – Ele bagunça meu cabelo. Ele olha em volta, soltando um “tsk” e pula pela janela, rapidamente correndo pela floresta que nos cercava.
Suspiro e vou em direção a minha mala, pegando minha toalha e par de roupas. Vou até a porta do banheiro e, antes de fechá-la, eu digo:
— Se ousarem espiar ou qualquer coisa sinônimo disso, eu juro que vou matar vocês. – Fecho a porta e me viro, dando de cara com o... Qual era o nome dele mesmo? Não sei, só sei que estava deitado dentro da banheira, justo quando eu queria relaxar e aproveitar o conforto dessa mansão? Depois reclamam que eu que sou muito deslocada, tsk.
Resolvo tomar um banho de ducha mesmo, agradecendo o fato de que o compartimento do chuveiro tinha um vidro embaçado separando-o do resto do banheiro. Essa água esta tão quente... Sinto que todas as minhas preocupações estão sendo... Porra. Lembro-me que tinha que conversar com Reiji sobre a possível ameaça. Meu pai é um gênio de me enviar para essa mansão cheia de vampiro sem conhecimento do perigo que eu trago e sem me explicar nada. Ok, Sakura, relaxe...
Sento-me no chão, embaixo do chuveiro, e fecho os olhos, só sentindo o calor daquela água. Passo a mão pelo meu cabelo branco e percebo os naipes desenhados em minha mão. Um espadilha e um ouro... Simplesmente sem significado algum. Sorrio com meu pensamento e levanto, devidamente tomando banho com sabonete e tudo que estava disponível naquela prateleira na parede. Tem até hidratante pra cabelo e rosto, esses vampiros realmente recebem mulheres aqui? Fico um pouco triste por pensar que talvez Reiji tenha tocado outras mulheres. Não, por que estou triste? Ele as usa para beber sangue... Aceno minha cabeça em concordância comigo mesma, até que sinto um arrepio em minha costa.
Uso En, apesar do meu não poder chegar a grandes proporções, ao menos poderia cobrir aquele banheiro, mesmo que suas auras quase não podem ser sentidas. Hmm, o rapaz de cabelo amarelo não está mais aqui, está tudo silencioso e não sinto mais nada, mas então por que arrepiei? Minha pergunta é respondida pelo bater que pude ouvir da porta.
— Senhorita Zoldyck? – Ouço a voz de Reiji do outro lado da porta, meu sangue drena de meu rosto, me deixando pálida.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.